Capítulo 103
1054palavras
2023-10-10 00:01
Já fazem mais de duas semanas desde que Helens saiu da casa de Lavida de manhã cedo, deixando-a dormir. Embora nada pareça ter mudado, ele acaba na cama de Lavida a cada um ou dois dias, apenas para sair logo de manhã cedo para não precisar encará-la quando ela acordar.
Lavida se acostuma com a presença dele por perto e já sabe que toda vez que Helens aparecer batendo à sua porta, ela não vai resistir e acabar cedendo às atividades revigorantes que fazem juntos.
"Como você está se sentindo hoje, mamãe?" Lavida pergunta, abraçando Deméter.

"Bem o suficiente para que todos saibam sobre a novidade na nossa família." Ela afirma, rindo. "Papai e mamãe vem nos visitar esta noite, é o momento perfeito para contar a eles."
"Você está quase na metade da gravidez e mal dá para ver a sua barriga." Lavida comenta, olhando para ela.
"Estão prontos para descobrir o sexo do bebê?" Lavida pergunta, com uma risada.
"Eu quero uma garota!" Evan declara, ajudando Deméter a se deitar na cama médica.
"Cuidado com o que você deseja. Isso é o que meu pai queria e um dia ele acordou comigo de filha." Deméter imediatamente começa a rir.
"Eu ainda quero uma menina!" Evan retruca. "Igualzinha a você." Ele se inclina sobre ela e a beija.

"Olá, pessoal, vamos fazer um ultrassom aqui?" Lavida acaba rindo mais.
"Desculpe por isso." Evan diz. "Não consigo evitar."
"Como estão as coisas entre você e Helens?" Deméter pergunta ao se deitar confortavelmente e colocar a mão para apoiar a nuca.
"Continua o mesmo. Ele está sempre por perto, chega, pega o que quer e vai embora no meio da noite como um ladrão cheio de medo de me enfrentar no dia seguinte. Apenas fico incomodada com o fato da Daisy já ter se apegado a ele. Isso me afeta e não posso continuar assim. Não vou aguentar viver desse jeito, com ele me abandonando no meio da noite e depois mudando de ideia, só para aparecer ao meu lado novamente em um ou dois dias."

"Você conversou com ele sobre isso?" Evan pergunta. "Tenho certeza de que é um mal-entendido."
"O que eu vou dizer?" Lavida questiona, triste. "Mas não importa, vamos ver o que temos aqui." O seu humor mudar, e ela sorri.
"Ah, cara." Ela murmura. "Tem algo errado?" Deméter indaga, e Evan já entra em pânico.
"Depende." Lavida dá uma risada, então vira o monitor para eles.
"Esta é a cabeça do bebê." Ela mostra a tela para eles. "As pernas do bebê... e os braços, esse movimento é o coração dele batendo."
Evan e Deméter olham para a tela com lágrimas nos olhos, mas eles param para encarar mais de perto. Evan se vira para Lavida e questiona, assustado:
"Por que nosso bebê tem dois corações?" Lavida começa a gargalhar de verdade.
"Porque vocês não vão ter apenas um bebê, vão ter dois. Vocês terão gêmeos." Ela explica.
Deméter imediatamente começa a chorar. Evan a segura e a abraça, sem se importar que eles estão no meio de um ultrassom e que a barriga dela está cheia de um gel pegajoso.
"Pessoal!" Lavida chama a atenção.
"Desculpe de novo." Evan enxuga as prórpias lágrimas.
"Este é o primeiro bebê, um menino." Lavida aponta. Deméter logo se contorce de felicidade. "E aqui é o segundo bebê, é... ela é uma menina!" Evan pula de novo e pega Deméter nos braços, mas Lavida permite que eles se divirtam desta vez.
Eles são o casal mais lindo que ela já conheceu, e a história deles é absolutamente impressionante. Eles se amam tanto que alguém poderia dizer que eles têm mais do que dois corações, porque é impossível caber tanto amor em apenas dois corações.
"Vejo vocês em duas semanas?" Lavida os leva até a porta, mas, quando Deméter a abraça, Lavida fica pálida e despenca em seus braços.
"Evan, me ajude!" Deméter grita em pânico. Evan imediatamente a pega nos braços e corre com ela até recepção do hospital.
Depois que os médicos assumem o controle, ele e Deméter fazem uma ligação mental para Helens.
'Helens, onde você está?' Evan pergunta.
'Estou treinando com Raquel e os meninos.' Ele responde.
'Não entre em pânico, mas a Lavida desmaiou aqui no hospital. Achei que você poderia querer saber.'
'Fique aí!' Helens pede. 'Já estou indo!' Sem pensar, ele se vira e corre para o hospital.
"Onde ela está?" Helens pergunta assim que chega. "Em um quarto ao lado do escritório dela, parece que está bem agora." Evan responde, batendo de leve nas suas costas dele.
Ao entrar no quarto do hospital, o coração de Helens parece encolher quando ele vê Lavida na cama, dormindo de conchinha com a pequena Daisy no peito. Ele se aproxima com facilidade e pega Daisy nos braços, saindo do quarto com ela, e pede à Deméter:
"Você pode cuidar dela até a Lavida se recuperar? Não é bom a pequena ficar neste ambiente e ver a mãe abalada dessa maneira. Leve-a para o alojamento da alcateia. No sótão, acho que Viviana preservou o berçário da nossa infância." Ele logo volta para o quarto, para ficar ao lado de Lavida.
"O que você está fazendo aqui?" Ela pergunta ao acordar, mas imediatamente entra em pânico ao perceber que Daisy não está com ele.
"Ela está com Deméter." Helens se levanta, então vai para a cama ao lado dela, deitando-se perto da mulher e a abraçando apertado. "O que aconteceu?" Ele pergunta, preocupado. "Você desmaiou..."
"O que aconteceu?" Ele pergunta, preocupado. "Você desmaiou..."
"Acho que foi o cansaço e o fato de eu não comer desde ontem." Lavida responde.
"O quê?" Ele fica chocado. "Você tem que comer direito! Três refeições por dia, como você pode negligenciar uma coisa dessas?"
"Eu estava com muita coisa em mente." Lavida estica o pescoço de leve e afunda o nariz no pescoço de Helens, sentindo o cheiro dele.
Nas últimas semanas, ela passa a amá-lo e a querer estar com ele o tempo todo. Porém, mesmo que Helens insista que ela é dele, o homem sempre foge dela e a deixa acordar sozinha pela manhã. No começo, isso não a incomoda, mas quando ela percebe que isso se torna uma regra para ele, suas ações começam a machucá-la. É demais para seu pequeno coração.