Capítulo 69
1877palavras
2024-01-13 11:26
DAVIKA
Onde estou?
A consciência aos poucos vai retornando e ciente que agora me encontro nas garras de um inimigo chorar e lamentar é algo que jamais farei por que afinal vivendo a favor de proteger os Dafoes nada que fizerem comigo será pior do que passar pelo treinamento de Oliver ser a responsável por manter eu filho vivo certamente requer alguns sacrifícios e é conhecendo a história que me trouxe até aqui que tenho a plena certeza de que seja como for o meu fim não tenho dúvidas que serei lindamente vingada
Oz jamais deixaria que o assassino de sua mulher viva um dia amais para se arrepender
A escuridão é tudo que tenho permissão para ver o tecido que cobre os meus olhos é o que me torna ignorante para onde estou e com os meus pés sem nenhuma proteção a mesma corda que machuca os meus pulsos ela também fere os meus tornozelos a cadeira é desconfortável sua madeira apesar de trazer enorme incomodidade é a sua resistência que coloco a prova conforme me impulsiono cada vez mais para frente o som dos seus pés batendo contra o chão parece alto demais em meus ouvidos mas não desistindo por que jamais seria a donzela em perigo que espera ser resgatada eu faço de mim mesma o meu próprio resgate
Cada célula em meu corpo que especializadas em transmitir os impulsos nervosos elas assumindo a tarefa de dizer ao meu cérebro que a dor se faz presente não importa o quanto tente me soltar por que além de possuir uma mandíbula dolorida pelo golpe sofrido meus pulsos em um estado deplorável eles se sentem com grande dor já que testando a resistência da corda que me mantem presa a uma cadeira eu torso o nariz para os aromas que me rodeiam o cheiro de urina que ronda o meu nariz não vai se dissipar tão cedo e respirando em total revolta eu não meço esforços mas é lutando contra as cordas que machucam onde tocam minha pele fica húmida com o sangue que escapa
Nesse momento Oz deve estar muito chateado já que estou em falta
Ao fundo é o som de trovões que me avisa que o céu esta desabando e com a forte chuva batendo contra o telhado é o caos que acompanha a tempestade que nada permanecerá como um empecilho a natureza humana não pode ser negada por muito tempo é os desejos e anseios que nos fazem tropeçar ou ganhar forças para ir mais adiante mas seja como for é em uma noite chuvosa que não esperando a salvação de uma divindade aquele que clama por mim não medirá esforços para me obter em seu poder
Sou valiosa demais para que me deixem morrer
O som de uma porta sendo aberta é o que me alerta sobre a presença de um inimigo e parando completamente de lutar pela liberdade meus ouvidos ficam atentos para qualquer barulho que possa surgir seus passos acompanham um outro conjunto e não mas só eu tenho a atenção de três pessoas que logo serão vítimas da má sorte
Certamente que me raptar não foi a sua ideia mais brilhante
- Você cometeu um erro - declaro em busca de prolongar uma conversa que dará mais tempo para que Oz venha ao meu encontro
Oliver como um homem cheio de maus costumes ele cultivou um bom relacionamento com quem faz da vida algo banal a morte como sua aliada ela varre desse mundo qualquer um que se coloque em seu caminho A Besta um animal conhecido por todo o horror que causa nada mais é que a invenção de um homem que sem intenção de se manter limpo ele fez de seu trabalho arrancar qualquer esperança que possam ter quando como um último ato de vida é o seu rosto que vejam
A Besta como um bom animal de estimação ela cumprira as ordens de seu dono
Ela virá me buscar
- E esse erro seria? - retirando o tecido que cobre os meus olhos Sérgio se ergue diante de mim com grande superioridade - Você é minha para fazer o que desejar a família Dafoe nesse instante deve estar varrendo as ruas em busca de informações sobre o seu paradeiro mas não é engraçado que de tantas negociações que arruinamos você uma pequena mulher de olhos puxados é o que de mais valioso irei tomar dos Dafoes?
Seu hálito que sopra em meu rosto me diz que recentemente consumiu balas de hortelã sua imagem que tanto lembra a Miguel não é o que possa chamar de feio mas é com a malicia se mostrando em seus lábios quando um leve sorriso se estica que seus dedos segurando o meu queixo tudo que posso sentir é asco pelo seu obvio interesse por que os laços que os uni vai além do sangue pois é a perversão de seus ideais que os torna tão próximos
Sérgio retirando uma mexa de cabelo que se soltou ele a coloca atrás da minha orelha sua aproximação me deixa apreensiva e com o seu olhar percorrendo cada parte que me compõe é o seu obvio interesse que me torna uma pilha de nervos agitados por que quando pensava em ser pega pelos inimigos de Oliver eu não tinha em mente o estupro já que a morte era tudo que pensava
- Talvez o dinheiro não seja tudo que tome
- Você não vai querer fazer isso - o alerto
- Por que não? - rindo Sérgio não parece ter medo do perigo que se aproxima
- Se tocar em mim com as suas mãos imundas eu não poderei fazer nada além de sentar e assistir a sua destruição
Nada poderia parar a fúria de Oz
- Não tem como negar que são pai e filho - recuando para fugir de seu toque é com os seus olhos se escurecendo com a ira que sei que toquei em um ponto sensível - Miguel também pensou que seria uma ideia brilhante me tirar de Oz e no fim ele não está aqui para repetir os seus erros... - sem ao menos terminar de proferir palavras tão verdadeiras é com um tapa que Sérgio sem medir a sua força ele faz o meu lábio se partir e é com o gosto de sangue em minha boca que não tenho pena de dizer que seu fim se aproxima - Olhe bem para mim analise e estude cada detalhe meu e tenha em mente a sensação de tocar pela última vez em uma mulher por que não terá uma outra chance
O armazém ao qual me prendem nada mais é que um depósito de lixo por todo o caminho por onde quer que olhe lixo se espalha sem o menor cuidado e agora percebendo que o odor que chega até mim vai muito além do que simples urina sendo derramada aos redores que com nojo do chão imundo meus olhos tremem quando pegando a imagem de um preservativo usado eu quero recuar para que não toque os meus pés descalços
As paredes com a sua pintura descascando ela demonstra abandono, o telhado que a muito não é feito a manutenção água passa através das telhas quebradas e atingindo o chão uma enorme possa se forma as janelas também não estão em um estado melhor já que alguns vidros estão em falta e é analisando e estudando o lugar que cada pequeno detalhe formando uma memória um pouco distante é o que me alerta que estamos ao sul da cidade
Oliver não usou esse mesmo armazém para negociar algumas armas no verão passado?
Os homens que o acompanha nada diz e parados na porta para garantir que nada ira nos atrapalhar eles observam tudo com grande atenção seus músculos são enormes, seus cabelos que totalmente diferentes um do outro um tom escuro de loiro recai sobre a cabeça do mais alto de um modo desajeitado e apontando em todas as direções é a imagem de desleixo que representa enquanto o outro possuindo os seus fios de uma cor extremamente escura ele com a sua mão nunca longe da arma em sua cintura é a sua imagem que posso dizer que já vi em um outro lugar mas sem possuir a lembrança certa eu desvio o meu olhar e dedicando toda a minha atenção a Sérgio eu só posso rezar por suas almas
O céu caíra
A terra tremera
E o vento só trará o cheiro de seus corpos queimando
A morte será um alivio perante o que os espera
- Eu quero o meu filho - Sérgio proclama o seu maior desejo - Eu perguntei por ele eu briguei por Miguel mas vocês que pertence aos Dafoes se sentem tão superiores a todos nós que acreditando que realmente são os melhores ninguém quer ir contra a uma família a muito conhecida mas eu não tenho medo Miguel desapareceu e alguém tem que pagar o preço e por que não você que é o brinquedinho de Oz?
Seu entendimento da situação é um engano
- Você já está morto mas ainda não sabe
Não vou culpar Oz
Se tivesse continuado como só mais um guarda eu não estaria aqui mas também não teria experimentado um pouco do seu afeto Oliver me trouxe para um mundo de crimes ele é o responsável por fazer uma garotinha inocente se transformar em uma mulher cheia de pecados mas mesmo assim não o culpo já que apesar de nunca confessar foi o seu arrependimento em me fazer a sua serva que o fez concordar que poderia perseguir o seu filho
- Não é o que a situação mostra - abrindo os braços amplamente Sérgio indica tudo que esta em nossa volta - Eu estou no comando eu lidero a negociação e se Oliver não me devolver Miguel eu só posso mandar o seu corpo em pedaços
Hum
Isso não seria nada bom
Eu gosto do meu corpo inteiro
- Me matar pode ser algo fácil quando estou presa a uma cadeira me torturar pode ser divertido já que estamos aqui mas eu não sou como você disse o brinquedinho de Oz ele não me vê como um simples objeto para atender as suas necessidades o seu maior pecado não foi querer o seu filho de volta a sua maior transgressão não é lutar por Miguel mas sim a sua falha está em pensar que me capturando você atingirá os seus objetivos
- Não brinque comigo - ao levar a sua mão até o meu pescoço é os seus dedos me apertando que seu descontrole o faz possuir uma feia expressão - Eu não sou ignorante perante a frase o inimigo do meu inimigo é meu amigo vocês foram atrás de Mathias aquele ingrato eu deveria tê-lo matado quando tive a chance
O ar se torna cada vez mais escasso conforme o seu aperto se intensifica e sem conseguir tomar um bom fôlego é a sua risada que ouço quanto mais e mais o desespero me faz agitada que me debatendo meus olhos se arregalam conforme o oxigênio se faz tão necessário minhas unhas arranham a madeira da cadeira e com a visão ficando embaçada a última coisa que vejo é o seu rosto