Capítulo 67
1591palavras
2024-01-09 09:49
Davika
A noite com a sua escuridão ela nos proporciona uma boa cobertura a lua com a sua grande beleza ela nos banha com a sua luminosidade mas é um pouco afastado que sem derramar uma única lágrima Mathias com o seu semblante sem denunciar a confusão em seu coração ele permanece parado ao lado do caixão
Oliver quando soube que estaríamos saindo ele torceu os lábios ao perceber que minhas costumeiras botas sumiram para que assim em meus pés um sapato delicado ficasse em seu lugar o cabelo ao qual nunca dei grande importância diante de seus olhos eles ganharam um penteado e foi expressando a sua curiosidade por Oz estar saindo logo após a sua soltura que meu em breve sogro encarou o seu filho como se a sua imagem fosse a errada
Certo Não é como se no passado Oz tivesse se vestido com algo diferente de moletons
Ao descer as escadas de sua casa não só fomos vítimas de um interrogatório como Oliver sem entender o motivo de estarmos saindo tão tarde da noite ele questionou a nossa brusca mudança de vestimenta minhas roupas sempre foram para trazer conforto e praticidade já que nunca tenho como saber quando uma urgência terá início mas por algum motivo eu não acreditei que conhecer um possível aliado de Oz trajando regatas, calças que se apertam e botas de menina má trariam a imagem que a futura senhora Dafoe deve representar
Então aqui estou eu
Pela primeira vez usando um vestido
O Tecido é confortável ele atinge os joelhos e balançando suavemente eu ainda não decidi se usar algo diferente de regatas e calças de fato é algo bom andando precariamente em um par de saltos finos eu agora me equilibro de forma decente a sensação da brisa da noite que toca as minhas pernas nuas parece um pouco estranha mas sem me deixar abalar eu seguro o braço que Oz me oferece e caminhando para onde o perigo nos espera eu não consigo parar de imaginar se no futuro conseguiremos sair ilesos de uma casa que carrega em sua escritura o nome de um homem que não temos a mínima ideia do quão pesado é o seu passado
- Mathias - Oz sem se deixar abalar com os inúmeros seguranças que nos rodeiam nós somos os únicos que permanecemos como alguém de fora de seu círculo já que sem nenhum parente por perto Mathias é o único que sofre pela idosa já sem vida
Seus cabelos brancos, rugas e marcas que o tempo trouxe nesse instante é a morte que a leva para longe e com o clima pesado com a despedida o homem que atualmente tem frieza em seu olhar ele pela última vez poderá olhar para o rosto da idosa que por anos o amou como uma verdadeira mãe faria
- As primulas- da- noite. São plantas do gênero Oenothera, conhecidas popularmente por esse nome graças a algumas espécies que se abrem pouco antes do anoitecer, embora nem todas façam isso. - fechando as suas mãos o forte aperto que tem é o primeiro sinal de que realmente não está bem
Mathias tenta bancar o Durão
Mas no fundo sua dor é incontestável
- As primulas-da-noite - sussurro ao ganhar a sua atenção - Sua Avó gostava muito dessas flores é por isso que ainda estamos todos aqui?
- Sim eu queria que pela última vez ela pudesse vê-las - acariciando os cabelos de sua avó Mathias pronúncia as palavras tão suavemente que quase não consigo ouvir o que diz - Eu abdiquei de tantas coisas eu desisti de tudo que tinha por direito e tudo para não magoa-la desde muito cedo minha avó sabia o que me tornaria e com medo de que seria igual ao meu pai ela me fez prometer que me manteria limpo de toda a sujeira de nossa família
Com seus olhos húmidos em total tristeza a represa se rompe e chorando Mathias se inclina para beijar o rosto da mulher que o criou o caixão é de uma madeira de alta qualidade as flores que acompanham são lindas mas é as suas roupas simples que denuncia que a velha senhora não tinha grande vaidade
- Não fique triste quando as memórias voltarem para relembra-lo do que perdeu nesta noite - Oz assumindo uma personalidade mais compassiva ele segura o ombro de Mathias com uma mão e não esperando essa atitude os homens que protegem aquele que está de luto se preparam com as suas armas em mãos mas Mathias os ordena a relaxarem
Certo
Em nosso mundo qualquer gesto pode ser considerado uma ameaça
- Eu sei como se sente eu perdi a minha mãe ainda muito jovem eu não conheço o amor maternal e nunca soube o que significa o tipo de amor que você conseguiu da sua Avó mas saiba de uma coisa você teve muita sorte chegar aos 30 anos e ainda possuir em seu coração uma pequena idosa como prioridade eu diria que são poucos que lutam contra a sua natureza para que no fim quem ama não se decepcione
- Você fez o que esperavam de você agora que a única pessoa que o mantinha sobre controle já partiu não acha que está na hora de decidir por conta própria o que fará daqui em diante? - de pé ao lado de Oz eu deixo transparecer o motivo de nossa visita
Certamente Mathias não é nada como Sérgio
Onde seu pai possui uma malicia que não pode disfarçar
Mathias possui a calma como aliada para assim mascarar o seu temperamento
- Quem é você? - Mathias olhando profundamente para tudo que sou ele me analisa com cuidado
- Davika é minha mulher - Oz declara seriamente
- Eu vejo vocês estão juntos a muito tempo? - secando as suas lágrimas sua mão continua a acariciar os cabelos de sua avó
- Nossos caminhos se cruzaram cedo na vida isso não é uma benção? - tento mascarar porque apesar de saber tudo sobre Oz ele de fato não me conhece muito bem se levar em conta que conheço tudo que existe para saber sobre o meu amado
- Eu sei o que esta tentando fazer Oz
- E isso seria? - meu menino se faz de inocente
- Nos deixem - Mathias ordena e rapidamente o ambiente é limpo de qualquer segurança que o mantinham sob vigilância - Você também - ele se vira para mim - Eu quero falar somente com Oz
- Tudo bem eu vou esperar do lado de fora - soltando o braço de Oz eu caminho para além dos portões e deixando para trás o jardim a casa que se ergue com grande elegância fica no esquecimento quando atingindo a rua eu posso respirar normalmente
- Isso precisa dar certo - sussurro apreensiva - Eu não posso ter imaginado isso
Mathias parece ser pior que Sérgio
O ar que o rodeia é sufocante
- Hum... será que já posso tirar isso? - balançando o meu pé para a frente eu observo que ser uma dama realmente dá muito trabalho - Agora que estou do lado de fora eu acho que posso tirá-los Oz não se importaria que volte para casa sem os meus sapatos não é?
Esse é o pior instrumento de tortura que existe
Por que não é um inimigo que nos machuca mas sim a nossa própria vaidade
- Nunca mais irei usá-los - resmungando que não nasci para ser o que de tão feminino existe eu tiro dos meus pés o que vem estragando o meu humor e empurrando os dedos contra o chão o alívio é rapidamente registrado quando o toque frio percorre onde antes o salto alto me fazia incomoda
Mais a frente o som de um carro derrapando é o que chama a minha atenção e ainda sob os efeitos do alívio em não mas estar calçando algo tão desconfortável que homens muito grandes descem do carro e com suas expressões gêmeas de descontentamento eu me preparo para o que virá
- Você vem com a gente - um deles anuncia
- Desculpe mas já tenho planos e eles não incluem ir com vocês - largando os sapatos em um lugar qualquer o primeiro que avança em minha direção é fácil de desviar o segundo apesar de ser mais ágil ele tem dificuldade em me pegar mas desviando de meus golpes pela última vez dou adeus a moral e jogando sujo eu o chuto onde mais dói e tenho dúvidas se um dia terá filhos
Bem
Espero que se tornar pai não esteja na lista
- Sua cadela quando colocar as minhas mãos em você... - ele geme ao cair no chão e segurando suas partes de menino o grande homem se transforma em uma ameaça neutralizada
O sentimento de vitória dura pouco o homem abatido me olha com dor e sofrimento enquanto se lamenta ao balbuciar ameaças sem sentido o outro que o acompanha de pé ele tem um sorriso irritante em seus lábios e querendo o espancar até a inconsciência eu estralo os meus dedos mas sem qualquer aviso sem ao menos despertar um alarme em mim um punho voando em direção ao meu rosto é o que mostra que nesse tempo todo um terceiro homem estava só a espera do melhor momento para atacar
- Você é uma coisinha resistente não é? - suas palavras chegam aos meus ouvidos como a despedida de pensamentos sombrios já que caída ao chão eu sucumbo a escuridão