Capítulo 18
1113palavras
2023-07-18 13:50
OZ
A lua com sua beleza nos fornece um brilho sobrenatural, o vento que sopra não augura nada de bom e as sombras que nos rodeiam nos fazem sucumbir ao que temos de pior mas é saber que nem tudo está perdido que me mantém firme só a espera do mal se mostrar e com ele trazer desolação e caos uma entidade se anuncia e junto vem o medo que perca o controle e faça desse local o lugar final de descanso do que agora é nosso inimigo comum
A Besta o encara de frente sem medo da morte pois a morte é seu aliado o famoso assassino de meu pai aparece quando mais necessito e com um fio de confiança eu dou um passo para frente para que Alexandro veja que não serei abatido tão facilmente

- Ah Alexandro você foi tão desafortunado ao aceitar essa ordem - a Besta sorri cruelmente e com o dedo indicador ele passa sobre sua lâmina que retira de sua lateral um corte é deixado em seu dedo e uma gota de sangue escapa
Seus olhos verdes dizem que esta desapegado da vida, seus 1,90 de altura o faz olhar de cima, seus cabelos castanhos que balançam com o vento aparenta estar precisando de um corte e mesmo que vista um casaco pesado ainda sim por baixo disso eu posso dizer que se escondem músculos
- O que... - Alexandro diz sem intender que logo sua vida estará terminada ele olha para mim com as sobrancelhas franzidas sem ao menos ter noção de que esse é o último dia em que vaga pela Terra
- Não me olhe assim é da Besta que você deveria ter medo - digo ao encontrar minha voz pois o ar que nos rodeia é tão difícil de aspirar por que não somos velhos amigos que se encontram mas sim duas pessoas que estão em lados opostos
Vir atrás de mim foi um erro que Alexandro pagará com a vida
- Não deixar para trás sobreviventes é o que me mantém no anonimato mas agora que você me viu agora que sabe quem sou você tem que entender que não posso permitir que escape para que diga a outros o que descobriu - a Besta percorre o curto espaço que o separa de Alexandro e sem medo o enfrenta

Uns dos maiores pecados cometidos pelo homem é tirar uma vida
Mas a Besta de meu pai a muito tempo se esqueceu que o ser humano não só representa o mal mas também a benevolência
Sinto como se estivesse de fora dessa situação meu coração bate sem saber o que esperar já minha mente se prepara para o que será os últimos segundos de quem veio para ceifar minha vida Alexandro não é páreo para o animal de meu pai que sem muito esforço é capaz de trazer tudo de ruim que possui só para levar suas vítimas a um lugar onde retornar não é possível
- Não estou entendendo - meu perseguidor pronuncia as palavras em confusão e sorrio pois a Besta exala uma dominância uma confiança um completo horror que poucos intenderiam sua necessidade de sentir as pessoas ao seu redor tremerem em pavor

A clareza da situação é o que o põem em perigo Alexandro pode ter me seguido com a perversa intenção de me eliminar mas não contava em ser surpreendido por alguém que escreve sua própria história forjada pelo sangue que mancha suas mãos
- O que tem para entender? - sua pergunta é feita com um sorriso e logo a Besta coloca uma mão em seu ombro em um firme aperto - Você me perseguiu por muito tempo sem ao menos saber como me pareço não sabia como era minha voz e nem que estive brincando com você permitindo que me caçasse para minha diversão e agora que estou em sua frente você nem ao menos me reconhece por quem sou - a Besta aproxima seu rosto de Alexandro sem nunca soltar seu aperto em seu ombro - Quem sou Alexandro por quem sou conhecido?
Estamos em um impasse
Ou a ameaça que meu perseguidor representa é neutralizado ou daqui a algumas horas quando o Sol nascer eu não mas estarei no mundo dos vivos
- Não... você não pode ser ele - Alexandro diz em descrença deixando claro sua relutância em aceitar os fatos suas mãos se fecham em punhos para que não veja que estão tremendo e seus olhos se arregalam em surpresa de estar por fim diante daquele que mais procurou mais nunca achou
- Quem sou? Diga alto e bom tom - A Besta sussurra em diversão
Meu coração bate loucamente em antecipação, minhas mãos estão frias e mais e mais pensamentos povoam minha mente com as possibilidades de como esse embate pode acabar e em nenhuma das opções Alexandro termina bem pois a Besta é conhecida por sua excelência em não deixar um serviço mal acabado ainda mais agora que sua identidade foi revelada
Alguns se entregam a ganância
Outros a luxuria
Mas a Besta é um eterno aprendiz a sua maneira
- Você é... você é a Besta - Alexandro engole em seco e tenta dar um passo para trás mas sem sucesso pois é firmemente segurado por seu oponente
Poderia gritar por ajuda poderia fugir mas tudo que faço é ficar plantado onde estou sem conseguir colocar em palavras os intensos sentimentos que me abalam eu sou levado pelo momento e sigo firme com o que o destino traçou
- Entende que aqueles que olham nos meus olhos são aqueles que nunca mais verão outra coisa?
- Eu... eu só estava seguindo ordens - ele se defende
- Não estamos todos? - a Besta sorri de lado e com suas próximas últimas palavras ele decreta seu fim - Um dia fraquejarei um dia encontrarei o que irá se tornar minha fraqueza e assim como você terei o mesmo destino - sem hesitação sem pestanejar e muito menos pensar duas vezes nas consequências de seus atos a Besta empurra sua lâmina no estômago de Alexandro e assim evitando que seu inimigo dê o primeiro golpe
Sangue mancha suas roupas e me vejo cada vez mais hipnotizado pelo líquido vermelho meu oponente geme e segura seu ferimento pois permitir ficar perto do animal que se esconde debaixo da camada de bom cidadão que a Besta tem foi um erro que se provou fatal
Algumas pessoas estão destinadas a grandezas
Já outros estão só de passagem em sua vida
Como Alexandro que hoje será relegado a só mais um na lista da Besta
E logo Sérgio e Miguel trilharam esse mesmo caminho