Capítulo 120
915palavras
2023-10-19 00:01
Peter, que observava atentamente a troca dos dois homens, não disse nada. Ele temia que se falasse, suas atividades anteriores seriam realizadas. Alphonsus era uma fada real, que descobriu magicamente que Roxanne estava grávida. Só a deusa sabia as outras coisas que ele podia ver.
Mais uma vez, ele foi forçado a espiar o relógio antigo pendurado na parede, logo acima da cama de Roxanne. O que ele viu fez com que seu queixo caísse. Faltam apenas trinta e cinco minutos para a coroação de Lancelot!
Peter olhou para Lancelot, que estava com a mão na cabeça de Roxanne, enxugando seu rosto suavemente.
Agora não é hora de mostrar a ela que você a ama, pensou Peter. Ele limpou a garganta e falou.
"Eu odeio ser o único a estragar este lindo momento, senhor, mas se não formos agora..." Peter fez uma pausa, ele tinha certeza de que não precisava continuar o resto da frase.
Lancelot olhou para Peter e mudou para Alphonsus, antes de afastar a mão de Roxanne. Ele iria embora agora, mas primeiro tinha que se certificar de que o quarto dela estaria seguro e protegido. Então, ao sair da sala, ao lado de Alphonsus, ele contatou o doutor Martin e o fez prometer que montaria dois guardas na porta de Roxanne que a vigiariam a noite toda. Se alguma coisa desse errado, Martin pagaria com a vida; Lancelot certificou-se de saber disso.
Os três homens caminharam lado a lado até o estacionamento. Afonso e Peter entraram no carro de Peter, enquanto Lancelot encontrou o dele e entrou nele. Peter esperou que o carro de Lancelot liderasse o caminho, mais para vigiá-lo e protegê-lo por trás, do que qualquer outra coisa. Havia pessoas que queriam ter certeza de que Lancelot não sobreviveria hoje, e essas pessoas aproveitariam qualquer oportunidade para atacar. Lancelot não poderia ser muito cuidadoso.
Lancelot dirigiu em silêncio até chegar ao portão do palácio, que lhe foi aberto imediatamente. Ele dirigiu até o estacionamento e caminhou até a porta dos fundos do palácio. Ele entrou no prédio do palácio de lá. Havia muitos visitantes e convidados à espreita na porta da frente enquanto aguardavam os rituais das 23h. Ele não podia correr o risco de ser visto por alguém e ser bombardeado com perguntas.
Falando em ser visto por alguém...
A poucos metros de sua porta, Lancelot avistou sua mãe, Madeline. Ela ficou na frente da porta dele com os braços cruzados, em seus trajes reais, muito preparada para a cerimônia desta noite. Não havia como ele evitá-la. Lancelot soltou um suspiro descontente antes de caminhar em direção a ela, como se não a visse, ou não visse que ela estava com raiva.
Madeline conseguia perceber o som dos passos do filho, assim como conseguia perceber o cheiro da pele dele e a colônia com aroma árabe nela. Então, ela sabia que ele estava muito perto, e rezou para a deusa pedindo a força e o autocontrole que ela precisava para não lhe dar um tapa retumbante na bochecha. Ela se recusou a acreditar no que Ava lhe dissera antes, mas o que havia para não acreditar? Quando se tratava daquela garota humana, Lancelot parecia perder os sentidos.
Mas, tudo isso terminaria esta noite, ela pensou, enquanto seus olhos se estreitavam para ele quando ele estava na frente dela sem remorso nos olhos. Madeline tinha um plano que manteria Lancelot sob controle, PARA SEMPRE.
"Mãe." Ele deixou escapar, com o mesmo tom que um jardineiro usaria para falar de um espinho entre suas rosas; sem consideração, com leve irritação. Isso a teria machucado, mas Madeline já estava acostumada demais com a frieza do filho. Parecia apenas ser forçado a engolir blocos de gelo; não doeu mais quando estava em seu estômago.
"Você está atrasado." Ela explodiu.
Lancelot colocou a mão na maçaneta da porta e abriu-a, sem olhar para ela.
"Eu prometi ao pai que estarei aqui antes das 11."
"Você prometeu que chegaria bem a tempo de se preparar! O que há de errado com você, Lance?" Quando ele entrou em seu quarto, ela o seguiu.
Lancelot cerrou os dentes e forçou-se a virar-se para ela.
"Eu poderia me preparar, mãe? Ou você me repreenderia com os quinze minutos que temos?"
Ela estava tentando manter seu temperamento sob a superfície. Olhando para ele, ela se perguntou por que sempre foi assim entre eles. Lancelot sempre a forçava a fazer o pior das coisas para mantê-lo sob controle, fazia com que ela fizesse sacrifícios desnecessários por causa dele. Madeline respirou fundo para acalmar os nervos, tentando lembrar a si mesma que era seu dever como mãe dele.
Se ela não fizesse isso, ninguém faria.
Madeline balançou a cabeça, examinando sua aparência.
"Você tem que ser bem lavado, você cheira a água sanitária." Era verdade, mas carregava um ar denso de acusação que forçou Lancelot a tossir. Madeline não falou mais com ele, saiu da sala para mandar ordens às empregadas para que o preparassem.
Lancelot observou Madeline sair da sala. Quando ela fechou a porta atrás dela, ele tirou a roupa para se vestir para o ritual. Só três minutos depois ele ouviu uma batida na porta. Ele estava vestido apenas com cueca boxer enquanto chamava o visitante para entrar. Deve ser Peter querendo transmitir-lhe uma mensagem, pensou.
E ele pensou errado. Duas criadas entraram em seu quarto, com seda preta nas mãos. Ele percebeu por seus passos majestosos que eles foram enviados para prepará-lo, então ele não reclamou.