Capítulo 4
1735palavras
2023-07-21 10:32
Emily ficou assustada quando acordou e sentiu uma mão puxando ela pelo pulso direito.
"Eu menti! Eu não vou sobreviver hoje sozinha!"
Os olhos de Emily se arregalaram de surpresa ao ver Roxanne vestida com seu roupão.
"O que di*bos tá acontecendo?", Emily perguntou, olhando para a amiga enquanto ela esticava os braços.
"São 9 da manhã, Emily, e eu tô com medo! Não posso aparecer naquele casamento sem um acompanhante. Por favor, liga pra um dos seus irmãos, pode ser qualquer um deles. Preciso de ajuda!"
Emily pôde ver a dor da sua amiga em seus olhos, as lágrimas que ela lutou para conter traíam-se em sua voz. Ela gostaria que houvesse algo que pudesse fazer para ajudar, mas tudo o que podia fazer, ela já havia feito.
Roxanne se permitiu ser puxada para os braços de Emily, ela relaxou contra o peito da sua melhor amiga enquanto passava os dedos pelos cabelos.
O gesto ajudou a acalmar o leve ataque de pânico de Roxanne.
Emily segurou Roxanne sem falar uma palavra, e isso garantiu para ela que ela ficaria bem.
Por um momento, Roxanne se sentiu bem. Emily sempre a fazia se sentir melhor, era por isso que elas permaneciam inseparáveis desde o colégio. Na faculdade, a distância não era forte o suficiente para manter elas separadas.
Enquanto Emily voou para a França para frequentar uma Escola de Artes, Roxanne permaneceu no coração do Texas. Mesmo assim, as duas não passavam um dia sem se cumprimentar pela manhã e se despedir à noite.
Com Emily, se vestir parecia mais fácil. Se ela fosse olhar Jonah e sua irmã nos olhos novamente, ela faria isso como uma mulher melhor e mais bonita.
Mais bonita do que qualquer um deles já a tinha visto.
Ao se olhar no espelho da penteadeira, Roxanne soube que sua primeira missão estava cumprida.
O vestido de renda azul-celeste desenhou suas curvas. As mangas eram longas, até os pulsos. O decote redondo foi preso com um botão elegante na parte de trás do pescoço. Suas costas estavam nuas, já que o vestido expunha tudo antes de formar um corte em V logo acima da cintura.
Seu cabelo castanho repousava sobre o ombro esquerdo, caindo para o lado do umbigo. Ela estava usando brincos azuis combinando com o vestido. Sua maquiagem foi bem feita e simples.
Roxanne se sentia uma pessoa totalmente diferente. De salto alto, a semelhança entre ela e Rayla ficou gritante.
Isso a fez estremecer de raiva.
Emily saiu uma hora antes para atender os convidados na igreja, no lugar de Roxanne, que insistiu que queria chegar lá muito mais tarde.
No entanto, sua amiga fez questão de deixar o carro para trás. Roxanne não pretendia ficar vagando pelas ruas com um vestido de noiva enquanto procurava um par, qualquer homem adequado para acompanhá-la.
Ela tinha que encontrar alguém para entrar entrar na igreja com ela, qualquer um.
O Toyota Hyundai azul de Emily contrastava fortemente com seu vestido azul marinho, Roxanne o dirigia mesmo assim.
Mesmo enquanto seus olhos permaneciam nas ruas movimentadas de Manhattan, sua mente continuava a pensar. Para quem ela poderia ligar? Um ex colega? Um amigo? M*rda.
Seu coração começou a bater mais forte de novo. Ela estava confusa e muito delirante ao pensar que seria capaz de ir ao casamento sozinha! Roxanne não podia, ela sabia disso. Ela tinha que encontrar alguém, mesmo que fosse um garçom de um restaurante.
Ela gemeu de frustração, batendo os punhos contra o volante. Ela estava ficando louca só de pensar nisso. Ela nunca teve muitos amigos homens, nunca se preocupou em fazer qualquer amizade. Jonah franziu a testa contra isso.
Lágrimas brotaram em seus olhos ao pensar nele.
Jonah Rivers. Eles se conheciam desde o ensino fundamental e começaram a namorar no segundo ano do ensino médio. Ele sempre esteve lá, durante a puberdade, adolescência, idade adulta, dias de faculdade com ela irritada, formatura da faculdade, pós-graduação, seus dias de estágio, tudo isso. Eles estiveram na vida um do outro durante todas as etapas importantes.
Ela estava com ele quando ele saiu do seu escritório de arquitetura e decidiu seguir carreira solo. Ela estava com ele nas noites em que ele trabalhava duro e nas manhãs em que dormia. Ela estava lá para deixar uma xícara de café na sua mesa quando ele trabalhava até tarde da noite, ela estava lá para tirar as meias dele e colocar ele na cama quando o sono o pegou desprevenido em sua mesa de trabalho.
Quando ele finalmente conseguiu abrir sua própria empresa, ela estava lá para mostrar seu apoio da melhor maneira possível para ele.
Ela sempre esteve lá. No entanto, ele a traiu da pior maneira possível.
Poderia ter sido com qualquer uma. Roxanne desejou que fosse qualquer outra pessoa além da sua irmã. Ele poderia ter decidido engravidar qualquer garota aleatória. Em vez disso, ele escolheu sua irmã gêmea.
E Roxanne nunca o perdoaria por...
De repente, ela avistou o semáforo acima deles. A cor vermelha estava estridente. Ela ia atravessar a rua quando avistou o semáforo. Em pânico, pressionou o pé esquerdo no freio do carro, fazendo o carro parar rapidamente.
O suspiro que escapou dos seus lábios foi de gratidão. Ela teria perdido o carro de Emily hoje e teria que pagar quase cem dólares para concertar ele, ou até se tivesse sido pega desobedecendo às regras de trânsito, e esse era o dinheiro que ela não tinha.
No entanto, sua ação não durou trinta segundos.
BANG.
Os olhos de Roxanne se arregalaram de horror enquanto o choque corria pelas suas veias. Sua cabeça voou em direção ao volante, ela se viu colocando as mãos na buzina do carro para impedir que sua cabeça colidisse com o volante.
O que di*bos aconteceu aqui?
A força da colisão que o carro que vinha atrás usou para atingir o dela foi intensa.
Isso poderia ter matado ela, p*rra! O coração de Roxanne bateu violentamente contra o peito com esse pensamento. Mas uma pequena voz dentro dela lhe disse que não teria sido uma má ideia.
Suas mãos agarraram o volante enquanto ela lutava para controlar a respiração. Suas mãos estavam tremendo de medo.
Ela poderia ter se ferido gravemente. Emily teria se machucado, teriam dito que ela tentou se matar.
Ela já podia ver as lágrimas falsas de Rayla e a falsa demonstração de simpatia. Ela iria se culpar pelo "suicídio" de Roxanne.
Sua mandíbula se apertou. Ela sabia o que eles fariam se isso realmente tivesse acontecido.
"Pobre garota. Não aguentou a traição", eles teriam dito.
Raiva. A forma mais comum de emoção que Roxanne se via retratando atualmente. Isso a invadiu mais uma vez quando ela abriu a porta do carro e saiu.
Quem quer que estivesse atrás dela pagaria pelos danos. Ela estava com sorte porque o carro de Emily tinha seguro, mas Roxanne não ia deixar o motorista descuidado que estava atrás dela se safar, nunca.
Seus olhos olharam para o Range Rover preto mais uma vez, mesmo enquanto olhava pelo vidro do para-brisa para o motorista que estava visivelmente tremendo. Todos os carros ao lado deles também pararam.
Ele ainda estava dentro do carro quando quase a matou?
Furiosa, ela se aproximou do carro e bateu com a palma da mão no para-brisa.
"Senhor, juro por Deus que, se você não descer desse carro agora, vou garantir que nenhum de nós saia daqui hoje! Você quase me matou e agora está sentado aí sem fazer nada?!", ela gritou de raiva.
Seus olhos viram o capô arranhado do carro. Ela sorriu satisfeita, embora o sorriso estivesse em sua cabeça. O carro dele também foi danificado, 50%.
Mas isso não era o suficiente, não para ela.
Finalmente, ela encontrou uma maneira de deixar escapar a frustração de um mês. Era uma pena que o homem atrás do volante fosse levar a culpa por tudo isso.
Lentamente, o jovem desceu do banco do motorista e parou na frente de Roxanne.
"Senhora, sinto muito. Eu..."
"Você sente muito? Você arruinou o meu carro e poderia ter me matado e você sente muito?!", ela se virou para o carro, apontando para ele, e depois olhou de volta para o homem magro.
"Eu estava dirigindo bem na sua frente! E você acabou de bater em mim! Onde estava a sua cabeça? Nas nuvens?!"
Ela estava com raiva, com muita raiva, e seus olhos de desculpas escondidos atrás de lentes pesadas não fizeram nada para acalmá-la.
O que havia de errado com esse mundo? Por que tudo tinha que estar contra ela o tempo todo!
Ela estava tão concentrada em seus gritos e reclamações que não viu os olhos do homem se afastarem dos dela e pousar no homem que estava atrás dela.
"Sr. Lancelot... Por favor, entre no carro, não é nada sério, eu cuido disso", o homem falou, mesmo quando algo que parecia respeitoso escureceu seu olhar.
Roxanne fez uma pausa. Foi só quando ela parou de falar que ela pôde ouvir o som da respiração dele atrás dela. Foi então que ela notou a sombra pairando sobre a sua e a direção do olhar do motorista.
Bem atrás dela.
Suas sobrancelhas franziram em uma carranca enquanto ela virava em direção a ele.
Seus olhos encontraram o peito de um homem vestido com um smoking azul. Incerta do que esperar, seus olhos se fixaram no homem, ele tinha um peito largo estava com omoplatas perfeitamente esculpidas.
Quando seus olhos alcançaram seu rosto, olhos azuis entediados a encararam.
Ela paralisou, o olhar em seus olhos era frio o suficiente para congelar ela.
"Chame outro carro, Peter, eu cuido dela", o homem ordenou novamente. Mesmo quando seus olhos deixaram os de Roxanne e pousaram no motorista.
Ela não viu o homem atrás dela voltar para o carro. Seus olhos estavam fixos nele, afundando mais fundo em seu olhar enquanto ele a encarava novamente.
Ela ficou chocada. Ela não podia gritar com ele do jeito que gritou com o motorista. Era quase como se seus olhos azuis gelados tivessem a paralisado.
Ele levantou uma sobrancelha em dúvida, só então Roxanne percebeu que ela estava olhando para ele.
"Qual é o problema, senhorita?", agora, sua atenção estava nela. Seu olhar estava nela, ele estava dirigindo sua pergunta para ela.
'P*ta merda', Roxanne murmurou em sua mente, quando percebeu que os olhos dele sobre ela também haviam amarrado sua língua.