Capítulo 32
1949palavras
2023-08-02 03:29
Theodora
Saímos para o saguão do Teatro e eu estava tão feliz! Com uma mão eu carregava o buquê de rosas do terceiro lugar na competição de dança e com a outra eu segurava a mão do Robert. Ele andava devagar por causa do gesso e fiquei preocupada por mantê-lo tanto tempo de pé.
E distraída com tudo isso, não vi minha família se aproximar de nós. Eu havia me esquecido completamente deles.

— Quem é você e onde pensa que vai com a minha filha? — Ouvi minha mãe questionar Robert, tentando se impor mesmo com sua baixa estatura.
No primeiro momento ele pareceu surpreso, mas alguns instantes observando a mulher de pele negra e lindos olhos verdes ele pareceu entender quem ela era.
— Me desculpe, sou Robert Servantes — ele disse e estendeu a mão.
— Então é você o rapaz que anda fazendo minha filha chorar? — indagou, antes de apertar a mão dele. — Sou a mãe dela, Esmeralda. E esse homem aqui é o Reginaldo, pai da Theodora.
— É um prazer...
— Quero que você veja bem que a Tessy tem família para defender ela.

— Mãe!
— Eu tenho direito de falar — Esmeralda insistiu
— Tudo bem, Tessy — Robert respondeu. — Deixe sua mãe falar.
— Isso, me deixa falar. — Esmeralda deu um sorrisinho de meio canto mas logo disfarçou, pois estava bancando a durona — Theodora e Lisa são o que a gente tem de mais precioso. Não vamos aceitar que você ofereça qualquer coisa pra ela, somos humildes, mas quero respeito com a minha menina.

— Isso mesmo — repetiu meu pai, que não era muito bom com as palavras.
— A Theodora é preciosa para mim também e vou dar a ela sempre o melhor de mim.
— Palavras… palavras... — Ela balançou a cabeça — Vai ter que fazer melhor que isso, rapaz. Nada de namorar escondido com minha filha.
— A senhora está certa. — Robert apenas concordava.
— Coloca um anel de compromisso bem grande no dedo dela, mas principalmente no seu!
— Vou providenciar o mais rápido possível.
— Assim espero — minha mãe indagou. — Porque senão...
— Tá bom, mãe. — Eu cortei a conversa — Eu sou adulta e fiz minhas escolhas também. — Dei um largo sorriso — Fico feliz que tenham se conhecido, finalmente.
— Ele até que é bonitinho, filha — disse Esmeralda, observando Robert descaradamente. — Ela é muito bonita também, viu? Vários rapazes...
— Já tá bom mãe, ele entendeu.
Percebi que Rob queria rir do meu embaraço, mas se segurou, olhando para o chão.
— Lisa está lá fora com as suas primas. Vamos sair daqui e comer uma pizza, porque não vem com a gente? Assim podemos conhecer seu namorado melhor — meu pai perguntou.
— Eu vou acompanhar o Robert até a casa dele agora. — E quando vi o olhar de censura da minha mãe logo me justifiquei — Ele recebeu alta do hospital hoje e veio direto para cá. É melhor descansar.
Meus pais voltaram o olhar para a perna engessada de Robert e se lembraram de toda a história do acidente que Lisa contou para eles.
— Está certo então, tenham juízo vocês dois! — minha mãe falou.
Eles saíram. Robert estava vermelho e rindo.
— Achei que sua mãe fosse te impedir de ir comigo.
— Jamais! Ela quis parecer brava, mas é um doce.
Em seguida, pegamos um táxi até o Flat do Robert. O local estava desocupado há dias, porém a faxineira tinha deixado tudo impecável. Robert se sentou no sofá e arfou, aliviado, não sei se pela dor na perna ou por finalmente voltar para casa.
Eu coloquei minhas coisas sobre a mesa da copa e me sentei ao lado dele.
— Que bom ter você aqui novamente — ele disse e me beijou.
Ah, como o sabor dos lábios dele eram incríveis. Eu não me cansava de beijá-lo. A barba que havia crescido roçava suavemente em meu rosto e era uma sensação nova e excitante.
Quando o beijo terminou, ele estava sério.
— Acho que agora chegou a hora de acertarmos as coisas, não é?
— Sim, Rob — concordei. — Desde aquele dia na praia eu deixei muito claro que te amava. Talvez tenha me precipitado em abrir o jogo logo de cara, porém quis ser honesta com você. Houveram mentiras no começo, sobre o Kaique e eu...
— Eu sei. — Acariciou meu rosto — Mesmo que você e Kaique tivessem namorando, assim como eu e Betina, acabaríamos juntos. Existe uma grande força que me puxa na sua direção. No começo quis lutar contra isso, porém a vida ficou melhor quando cedi ao desejo de ter você comigo.
— Você terminou mesmo o noivado? Eu só te aceito se for por inteiro, Robert.
— Sou um homem livre. Não estou mais com a Betina e também não estou na presidência da RCS.
— A Lisa me disse. — Mordi o lábio — Só não quero que lá na frente se arrependa de ter aberto mão do cargo na empresa por minha causa.
— Não vou me arrepender. A empresa estava me consumindo demais. É claro que meu padrão de vida vai cair um pouco, mas espero que não se importe que eu seja um mero assalariado...
— É claro que não! Não estou contigo por uma coisa dessas. Quero ficar com você, quero te ver bem, com saúde e contente. O resto a gente conquista.
— Ah Tessy, ter você me faz feliz. Naquele dia do acidente eu já te disse isso, mas quero repetir direito: Theodora, eu te amo.
Eu sorri. Olhei para aquele homem lindo sentado diante de mim. Ele era meu e eu faria de tudo para que nada nos atrapalhasse novamente. Meu peito se encheu de alegria por aquele momento de confidências.
— Eu também te amo, Robert. Cada parte de mim te ama. — Colei meu corpo ao dele — A cada momento do dia eu te amo… e vou te amar para todo o sempre.
— Faça amor comigo, Tessy — sussurrou em meu ouvido. — Estou com saudades de você.
— Mas e a sua perna? Você não está com dor?
— Daremos um jeito.
Nos levantamos e seguimos silenciosamente até o quarto. Não podíamos esperar mais nenhum minuto um pelo outro.
Robert sentou na cama e eu o ajudei a tirar os sapatos e a camisa. Me inclinei na direção dele e abocanhei os lábios deliciosos com volúpia. As mãos dele subiam e desciam pela minha cintura, contornando minhas curvas.
— Me ajude a soltar os laços do vestido — pedi.
Ainda estava com o vestido da apresentação e havia uma amarração nas costas. Me virei para ele e senti suas mãos trabalhando para soltar meu vestido. Então o tecido deslizou pelo meu corpo até cair no chão.
Ainda sentado na borda da cama, a boca de Robert alcançou o final das minhas costas, com pequenos beijos. Uma das mãos agarrou minha barriga e ele me puxou para mais perto. Senti ele cravar levemente os dentes nas minhas nádegas.
— Ah, Robert!
— Você me enlouquece, Tessy. — Continuou com a boca em mim — Eu poderia devorar você por inteiro.
Logo me soltou e eu virei para ele. Robert se deitou na cama e eu puxei a calça para fora com delicadeza para não machucá-lo.
A visão do membro rígido e sublime me fez arder instantaneamente. Deitei do lado dele e ele pegou novamente minha boca, descendo pelo meu pescoço até alcançar meus seios.
Caramba, como era bom ter a língua dele no meu corpo. Com a mão livre procurei pelo membro e o segurei, movimentando os dedos sobre a glande lisa e macia.
— Tessy... Você aprendeu direitinho...
Eu sabia que ele tinha urgência em entrar em mim e eu mesma estava com saudade do corpo dele que era difícil de descrever. Me virei de costas, de modo que ficamos de conchinha. A perna ferida de Robert estava por cima e não iria atrapalhar. Me ajeitei até que nossos corpos se moldassem da maneira certa.
Então ele me penetrou.
Aquilo era sempre bom.
Com uma das mãos ele alcançou meu ponto de prazer, intensificando minha estimulação. Então começamos a nos movimentar com cuidado e sem exagero. Daquele jeito também era gostoso. Devagar era um pouco mais demorado, mas o balanço era excitante e a respiração dele na minha nuca me deixava ainda mais louca. Comecei a rebolar os quadris e percebi a respiração de Robert cada vez mais ofegante, o coração dele estava acelerado e eu podia senti-lo bater com força contra minhas contas.
Eu acelerei um pouco mais nosso balanço, tomando para mim o maior esforço sobre o ritmo do nosso embalo até ouvi-lo gemer longamente. Ele havia gozado. O meu ápice veio logo em seguida, quase ao mesmo tempo, fomos tomados por um prazer denso e forte.
Ele permaneceu mais um tempo dentro de mim, cheirando meus cabelos, acariciando o bico dos meus seios com a ponta dos dedos.
— Amo você, minha querida Tessy.
— Eu também te amo, Rob.
Adormeci nos braços dele.
No dia seguinte meu celular tocou logo pela manhã. Era domingo e ainda estávamos deitados na cama, estiquei o braço e alcancei o aparelho entre as roupas na cabeceira. Era uma ligação da minha mãe.
Antes que eu pudesse atender, Robert se sentou na cama e me deu uma ordem.
— Diga para minha sogra que a partir de agora você mora comigo. Depois te levo para buscar suas coisas, Tessy. Não vamos ficar mais nenhum dia longe um do outro.
Então ele voltou a se deitar.
Meu rosto ficou vermelho e eu tentei suprimir um riso de alegria. A reação súbita dele me tomou de surpresa.
Era a ordem mais deliciosa que já recebi e na qual iria obedecer sem contestar.
Epílogo
Theodora nunca teve o sonho de se casar de branco numa grande igreja enfeitada com flores, tudo que sempre quis foi encontrar um grande amor e ser feliz.
Era por isso que o casamento civil num cartório da Rua Frei Caneca foi suficiente para ela. Lisa e Kaique assinaram como testemunhas e depois houveram algumas fotos pelo celular. Nada de glamour, nada estrondoso como Ofélia Servantes desejou que fosse o casamento de seu primogênito, mas a vontade dos noivos era essa e todos aceitaram.
E partiram de São Paulo como se nada mais importasse, deixando para trás a agitação da metrópole e seguindo rumo ao litoral.
Octávio Servantes ainda não se convencera que Robert viveria sem o luxo que lhe foi oferecido a vida toda, saber que o filho mais velho trabalharia home-office como analista financeiro da RCS era praticamente um insulto para ele. No entanto Robert fez sua escolha com muita certeza do que queria e sabia que a felicidade tinha seu preço.
E Theodora que nunca gostou do trabalho no escritório aceitou de bom grado a nova aventura. Ela queria dar aulas de dança e iria correr atrás desse objetivo.
Então, naquele apartamento alugado à beira mar, Robert e Theodora se aninharam nos braços um do outro, sentados no sofá da pequena sala. De onde estavam era possível ver, pela janela, as nuvens branquinhas deslizando no céu azul e as aves passeando serenamente, mas eles estavam ocupados demais olhando um para o outro...
Robert olhava para Theodora e agradecia a Deus por ter cruzado o caminho dela.
Theodora olhava para Robert feliz por todos os sonhos que estavam construindo juntos.
E os dias foram passando sem que o amor deles diminuísse um só milímetro.
Um amor Insaciável...
Fim.