Capítulo 23
1906palavras
2023-08-02 03:18
Robert
O meu celular tocou novamente, era mais uma mensagem de Betina. Eu não poderia evitá-la para sempre, mas também me sentia mal por ela.
Atendi a ligação:

— Olá, Betina.
— Finalmente! — Ela soltou — Oi Rob, está muito difícil te achar. Você voltou das suas férias e não nos vimos ainda. — Betina parecia ansiosa — Eu estava brava ainda quando você foi viajar, mas agora minha cabeça esfriou e não precisa fugir de mim.
— Não estou fugindo — menti. — Apenas estou envolvido em muitos projetos na empresa.
— Papai me contou que você tem se dedicado bastante, ele ficou contente por ver a disposição do genro dele nos negócios. — Pude ouvir a risadinha dela, no outro lado da linha
— Betina, você está feliz?
— Feliz? Que tipo de pergunta é essa? — Ela pareceu achar engraçado — Acho que sou, não parei para analisar isso.

— Mas o que te faz feliz?
— Hum, acho que esse noivado me faz feliz. A perspectiva de criar um lar, ter nossa casa, ser mãe.
— Betina ...
— Quero muito ser mãe! — Ela pareceu se empolgar — E você? Quantos filhos vamos ter? Aliás, onde vamos morar?

— Ainda não sei. — Minha resposta saiu seca.
— Enquanto não tivermos filhos, poderemos ficar no seu Flat, mas depois eu imagino que vamos querer uma casa!
— Ainda é cedo para pensar nisso.
— Cedo? Não, logo vamos escolher uma data, não é? Podemos nos ver hoje no jantar? Quero te mostrar alguns lugares que imaginei para a cerimônia...
— Pode ser amanhã no almoço? Hoje eu realmente estou cansado. Amanhã você passa aqui na empresa e almoçamos juntos.
— Ahm... está bem então. Olha, depois de casados, espero que você tenha mais tempo para mim.
Desligamos.
Eu precisava evitar ficar a sós com a Betina ou em qualquer situação onde fosse difícil evitar certa intimidade com ela. Quando o término viesse, gostaria de ter causado o mínimo de danos possíveis, isso incluía não ter dormido com ela. Além disso, havia Tessy. Não queria ou precisava de mais ninguém além dela.
Voltei minha atenção para o contrato com o banco. Chamei o advogado responsável pelo documento e o pressionei para que apressasse o andamento das coisas.
— Senhor, pediram para negociar algumas cláusulas, por isso não está pronto para assinarem ainda — disse o advogado, um senhor na casa dos sessenta anos.
— Quero que você cuide exclusivamente disso — ordenei.
— Mas e o processo do...
— Peça para a analista jurídica pegar o restante dos seus processos. Você só vai fazer isso. Quero que finalize o mais rápido possível.
O homem se retirou apressado. Meu pai entrou na sequência.
— Parece bem impaciente, filho. Deixe o pobre Dr. Wilson trabalha em paz.
— O senhor, mais do que ninguém, sabe o motivo da minha pressa.
— Eu sempre achei que o seu irmão Cristian era o mais emotivo. Toda garota que ele beijava era transformada em namorada. Já você sempre tratou as mulheres como meras amantes. Aliás, nunca nos apresentou uma namorada formalmente. Então estou surpreso que esteja tão apaixonado.
— Não estou apaixonado — neguei.
— Mas age como se estivesse. Está largando um relacionamento perfeito com Betina para se arriscar num romance com essa moça que você conhece há tão pouco tempo.
— Isso já prova o quanto não daria certo com Betina. Como vou me casar com alguém que não me atrai o suficiente para ser a única? Não quero ser um marido infiel.
— Mas você tem sido um noivo infiel — meu pai rebateu, com aquele sorriso de canto que me irritava.
— O senhor sabe muito bem que eu voltei de viagem com a firme intenção de terminar o noivado. — Franzi o cenho. Meu pai tinha o dom de me tirar do sério. — Só não o fiz a seu pedido.
— E eu agradeço seu bom senso. Ao menos nisso você foi sensato. Mas pense bem se realmente precisa romper com a Betina. Talvez você possa ter tudo.
— O que você quer dizer? — perguntei com receio.
— Está vendo essa chave aqui? — Me entregou — É de um imóvel perto do seu Flat. Posso passá-lo para o nome da moça. Ela é pobre, pelo que andei pesquisando. Não desmerecendo ela ou algo assim, tenho amigos pobres também. Então talvez ela se satisfaça com uma vida confortável, já é bem mais do que ela tem agora. — Começou a mexer no celular — Vou te mandar a localização, caso você queira conhecer...
— Pai, você está sugerindo que eu me case com Betina e mantenha a Theodora como amante? — Fiquei incrédulo. Achei que a idade o tinha tornado um homem mais decente, mas me enganei — Você fez isso com a mamãe e ela sofreu muito.
— Sua mãe reclama de barriga cheia. Sempre fez o que quis e poderia ter ido embora quando quisesse, pois ela tinha sua própria fortuna. E quanto a sua amante, posso dizer por experiência própria, que logo essa paixonite passa.
— O senhor é muito frio.
— E você é muito esquentado, filho. Faz as coisas no calor do momento. As vezes é melhor deixar os ânimos esfriarem para tomar decisões importantes.
— Eu estou muito certo do que quero. — Respondi. — Pode levar essa chave embora.
— Não, vou deixar aí. Sei que vai mudar de ideia. — Ele caminhou até a porta, mas antes de sair se virou novamente para mim — O tempo vai te mostrar que somos mais parecidos do que você gostaria.
Apertei os lábios, com raiva. Não éramos iguais. Eu não queria me tornar uma cópia de Octávio Servantes.
Quando saí da empresa fui direto para o estúdio de dança buscar Theodora. Quando estava com ela, minhas escolhas se confirmaram ainda mais. Bastava que ela sorrisse para mim para que o longo trajeto valesse a pena.
A aula tinha terminado, mas Tessy continuava conversando animada com o professor. Kaique me viu e se aproximou.
— Você por aqui, Sr. Servantes. — Eu percebi que ele não tentava mais disfarçar os trejeitos — Tessy me contou tudo, então você já sabe da nossa farsa.
— Sim. E você também deve saber que meu pai não faz esse tipo de separação entre seus parceiros comerciais.
— Eu peço desculpas por ter julgado mal — Kaique falou, baixando a bola. — Aliás...
— Eu estou ciente que você e o segurança da Mansão Servantes estão juntos. A governanta percebeu e me contou. Alejandro, quem diria?
O segurança em questão era um homem grande e carrancudo e eu jamais teria desconfiado de suas preferências sexuais.
— A Tessy está demorando.
— Ela já vem, está combinando uns ensaios com o professor. Vai ter um concurso de dança e eles serão um par.
— Minha Tessy é talentosa — eu disse, sorrindo ao observá-la em sua roupa de dança. O cabelo estava preso num coque e o collant rosa destacava a delicadeza de seu corpo. Era uma boneca linda e adorável.
— Sim, ela é uma mulher maravilhosa. — O rosto de Kaique adquiriu a expressão preocupada — Por favor, Sr. Servantes, não faça minha amiga sofrer, ela não merece.
— Eu sei disso. Não precisa se preocupar, vou cuidar dela.
— Certo — ele respondeu, entretanto não parecia confiante. — Preciso ir. Foi bom vê-lo.
Kaique se foi e poucos minutos depois Tessy veio ao meu encontro, me abraçando com entusiasmo. Sentir o cheiro dela me encheu de alegria. De repente esqueci de todos os problemas.
— Vamos para sua casa novamente? — ela perguntou.
— Pensei em ir ao restaurante de um amigo aqui na cidade vizinha. É um lugar bem reservado e a comida é maravilhosa.
— Podemos ir no final de semana? É que hoje estou cansada e tudo o que quero é ficar aninhada nos seus braços.
— Você só quer me abraçar? Nada mais? — Provoquei.
— Vou deixar que me faça querer mais — disse, cheia de malícia.
Entramos no carro e seguimos o trajeto todo rindo como dois bobos. Assim que entramos no elevador e percebemos que estávamos a sós, a prensei contra a parede.
— Você é muito gostosa Tessy! — Alcancei os lábios bonitos e os mordisquei — Esperei o dia todo para te ver.
— E que dia longo — ela sussurrou. — Também fiquei ansiosa para ver você. — Lambeu meu pescoço e me arrepiei imediatamente — Eu passo o dia imaginando suas mãos no meu corpo.
O elevador chegou ao meu andar e a porta se abriu. Saímos apressados em direção ao meu Flat. Corremos para o quarto.
Ambos sentíamos uma urgência descomunal. Começamos a arrancar as roupas e a chutar os sapatos. Ficamos nus um de frente para o outro e paramos por alguns instantes nos apreciando. Apenas vê-la, linda com seus pequenos seios firmes, a cintura estreita e a virilha convidativa, meu corpo todo se incendiou.
Corremos um para o braço do outro com ímpeto e força. Ela se esfregou contra minha ereção e puxou meu cabelo sem delicadeza, me prendendo num beijo intenso.
Toquei sua intimidade e percebi que ela já estava molhada. Continuei a brincar, usando meus dedos, mas parecia ter pressa.
— Eu quero que me possua agora, Rob.
— Eu pensei em tortura-la lentamente. —
Provoquei, lambendo os seios rígidos.
— Agora, quero você dentro de mim agora!
Ela me empurrou, fazendo com que eu me sentasse na borda da cama. Então montou de frente para mim, me acolhendo entre suas pernas. Me senti afundando nela, entrando lentamente pelo canal estreito.
— Isso é tão bom! — ela proclamou, como que para si mesma.
Logo começou a se mover freneticamente. Eu mordi o ombro e o pescoço liso, tentando não chegar ao ápice antes dela. Então Theodora resfolegou e eu entendi que ela já tinha alcançado o prazer. Ela parou de se mover, a respiração acelerava enquanto beijava meus cabelos.
— Agora quero você de quatro — sussurrei no ouvido dela.
Obediente, ela subiu na cama, se colocando do jeito que eu havia desejado. Então me posicionei e a penetrei com calma, saboreando a visão do belo traseiro.
Me movimentei, com cadência, lento no início e fui subindo a velocidade conforme a urgência do desejo me consumia. Ela tinha uma das mãos apoiadas na cabeceira da cama para receber as estocadas mais profundas que essa posição proporciona.
Cheguei ao máximo prazer, mas ela continuou se movendo, rebolando daquele jeito bonito e pouco tempo depois ela gemeu satisfeita. Nós jogamos na cama com os corpos suados pelo esforço.
— Acho que agora eu posso falar que ainda não jantei — ela disse, aninhada em meus braços.
— Se você não tiver problema com comida congelada, tenho lasanha no freezer.
Mal acabei de falar, bateram na minha porta. Theodora e eu nos olhamos.
— Está esperando alguém? A recepção não interfona para avisar?
— Não é a primeira vez que alguém vem aqui e não avisam — falei, anotando mentalmente que eu deveria reclamar com a recepção. — Fique aqui. Já volto — eu disse, colocando minhas roupas rapidamente.
Caminhei desconfiado até a porta. Ainda eram oito e meia da noite. Eu precisava colocar um olho mágico na porta, por mais cafona que fosse.
Então abri e levei um susto.
— Betina?