Capítulo 20
2084palavras
2023-07-19 02:18
POV's Mabel Bieber.
Washington D.C.
09:30 AM.

Restaurante
— Não, a cara da mãe estava imperdível. Foi muito engraçado.— rio junto com o meu pai. Seu olhar está tão feliz, é notório, há um brilho no olhar.
Ele parece um outro homem.
— Os meus ouvidos que aguente Selena depois.— movimenta-se o corpo brincalhão, bebericando alguns goles do café, meio que prevendo a confusão que vai dar.
—Nada de moleza, senhor Bieber.— sôo brigona. — Tem que ser firme, a mãe tem que aprender te respeitar. Ela passa por cima de todo mundo e uma hora ela acabará pegando o dela. — alerto-o.
— Bora falar de você.— muda o assunto, focando a atenção pro anel de diamante no meu dedo.— Minha bebê cresceu tão rápido.— expressa um tom de orgulho.

— Para, pai!— fico envergonhada. — Eu não sou mais criança.
— Você era desde tamanho quando veio morar em o Washington.— faz uma altura com a mão. — Era tão pequenininha.— recorda, sorridente.
— Ah, não vamos falar de passado, já passou.— viro a cabeça pro lado, aguardando ansiosamente o encontro com o "meu esposo."— O russo já deveria ter chegado. Quero que o senhor seja o primeiro a conheço-ló.
— Está feliz com esse casamento?— toca na minha mão que está sobre a mesa, questionando sério.

Assinto que sim.
— Uhum.
— Tem certeza?— insiste em ouvir uma resposta.
— Se eu não tivesse feliz, pai, eu não teria casado com ele.— invento, ocultando certos detalhes. — Inclusive, conheceremos eles juntos.— sorrio, bastante humorada em me divertir da situação.
O mais velho franze a testa, não gostando nem um pouco do que descobre.
— Por que fez essa cara, pai? Não é coisa do outro mundo relacionamento à distância. Ele é muito ocupado, eu também sou. — falo, normalmente.
— Mais um amor não sobrevive a tanta distância.
— Sobrevivi sim, eu já o amo. — afirmo, praticamente escapando dos seus olhos duvidosos, bebendo mais um gole de chá.
Respiro aliviada, fugindo do climão que se forma, acenando pro Boris.
— Já venho.— levanto-me, o deixando na mesa.
Saio para ir falar com o meu segurança. Ex no caso.
— Cadê Nameless?— o puxo pelo braço.— Responda!
— Patroa, o chefe lamenta, mas ele se sente indisposto para comparecer ao café da manhã. Ocorreram algumas divergências de última hora.
— Ah sim, entendo.— murmuro sarcástica, tendo que engolir à desfeita —Eu trouxe o meu pai para conhecê-lo. Estamos há quase meia hora o esperando. — não me calo, havendo uma indignação por perder o meu precioso tempo aqui plantada.
Num breve momento de transe, com a voz do velho justificando no fundo, avisto na entrada do restaurante o Will. Me desestabilizo inteira, com o meu coração batendo forte em revê-lo novamente.
— Pare de me perturbar, pode ir. Falo com o nosso chefe depois.— o corto, inquieta, mexendo freneticamente as pernas.— Não, Boris, não fiquei chateada.— meio que dou um basta. E ele rapidamente se toca que estou impaciente e resolve obedecer a minha ordem, saindo do estabelecimento.
Meus olhos permanecem fixados no moreno.
Cresce um frio na barriga.
Will me chama e me levo a ir plenamente hipnotizada, fissurada em suas orbes sombrias. Com a face de um anjo, esboça um sorriso inocente, um sorriso gentil. Quase pertinho dele... a um passo... tudo some num piscar de olhos, como uma miragem. Volto com os meus sentidos, caindo na real e ficando assustada ao escutar o estrondo alto de vidraças se quebrando por toda a parte. O impacto é tanto que sou jogada pro chão.
Oh meu Deus, eu acabei de arremessar uma cadeira para o lado de fora.
— Está tudo bem?— meu pai aparece, preocupado, enquanto pousa as mãos nos arredores das minhas bochechas.
— Pai, eu estou com medo.— o abraço, apavorada.— E se eu tiver enlouquecendo mesmo?— sussurro em pânico.
Encaro o estrago em volta. Todos os clientes que estão presentes no restaurante enxergam a cena, com olhares incrédulos e esquisitos, além de cochicharem entre si. Devem estarem me achando uma maluca.
Puxo da bolsa as pílulas, tremendo.
— O que é isso?— segura no meu pulso, quando estou prestes a pôr na boca.
— É para controlar a ansiedade, é relaxante, eu sempre tomo.— engulo duas de uma vez só.
— Não acha melhor voltar para clínica?— sugere apreensivo e nego com a cabeça.
— Não, para aquele inferno eu não volto, pai.—me recuso.— Já foi muito difícil sair de lá, não quero passar pela mesma coisa de novo. E outra, não precisa se preocupar, foi só uma crise de estresse, mas já passou. Eu estou ótima! — garanto, abrindo um sorriso fraco.
— Tem certeza, Mabel?— fita-me de relance, inseguro.
— Sim, absoluta.
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(....)
POV's Annabelle Bieber.
00:30 PM
Balanço a bebezinha que chora nos meus braços, estou muito agoniada em me dobrar em duas para ajeitar essa bagunça. É cuidar de criança; limpar a casa, terminar o almoço; retornar pro trabalho.
— Sua irmã passou mal, não se importa que eu tenha trago ela para cá, né?—o tom rouco percorre receoso.
— Velho, esse era o último lugar que deveria ter a trazido. Aqui tem pouco espaço.
— Eu sei, Annabelle, mas alguém tem que ficar de olho nela.
Suspiro.
— Quem? Giulia até agora não deu as caras.— lhe entrego a recém-nascida, buscando uma fralda para limpar o lugar onde babou no meu braço. — Pedi foi pro cascão varrer essa sujeira.— aponto, pro lixo encostado no canto da parede.
— Bom dia, famíliaaaa!
A folgada aparece com a cara mais lisa.
— Falando nela. Onde a princesa passou a noite?
— Estudando. Estudei como uma condenada pra prova. — reviro os olhos, escutando o seu exagero.— Foi um saco aguentar Emma falando de exatas. Estou morta!— vai se jogar no sofá, no entanto, interrompe os passos.— O que aconteceu com Mabel, achei que ela não frequentasse a casa dos pobres.
A ignoro.
— Tenho que voltar para lanchonete.— olho no relógio, me ajeitando às pressas, colocando o avental do uniforme.
— E eu preciso ir pro FBI.—ele informa, sem jeito.
Os olhares seguem em sentido à adolescente.
— Não, nem pensar!— imediatamente se nega.— Eu não vou tomar conta de uma bebê. Tô morta de cansada.
— Filha, quebra o galho só hoje.
— Sinto muito, mas não há menor chance.
Vou saindo de fininha para não sobrar pra mim...
— Annabelle.— encolho os ombros, olhando para trás sendo pega no flagra.
— Hoje o meu turno termina um pouco mais tarde e não posso tá levando uma bebê pro trabalho.
— Por que você não pede para mama cuidar? — ela zomba, rindo. — Já imaginou a cena.
— Pare de brincadeira sem graça. — é repreendida duramente pelo nosso pai.
— Bem feito.— me divirto pela cara de chocada que faz.
O velho sai logo atrás, carregando a cadeirinha da bebê. Provavelmente, ele a levará pro FBI. Já eu viro no final da esquina.
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Giulia Bieber.
01:00 PM.
Entrego o dinheiro com o papel dos pedidos anotados para o meu irmão ir comprar comida.
— No, cascão! Comer. — gesticulo, fazendo sinais.— Sim. — dou um toque de mão por finalmente entender.— Não trás para Mabel não, deixa ela com fome.— ele aponta inocente para dorminhoca que está roncando no sofá.
Nego com o dedo.
O pequeno vai de bicicleta se locomovendo para ir ao McDonald's.
Tranco a porta, trabalhando agilmente em fotografar ângulos do anel que está no dedo de minha irmã.
Isso vale uma fortuna.
Meu raciocínio é cortado ouvindo o barulho de batidas na porta.
— O que você esqueceu, hein, seu pirralho?— mudo a voz, soando mais simpática ao me deparar com o rosto desconhecido.— Oi.
— A patroa está? Quer dizer, a senhorita Mabel?— olha para os lados, com um buquê de flores a sua procura.
— Sim, está dormindo. No que posso ajudar?
— É só com ela.— vira-se. Penso em algo rapidamente, para intervi-ló.
— Sou Giulia, Giulia Bieber. Irmã de Mabel.— o cumprimento. — Essas flores são para ela?— sou intrometida o suficiente para puxar das mãos do velho—Eu entrego.— me ofereço.— Como você se chama?
— Boris.
— Parece nome de cachorro. Brincadeirinha!— conserto-me, com o tom divertido, recebendo um olhar duro do sujeito de cara fechada.— Ela vai amar.— cheiro as rosas, e o meu gesto de parecer amável na frente do estranho, me faz espirrar em sentir o cheiro enjoativo.
— O chefe a aguarda sem falta hoje à noite. Um carro virá buscá-la.
—Certo, eu dou o recado.
OH- MEU- DEUS! Essa é a chance perfeita da CIA descobrir a identidade do grande chefão da máfia.
Jogo no lixo o buquê.
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POV's Giulia Bieber
16:00 PM.
Assisto série, comendo pipoca, esperando que alguma ideia venha em minha mente. Mabel ainda não acordou, ainda há tempo, mas nem tanto.
Annabelle calcula às contas do mês, aproximo-me, vendo o seu salário todo na mesa dividido.
— Não vai dar nem para pagar o colégio da Mel.— reclama, com a mão na cabeça.— Achei que as gorjetas ia compensar, mas quanto mais eu somo, mais conta aparece.
— E o papy não vai ajudar nas despesas?
— Ele agora que começou a trabalhar. Queria pedir dinheiro a mami emprestado, mas ela com essas tretas com o velho, tá sobrando até para mim— admite preocupada.
— Por isso que não tomo partido para nenhum dos lados. Eles vivem se atacando, depois estão em love.
— Verdade viu, agora não sei nem para quem pedir. — coloca a mão na testa, sem solução.
— Pede para o seu namorado.
— Ele está afastado do FBI, Giulia. Não posso explora-ló com as minhas dívidas.
— Mas ele é o pai da Mel, também tem obrigação.
Reage negativamente com o comentário.
— De mentirinha.— rebate.
— Bem que você poderia arrumar um homem rico, bem sucedido, de grande influência. Você ia ser como uma primeira dama.— dou ênfase, atrás dela, imaginando como seria.
— Sonhar alto é bom, mas sou feliz com a vida que tenho, Giulia.
— Você pensa muito pouco, mana. Seu problema é isso, não ser ambiciosa. Olhe para Mabel, linda, milionária, agente do FBI. Tem coisa melhor?— a própria revira os olhos quando as comparo.— Você pode ter a mesma oportunidade que ela.— suas orbes azuis ficam incrédulas. — Confie em mim.
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Hotel.
19:40 PM.
POV's Annabelle.
— Ficou louca?! Eu não vou me passar como Mabel.— bato o pé, parecendo até mesmo uma vadia.
Giulia me vestiu tão vulgar com esse longo vestido vermelho.
— Coloque o anel, porque eu acho que isso é uma prova que você é ela. Li o bilhete, o suposto affair da Mabel nunca a viu pessoalmente.
— Eu não pareço nada com a nossa irmã. Será que você não percebe que está me enfiando no meio de pessoas perigosas? Mabel é metida com coisa errada. Você quer me levar pro mal caminho?
— Fica calma.— esquivo o braço, puta. — A polícia vai está te monitorando o tempo todo.
— Que polícia, Giulia? — olho para os lados.— Aqui não tem ninguém. Vou voltar para casa.
Me segura.
— Pensa no colégio da Melissa que vai ser pago.— enfia o anel que roubou da nossa irmã no meu dedo— Você ainda vai descolar 1.000 dólares, Annabelle. Para quem vive na mísera, é lucro. —é arrogante ao falar.
Enfio um tapa forte no seu rosto.
— Eu não estou passando fome não, tá bom. Todo o sacrifício que faço é para sustentar a casa. Chega, eu não preciso disso, eu vou embora.
Começo a me desfazer de tudo, não querendo nem mais olhar para cara de Giulia por me fazer sofrer tamanha humilhação.
Saio tão aérea do hotel cinco estrelas, que acabo sem querer tombando em outra pessoa. Peço desculpas, ajoelhando-se para pegar o que deixei cair com todo o meu desastre. As nossas mãos se esbarram, encaro o gesto, com a respiração ofegante. Ergo lentamente os meus olhos até o rosto angelical há minha frente.
— Olá, americana —sorri de lado, seu sorriso traz um ar de mistério.— Você é muito mais bonita do que eu pensava. — o sotaque estrangeiro acompanhado de um elogio, gera algo desconhecido, estranho e inusitado. Seus olhos azuis focam no anel em meu dedo anelar esquerdo.
Por que um homem tão bonito está perdendo tempo em me dirigir a palavra?
Será que me confundiu?