Capítulo 13
1857palavras
2023-07-14 07:16
POV's Mabel Bieber.
Restaurante-21:30 PM
—É um egoísmo da sua parte, filha. Nunca pensei que fosse dizer isso.— levo o sermão, lhe vendo me olhar incrédulo. Não ligo para o que pensa, não vou mudar de opinião e nada que diga irá me convencer.

— Egoísmo, pai? Eu que sou a última a descobrir que ela está com câncer e eu que sou egoísta?— meu tom rebate, o cortando. Senhor Bieber se cala, abaixando a cabeça e murmurando um "sinto muito".
— Selena não queria que você se preocupasse lá dentro.
Ah sim.
Sorrio sarcástica por ele nunca desobedecer o que ela manda.
— Sempre a salvadora da pátria se impõe. E você não nunca faz nada para pará-la, pai.— concluo de que o próprio é somente uma maionese nas mãos daquela mulher. — Quando é que o senhor vai andar com as próprias pernas, hein? Até quando vai aguentar ficar assim? Fazendo de tudo por Selena e esquecendo até mesmo de si mesmo.
— Filha, não diga isso.

— É a mais pura verdade. Tô mentindo?
Ele se mantém mudo, pensativo. Enquanto o silêncio paira, checo o movimento do restaurante. Sinto que estou sendo vigiada por um desses clientes que podem estarem disfarçados. O celular apita, notificando uma nova mensagem. Sem que o meu pai perceba, puxo da sacola, clicando em enter e visualizando o vídeo.
Que porra é essa?
— Socorro! Socorro! — com o tampão na boca, choraminga, sendo gravada.

— Algum problema, Mabel?
— Não pai, nenhum.— de boquiaberta nego, pálida, com o coração quase saindo pela boca. Nem sai direito da cadeia e já tenho um problemão para resolver.
Sequestraram a Annabelle.
— Tem certeza?— desconfia do meu nervosismo todo.
— Preciso ir ao toalete, pai, estou apertada. — levanto rapidamente da cadeira. Tenho que me comunicar com aqueles incompetentes que vigiam a minha família. Onde estavam que não conseguiram protegê-la?
Agora estou fodida!
Saio andando às pressas. Agoniada, coloco o ponto de comunicação no ouvido para ligar pros capangas que trabalham para mim.
— Achem a minha irmã agora! — exijo, soando como uma ordem que deve ser cumprida o mais rápido possível. Olho para os lados na entrada do banheiro, me certificando de que não estou sendo seguida. — Não estou de brincadeira. A levaram! Se eu não der o que eles querem, vão matá-la.
Por mais que Annabelle não mereça os meus cuidados, eu ainda tenho consideração pelo resto que sobrou dessa família.
Procuro no forro do teto uma passagem secreta, até que encontro, retirando do saco preto a arma e as munições. Ouço de longe passos se aproximando, acredito que estejam vindo para cá.
Meu pai está em perigo.
" Invadam o restaurante "
Mando o sms para os que me aguardam lá fora. Escondo-me no canto, calculando o momento certo para atacar. O primeiro homem que aparece, miro, metendo bala. O bom é que tem silenciador no revólver, assim não chamará atenção e nem causará pânico aos clientes. O sangue chega a jorrar pelos espelhos do banheiro, descolo-me para checar se o vagabundo está morto. Por precaução, atiro duas vezes no rosto do sujeito. Limpo com a palma da mão a minha bochecha, cuspindo no corpo caído.
Estão arruinando todos os meus planos. Que droga!
Busco uma saída, ouvindo o barulho no corredor. Encurralada, enfio-me debaixo das pias, ficando encolhida para não ser pega. Querem acabar comigo. Temo também pela vida dos meus.
"Se o meu pai sair machucado, eu corto a cabeça de vocês!"- ameaço matar todos.
" Austin, retire Giulia e meus irmãos desse chiqueiro. Não é um pedido, é ultimato."
Esse é o drogado que está se relacionando com a pingo de gente para ficar de olho nela. Por mais tóxica que essa família é, não vou deixar nenhum deles na mão. Aliás, falta saber onde está Selena. Onde está enfiada? Preciso chegar até ela o quanto antes para salvá-la, para o bem da sua segurança. Porque se não conseguirem chegar até mim, vão machucar qualquer um deles.
A pressão aumenta quando recebo vídeos perturbadores da Annabelle sendo espancada. Ela está sofrendo agressão por minha causa. Fico puta em saber que os russos estão a usando para querer me atingir. Esses bostas estão revoltados por eu ter ameaçado largar a organização e não querer assumir o comando do FBI. Eles criaram um idealizamos de que a América precisa do apoio de Moscou. Querem inclusive, elegerem o próximo presidente dos Estados Unidos.
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22:30 PM
POV's Giulia Bieber.
— Tia, cadê a minha mãe?— os olhinhos sonolentos da baby, traz tanta chateação e cansaço de esperar. Pois preparamos uma baita surpresa para comemorar o primeiro dia da Anna no FBI. E está indo por água abaixo, deve ser por conta do temporal que cai lá fora.
— Não sei fofinha, ela já deveria ter chegado. Acho que aquela pilantra se perdeu, ou está esperando a chuva passar para dar as caras.— ando de um lado pro outro, procurando alguma área dentro desse muquifo, para rastrear a localização da minha irmã.— Mas não se preocupa, coisa linda, a tia vai dar um jeito de saber onde aquela irresponsável se encontra.— sem maneirar nas palavras, a tranquilizo. Logo tenho acesso ao iCloud do celular da Annabelle, as últimas horas que esteve online foi por volta das 20:30 horas da noite. Esquisito...
Error... área não identificada.
Como assim não posso localizá-la? Tem alguma coisa estranha! Ah se tem. O FBI não pode ter me barrado, ou pode? Faço uma rodada teste, acessando os dados do celular do meu namorado. O hackeo em questão de minutos, encontrando coisas desgraváveis.
— Nossa... que cretino! Traidor do caralho!
— O que foi tia?
— Sua mãe está chegando.— invento, entreolhando pro moleque do cascão pra tomar conta da nossa sobrinha enquanto eu estiver fora. Vou lá naquele filho da puta do Austin, tirar satisfação. É inadmissível ser traída. Fui passada a perna e não aceito ninguém me enrolando.
Ouço barulho de pulos.
Digito o código.
034
- CIA.
É um alerta de socorro.
Opto em deixar o meu namorado, quer dizer, ex para depois, aquele rato vai penar nas minhas mãos. Onde já se viu, trabalhar para aquela bandida da Mabel? Sou bem vingativa e não aceito ser iludida. A vez dele vai chegar! Agora tenho coisas interessantes a tratar, como sair daqui sã e salva com as crianças.
Corro até o cômodo da cozinha, apagando a luz.
— Tia, o que está acontecendo?
— Shiuu.— peço que se cale, observando a sombra de um homem na entrada da porta. — Não chora.— limpo as lágrimas que escorrem do rostinho da pequenininha.
— Eu quero a minha mãe.
— Fica calma, Mel, a Anna já está vindo.
Os dois estão assustados e chorosos, principalmente ela. Abaixo a cabeça do cascão pro meu lado, para que ele não olhe lá para fora. O pestinha sofre de ataque de pânico, ele não lida muito bem com o medo.
Início uma nova tentativa por via sistema em pedir ajuda para CIA.
A porta é arrombada com um estrondo alto. Sentada no canto do chão com os menores, os aconchego mais nos meus braços.
— Por favor, não nos matem!— suplico sem coragem de enfrentar de frente quem invadiu, enxergando através do reflexo o fuzil sendo mirado para atirar em mim, no meu irmão e na minha sobrinha.
É aí que os tiros ecoam.
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23:30 PM.
POV's Mabel Bieber
Adentro feito louca no hospital do câncer.
— Pai, não me faça perguntas.— impede-me de eu continuar. Viro para trás em meio à tensão, sentindo o contato da sua mão me interromper. O fito nervosa, ciente do perigo que estou correndo em aparecer em público no hospital.— Temos que chegar até Selena o quanto antes.— suspiro pesadamente, agoniada, olhando para qual lugar mais rápido de chegar até o quarto onde está internada.
— É mãe, filha.— corrigi-me sério, tentando entender o que se passa comigo. Eu pareço irreconhecível diante dos seus olhos céticos.
— Tanto faz.— dou de ombros, com um certo desdém.— Pegue.— o entrego um revólver, fazendo os olhos do senhor Bieber se arregalarem.
— O que é isso?— se assusta, com o que estou lhe oferecendo.
— Caso precise se proteger.
Saio às pressas, deixando-o para trás e, escolhendo ir de escada até o sexto andar do que esperar o elevador.
Ela pode ser um alvo fácil.
O sangue fala mais alto. Quando me vejo, estou desesperadamente invadindo os quartos e a procurando. Temos nossas diferenças, mas eu não vou admitir que ninguém a assassine por minha causa. Quase por um fio, me deparo com um prestes a sufoca-lá com o travesseiro, jogo-o no chão, golpeando-o.
— Mãe!— a chamo baixinho, balançada, presenciando uma cena que corta o coração e faz as minhas íris lacrimejarem. Nenhum sentimento do mundo, se compara ao peso de vê-la acamada nesse estado.
Ela era o meu maior exemplo.
Ela era o meu orgulho.
Eu a amava tanto.
Eu ainda a amo.
— Mabel?— com dificuldade para falar com tantos aparelhos, pronuncia o meu nome com o tom fraquinho. Revê-la assim, é como se desaparecesse todo o ódio que venho acumulando nesses últimos anos. Motivada pela emoção, vou até lá e a abraço fortemente, chorando e pedindo perdão por ter a julgado tão mal.
E daí que sinto alguém atrás apontando a arma pra minha cabeça.
— Perdeu, princesa.
Ouço o disparo.
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POV's Annabelle Bieber
Galpão.
Debato-me com as cordas, querendo me soltar das amarras que estão envolta dos meus braços. Meus lábios estão cortados e sangram.
— Chefe.— do outro lado, tento desperta-ló. Ele foi tão surrado, que está apagado inconsciente.
— Faça silêncio.— pede, me surpreendendo ao fingir que estava desmaiado.
— Aham?
Minha cabeça gira. Acho que me deram alguma droga para eu ficar assim dopada.
— Me ajude a me soltar.— procura esfolar as cordas que estão nos prendendo. Concordo, mexendo as mãos e o homem faz igual. Ele é experiente em lidar com operações de grande risco. Confio em suas habilidades, não tendo nada a perder.
— Não dá. Não está dando.— com várias tentativas falhas, desisto, parece meio impossível. Nossos pés estão presos com correntes.
— Agente, você não pode desistir agora. — pega nos meus ombros, incentivando-me.— Temos que sair daqui!
— Eu não consigo.— me sinto pressionada.— Infelizmente, sinto muito. — lamento, entregando os pontos. Ajo como uma fraca.
— Faça isso pela sua filha.— olha-me intensamente, esboçando uma confiança inabalável. E de imediato me vem o rostinho da Melissa em meus pensamentos. Como ele sabe dessa parte?
Meio que lhe lanço um olhar intrigado, engolindo saliva. O comentário traz um gás para eu erguer a cabeça, para achar um meio de escapatória para fugir desse galpão escuro. Consigo desamarrar as suas mãos, desprendendo-o. Espero o mesmo, mas ele tem uma carta na manga. Quando se solta, age ao contrário do combinado e meus olhos ficam apreensivos quando o chefe do FBI posiciona o revólver, sinalizando para minha testa.
— Diga quais são suas as últimas palavras?
— Vá pro inferno!
Após isso, vem o som do tiro.