Capítulo 11
1859palavras
2023-07-02 08:38
POV's Annabelle Bieber
Uma semana depois...
" Autoridades não explicam como um nomeado agente do FBI, Richard Ferrari, tenha sido encontrado misteriosamente boiando às margens do park center de Washington D.C. Fontes revelam que o motivo do assassinato seria queima de arquivo. O chefe do FBI, Lorenzo Cavalcanti, deu uma coletiva de imprensa nessa manhã, assegurando: "os culpados serão capturados e responderão como manda a lei por esse crime bárbaro" . O diretor geral, Otávio, também lamentou o ocorrido.
Arremesso almofada pro rosto da pirralha, mandando-a parar de rir da desgraça alheia. Enquanto assiste o noticiário sentada no sofá, comendo pipoca, sua risada escandalosa predomina por todo cômodo da sala. Como pode achar engraçado, uma coisa que me coloca como principal envolvida do crime?
— Esse povo arruma jeito para tudo, né, Anna. É incrível o talento deles, acharam uma solução rapidinho para casa não cair. Tá muito hilário ver essas reportagens, é mentira em cima de mentira.— com sorriso nos lábios, se diverte, apreciando o circo que armou. — O mais cômico é esses dois patetas! É, o medo fala mais alto. É isso que eu chamo de cartada!— se engrandece, admirando a inteligência que possui. Capto um orgulho em seu tom risinho, a ouvindo chama-lós de palhaços.
— Agora pode me explicar, qual é o seu grau de envolvimento nessa história?— questiono-a, não engolindo facilmente as mentiras que inventou nessa uma semana que passou. Mostra de imediato um espanto, falando que não sabe.—É claro que você tem dedo nisso, Giulia.
— Por que tudo de ruim, é culpa minha, Annabelle? — expressa um bico de chateação. Age como a vítima, como se eu tivesse pegando em seu pé sem necessidade.
—Eu não vou cair nesse seu teatro, Giulia.— a confronto. — Tudo está muito estranho. — admito, suspeitando de que usou meios ilícitos para hackear o sistema do governo.— Primeiro fui convocada para comparecer no FBI, eles falaram que vão me dar uma segunda chance. É questionável essa vericidade. Não posso crer que seja comum acontecer esse tipo de brecha.
— Espera aí, por que não acredita em si mesma? Você tem potencial para ir longe, Anna. Se o FBI viu que cometeu um equívoco em não passar você pelo histórico sujo da nossa família, é sinal que tu é merecedora dessa segunda oportunidade.— há um brilho em suas orbes azuis em elevar o meu ego. Permaneço com a cara fechada, não me convencendo que seja verdade. Algo está me incomodando.— Oh meu Deus... como é ingrata, mana tu vai trabalhar para o maior departamento de inteligência do mundo. Nessas alturas, se eu fosse tu estaria soltando fogos.
— Sabe por que eu não solto, Giulia? Porque sei que não estou entrando pelo meu mérito, mas sim porque você fez alguma sujeirada podre para que eu fosse aceita.— exponho os pensamentos que vem me deixando mal há dias. Porque na minha vida sempre foi receber vários não. Me sinto frustrada em saber que estou prestes realizar o meu grande sonho e que não consegui isso sozinha. — Confessa que foi você!
— Pô, você é muito paranóica das ideias, Annabelle.— me chama de maluca. — Qual é, sai dessa! Bora escolher teu look e para de criar besteira. — sai me arrastando até o armário de roupas, finalmente tirando a bunda do sofá, depois de horas sem fazer nada. — Você tem que está impecável para seu primeiro dia, irmãzinha. Mal posso esperar para contar para as minhas amigas que agora tenho uma irmã que é agente do FBI, elas vão morrer de inveja.— balança os meus ombros, super empolgada, querendo que eu vibre também. Mas não nem sorrir tenho vontade, sabendo que foi através de atos ilícitos que vou ganhar uma chance.
Mais uma vez me sinto usada.
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Minhas roupas não são de grifes, é apenas jeans. Estou fuçando a procura de algo que me agrade, mas a maioria são velhas e feias.
— Aquela dali, mamãe.— Melzinha aponta, para a uma das peças que está em cima da cama. Ela chegou da aula poucos instantes e está sugerindo também ao lado da tia.
— Não gosto muito de vermelho — observo, segurando a blusa de manga comprida. — E nem combinaria com a calça.
— Calça, Annabelle?— a voz indignada ecoa, se tocando das escolhas que faço. Giulia tira os olhos do celular, focando nas opções que opto em usar.— O que é isso? Você também irá de tênis?— faz uma careta de nojo, dando a entender que vai vomitar pelo meu péssimo gosto— Acha que está indo pro colegial, é?— pergunta, jogando no chão o que eu pretendo vestir. Tento me impor, mas Giulia pisa em cima.— Tu tem que passar uma boa impressão, sua idiota. Essas agentes elas andam com as melhores roupas, sempre de salto alto. Você não pode parecer cafona no seu primeiro dia.
— E o que você sugere, Giulia? Se as roupas que tenho são só essas.
— Vamos ao shopping.
— O quê?
— Falei com os meus contatos, e eles vão liberar o cheque.— reviro os olhos, reprovando a ideia. Um dia ainda vou pegar esse bendito celular, ver o que tanto faz e descobrir com qual tipo de gente está metida. Eu não sei como consegue andar com roupas caras, sem nunca ter trabalhado na vida.
— O que é cheque, tia?
— É dinheiro, fofinha. — aperta as bochechas da minha pequena.
— Não estou gostando nada disso. — recuso-me a concordar.
— Você não tem que gostar, Annabelle, mas sim aceitar. Ou prefere ir parecendo uma mendiga?— o sarcasmo presente, me incomoda. Giulia é tão fresca que se fosse rica mesmo, nem pisaria no chão. . ——————————————————
Shopping de WASHINGTON DC
13:00 PM..
Meu corpo inteiro parece está sendo imprensado com esse vestido que experimento. De propósito, escolheu a cor vermelha. Eu estou quase me sentindo uma baleia fora d'água.
— Puxa isso.— mando sufocada.
— O zíper enterrou. — tira sarro, achando engraçado em me vê apertada. — É sério, Annabelle, eu não estou brincando. — gargalha do meu estado, no qual eu nem consigo respirar direito. — É, tá meio gordinha...— zomba, e me irrito batendo a mão na sua cabeça, para parar de fazer piada.
— É esse o tipo de roupa que você quer que eu ande, Giulia? — a pergunto, porque tudo que está acontecendo é por sua culpa. — Não dá para mim, sério.— desisto, procurando retirar na marra o vestido avermelhado.— Prefiro ir de moletom.
—Ah não, sério?— reclama insatisfeita quando revelo. Confirmo que sim, firme na minha decisão.— Eca, que nojo! Você tem um espírito de pobreza mesmo, Annabelle. Vai quebrar a cara! Seu chefe nem vai te levar a sério.— rolo os olhos, suspirando bem fundo ao ouvi-lá jogando praga.
Bufo, ignorando seus conselhos e me vestindo do jeito que meu corpo se sente confortável.
— Droga!— checo no relógio. A essa hora eu já deveria está no metrô a caminho do FBI. — Ah meu Deus, é meu primeiro dia!— saio em disparada, porque provavelmente vou ter que pegar um táxi.
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14:05 PM.
FBI.
Toda atrapalhada desço do carro correndo, oh meu Deus... como fui perder a hora! Esbarro sem querer com um dos policiais que está na entrada, peço desculpa, continuando a correr pela recepção do FBI. Na catraca tombo com o outro agente. Engulo em seco, dando de cara justo com o meu futuro chefe. Que merda! Me sinto uma formiguinha sendo esmagadas pelos seus enormes olhos. Este que circula atenção de cima abaixo para todo o meu corpo; observando os meus pés que estão com um par de sapatos, depois direcionando para calça jeans preta e por fim chegando até a camiseta escura junto com a jaqueta jeans que uso. Acho que Giulia tinha razão, ele não vai me dá credibilidade alguma com eu vestida assim.
— Está atrasada. — informa a falta de pontualidade, num tom seco, dando as costas.
— Apenas dois... — o corrijo, tendo a coragem de rebatê-lo. — Quer dizer, três, na verdade 5 minutos.
— Pare de falar.
O sigo parecendo uma barata tonta por esse amplo lugar, recebendo olhares tortos na medida que tento alcançar os passos do homem de terno. Os outros agentes devem achar que sou uma estagiária. O chefe daqui não parece nem um pouco contente com a minha presença, é como se eu fosse um fardo que ele tivesse na obrigação de contratar.
— Entre.— abre a porta de uma das salas desse imenso corredor. Meu coração se acelera ao notar na fachada da porta: autópsia. — Você irá trabalhar aqui a partir de agora.
— E-eu achei que...
— Não retruque. Entre. — manda, com o olhar desafiador. Seus olhos penetrantes causam-me calafrios.
— Mas...— gaguejo receosa.— Eu não sou nem legista, senhor.— encolho os ombros, contrariando as suas ordens. Ele fica com mais raiva. Minhas costas batem contra a parede. Arregalo os olhos, chocada com atitude do homem.
— Olha aqui, patricinha...— segura de com força o meu pulso. Entreabro os lábios, incrédula. — Eu sei o seu jogo. — franzo a testa, erguendo a sobrancelha, estando completamente confusa. — Me chantageou para chegar até aqui, mas não vou deixar a sua estadia fácil. — nego consecutiva vezes com a cabeça, nervosa em tê-lo tão próximo de mim, acusando-me de inúmeras coisas.
— Eu n-não fiz nada. — minha voz soa trêmula. No momento encontro na posição onde me sinto intimidada.
— Fez!— acusa-me cheio de ódio, apertando o meu braço. — Se quer trabalhar pro FBI, aja como tal. —sobe o tom, todo soberbo. Aponta-se para sala, para que eu lhe obedeça:— Você tem meia hora para deixar o relatório da morte da vítima na minha mesa, se não conseguir, não precisa mais voltar.— engulo à seco.— Prefiro me demitir, do que ter que ceder as chantagens de uma hackear.
— Não sou hacker. Eu juro que não.— defendo-me entre sussurros, implorando para acredite. Giulia deve ter aprontado alguma coisa de muito ruim, para esse indivíduo tosco está me odiando.
— Ah, mais uma coisa...— vira-se, analisando-me de cima abaixo. Até acho que eu tenha cometido um erro, lhe perguntando por meio de um olhar confuso: "o que foi?"— Da próxima vez se houver, venha adequadamente para o trabalho.— refere-se em relação ao meu vestimento. O que é? Ele quer que eu venha igual uma modelo?
Que cara arrogante!
— Pode deixar, chefe. — o respondo com desdém, parando seus passos quando está quase chegando no fim do corredor.
Se acha que pode se atrever me destratar, está muito enganado.
Eu vou provar que sou digna de fazer parte do FBI. E quem sabe poder trabalhar no futuro ao lado da minha mami quando ela ficar curada do câncer. Tenho esse sonho de criança em pode dar orgulho para mulher que me criou com tanto amor, embora muitas vezes tenha ficado tão ausente dedicada a vida de agente. A ótima notícia que tenho é que ela está vindo para o Washington D.C, e não vejo a hora de reencontra-lá.
Estaremos todos juntos reunidos hoje noite.