No restaurante Kaira e Levi conversam animadamente, é possível ver o quanto eles estão felizes.
– Meu amor, você tem ideia de quando quer fazer isso? – Questiona Levi segurando a mão dela.
– Eu não sei, não parei para pensar ainda, quer dizer, eu quero isso, mas parece que a ficha ainda não caiu!
– Kaira, você está em dúvida? Acha que não mereço o seu perdão? Não podemos começar algo, se você não estiver com certeza. Eu não vou mentir, que partiria o meu coração se você dizer que não consegue me perdoar, mas eu vou entender, porque eu mesmo acho que não mereço você! – Ela sorri e leva sua mão no rosto dele, fazendo carinho.
– Você foi um idiota Levi, te odiei no início, mas fomos enganados, todos sofremos, pela irresponsabilidade e maldade da minha irmã. Eu já te perdoei, eu te amei em silêncio nos últimos três anos, acho que merecemos um recomeço. – Ela dá um leve beijo nos lábios dele. – Eu só não esperava por aquele pedido, foi lindo e eu consigo imaginar tudo que nos espera, uma vida repleta de amor e felicidades.
– Eu te amo Kaira!
– Eu também te amo.
– Que tal se nos casarmos no dia seguinte da volta do Adolph e Lucy?
– Daqui a vinte dias? Você está brincando, não é? É pouco tempo Levi, será corrido demais.
– Para mim, é tempo demais, eu já perdi muito tempo longe de você Kaira, eu quero dormir e acordar ao teu lado todos os dias, quero que teu sorriso seja o motivo de eu levantar todas as manhãs e os motivos dos meus sonhos todas as noites. Quero te ajudar a criar o Simon, eu amo aquela criança e espero que um dia ele me ame como pai e quem sabe não tentamos ter uma menininha! – Kaira segura as lágrimas, mas ela está visivelmente emocionada.
– Levi, isso é lindo, tudo bem, vamos fazer isso, vamos casar daqui a vinte dias! Mas você sabe que não terá viagem de lua de mel, não é?
– Eu sei, não podemos viajar devido ao processo do Simon, mas não se preocupa com isso, eu posso te amar em qualquer lugar. – Ele dá um sorriso sugestivo para ela.
– Pervertido. – Diverte-se ela. – Você vai para o instituto hoje comigo?
– Eu posso te levar e te buscar, mas não posso passar a tarde lá, tenho algumas reuniões hoje.
– Então me leve empregadinho. – Debocha ela.
– Serei por toda a vida!
Eles terminam de almoçar e Levi deixa Kaira no instituto.
– Você vai entrar para ver o Simon?
– Quando eu vir te buscar, eu acabo me empolgando com ele e não vejo o tempo passar. Até mais tarde meu amor, te amo. – Ele beija-a.
– Até mais tarde, amo você também. – Ela desce do carro, Levi observa ela entrar no instituto e volta para a cidade.
Levi vai o tempo todo pensando sobre a sua vida e o quanto ele tem sorte, por receber uma nova chance, depois de muito tempo, ele voltou a se sentir feliz. Ele lembra-se do ocorrido com Karl e mesmo prometendo a Kaira, ele decide ir até o hospital, ele pergunta para algumas enfermeiras, onde é a sala do médico e entra sem bater, mas para sua surpresa, está vazia. Ele fica pensando, no que fazer.
– Levi, isso é um sinal de que você não deveria estar aqui! – Resmunga, ele se encosta na parede e fica pensando, até decidir ir embora e antes que possa sair, ele escuta a porta se abrir, ele olha na direção e vê Karl bater a porta com o pé aparentemente irritado. – Boa tarde Dr. Sutherland. – Karl vira-se assustado.
– O que você está fazendo aqui? Kaira soltou a tua coleira, é isso? Sinto muito, mas não tenho um osso para te dar, saia da minha sala.
– Só quero uma consulta, doutor. – Levi se aproxima. – Estou com uma forte dor na mão, por socar a cara de dois idiotas. – Ao terminar de falar, ele dá um soco na cara de Karl o derrubando sobre a mesa. – Pode ver se eu quebrei algum osso?
– O que você pensa que está fazendo? – Questiona Karl indo para cima dele, mas Levi se defende o socando novamente, Levi dá dois socos seguidos o derrubando no chão.
– Você nunca mais vai intimidar a Kaira, você entendeu? Você vai ficar longe dela, se você a vir pelos corredores, você vai ignorá-la. – Ele chuta Karl. – Você entendeu Dr. Sutherland?
– Eu vou acabar com você, eu vou te denunciar, você vai para a prisão, por agressão.
– Vai lá, me processa. O tempo que você levar para fazer isso, é o tempo que vou levar para comprar esse hospital, depois vou te demitir e vou garantir que a tua reputação como homem e médico seja destruída, para que você nunca mais trabalhe em nenhum hospital dessa cidade.
– Você é ridículo, acha que pode tudo, tolice, você não é um Deus! – Diz Karl levantando-se e levando a mão à boca.
– Realmente não sou, eu apenas tenho dinheiro mais do que suficiente, para comprar a droga dessa cidade se eu quiser, então vai lá doutor, me denuncie, te garanto que não ficarei um dia sequer na prisão e vou acabar com você.
– É tudo que você tem, dinheiro! Eu tenho prestígio, uma reputação! Kaira é doente como você!
– Não preciso de outra coisa, o dinheiro me dá tudo que eu quero. E você com toda a sua reputação e prestígio, não conseguiu ficar com ela, porque ela não te ama, ela ama a mim e sabe o que mais doutorzinho reputação, vamos casar daqui a vinte dias. Portanto, fique longe dela, se você voltar a se aproximar dela, você terá que sumir de Lucerna, porque eu vou destruir a tua vida! – Diz ele num tom intimidador. – Eu não quero administrar um hospital, por favor não me faça voltar aqui. – Diverte-se Levi saindo da sala batendo a porta.
– Filho da puta! – Grita Karl jogando um vaso na porta, ele entra no banheiro da sua sala e olha o sangue escorrendo do seu nariz e do canto da boca. – Isso não vai ficar assim, você vai me pagar. – Resmunga ele tratando seus machucados.
Levi sai do hospital e vai para o seu escritório, para as suas reuniões, ele fica o caminho todo, pensando em como contar para Kaira que ele quebrou sua promessa. Magdalena foi para o hotel Mandarin Oriental Palace, ela se registrou numa das suítes e passou a tarde toda trancada no quarto chorando, não acreditando no rumo que sua vida está tomando.