Kaira não encontrou Levi na casa, pois depois que ele acordou, ele foi para o escritório e passou a noite toda trabalhando, pois precisava ocupar a cabeça, pela manhã, ele observa Adolph entrar no escritório.
– Aqui está, quero ver se você será homem e contará para ela. – Diz ele jogando o contrato de casamento em cima da mesa. – Você é muito idiota, está enfeitiçado por aquela vagabunda e agora está bancando o homem arrependido por ser um babaca e acusando quem não tem nada a ver com isso. – Levi passa a mão nos cabelos e balança a cabeça com um sorriso sarcástico.
– Vou te dar uma semana Adolph, para você bater na minha porta pedindo perdão, porque no momento que você levar a sua princesinha para cama, você terá certeza de quem ela é! Sabe o que você é amigo, um corno, porque a doce Norabel subiu em cima de mim, passou a mão em todo o meu corpo e eu a beijei e te juro que eu preferiria beijar um sapo do que aquela vagabunda!
– Nem se atreva Levi, nem se atreva falar dela, eu vou matar você. – Levi dá risadas.
– Olhando para você, me dá vergonha só de me lembrar que há poucos dias eu estava igual a você, cego, mas convenhamos, eu tinha motivos, talvez burros, mas eles existem. Mas você só está enfeitiçado pela mulher mais vagabunda e ordinária que essa cidade dos infernos já viu! Por curiosidade Adolph, quanto você deu para ela?
– Não é da sua conta, eu faço o que quiser com o meu dinheiro!
– Então você deu, que idiotice, porra! Depois de tudo que você acompanhou!
– Ela não me pediu, eu dei porque quis, ela nem queria aceitar.
– Adolph, você consegue ser mais burro do que eu, é óbvio que ela não te pediria, mas ela fez você ter essa necessidade de ajudá-la, é assim que golpista agem, a Kaira nunca me pediu nada, ou fez parecer que precisava de qualquer coisa. – Ele pega o contrato e junta com outro envelope e guarda na gaveta da sua mesa, ele levanta-se, para ao lado de Adolph e encara-o. – Você vai se arrepender, Adolph, por estar ao lado dela, ela é a mulher que enganou o Chris, não duvide disso. – Diz ele saindo do seu escritório.
Levi vai direto para a garagem, ele vai para a casa de campo, no caminho ele liga diversas vezes para a Kaira, mas em nenhuma das vezes ela atendeu. Na casa do centro quando ela acorda, ela fica assustada por estar ali, ela lembra-se da noite passada e suspira, ela vai para o seu quarto e faz sua higiene pessoal e desce.
– Sra. Hoffmann, bom dia!
– Bom dia, Sra. Keller.
– Kaira, por favor. – Diz ela com um sorriso. – Jade, que horas o Sr. Schneider saiu ontem?
– Acho que era por volta das 8h da noite!
– Obrigada. – Ela fica em silêncio com todas as perguntas borbulhando na sua cabeça, perguntas que ela está tentando obter as respostas, ela terminar o seu café e volta ao seu quarto, por um momento ela pensou em se jogar na cama e ficar sofrendo sem saber o que fazer, mas naquele momento, ela se deu conta que apenas aceitar tudo, fingindo não se incomodar, levaram ela até ali, ela entra no banheiro e se encara no espelho enquanto escova seus dentes. – " Você é melhor que isso Kaira, muito melhor. Ele está certo, você não pode permitir que continuem fazendo isso com você, mostre a todos quem você é." – Pensa ela se observando.
Ela vai para o carro, pega o seu celular e vê as diversas ligações perdidas de Levi, ela ignora e liga para Norabel, ela liga diversas vezes e ela não atende, quando ela está prestes a sair para voltar até aquela casa e enfrentar a sua irmã, ela recebe uma mensagem de Levi.
" Kaira, eu não vou me desculpar pelo modo que agi com a tua irmã, se você não tivesse se metido, ela estaria morta e eu preso, eu não toquei nela, eu jamais faria isso."
" Você nunca me fala nada, você mente para mim, desde que me conheceu, por que eu devo acreditar?"
" Você não precisa acreditar Kaira, é uma escolha sua, mas eu não toquei nela, eu jamais faria isso com você, eu sei que te magoei por todas as mentiras, pela forma que agi, eu disse a verdade, quando falei que te amo, a única mulher que eu desejo é você."
" Estou na casa do centro, venha até aqui, vamos conversar pessoalmente, você tem várias coisas para me explicar."
" Eu estou na casa de campo, venha você até aqui e vamos terminar isso, venha até aqui para conversarmos e resolver a tua vida."
Kaira fica pensando se deve ou não ir até aquela casa, ela decide ir e colocar um ponto final em tudo, quando ela chega no local, antes de entrar, ela se acalma no carro, tomando coragem de enfrentar o homem que ela ama e o homem que ela está ou pelo menos achava estar casada.
– Coragem Kaira, vai dar tudo certo. Entre lá e coloque eles nos seus devidos lugares, você é muito melhor que eles, muito. – Diz ela para se acalmar, ela desce do carro, caminha até a porta suspira e entra.
– Você não tem vergonha mesmo, o que você está fazendo aqui? – Questiona Anabela, Kaira a ignora e começa a subir as escadas, mas Anabela interrompe-a segurando ela pelo braço. – Onde você pensa que vai? Todos aqui já sabem a vagabunda que você é! – Ao escutar aquilo, Kaira vira-se cheia de raiva e dá um tapa na cara dela, seguido de outro tapa.
– Quem você pensa que é? Porque você não cuida da sua vida e concentra-se em fazer o seu trabalho, você é uma mulher metida, que não tem noção de limites. – Kaira dá outro tapa na cara dela, descontando toda a raiva que sente de tudo naquele momento. – Nunca mais me chame de qualquer coisa, porque se eu sou ou não vagabunda, não é da sua conta. – Ela dá mais um tapa na cara dela, que não conseguiu reagir e sobe as escadas sem olhar para trás, deixando Anabela em lágrimas com os tapas que levou.
Kaira caminha pelo corredor e avista a porta do quarto do Keller encostada, ela suspira parada na frente, tomando coragem para entrar e enfim encarar o homem que a arrastou para tudo aquilo, ela empurra a porta e entra no quarto, ela avista Levi jogado na cama, com seus pés no chão, encarando o teto, ao lado dele tem alguns papéis.
– Onde está o Christoph? – Questiona ela, controlando sua respiração.
– Atrás de você. – Responde ele sem se mexer.
Kaira vira-se devagar procurando pelo homem que ela acredita ser o seu marido e fica totalmente sem reação com o que ela vê.