Capítulo 19
1650palavras
2023-05-24 02:09
Kaira adorou a ideia de estar sozinha naquela casa, sem a supervisão de ninguém, a primeira coisa que ela fez foi chamar suas amigas para beber. Ela chama um táxi e vai para o centro da cidade encontrar suas amigas no Wild Pub.
– Olha a prisioneira chegou. – Diz Lucy rindo.
– Isso não é nada engraçado! – Responde Kaira dando um forte abraço na amiga.
– Você está linda nesse look, minha mãe realmente é a melhor. – Diz Briana abraçando-a.
– Com certeza ela é, isso é perfeito. – Diz ela dando uma voltinha toda animada.
– Você parece feliz, o que aconteceu?
– Estou sozinha naquela casa gigante, meu marido está em alguma casa por aqui no centro da cidade e aquela maldito advogado foi viajar. – Diz ela chamando o garçom. – Um coquetel de frutas, por favor.
– Claro, daqui a pouco eu trago. – Diz o garçom se afastando.
– Você já o conheceu? – Questiona Lucy.
– Eu vi algumas fotos dele, eu mexi no celular daquele maldito advogado. – Ela baixa o olhar. – Meninas, é triste, muito triste. É de extremo mau gosto, chamá-lo de Fera, ele parece tão frágil e é nítido a tristeza no olhar dele. Eu consegui entender porque ele fica recluso. Além dos problemas de saúde que devem causar dores a ele, ainda tem as dores psicológicas, pelos apelidos maldosos que ele recebeu das pessoas desta cidade.
– Como assim você viu foto do seu marido, no celular do advogado dele?
– Sei lá, acho que são amigos há muito tempo, tem várias fotos. O Sr. Schneider é muito estranho em relação a isso, fica difícil entender! Ele me chama de vagabunda, de interesseira, sendo que fui drogada e acordei casada! Parece que ele tem um ódio mortal por mim, mas eu nunca vi esse homem na vida! Ele exige que eu respeite o Sr. Keller, mas ele mesmo não respeita.
– O Sr. Karps é assim também? Ele é um dos advogados, não é?
– Eu não sei Bri, só vi ele naquele dia que ele estava com você. Toda essa situação é muito complexa. – Diz ela suspirando desanimada. – Eu só quero conseguir me livrar de tudo isso. Eu vou procurar um advogado, eu não vou ficar nesse casamento estranho.
– Acho que é a melhor decisão. Eu posso ir com você! – Diz Lucy.
– Obrigada amiga, eu vou adorar.
– Não fica brava comigo, o Sr. Schneider pode ser um babaca, mas ele é muito gostoso amiga, de onde esse homem saiu? – Kaira e Lucy dão risadas da amiga.
– Briana, você sossega. Eu não sei de quê inferno esse homem saiu, mas acho que é Francês, pelas poucas notícias que achei. Ele é um nojento e pelo que entendi mexendo no celular dele, ele tinha uma namorada na França. Ela parece estar bem brava, por ele estar aqui e não com ela. – Diz ela bebendo o seu drink.
– Quem namora é ele, não eu! Já entendemos que ele não é um homem de caráter, então não vejo mal nenhum em perder algumas horas com ele. – Conclui Briana rindo, fazendo suas amigas rirem.
– Briana, você não tem jeito mesmo. Kaira e quanto ao Flinn?
– Ele me ligou ontem, parece que ele está me culpando por isso, me chamou de ingênua e burra por confiar naquele que deveria me proteger! Por que os homens são sempre babacas?
– Porque são homens! – Diz Briana rindo.
Elas ficam no Pub bebendo por bastante tempo, Kaira não retorna a casa de Keller e passa a noite na casa de sua amiga Lucy, na manhã seguinte elas vão até um escritório de advocacia.
– Bom dia, no que eu posso ajudar as senhoritas? – Questiona a recepcionista.
– Bom dia, eu preciso conversar com um advogado sobre divórcio. – Responde Kaira.
– Um momento. – A recepcionista pega o telefone e faz uma ligação. – Sr. Hudson, está livre? Tem uma senhorita na recepção querendo conversar sobre divórcio.
– Estou livre, cinco minutos eu já atendo ela. – Diz ele desligando.
– Só aguardar senhorita, um dos nossos advogados já irá te atender. – Kaira e Lucy se sentam nas poltronas enquanto aguardam.
– Amiga, você está decidida a fazer isso?
– Com certeza Lucy, eu nunca quis entrar nisso, imagina permanecer. – Responde Kaira com um leve sorriso, depois de alguns minutos um homem alto, loiro de olhos verdes se aproxima delas.
– Bom dia. Eu sou Mark Hudson, sou advogado. Qual das senhoritas deseja atendimento?
– Bom dia, sou eu! Chamo-me Kaira Zimmermann.
– Prazer, Sra. Zimmermann! – Diz ele apertando a mão dela. – Por favor, me acompanhe. – Diz ele indicando o caminho para ela. – Então, no que eu ajudo a senhora? – Questiona ele sentando-se em seu lugar.
– Eu quero me divorciar.
– Certo, tem o registro do casamento?
– Não, a questão é a seguinte, eu estava drogada e fui provavelmente forçada a casar.
– Sinto muito por isso, mas nesse caso é fácil de resolvermos então, solicitando a anulação do casamento, por ele ser forçado. Você tem os exames toxicológicos para comprovarmos?
– Não, eu não fiz e isso aconteceu há alguns dias.
– Isso é um problema, não podemos usar essa estratégia, se não tivermos testemunhas, você tem alguma?
– Infelizmente não.
– Então vamos seguir o processo normal de divórcio, qual o nome do seu marido?
– Christoph Keller.
– Então você é a Sra. Keller, desde ontem só se fala nisso, nessa cidade. – Ele repara o rosto dela sério e fica sem graça. – Eu vou abrir o processo. Vocês têm algum acordo de divórcio?
– Eu não sei, o advogado dele me mostrou um contrato de casamento com a minha assinatura que eu não pude ler. Mas de qualquer forma, eu não quero nada desse homem, apenas a minha liberdade em sair de um casamento que nunca desejei.
– Certo, teremos acesso a tudo durante o processo. Em alguns dias o processo já começará a correr na justiça, vamos te manter atualizada. Na saída a recepcionista fará o seu cadastro.
– Muito obrigada! – Diz ela levantando-se e apertando a mão dele, ela passa na recepção e faz o seu cadastro conforme ele orientou.
– Então amiga, como foi?
– Foi tranquilo, ele disse que no máximo em alguns dias o processo já começará a correr, foi mais fácil do que imaginei.
– Que ótimo, é uma notícia excelente. – Diz Lucy abraçando-a. – Vamos almoçar para comemorarmos.
Em Toulouse, na França, Levi está parado em frente a janela da sua casa, quando Haydée se aproxima.
– Enfim você voltou! – Diz ela com a voz doce atraindo a atenção dele, que se vira para encará-la. – Eu estava com muitas saudades. – Ela passa os braços no pescoço dele e beija-o, ele leva suas mãos aos braços dela e afasta-a. – O que você está fazendo? – Questiona ela.
– Por que você está aqui? Eu não te chamei Haydée.
– Você vai continuar agindo feito um babaca?
– É o meu lado que você merece, então, sim, eu vou!
– Pare com isso, Levi! Para de agir feito um menino mimado, as coisas não são sempre como você quer! – Ele se aproxima e pega da mão dele a chave da casa. – O que foi, não posso mais vir aqui?
– E muito menos como você quer, então não começa com essas besteiras. Ficou claro na nossa última ligação, que não temos mais nada, é óbvio que você não pode ficar entrando na minha casa sem permissão.
– Vai ser assim? Você vai me abandonar por causa dele? Você sempre fez tudo que ele queria, sempre correu para aquela cidade de merda, a cada surto que ele tinha e mesmo agora a sua vida continua girando em torno dele, por que você não deixa isso para lá e volta a ser o homem que eu amo, me diz por quê?
– Você sempre faz isso, sempre quer que eu me sinta culpado por amá-lo, por ajudá-lo sempre que ele precisou, você sempre foi incapaz de entender a doença dele e passou anos competindo contra isso, quando você deveria ter me apoiado.
– É sempre o Chris, sempre foi ele e agora está pior, eu não reconheço mais você!
– Tudo bem, você não precisa me conhecer, pois não vamos noivar, você é vazia e eu não suporto mulheres do teu tipo! Saia da minha casa!
– Levi, você está de cabeça quente, não me ofenda gratuitamente, porque não consegue escutar as verdades, não existe espaço na tua vida para outra pessoa, apenas para ele, mesmo agora você só consegue pensar nele.
– E você não enxerga nada na sua frente, apenas o que você quer, eu estive aqui o tempo todo para você também e nunca foi suficiente, porque você sempre competiu com o Chris, sendo que meu amor era dos dois, você é egoísta e sem empatia!
– Você queria o quê? Que eu ficasse de babá daquela aberração? Daquele homem doente, inútil, que sempre ficou entre nós? Desculpa-me por não amá-lo. Eu nun..
– Você é horrível, a aberração é você, somente você. – Diz ele interrompendo-a, ele a pega pelo braço e coloca-a para fora da sua casa. – Fique longe de mim, eu tenho nojo de você. – Diz ele batendo a porta na cara dela.
– Levi, abra essa porta. – Grita ela batendo na porta. – Fale comigo como homem, abra essa porta, você está agindo feito um menino contrariado, para de idiotice. – Ela segue batendo na porta por longos minutos, quando ela percebe que ele não vai abrir, ela desiste. – Você vai se arrepender por me tratar assim! – Ela vai embora irritada.