Capítulo 12
1671palavras
2023-05-21 02:26
Levi sai do escritório e começa a reparar que as cortinas foram trocadas, ele vai para a sala de estar.
– Sra. Doertz, venha até aqui! – Grita ele.
– Senhor! – Diz ela entrando apressada na sala.
– Que merda é essa? Por que está tudo aberto, com essas cortinas claras? – Questiona ele observando-a.
– Foi por ordem da Sra. Keller, ela mandou trocar tudo, eu disse para esperar o senhor, mas ela não me ouviu. – Diz ela de cabeça baixa.
– Olhe para mim, Sra. Doertz, ela é a dona da casa, você fará tudo que ela mandar, sem questionar, mesmo que o Sr. Keller ou eu, não estejamos aqui. Nunca mais contrarie ela.
– Tudo bem senhor, me desculpa.
– Não vamos almoçar em casa hoje, vou levar a senhora ao médico e vamos almoçar no centro da cidade. Ela tomou café?
– Sim, senhor.
– Ótimo, você pode sair!
– Com licença. – Diz ela saindo aliviada da presença daquele homem, todos ali não sabem quem temer, mas visto que eles nunca viram o Sr. Keller, eles temem mais o Sr. Schneider.
Ele anda pela sala observando as luzes baterem em vários pontos, aquele lugar sempre esteve escuro e agora a claridade se faz presente, ele olha as horas no relógio e antes de ter tempo de reclamar, ele vê Kaira descendo as escadas, com um vestido branco que quando bate a luz, deixa seus mamilos à mostra, ele engole em seco e suspira.
– Você está de brincadeira?
– O que foi agora, você disse para eu trocar de roupa, eu troquei.
– A porra desse vestido é transparente. Vai sair assim? – Ela se observa e não enxerga nada.
– Você está ficando louco, não tem nada transparente aqui. – Ele a puxa para a claridade e quando ela enxerga seus mamilos de fora, ela leva a mão aos seios, envergonhada e sobe as escadas correndo, ele coça a cabeça tentando entender aquela mulher.
– Como consegue ser tão falsa? – Questiona-se baixinho, enquanto volta a esperá-la.
Depois de uns minutos, ela retorna para sala com um vestido preto, ele suspira pensando o quanto é fácil ser enganado por aquela mulher, ele consegue entender os sentimentos que Keller nutriu por ela, ele sacode a cabeça em negação.
– Isso é tudo culpa de vocês, que me trouxeram para cá, sem as minhas coisas. – Ela reclama ao se aproximar.
– Que conversa é essa? Eu sei que já entregaram as suas roupas, a Sra. Moore me avisou.
– Não tem lingeries. – Diz ela baixinho e tudo que ele consegue imaginar é que lá está sem nada por debaixo daquele vestido, ele controla-se e sai caminhando para a frente da casa, onde deixou seu carro estacionado, ele entra e fica esperando ela que segue parada na sala, ele buzina algumas vezes, até ela aparecer e entrar no carro em silêncio. – Aonde vamos?
– Numa clínica, você será examinada, já que insiste que estuprei você! – Ela fica incomodada com aquilo e começa a se questionar se ele realmente a tocou.
" Ele faria isso? Me levaria ao ginecologista se tivesse abusado de mim?" – É tudo que ela consegue pensar naquele momento, enquanto ele segue dirigindo em silêncio.
– Eu não quero ir! – Responde ela baixinho, ela está se convencendo que ele não fez nada e está com vergonha de ir ao ginecologista com ele.
– Mas você vai, ou está mentindo ser uma moça inocente? Se você tiver mentido para mim, você sairá morta daquele consultório. – Diz ele sério sem encará-la, pois ele não consegue deixar de imaginar ela sem nada por baixo daquele vestido justo.
– Como eu odeio você, porque você não bate numa árvore agora mesmo e nos mata, a morte será melhor que essa vida aturando você, num casamento onde eu nem posso ver ou falar com meu marido.
– Você está muito nervosa, não acha? Deve ser porque ainda é virgem, você precisa relaxar posso te ajudar com isso mais tarde. O que acha?
– Tão escroto! Por que você não arruma a sua própria mulher? E para de cobiçar a esposa do teu chefe.
– Ele nem vai saber que toquei em você, basta você querer donzela. – Diz ele com um sorriso sarcástico olhando-a pelos cantos dos olhos, ela faz cara de nojo e fica em silêncio. – Você deve ser uma pessoa horrível de se ter por perto, não acha? Para sua própria família te sentenciar para a Fera de Lucerna. – Ela encara-o e baixa o olhar, pois é possível ver a tristeza em seus olhos, ela segue em silêncio, segurando as lágrimas, porque não quer que aquele homem a veja chorando, por mais que queira machucá-la, naquele momento Levi sente um pouco de pena dela.
" Ela merece, não se engane Levi, ela merece, ela é maldosa, ela merece sofrer." – Ele está pensando nisso, tentando se convencer, enquanto a observa de cabeça baixa.
– Por que você me odeia tanto? O que foi que eu te fiz? – Questiona ela baixinho o tirando de seus pensamentos, ele a observa e não responde. – Por favor, me diga! Por que tem prazer em me machucar? Por que me ofende com palavras horríveis? Você não me conhece, eu nunca fiz nada a você. Eu não queria casar, como você percebeu, eu já tinha o meu namorado, eu estava prestes a viajar para ficar com ele, por que acha que sou uma pessoa ruim? – Levi estaciona na frente de um consultório e a observa por alguns minutos em silêncio. – Me diga o motivo?
– Mulheres como você, são manipuladoras ao natural, você não fará isso comigo, eu não vou cair no teu golpe, te trato apenas como você merece, uma vagabunda qualquer. – Ele desce do carro, caminha até o lado do carona e abre a porta. – Desça! – Ela enxuga as lágrimas e desce do carro de cabeça baixa.
– Você poderia morrer, para alegrar o meu dia. – Diz ela passando por ele e indo direto para o consultório, ele bate a porta do carro e a segue.
– Bom dia, eu gostaria de me consultar com o ginecologista. – Diz ela para a recepcionista.
– Bom dia. Tem preferência por algum profissional? – Questiona a recepcionista.
– Qualquer um, o primeiro que estiver livre, estamos com pressa. – Responde Levi sem deixar ela escolher.
– Um momento, vou checar as agendas. Temos o Dr. Lutz livre nesse momento.
– Pode ser esse mesmo! – Responde ele.
– Qual seu nome, senhora?
– Kaira Zimmermann.
– Kaira Keller, esqueceu que você agora é uma mulher casada? – A recepcionista fica surpresa ao ouvir aquilo, pois ela mesmo desejava ser a escolhida.
– Por que você não some daqui, hein? Me deixa fazer isso sozinha! – Diz Kaira com raiva.
– Não, faremos isso juntos, você me acusou. – Enquanto eles discutem a recepcionista completa o cadastro.
– Mas de jeito nenhum você entrará naquele consultório comigo.
– De jeito nenhum você entrará sozinha, eu vou entrar, sim, você é muito esperta, não irá ficar me enganando.
– E a minha privacidade? Onde fica?
– Perdeu esse direito, ao me chamar de estuprador. – Diz ele sério, a recepcionista fica assustada ao ouvir aquilo.
– Sra. Keller. – Chama o médico.
– Sou eu, você fica aqui. – Ordena ela.
– Não mesmo, eu vou com você.
– Algum problema? – Questiona o médico.
– Sim, esse senhor não sabe respeitar a privacidade das pessoas, ele quer entrar na consulta comigo. Eu já disse que ele não vai. – As pessoas que estão em consulta naquele consultório estão prestando atenção no tumulto lá fora.
– Senhor, eu não posso permitir que você entre, sem a permissão dela.
– Estou pouco me fodendo para isso, eu já disse que vou entrar, essa mulher é manipuladora e mentirosa, ela disse que eu a estuprei, então ela provará, já que diz que é uma virgem. – Diz ele com desdém olhando ela de baixo para cima, até chegar no olhar dela, o médico se assusta com aquela informação.
– Samara, ligue para a polícia por favor. – Ordena o médico, Levi e Kaira se olham.
– Ótimo, assim resolvemos essa situação e se você estiver mentindo, eu vou te processar.
– Faça o que você quiser, não é você que administra a fortuna do meu marido? Aproveite e veja quanto você pode tirar dele, já que está interessado na mulher dele também. – Provoca Kaira.
– Por favor, vocês dois podem se acalmar e aguardarem a polícia sentados, sem tumulto. – Diz o médico, enquanto a recepcionista faz a ligação, ela explica toda a situação para eles.
Eles se sentam nas cadeiras da recepção de frente um para o outro e a todo momento eles trocam olhares.
– Você está feliz? Por estar causando todo esse tumulto?
– O único culpado é você, que é um cretino, sem educação e não respeita os espaços das pessoas, aprenda ouvir um não. Qual o seu problema em ser contrariado? Você tem o pau pequeno, por isso esse ego enorme e mania de controle? Para compensar a tua frustração, é isso? – Eles escutam risos abafados das recepcionistas que estão ali e aquilo o deixa com mais raiva.
– Você é audaciosa demais, aproveita para me falar essas idiotices em lugares assim, porque te juro se estivéssemos em casa..
– Minha casa e do meu marido, você é um intruso lá! – Diz ela interrompendo-o. – Vamos lá, me diga que você me foderia em qualquer canto daquela casa, logo você que está aqui gritando que não é um estuprador, vamos lá, me diga! – Diz ela encarando-o, ele desvia o olhar que está cheio de raiva e fica em silêncio. – Eu sabia, frouxo. – Provoca ela, enquanto observa ele fechar os olhos e dar um leve sorriso de canto de lábios.