Sinto mãos me sacudindo, mas eu não quero acordar, quero continuar aqui, com o Damian e a Luna, continuo deitada com os olhos fechados, mas de repente sinto um impacto forte no meu rosto seguido de uma forte ardência me fazendo abrir os olhos em resposta ao tapa que eu tomei. A patrícia estava abaixada ao meu lado, o olhar dela sobre mim fazia meu corpo arrepiar, eu conseguia sentir em todo o meu corpo o ódio que ela sentia por mim.
- Acorda bela adormecida! – Ela falou entre dentes enquanto me encarava. – Já chegou a sua hora. – Senti o medo percorrer meus ossos com as palavras dela. Será que é isso? Será que chegou ao fim para mim? Estiquei minhas pernas que estava encolhida e dormentes, meus tornozelos ainda amarrados estavam doloridos e eu conseguia ver manchas vermelhas nas cordas. – Levanta logo, eu não quero chegar atrasada no meu encontro com o Damian.
- Acha mesmo que ele vai cair nessa sua armadilha ridícula? - Falei entre dentes. – Acha mesmo que ele vai sozinho atrás de mim? Não seja estúpida! – Ele não podia cair na armadilha dela, se ele for atrás de mim, se ele for sozinho, eu vou perder ele para sempre.

- Se você conhece o Damian de verdade você deve saber que ele não raciocina direito quando o assunto é você! – A Sara entrou no cômodo rapidamente falando, ela tinha um saco de linho marrom em uma das mãos, e na outra um rolo de fita adesiva. – Toma! – Ele ofereceu a fita pra Ana que pegou já desenrolando um pedaço grande. – Fica quietinha! – Ela falou para mim, eu tentei me arrastar para trás, mas estava muito fraca e acabei caindo e batendo a cabeça no chão, tentei levar minha mão ao local onde eu bati, mas não consegui pelo fato de meus pulsos estarem amarrados.
- A hora está passando! – A Sara que nos olhava de perto falou impaciente.
- Escuta aqui garota. – A Patrícia falou depois de agarrar meus cabelos com uma das mãos, ela puxou forte me forçando a olhar para ela, os olhos dela estavam vermelhos de raiva. – Eu só não acabei com você ainda por que eu quero que o Damian te veja morrer, entendeu? Então não me faça arrepender! Ouviu? – Apenas acenei que sim, eu não sei se vou sobreviver, mas, se existe alguma chance de isso acontecer vai ser se eu consegui encontrar com o Damian, e isso só vai acontecer se eu conseguir sair daqui. – Boa garota, agora fecha a boca! – Eu fiz o que ela mandou, ela passou alguns pedaços de fita na minha boca, meus lábios estavam colados e imóveis, ela pegou o saco da mão da Sara e a última coisa que consegui ver antes dela enfiar ele na minha cabeça foi o Luan chegando apresado.
- Ele está aqui! – Ele falou com a respiração rápida, como se tivesse corrido.
- Quem está aqui? – A Patrícia perguntou gritando, ela estava preocupada, algo aconteceu fora dos planos dela. O fedor do saco estava atrapalhando minha respiração, eu estava me sentindo sufocada, minha cabeça estava girando, eu não conseguia saber ao certo o que estava acontecendo, mas o medo estava percorrendo meu corpo. Tentei pensar na Luna, fiquei imaginando como ela vai ser quando adolescente, como vai ser o primeiro amor dela, como serão os filhos dela, tento me concentrar nesses pensamentos assim para me acalmar, lagrimas escorrem pelo meu rosto, e eu rezo para poder sair daqui, para poder voltar para minha filha, para poder voltar para o Damian e nunca mais deixá-los.
- O Damian! Aquele desgraçado está aqui!! – A forma como o Luan falou deixou claro toda a raiva dele, e também toda a surpresa.

- Como ele achou a gente? – Eu não conseguia enxergar nada, mas o tom de voz da Patrícia me fez tremer de medo, ela não estava disposta a perder, e era visível que ela também já não tinha nada a perder. Tentei me arrastar pela direção que eu acho ser a saída mas senti mãos fortes me agarrando pelo braço me obrigando a levantar.
- Não importa como ele nos achou, ele não vai sair daqui vivo! – A pessoa que me segurava era com certeza o Luan, o aperto dele era muito forte, ele tentou andar, mas meus tornozelos amarrados e meu corpo fraco não me deixaram andar, senti as mãos dele nas minhas pernas e com um impulso ele me jogou por cima do ombro e começou a andar.
- Onde você está levando ela? – Ouvi a voz da patrícia próxima a nos, ela estava correndo atrás de nós a passos apresados. – Onde você está levando ela Luan? Porra! Me responde! – O Luan parou de uma vez e girou o corpo para trás, eu consigo até imaginar eles se encarando com ódio.
- Aquele filho da puta está aqui! Você ouviu isso? Ele está aqui!!

- Eu sei, mas vamos fazer como combinado.
- Não dá mais para seguir o plano, ele deu o primeiro passo, você acha mesmo que ele não chamou ninguém? Oque te faz pensar que a polícia não está lá fora com ele? Racíocina porra!
- E mesmo se tiver? Oque você pensa que vai fazer? Não tem mais para onde correr meu querido, aquela estrada é a única saída daqui! Então me escuta, vamos pensar, se a polícia tiver lá fora não vamos conseguir escapar, se a polícia....
- Não tem polícia! – Ouço a voz da Sara, ela parece estar calma e despreocupada.
- Como você sabe? – O Luan já estava no nível máximo de nervosismo, eu conseguia sentir ele tremendo sob o meu corpo.
- Não sejamos idiotas, ele não iria trazer a polícia, ele não ariscaria perder a mulher da vida dele.
- Acha mesmo que ele está sozinho aqui? Ele não seria tão burro assim?
- Claro que sim! No máximo ele deve estar esperando que a gente responda a aparição dele com desespero. Exatamente como vocês estão agindo. – A Sara falava de forma fria e calculista. Não sei qual é o plano do Damian, mas, eu realmente espero que ele tenha um.
- O que vamos fazer então? – Em questão de segundo a
“líder” do grupo estava pedindo uma solução pra Sara. A porta do cômodo de cima estava sendo forçada, ele estava na casa, ele estava aqui por mim!
- Vai ser fácil é só....