Ponto de vista da Sara.
Já tem duas horas que estou sentada aqui no balcão desse bar, levanto a mão pra chamar o barman e ele já sabe que estou pedindo mais uma taça de vinho. Penso e repenso no que estou prestes a fazer, pode ser que dê certo e eu consiga tudo o que eu mais quis desde o começo de todo esse circo, mas, se der errado eu posso perder definitivamente o Damian. Assim que o barman me servir de mais vinho eu viro toda a taça de uma só vez, vou precisar da coragem que o vinho me dá. Pego meu celular e procuro pelo contato da pessoa que vai me ajudar, assim que encontro digito uma mensagem pra ela.
- Vamos lá Sara, você sabe que precisa da ajuda dela! - Falo baixinho pra mim mesma, suspiro profundamente e junto toda coragem que tenho e aperto o botão de enviar. Pronto! Agora não tem mais como fugir.

Ponto de vista da Patricia.
Mais uma vez acabei discutindo com o Luan por causa daquela Vadia! Depois da briga acabei me exaltando ainda mais que o normal e acabei pegando o laptop dele e o jogando com toda a força do mundo contra a parede, ele ficou surpreso e com raiva, depois disso eu sai pra esfriar a cabeça, a minha vontade verdadeira era de descer até onde aquela puta está e cortar ela em pedacinhos.
- MERDA!! VADIA DESGRAÇADA! - Gritei batendo a mão no volante, é tudo culpa dela, como sempre, ele não quer que eu mate aquela vadia, mas, não faria sentido nenhum, o que eu ganho matando o Damian e deixando ela viva? A minha vingança nunca estaria completa desse jeito, sem contar que, o meu odio todo é por ela, foi ela que apareceu pra destruir tudo, o Damian é só um idiota que se apaixonou por ela, e é por isso que ele vai pagar! Meu celular toca me tirando dos meus pensamentos, paro o carro no canto da estrada de terra que liga o local onde estamos aprisionando a Maria e a cidade.
“ Me apaixonei pelo Damian, me perdoa? Mas aquela vadia estragou tudo entre nós dois, como ela fez com você, então, em nome da nossa amizade, permita que eu me junte a você pra acabar com os dois?
ASS: Sara. PS: Você me deve uma!”
A Sara como aliada? Não sei se seria uma boa ideia de começo, alias, eu nem sei se ela seria capaz de fazer oque é necessário, mas por outro lado, talvez eu precise de alguém já que o Luan está amolecendo por causa daquela puta. O que fazer? Pego o meu celular e mando uma resposta pra ela.

“ Vou me encontrar com você, me manda o endereço.”
Pouco tempo depois chega pra mim uma mensagem contendo o endereço dela, fico ainda parada na estrada, tenho que pensar em todas as possibilidades, e se ela estiver me traindo? Um sorriso apareceu no meu rosto com a ideia da Sara ser idiota o suficiente pra me trair.
- Nesse caso, sou obrigada a matar ela também! - Falei sozinha dentro do carro, e pensando bem, não gosto da ideia de alguém além de mim se vingar do Damian, no fim das contas matar ela será uma ótima ideia.
Ponto de vista do Damian.

O Carlos está me levando pra casa dele, o silêncio era insuportável dentro do carro dele, a saudade da minha menina cada vez apertava mais no meu peito, ela estava tão perto de mim, depois de tanto tempo eu finalmente consegui encontrá-la, ela estava disposta a conversar e tentar resolver as coisas entre nós, eu estava com esperanças depois de tanto tempo, até que aquela desgraçada veio e tirou ela de mim.
- Tá pensando nela né? - O Carlos me perguntou sem tirar os olhos da direção.
- Sim, é a única coisa que eu faço desde quando a vi pela primeira vez. - Falei com sinceridade pra ele.
- Sei exatamente como é! - Ele ainda olhava pra frente, eu sentia que ele tinha muita coisa pra me dizer, mas, que estava esperando o momento certo.
- Você também a ama né? - Ele me encarou por alguns instantes e depois voltou a atenção pra estrada.
- Sim! - Ele respondeu de forma curta.
- Eu percebi. - O silêncio mais uma vez reinou entre nós dois. Depois de alguns minutos chegamos a casa dele, era uma casa grande e tinha a frente toda branca com um jardim na frente. Parecia ser uma casa de família.
- Bela casa! - Falei assim que passei pela porta, mas olhando a casa por dentro eu fiquei um pouco intrigado. Tinha um cercadinho ocupando quase toda a sala, vários brinquedos espalhados e copinhos de canudinho sobre a mesa. - Você é pai? - Perguntei curioso.
- Entra e sente se, nós já vamos conversar, só preciso de um café primeiro. - Ele se virou e foi em direção da cozinha, e eu fui atrás dele, precisamos começar a acertar os detalhes de tudo amanhã a noite. O dia já estava no fim, e o tempo passava cada vez mais rápido.
- Tá bom, eu também quero café. Carlos, você mora com quem? - Eu estava mesmo curioso.
- Aqui? Ou em Nova York?
- Aqui! - Eu já sabia que a Maria tinha morado na casa dele em Nova York.
- Com a Ana e as meninas. - Ele serviu uma xícara de café pra mim e uma pra ele.
- Meninas? - Nesse momento começo a ouvir barulho na porta, olhei pro Carlos que continuava tomando o café dele.
- Carlos? Chegamos! - A Ana entrou gritando, em questão de segundos ela já estava na cozinha. - Damian? O que você tá fazendo aqui? - Ela me perguntou surpresa, quando eu ia abrir a boca pra responder vi uma criança correndo atrás dela.
- Mamãe, mamãe! - Era uma menininha fofa, e as feições dela eram muito parecidas com a Ana.
- Sua filha? - Eu perguntei já sabendo a resposta, eu me lembro que quando elas foram embora a Ana estava grávida.
- Sim, essa é a Laila. - Fui até ela e estiquei os braços pra garotinha.
- Posso? - Perguntei a Ana que fez que sim com um aceno de cabeça. A garotinha logo se jogou nos meus braços. - Ela é muito linda Ana, parabéns! - Ela me deu um sorriso amarelo e eu fiquei ali brincando com a Laila. Pelo canto do olho vi a Ana se aproximar do Carlos e falar baixinho com ele: Não combinamos esperar a Maria voltar?. Fingi que não ouvi nada e continuei brincando com a Laila. - Eu sempre sonhei em ser pai, como eu quis ter um filho com a Maria, você lembra Ana? Aquela vez que a médica disse que ela poderia estar grávida? Nossa, como eu fiquei feliz com essa notícia. - Suspirei fundo pra afastar as lágrimas que se formavam nos meus olhos. - Eu espero que um dia eu consiga realizar esse sonho. - quando olhei pra Ana ela estava chorando, o Carlos estava quieto, se servindo de mais café. - O que foi?
- TITIO CALO… - Olhei pela entrada da cozinha e vi uma menininha um pouco menor que a Laila correndo de forma muito desajeitada até o Carlos, ele abaixou e a pegou no colo. A Ana veio ao mesmo tempo até mim e pegou a Laila do meu colo.
- É sua filha também Ana? - Perguntei confuso.
- Não! Eu só tenho a Laila! - Olhei confuso pro Carlos que brincava com a menininha, ela ria pra ele enquanto ele fazia carinho nela.
- Damian? Temos uma coisa importante pra te contar. - O Carlos veio até mim me deixando de frente com a garotinha no colo dele. Uma mistura de sensações começaram a mexer comigo, de repente olhando aquela menina eu senti um calor no peito, uma alegria inexplicável tomou conta de mim, mas foi quando ela me olhou com aqueles olhos verdes foi que eu entendi o motivo de mesmo estando com o meu coração partido eu sentir tanta alegria. A menininha era uma cópia perfeita de mim!
- Damian, essa é a Luna, sua filha com a Maria!