Capítulo 64
1635palavras
2023-05-13 19:54
Ponto de vista do Carlos
Eu examinei ela com calma e cuidado, e como eu imaginei ela estava com a garganta inflamada, dou um banho nela e a visto com roupas quentinhas, a Mari está sem reação sentada na cama, ela começou e parou de chorar várias vezes, mas eu resolvi não dizer nada até primeiro cuidar da minha bebezinha.
- Vou buscar remédio pra ela na farmácia do lado! - A Luna já estava dormindo, a febre tinha baixado e ela estava bem mais tranquila.

- Tá bom – A Mari ainda estava sentada na cama ao lado do bercinho da Luna, ela segurava a mãozinha dela e mantinha os olhos o tempo todo nela. Eu saí do quarto e desci as escadas em direção a cozinha e encontrei a Ana sentada em um banquinho brincando com a Laila que estava sentada na bancada da cozinha.
- Ela está melhor? - Ela perguntou assim que me viu.
- Sim, a febre baixou, ela tá com a garganta inflamada, to indo na farmácia encontrar alguns remédios, você precisa de alguma coisa?
- Na verdade eu preciso de fraudas pra Laila. - Ela ainda brincava com a menina que estava dando muitas gargalhadas. - Vou pegar o dinheiro, só um minuto. - Ela me entregou a Laila no colo e foi até o quarto pegar a bolsa.
- NÃO PRECISA! - Eu gritei porém ela me ignorou, olhei pra Laila que estava no meu colo e fiquei brincando com ela, ouvi passos nas escadas e comecei a falar com a Ana. - Não precisa do dinheiro, eu compro, só fica com essa gostosura aqui pra eu ir porque tá muito frio lá fora pra eu levar ela.
- Sou eu! - Me virei rápido e vi a Mari parada na ponta da escada. Ela estava com uma maleta de primeiro socorros que eu montei assim que elas vieram morar comigo. - Eu vi que você se machucou, posso? - Ele apontou pra maleta e eu fiz um gesto de sim com a cabeça, ela se aproximou de mim e me puxou pra sentar no sofá da sala, coloquei a Laila no cercadinho que eu montei pras minhas meninas. - Como você se machucou? - Ela pegou algodão e anti séptico e começou a limpar o corte.

- Um carro atravessou na minha frente, eu freiei rápido, Auu, isso dói! - Mesmo ela limpando bem delicadamente o anti-séptico queimava bastante.
- Rsrsr, um médico reclamando de um curativo? - Ela tinha uma risada doce.
- Em minha defesa, geralmente sou eu que faço os curativos, essa é a primeira vez que alguém faz em mim, pelo menos não depois que me tornei médico. Rsrs. A Luna está dormindo ainda? - Ela já tinha limpado todo o machucado.
- Sim, ela está bem calma, mas começou a tossir. Acho que seria bom saturar esse corte, tá bem fundo. - Ela passava os dedos de leve em volta do corte.

- Não tem necessidade, juro, eu to bem. - Comecei a me levantar. - Vou buscar os remédios dela, ela precisa começar a tomar os antibióticos.
- A Ana já foi. - Ela me puxou de volta pro sofá. - Deixa eu terminar ao menos o curativo.
- Como assim ela já foi? Eu estava indo, e ela nem pegou o dinheiro.
- Pode ficar calmo, ela se ofereceu pra ir, e eu dei o dinheiro pra ela, ela viu seu corte e estava tão preocupada quanto eu.
- Não precisava dela ir, AIAI! Agora vou lembrar de ser mais delicado na hora de fazer os curativos lá no Hospital. - A Mari começou a rir.
- Meu Deus! Quanto drama! Prontinho! - Ela falou assim que terminou de colocar os esparadrapos. - Tá novinho em folha, mas por via das dúvidas, - Ela se levantou e foi até a cozinha, logo depois voltou com um copo de água e um analgesico. - Toma!
- Obrigado! - Eu peguei o analgesico da mão dela e tomei, depois tomei também a água. De Repente reinou um silêncio entre nós, as únicas coisas que se ouviam eram os barulhos que a Laila fazia com os brinquedos. - Bom você deve estar cansada, pode ir deitar, assim que a Ana chega eu dou o remédio pra Luna. - Ela abriu e fechou a boca umas três vezes mas não disse nada. - Ei, tá tudo bem, eu tô de folga amanhã, eu cuido da Luna!
- Tá bom, obrigado mais uma vez por, bom por tudo. - Ela se levantou, mas continuou parada me olhando, eu me levantei também, e estendi a mão pra ela.
- Bom boa noite Mari. - Ela apertou minha mão de volta, ela estava me olhando nos olhos, de repente ela me puxou pela mão e me abraçou.
- É sério Carlos, Obrigado! Eu não sei oque faria sem você. - Ela afundou o rosto no meu peito, eu abaixei minha cabeça e afundei meu rosto na volta do pescoço dela, o cheiro dela era maravilhoso, eu poderia ficar ali a noite toda, o calor da pele dela era aconchegante. - Eu, eu, eu me sinto tão fraca às vezes sabe, as vezes acho que eu to fazendo tudo errado! - Ela ainda estava com o rosto no meu peito. - Eu não estou dando conta, eu me sinto sozinha, eu sinto tanta, mas tanta falta da minha mãezinha e do meu paizinho. - Elas estava chorando. - Se, se você conhece eles você ia ver que eles eram os melhores. Eu estou tão cansada sabe. É como se eu sentisse um nó na minha garganta me impedindo de respirar, e eu sei, sei que preciso ser forte, mas eu, eu… - Ela estava soluçando de tanto chorar.
- Ei, XIII, fica calma, você não é fraca, nem um pouco, é bom chorar e desabafar, você não é fraca tá? - Ela levantou os olhos e me encarou, os olhos dela estavam inchados e vermelhos. - você é incrível Mari, você passou por muita coisa em muito pouco tempo, você é a mulher mais forte que eu conheço. - Passei a mão pelo rosto dela e ela fechou os olhos. - você é uma mãe incrível, você não só cuida da Luna como também dá atenção, carinho, você dedica o seu tempo a ela. Você é uma excelente fotógrafa, você conquistou uma vaga naquela agência por total incompetência sua, e você está crescendo muito lá. - Ela secou o rosto e me deu um sorriso fraco. - E Mari, você não está sozinha, você tem a Ana que sempre ficou ao seu lado, tem as meninas que são maravilhosas. - Ela ainda me olhava sem dizer nada. - E se você permitir, você tem a mim, eu nunca vou te abandonar, não vou sair do seu lado por nada nesse mundo, e não me importa como você me veja, eu nunca vou te aban… - Ela me interrompeu com um selinho, eu confesso que não estava esperando, e fiquei literalmente de boca aberta, balancei minha cabeça pra tentar pensar no que fazer, quando olhei pra ela ela estava vermelha e com os olhos baixos.
- Me perdoa, eu, eu, nossa. - Ela abaixou a cabeça, era visível que ela estava sem graça, depois ela me olhou com os olhos brilhando e me deu um sorriso doce. - Pode me beijar se você quiser! - Eu não me controlei, segurei o rosto dela com as minhas mãos, eu esperei tanto por isso que parecia ser um sonho, ela me olhava com tanta ternura. Eu aproximei meu rosto do dela, e ela fechou os olhos, eu senti a respiração dela, meu coração parecia querer explodir, eu fechei os olhos e ….
- Chegueii! Vocês não vão acreditar no que me... - Ele estava de costas pra nos dois fechando a porta, nem eu e nem o Mari nos mexemos, a Mari apenas afundou o rosto no meu peito e eu continuei com os braços em volta dela, a Ana ficou muda quando ela viu que nos atrapalhou, de novo! .- OOPS?
- É sério Ana? - Eu perguntei pra ela, não posso dizer que estava bravo mas eu estava chateado. Chateado com certeza!
- É eu vou olhar a Luna, boa noite! - A Mari parecia estar com vergonha, ela saiu dos meus braços e subiu direto pro quarto.
- Obrigado Ana, eu fico te devendo uma. - Ela estava achando graça – Alias! Mais uma.
- Olha Carlos, eu amo você, e quero muito que vocês fiquem juntos, mas – Ela foi até o cercadinho e pegou a Laila. - Jura? Na frente da minha filha?
- Foi mal! - Eu fiquei um pouco sem graça. - Mas enfim, o que aconteceu que você chegou tão animada?
- Vou te contar, eu conheci alguém! - Ela parecia estar muito feliz.
- Que bom, quem é? E quando vou conhecer ele?
- Ei, calma aí! Depois eu te conto! Agora vai lá dar os remedinhos pra Luna. Eu vou deitar porque tô exausta, e você também né amor? - Ela falou com a Laila. - Boa noite Carlos. - Ela já estava saindo quando ela parou e se virou pra mim. - Ei, eu to feliz por você! Tomara que você faça ela feliz, ela merece ser feliz e você também. - Ela saiu e eu fiquei ali sentado pensando na Maria, Será que dessa vez ela vai me dar uma chance? As palavras da Ana ficaram na minha cabeça, “ela merece ser feliz!”. Ai Mari, se você deixar eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.
- Melhor ir lá dar os remédios pra Luna, não posso descuidar da minha menininha. - Eu falei comigo mesmo.