Capítulo 63
1074palavras
2023-05-13 19:52
Ponto de vista da Maria.
Estou em frente ao espelho por quase meia hora, e até agora não consigo me reconhecer. Os meus olhos foram esfumados em um tom azul com dourado, o delineado está perfeito, a minha pele está perfeita e pra completar estou usando um batom Nude, estou perfeita! O meu cabelo está com uma trança lateral desfiada, estou usando um vestido de renda preta com o forro nude justo e que vai até acima dos meus joelhos e uma sandália plataforma também preta, estou maravilhosa!!!
- Nossa Ana, o que você fez comigo? - Eu estava encantada com a minha aparência.

- Não gostou florzinha?
- Eu amei, eu nunca me senti tão bonita na minha vida Ana, você é ótima! Eu nem sei co… - Ouço um choro alto, é a Luna, corro até o nosso quarto e a pego no colo, tento acalmar ela mas ela não para de chorar.
- Será que ela tá com fome? - A Ana pergunta me passando a mamadeira da Luna, eu tento dar a mamadeira mas ela nega, coloco a mamadeira no criado mudo e passei a mão pelo rostinho dela.
- Meu Deus Ana ela tá queimando em febre! - Eu entrei em desespero, minha pequena Luna é uma menina muito forte, até mesmo bebezinha ela raramente passava mal. - Liga pro Carlos por favor. - A Ana pegou o meu celular dentro da bolsa e ligou pro Carlos, ele não demorou quase nada pra atender.
Ponto de vista do Carlos.
Eu nunca me imaginei sendo pai, na verdade eu nunca quis, mas quando conheci a Mari tudo em mim mudou, inclusive isso, eu acompanhei a gravidez dela de perto, não só como médico, mas eu tentei ser como um pai pra Luna e pra Laila, eu escolhi cada peça de roupa, eu comprei os bercinhos pras duas, cada brinquedo cada detalhe eu comprei como se estivesse comprando pras minhas filhas, porque agora é isso que ela são, minhas filhas.

Hoje eu trabalhei animado, a hora estava passando rápido, eu estava ansioso e animado por hoje a noite, hoje finalmente ela aceitou ir jantar comigo, pego meu celular pra avisar ela que estou indo pra casa, hoje finalmente eu vou confessar pra ela tudo que eu sinto, hoje vou dizer pra ela oque eu quero dizer desde a primeira vez em que a vi, já estou chegando no meu carro que está no estacionamento, quando vou apertar o botão de enviar o celular começa a tocar, é ela me ligando, começo a repetir na minha mente “por favor não cancela, por favor não cancela”, aperto em atender.
Ligação On
- Oi Mari! Já estou a caminho, eu vou me arrumar bem rá… - Nem termino a frase porque sou interrompido.
- Carlos, sou eu Ana, você vai demorar? - A Ana estava desesperada no telefone, acelerei meus passos, comecei a sentir um enorme aperto no meu peito. Entrei no carro e coloquei o celular no viva voz.

- O'Que aconteceu Ana? A Mari tá bem? E as minhas meninas? Me fala! - Eu comecei a acelerar o carro feito um louco.
- A Luna. - Quando ela tocou o nome da Luna meu desespero aumentou.- Ela começou a chorar do nada, e ela tá queimando em febre. - de repente um carro apareceu na minha frente e eu tive que frear de forma brusca, com o impulso e a falta de colocar o cinto de segurança acabei batendo a cabeça no volante.
- Merda!!! - Falei irritado, passei a mão no meu teste e senti uma dor forte olhei pra minha mão e notei uma boa quantidade de sangue nela.
- Carlos? O'Que aconteceu? Você tá bem?
- To bem! Eu to chegando em casa, faz compressa de água morna na testa dela, em quinze minutos eu chego. - Eu desliguei a chamada e liguei o carro de novo, o dono do carro da frente estava do lado de fora da minha janela gritando feito um louco. Peguei um cartão com o meu numero e nome e entreguei a ele.
- Me desculpa, eu sou médico e to com uma enorme emergência, me liga a noite. - Eu acelerei o carro que estava com a frente amassado e agradeci mentalmente por ele estar ainda funcionando, não dei tempo do dono do outro carro se quer me responder mas pelo retrovisor pude ver que ele gritava coisas não muito boas pra mim, mas pouco me importo com isso.
A Luna não sai da minha cabeça, apesar das complicações na hora do parto ela sempre foi uma menina forte, não teve problemas que geralmente são comuns em crianças como dor de ouvido, virose, cólicas e etc… Eu me apeguei de mais a ela e sim, mesmo que eu não seja o verdadeiro pai dela eu sinto como se eu fosse, eu amo aquela menina como se ela fosse minha filha. Cheguei em casa em menos de quinze minutos, graças a Deus o trânsito não estava muito fechado hoje, assim que abro a porta de casa vejo a Mari, ela estava com a Luna no colo.
- Como ela está? - Falei tirando meu casaco e jogando ele no sofá junto com minha maleta, fui até elas e peguei a Luna no colo.
- Ela está um pouco mais calma, a compressa ajudou a baixar um pouco a febre, Carlos, o'que ela tem? Ela estava chorando tanto, eu não sabia oque fazer. - A Mari estava com os olhos inchados e a maquiagem borrada.
- Calma, eu to aqui agora! - fui até ela e passei a mão pelo rosto dela, ela apoiou o rosto na minha mão e fechou os olhos. - Eu vou subir com ela e vou examiná-la, cade a Ana?
- A Laila acordou e ela foi fazer ela dormir de novo.
- Tá bom, se quiser pode ir tomar um banho. - Eu já estava subindo as escadas com a Luna no meu colo, ela agora estava querendo cochilar. - Eu vou olhar ela, e depois eu cuido dela, pode ir descansar, eu acho que já até sei oque é mas vou olhar direitinho.
- Eu vou ficar do lado dela. - Pelo tom de voz que ela usou eu já soube que não adiantava discutir.
- Então vamos lá, traz minha maleta pra mim por favor. - Ela pegou a maleta e me seguiu até o meu quarto.