Capítulo 56
2262palavras
2023-05-13 19:46
Ponto de vista da Maria.
Já tem um tempo que eu estou morando aqui em Nova York, sim eu me mudei pra cá um dia depois de descobrir que estava grávida, foi difícil no começo, afinal agora moro em outro país, em uma casa que não é minha, e com uma pessoa que não conheço a mais de dois meses, a minha sorte que a Ana veio comigo, o'que também foi uma loucura da parte dela, porque ela tá grávida e agora desempregada também. Estou deitada na cama do meu novo quarto, sim a casa que o Dr. Carlos é enorme e eu tenho um quarto só pra mim e claro futuramente pro meu bebezinho, meu quarto é todo branco, tem uma cama de casal gigante, um armário grande, tem janelas altas com cortinas brancas, o quarto é muito confortável, e eu me sinto bem aqui. Sinto falta dos meus pais, a saudade chega a doer no meu peito, sinto falta do Damian também, na verdade eu sinto muita falta dele, é engraçado, às vezes eu fico passando a mão pela minha barriga que ainda está quase reta, e lembranças dele me vem na mente, ele seria um pai maravilhoso. Alguém bateu na porta do meu quarto me tirando dos meus pensamentos.
- Oi minha florzinha, como você está?

- Eu to bem, to arrumando o meu quarto, eu acho um pouco errado o Dr Carlos ter que pagar alguém pra limpar a casa, mas e você? Tá precisando de alguma coisa? Tá sentindo alguma coisa?
- Não! To bem, ainda falta um pouquinho pra ela nascer, mas sim tô querendo um favor seu sim, eu queria que você tirasse umas fotos minha, o que você acha?
- Ana, eu não sei não, tipo, e se não ficarem boas?
- Tenho certeza que vão ficar ótimas, e eu também não tenho dinheiro pra pagar um ensaio, então vai ter que ser você mesmo, então se arrumar, saímos em 40 minutos.
Ela saiu do quarto antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa, suspirei fundo e fui tomar um banho.
Ponto de vista da Ana.

O tempo aqui tá passando rápido, e eu to ficando desesperada, afinal eu pedi demissão pra me mudar com a Maria e agora minhas economias estão acabando, claro que não é culpa da Maria, mas eu to ficando um pouco sem saída, minha barriga tá enorme e daqui a pouco meu bebe vai nascer então ninguém quer me contratar pra nada, o Carlos tem sido um anjo em nossas vidas, ele nos trouxe pra morar com ele, assumiu todos os nossos gastos e ainda por cima é nosso médico particular, sinto que devo muito pra ele então hoje depois das fotos que a Maria vai tirar de mim eu vou preparar um jantar pra ele. A Maria anda um pouco deprimida, e eu não a culpo afinal ela perdeu muito em muito pouco tempo, e agora ela vai ter um filho, entendo ela se sentir assim, eu também quero ajudar ela mas ainda não sei como.
- Tá pensativa! - O Carlos estava encostado no batente da porta da cozinha, eu não tinha nem visto ele chegar, olhando pra ele noto como ele realmente é bonito, ele tá de calça preta bem justa o'que ajuda a definir o corpo dele, a camisa social branca estava com os botões de cima abertos, gente esse homem é maravilhoso eu tenho que dizer, mas por incrível que pareça ele não me atrai em absolutamente nada, eu queria sentir algo por ele, por ele ser assim tão incrível nas nossas vidas, seria até normal me sentir atraída por ele mas não, eu olho pra ele e vejo nada mais nada menos que um irmão. Um irmão gostoso e bonito mas um irmão.
- Ei, nem vi você chegar. Como foi o trabalho hoje?
- Caótico! Esse lugar é uma loucura, mas tá bom, eu precisava de um pouco de emoção na minha vida! Como estão você e a Mari?

Acho bonitinho ele chamando ela de Mari, ele gosta dela, muito, e não é como amigo, e eu sinto por ele porque conhecendo minha amiga ela não vai dar nenhuma chance pra ele enquanto ela tiver com Damian no coração, e pela forma como ela ama ele eu não sei se ele vai sair de lá algum dia.
- A Maria tá com mania de limpeza, ela não quer deixar você pagar alguém pra limpar nossa bagunça, e eu concordo, você tem duas mulheres totalmente sem nada pra fazer dentro de casa, podemos lidar com a limpeza e refeições sem problemas.
- Duas mulheres grávidas!
- Gravidez não é doença! E você sabe disso.
- Não vou discutir com você, você já tá com a barriga enorme, e a Mari, bom ela está instável emocionalmente e eu não quero que ela tenha preocupações desnecessárias. E vamos ser honestos? Dinheiro pra mim não é problema, e eu não estou fazendo um favor pra vocês, vocês estão me fazendo um favor! Eu sou um homem sozinho, eu não tenho família e nem amigos, minha vida sempre foi o trabalho, bom, agora eu tenho vocês duas, é bom ter alguém esperando por mim em casa, eu sou grato a vocês duas por entrarem na minha vida e a Mari, bom eu to…
- O que que eu fiz dessa vez?
Maria entrou do nada, ela estava com um vestidinho solto de alcinha preto e sandálias anabela, o cabelo estava solto e ela tinha passado uma maquiagem leve, olhando pra ela agora não dava pra ver a garota que perdeu os pais e foi traída a pouco tempo atrás, olhando ela assim, só se podia ver uma garota normal, leve e tranquila.
Ponto de vista do Carlos.
Quando a Mari entrou na cozinha eu não pude conter meu sorriso, ela estava tão linda, bom ela sempre foi linda mas hoje ela parecia estar bem,tipo, ela realmente estava tranquila, meu Deus, eu estou a cada dia que passo ainda mais apaixonado por ela, e tá cada vez mais difícil pra mim ficar perto dela, depois que nos mudamos eu estou tentando me manter um pouco afastado dela, ela esta passando por um momento ruim e eu não quero tirar proveito dela, pelo fato dela estar frágil.
- Oii, oi Mari, você tá linda.
- Obrigado.
Ela me deu um sorriso largo, e é a primeira vez que eu a vejo sorrir de verdade, balanço minha cabeça pra sair dos meus pensamentos, olho pro lado e vejo a Ana me olhando com cara de deboche, ela veio até mim com os braços cruzados e sussurrou no meu ouvido:
- Limpa a boca. - Por instinto levei minha mão até meus lábios. - Você tá babando. - Não acredito que cai nessa, lancei um olhar de reprovação pra ela que me respondeu com um soquinho no braço.
- Ana, estou pronta, você não vai se arrumar?
- Claro que eu vou, tá achando que vou ficar assim toda maltrapilha?
- Justo.
- Onde vocês duas vão?
- Consegui convencer a Maria a tirar algumas fotos minhas, logo logo essa barriga enorme vai ser só lembrança.- Vejo a Mari passar a mão automaticamente na barriga, acho que ela nem notou o seu próprio gesto. - Quero ter umas recordações.
Olho para a Mari e só agora noto que ela tem uma câmera fotográfica digital em uma mão. Pelo porte da câmera ela é profissional, eu nem sabia que ela gostava de fotos.
- Será que as senhoritas me permitem ir junto? Depois podemos jantar fora, o'que acha? - Meu olhar vai pra Mari automaticamente e eu gosto da reação dela, ela me olha e sorri antes de me responder.
- Por mim tá ótimo.
- Mari, você tá linda mas sou obrigado a te dizer que você precisa se agasalhar um pouco, é que está muito frio lá fora.
O aquecedor da nossa casa fica ligado o tempo todo e elas ainda não saíram de casa pra nada então eu tenho certeza que elas ainda não tem muita noção do quão frio está lá fora.
- Ok!
Ela colocou um sobretudo preto que ficou lindo nela, e ainda acho que ela vai sentir frio mas tudo bem.
- Quer um café? A Ana deve demorar um pouco pra voltar. - Eu precisava me distrair de qualquer forma, se não eu não ia conseguir parar de olhar pra ela e eu estava começando a ficar sem jeito.
- Um café seria ótimo. Dr Carlos posso te fazer uma pergunta?
- Claro, mas se você me chamar de doutor mais uma vez eu paro de conversar com você! - Ela achou graça. Se ela soubesse o tesão que eu fico quando ela me chama de Doutor.
- Tudo bem Carlos, nós estamos atrapalhando você? Tá arrependido de ter nos ajudado? Você está chateado comigo?
- Calma aí, primeiro foram três perguntas e segundo de onde você tirou isso?
- Depois de vir morar com você, sei lá, parece que você meio que anda me evitando, olha, eu não quero ser um peso pra você e se eu estiver te incomodando, pode me dizer. Eu realmente não quero te atrapalhar e ...
Ela estava me deixando louco, eu estou evitando ela exatamente por saber que eu não posso te-la agora, ela ama aquele babaca, aquele idiota que foi capaz de trair ela, se eu tivesse a chance de fazer ela feliz, se eu tivesse a chance de mostrar pra ela o tamanho da vontade que eu tenho dela, o cheiro dela me exita, eu nunca tinha conhecido ninguém com o cheiro assim, olho pra ela e ela continua a falar, porém já não escuto nada, meu olhar esta nos labios dela, noto que ela para de falar, a respiração dela está ficando pesada, a boca entreaberta é um convite pra eu enfiar a minha língua, ela está mais perto agora, não tinha notado mas eu estava caminhando em direção a ela, fecho os olhos por um instante pra saborear o cheiro maravilhoso de mulher que ela tem, quando abro novamente meus olhos vejo que ela está me olhando, grudo meus olhos nos dela, minha respiração está rapida, ela passa alingua pelos labios o que faz o meu pau pulsar dentro da minha calça, agora já estou próximo o suficiente pra sentir o calor da pele dela, por instinto passo minha mão nos braços dela, noto que ela se encolhe ao meu toque, ela esta com os olhos fechados, a pele dela é mascia e tão cheirosa, me aprosimo um pouco mais dela, ela tenta recuar mas a mesa da cozinha a impede de andar para tras, eu estou cego pelo desejo por ela, o único som que escuto é o da nossa respiração, meu pau chega a doer de tão duro que esta. Eu me aproximo um pouco mais dela, agora estamos de frente um pro outro passei o meu polegar pelos lábios dela e ela mordeu o lábio inferir, a língua dela encostou no meu polegar por frações de segundo o que me mostrou que ela também estava perdida no desejo e na vontade, aproximei meu rosto do dela e antes de fechar meus olhos vi que ela já estava com os olhos dela fechados, eu ia beija – la e ela ia permitir, minha boca já estava com sede da dela, sinto o hálito quente da boca dela, passou a língua pelos meu lábios já me preparando pra beija-la…
- Como eu estou? - Nós dois olhamos ao mesmo tempo pra Ana que tinha entrado de repente na cozinha, ela nos olhou e então depois olhou pra minha mão que ainda estava no rosto da Mari, olhou pro meu corpo que estava colado no corpo dela, eu fuzilei ela com os olhos, eu nunca tinha visto ela ficar tão vermelha. - ÉE melhor eu voltar depois né? Fuii!
Eu e a Mari, ficamos ali olhando ela sair, nos dois ainda estavamos na mesma posição, eu não queria e afastar dela, eu queria beijala e levar ela pra minha cama onde eu pudesse fazer ela ser minha, onde eu pudesse fazer ela esquecer aquele idiota, onde eu pudesse fazer ela me amar o tanto que eu amo ela.
- Eu, eu, então, eu acho que ela tá pronta ne? - A Mari se remexeu debaixo do meu toque e eu me afastei dela, ela se encostou na mesa.
- Mari, me desculpa, eu não queria te… - Eu estava sem graça, e pior estava com medo dela querer me abandonar, querer ir embora e me deixar, coloquei as mãos nos bolsos, minha pele ainda tinha o calor da pele dela.
- Tá tudo bem Carlos, de verdade. - Ela ficou alguns instantes me olhando nos olhos, e aquilo estava me enlouquecendo de novo, eu abaixei minha cabeça, não consegui ficar encarando ela, não sem tomá- la nos meus braços.
- Obrigado!
- Por?
- Por não ficar chateada comigo, eu não quero me afastar de você, eu só tenho medo de não me controlar, de te pressionar, eu tenho medo de você se chatear comigo, eu sei que você ainda ama o tal Dan…
- Não quero falar dele! - Ela ficou um pouco alterada com a simples menção ao nome dele, isso me deixou com ciúmes,mas eu não podia falar nada.
- Entendo! ANAA VAMOS?
A Ana apareceu rápido, ela não disse nada, peguei as chaves do meu carro, minha carteira e meu casaco, assim nos três saimos juntos e em silêncio.