Capítulo 32
1566palavras
2023-06-01 01:56
Destiny POV
As pessoas acham que sabem o que é ter sua alma analisada… Muitos já fizeram isso com outros, mas é diferente quando acontece consigo mesmo. Nosferatus estava acostumado a fazer isso, acostumado a ver a alma de outras pessoas, mas não sabe lidar quando acontece consigo.
Não vou dizer que ele é uma má pessoa, ou que não sabe se controlar, mas vou dizer que ele ainda está se acostumando a não ser o único…

No momento em que percebi as chamas esverdeadas começarem a aparecer em suas mãos, esperei ele estar bem próximo a mim e levantei a mão esquerda para segurar seu pescoço, enquanto suas chamas desapareciam.
Eu entendo que eles queiram me treinar, mas primeiro, eles precisam chegar ao meu nível… Eu posso não conhecer todos os presentes que recebi, posso não entender muito sobre os meus Pais, mas eu sei lutar… Eu aprendi a lutar, eu tive que sobreviver.
Então joguei aquele homem para longe e estava prestes a avançar quando senti aquele puxão, a Escuridão se fez presente ao meu redor, sem que eu a chamasse… Isso só podia significar algo.
Virei o rosto na direção em que sentia essa atração e vi um fino fio negro e sei o que está na outra ponta, impulsionei meu corpo naquela direção e a Escuridão formou uma especie de portal e logo já não estava mais naquele galpão…
A floresta ao meu redor está gritando, está chorando, enquanto sua energia vital começa a se esvair e a se corromper. Há cinzas, sangue, queimaduras e ossos espalhados… Comecei a andar com calma, vi vários vultos de animais que estavam paralisados, mortos por uma nuvem de fuligem, como um vulcão que explodiu e agora só resta as formas daqueles que um dia viveram ali.
O caminho abaixo é composto por estas cinzas negras, mas não são normais, elas não pertencem a este plano, as primeira vezes que me deparei com uma visão parecida com a que tenho eu me desesperei e chorei. Porque não havia o que eu fazer, não por estes que já foram… Além disso o lamentar daqueles que ainda estão vivos é quase ensurdecedor.

Quanto mais eu andava na direção deste fio negro, mais forte fica este lamento e começo a escutar o grito de outros seres, suas dores ecoam como ondas e formam tsunamis que poderiam enloquecer.
“Não!”
“Eu faço qualquer coisa!”
“Faz isso parar!”

“É só uma criança!”
“Eu juro lealdade a vocês!”
Essas e tantas outras frases ecoam e o lamento da floresta aumenta, porque a cada um que se corrompe, mais a energia vital do lugar é drenada e mais forte o inimigo se torna.
Levei as mãos para dentro de minha capa e retirei duas lâminas brancas e ao redor delas uma leve aura roxa.
Agora já não vejo apenas a floresta, mas vejo também cabanas e casas destruidas, enquanto corpos humanos estão mumificados ou então destroçados. Cabeças separadas de seus corpos jogadas em cima de uma casa, tripas escorrendo por entre janelas, bebês cortados ao meio, crianças despedaçadas sem coração…
Não é uma visão que muitos possam aguentar, é uma visão que eu chorei durante muito tempo, mas que hoje praticamente não me afeta mais, simplesmente porque o que farei será trazer suas almas para o grande Ciclo e então todos os que morreram poderão reencarnar.
Cada passo se torna mais pesado, pois o ar está mais denso, começo a ver as cinzas negras cairem, enquanto um pouco mais a frente tem uma grande massa negra, ela não é composta por apenas Escuridão e Corrupção, na verdade seu corpo é composto também por partes de corpos humanos e de lobos.
Esta criatura tem mais de 3 metros de altura e por isso, mesmo que eu não esteja tão perto, consigo vê-la com clareza, assim como consigo sentir a aura de guerreiros e aqueles que ainda não se deixaram abater.
Movimento as mãos levemente, fazendo um pequeno círculo e então as almas daqueles que ainda não tinham sido corrompidas, mas estavam presos a este local começam a aparecer. Seus tons azulados transparentes não me são assustadores, mas suas expressões de surpresa me fazem sorrir de canto.
Não precisei dar nenhum comando, pois elas sabiam o que precisavam fazer e me rodearam, cada passo que eu dou mais e mais almas se juntam a mim, algumas delas faltam pedaços, uma perna, um olho, um coração, metade do rosto, entre outros… Isso significava que esta parte estava preso naquela criatura que se divertia com aqueles que estavam tentando lutar.
Quando estou perto o suficiente vejo que ela para e se volta para me olhar, levei minha mão ao meu rosto, em frente ao meus lábios e fiz um sinal claro para que ficasse em silêncio e todos os sons pararam.
A energia desta criatura é a de porte Médio, quase chegando para Grande, ela está evoluindo e se captar mais um pouco, vai ser quase imparável e eu terei bem mais problemas para destruí-la.
As almas ao meu redor começaram a rodear a criatura, enquanto aqueles que estavam lutando simplesmente estavam parados, sem entender o que estava acontecendo. Girei minhas lâminas e então duas foices surgiram no lugar, uma delas brilhando em Azul-Esverdeado e outra em Roxo-Azulado.
Minha energia começou a ressoar junto com as almas e suas cores começaram a mudar, elas eram meus condutores e a partir delas que eu conseguiria purificar esta criatura e então libertar todas essas almas.
A criatura finalmente entendeu o que estava acontecendo e as bocas que estavam em seu corpo soltaram um grito que fez aqueles guerreiros simples serem jogados para trás, mas eu lutei contra a correnteza e impulsionei meu corpo para frente, correndo em sua direção.
Uma especie de tentaculo negro surgiu a partir do centro de seu corpo para tentar me atingir, mas apenas pulei e comecei a andar por cima dele e quando estava bem proximo usei a Foice de minha Mãe e cortei aquela ligação e o grito da criatura foi de dor, enquanto vários outros chicotes e tentaculos vinham em minhas direção.
Eu consegui cortar vários deles e outros foram parados pelas almas que estão me ajudando. Eu só preciso de um único ataque preciso, só estava mais complicado ver quais eram seus pontos vitais, aquelas pedras que juntavam seus corpos e mantinham sua energia fluindo.
Quanto mais eu cortava, mais pedaços de carne caiam, o sangue que escorria não era mais vermelho, mas sim de um tom vinho e com um cheiro de podridão, aos vivos cabia apenas se afastarem e observarem.
Esta criatura em breve não será mais nada, assim que vi a primeira pedra de energia exposta, girei a foice azul esverdeada e a ponta atingiu perfeitamente o centro daquela pedra negra, a energia que passou da minha foice para a pedra foi o suficiente para que linhas azuis esverdeadas aparecessem.
Não demorou um segundo para que uma explosão acontecesse, mas eu absolvi essa energia com a foice e usei para que ela cortasse mais da criatura, o que desencadeou outras explosões.
Em mais alguns golpes a criatura que antes tinha mais de três metros de altura, estava reduzida ao tamanho de um humano e com apenas mais um única pedra negra que ficava no lugar em que o coração um dia ficou.
Para aqueles que ele havia corrompido eu consegui purificar e as almas ao meu redor agora estavam completas e é um pequeno exército rodeando esta criatura em forma humana.
Girei as foices e elas voltaram a serem apenas adagas, guardei uma e fiquei com a outra, a forma a minha frente sabe que não tem para onde fugir e que sua jornada terminou ali, me aproximei e estendi a mão em direção aquela pedra enegrecida.
O vulto tentou me atacar, mas os espíritos ao meu redor me defenderam, segurando seus membros e o mantendo paralisado. Minha conexão com o mundo espiritual é muito maior do que antes, eu não preciso mais ordenar, pois eles trabalham junto comigo, como uma extensão de minhas capacidades.
Toquei a pedra rodeada por Cinzas do Tartaro e posso sentir o seu poder, essas cinzas começam a envolver meus dedos, subindo pelo meu pulso e tentando entrar por minha pele, mas eu não preciso ter medo, por mais que aquilo queime a minha pele, essas cinzas jamais poderão me corromper.
Sinto a resistencia conforme puxo a pedra, torcendo e a deslocando de seu lugar original e após alguns segundo nessa luta de forças finalmente consigo soltar a pedra e o vulto a minha frente se desfaz em poeira.
Agora em minha mão tem uma pedra negra com a Corrupção a sua volta, um sorriso se forma em meus lábios, ergo minha cabeça para ver uma sombra gigantesca se formar a minha frente, provavelmente ninguém conseguiria entender o que estava do outro lado.
Eu só jogo a pedra em direção aquela sombra e vejo o objeto desaparecer e no mesmo instante os espíritos que estavam ao meu redor somem, me deixando sozinha em meio a uma clareira repleta de sangue. Posso sentir e escutar o coração daqueles que ainda estão vivos… Eles estão em luto, mas ao mesmo tempo estão aliviados que este inimigo foi destruído.
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