Capítulo 14
1134palavras
2023-05-23 23:45
O homem que estava parado à minha frente era um sonho inalcançável. Nenhum outro causara tantas reações e sentimentos em mim. Olhando para os rapazes da faculdade, eu nunca tive interesse, estava vivendo tão bem sozinha que se eu entrasse em um relacionamento, acreditava que iria atrapalhar a minha rotina. Aí chegou Dante para virar meu mundo de cabeça para baixo, mas que ao mesmo tempo, me ajudava com as matérias da faculdade que eu tinha dificuldade.
Agora estou parada, escorada na porta, em seu apartamento, olhando para ele e quase "babando".
"Pelo amor de Deus Kyra, recomponha-se!" - Meu cérebro gritava.
Fechei os meus olhos, respirei e coloquei a minha mente no lugar. Tenho que responder a pergunta que Dante fizera.
— Sim, estou bem… Só foi muita coisa para digerir. - Eu disse colocando a mão na testa.
Dante se aproximou e tocou a minha testa.
— Bom, você não está febril. Menos mal.
De repente, meu estômago começou a roncar bem alto e eu envermelhei.
— Ah, está explicado! Vou fazer algo para você comer. - Disse ele indo em direção a cozinha.
— Espera! Você não vai trocar a camisa? - Eu perguntei envergonhada.
Dante parou no meio do caminho entre o sofá e a cozinha, olhou para a camisa, olhou para mim e sorriu com o canto dos lábios.
— O fato de a minha camisa estar aberta te incomoda? - Perguntou ele arqueando uma sobrancelha.
— Óbvio que sim, eu fico envergonhada. - Eu disse sentindo as minhas bochechas queimarem.
— Será que é mesmo por este motivo? - Disse ele colocando a mão no queixo pensativo, me olhando nos olhos.
— Claro que sim, por qual outro motivo seria? - Me fiz de desentendida.
Não sei como aconteceu, mas quando vi ele estava muito próximo de mim, me estudando. Dei vários passos para trás até que senti a parede fria da sala nas costas. Dante colocou as duas mãos na parede evitando uma possível fuga minha. Meu coração estava a mil por hora, do nada comecei a sentir calor e tentei bolar um plano rápido para fugir dele.
— Dante, pare de brincar comigo. Agora não tem ninguém para você fingir que está me namorando.
— Por que parar? Estou adorando ver como você fica vermelha com as minhas ações.
— Pare de se vangloriar, eu fico assim embaraçada com qualquer rapaz que tenha as mesmas ações que você.
— Duvido. Você sente atração por mim e finge que não.
— Como sabe que eu sinto? Posso simplesmente ser uma boa atriz. - Eu disse sorrindo orgulhosa da minha resposta.
— Duvido. Tenho mais experiência do que você e sei identificar quando uma mulher sente atração docinho. Quer que eu prove? - disse ele sarcástico.
— Depende, o que você quer ganhar com isso? - Eu o questionei desafiando.
— Talvez suprir a vontade que eu estou neste momento.
— E qual seria?
Dante encostou os lábios no meu ouvido e falou roucamente:
— Te beijar.
Meu coração quase saiu pela boca. Não posso mentir e dizer que não quero ser beijada, que não sinto atração por ele. Eu estaria mentindo para eu mesma e isso não condiz com a minha integridade. O fato de estar próximo a ele, de já ter sido beijada e essa maldita camisa aberta, estavam me deixando louca. Não queria dar o braço a torcer e me deixar levar pela situação, sei que poderia viver o momento, me divertir, mas que me encantaria tanto e no fim tudo tem um final.
Tentei empurrá-lo, o que foi totalmente em vão, não consegui afastá-lo nenhum milímetro.
— Vou te provocar um pouquinho. - Disse ele no meu ouvido.
— Não precisa, você já faz isso o tempo todo e me deixa totalmente irritada.
Dante não disse nada, apenas sorriu e beijou o meu pescoço. O primeiro beijo, senti uma eletricidade passando pelo meu corpo e logo em seguida, ele fez uma fileira de beijos, a sensação era tão boa, que eu não queria sair dali nunca. Ele parou de beijar o meu pescoço, segurou meu rosto entre as mãos e passou os lábios nos meus me provocando. Tentei recobrar a consciência, mas estava difícil de pensar com todas essas sensações novas das quais eu nunca havia sentido.
Ele observou cada reação minha e me beijou. No início, foi devagar saboreando lentamente a minha boca, depois colocou as mãos na minha cintura e me puxou, colando meu corpo ao dele. Coloquei minhas mãos no peitoral exposto sentindo o calor de sua pele, aproveitando a região e me entreguei no beijo.
Repentinamente, Dante me afastou, respirou fundo, passou as mãos nos cabelos e foi em direção a cozinha.
Eu fiquei naquele misto de confusão e rejeição até recobrar minha sanidade (se é que algum dia eu conseguiria). Aproveitei a deixa e fui para o quarto de hóspedes, assim ele não veria o quanto a sua reação foi frustrante para mim. Tomei um banho e fui dormir.
Acordei com o celular despertando. Se eu tivesse um martelo, com toda a certeza que o destruiria, pois estava super cansada. Não dormi nada na noite passada e quando dormi, o celular despertou.
"Vamos levantar Kyra, hoje você tem prova e poderá sair mais cedo". - Minha mente tentou me incentivar.
Dante na noite passada, deixara uma camisa para que eu pudesse vestir para dormir (antes da festa). Após tomar o banho, eu a coloquei e fui deitar.
Levantei da cama com a maior dificuldade, estava com a garganta seca e fui caminhando, meio acordada meio dormindo, até a cozinha. Não sei como, mas encontrei um copo no armário, peguei água no filtro que estava na pia e bebi. Foi a melhor água que bebi em tempos. Eu subitamente senti braços envoltos na minha cintura, mas como estava meio dormindo, pensei que fosse algo da minha cabeça.
— Kyra, você não deveria sair assim do quarto. Você está muito sexy. - Disse Dante no meu ouvido.
— Dante?! - Eu disse em tom de surpresa e olhei para a minha roupa. Estava apenas com a camisa que ele me emprestara na noite passada.
— Você ficou linda com a minha camisa.
Foi então que a sonolência passou e eu tentei afastá-lo.
— Pare de brincar comigo! Preciso me arrumar porque se não, vou me atrasar.
Dante fez beicinho e sorriu para mim. Virando-me para ele, me pegou no colo e me colocou em cima da pia da cozinha ficando entre as minhas pernas. Me beijou loucamente, suas mãos caminhavam pelo meu corpo, eu estava indo ao delírio e senti suas mão abrindo a camisa...
Foi quando eu acordei encharcada de suor, na minha cama, sozinha e triste em saber que fora apenas um sonho.
— É garota, você está perdida.