Capítulo 13
1706palavras
2023-05-23 00:50
Eu estava tão feliz em ver aquela linda cena que nem percebi alguém ao meu lado, escorado na parede.
— Eu não sabia que você dançava quando estava empolgada. - Disse ele rindo.
Eu soltei um gritinho quando eu ouvi sua voz. Meu coração parecia que iria sair pela boca, respirei fundo e me recompuz.
— Dante! Que susto. - Eu disse me virando para encará-lo.
Dante estava gargalhando. Eu olhei aquilo com os olhos arregalados.
— Você estava rindo do meu gritinho? - Eu perguntei inoscente.
Dante parou de rir, respirou fundo e disse:
— Sim, foi demais para mim. Quase chorei de tanto rir.
— Haha, que engraçado. - Eu disse fazendo beicinho.
— O que você esteve aprontando neste curto espaço em que te deixei na mesa?
— Eu? Aprontando? Você está totalmente equivocado. - Eu disse fingindo que não tinha acontecido nada.
— Como não? Aquela cena ali é real não? - Disse Dante apontando para Diana e Dominic.
— Onde? Não sei do que você está falando. - Eu disse sorrindo e me entregando.
— Só podia ser obra sua.
— Você sabia que um gostava do outro? - Eu perguntei querendo saber a verdade.
— Dominic já havia me dito, mas percebi anos atrás que ele gostava dela. Só nunca perguntei para Diana. Na época eu falei para ele conversar com ela, tentar algo, mas ele tinha medo em ser rejeitado.
— Eu o entendo, temos medo do desconhecido, porém se nunca tentarmos, do que adianta viver? - Eu disse olhando para o céu magicamente estrelado.
— No lugar de Diana, você teria coragem, falaria para a pessoa da qual está interessada, de que estaria apaixonada?
— Talvez sim, talvez não.
— Como assim? - Disse Dante curioso. Chegou até a desencostar da parede, parou bem na minha frente, abaixou o rosto bem próximo do meu, me olhando nos olhos.
— Dependeria da pessoa e por qual motivo, você está tão perto? - Eu disse recuando.
— Você não respondeu a minha pergunta e outra, estamos em público. É totalmente normal eu me aproximar da minha namorada quando eu bem entender, não?
Caramba, ele realmente mexia comigo tenho de admitir. Respirei umas três vezes antes de responder.
— O que você quer saber? - Eu perguntei.
— Se fosse comigo, você se declararia? - Ele ainda estava próximo.
— Não. - Eu disse o encarando.
Ele franzio o cenho e continuou com aquela aproximação que estava me dando nos nervos.
— Não? Bem, gostaria de saber o motivo disso. - Ele parecia realmente incomodado com a minha negativa.
— É muito simples: primeiro: você não está apaixonado por mim, segundo: têm muitas garotas mais bonitas querendo você e que ficam no seu pé, terceiro: iria me machucar.
— Essas seriam as suas contradições em relação a mim? Como pode afirmar tais objeções? Você não sabe como me sinto.
— Eu nem deveria, certo? Você estaria pronto para assumir os riscos, no caso namorar uma aluna de faculdade?
— E por qual motivo eu não estaria? Isso se de fato, eu estivesse apaixonado, qual seria o problema? - Disse ele a poucos centímetros do meu rosto.
— O problema seria exatamente esse, você não está apaixonado.
Ele colocou as mãos na minha cintura e eu não podia recuar ou as pessoas pensariam que as coisas não estariam bem entre nós. “Ele deve estar representando, não é possível. Que tortura isso, eu não posso acreditar que ele esteja incomodado com a situação, mas mesmo que eu o amasse, ele não saberia sem antes eu tiver obtido algum sinal”. - Eu pensei.
Ele pareceu perceber que estava causando uma certa confusão em mim pelo meu cenho franzido porque abaixou a cabeça, encostou os lábio bem devagarinho nos meus e me beijou. Minha primeira reação foi colocar as mãos no peitoral dele e empurrá-lo, mas ele conteve o meu empurrão segurando minhas mãos com a sua mão esquerda e me puxando ainda mais para ele com a direita na qual já estava na minha cintura. Não tive opção a não ser em beijá-lo, sabia que aquilo era um erro e que meu coração pagaria o preço. O beijo foi bem demorado, fui para o céu em questão de segundos, fiquei lá até ele finalmente se afastar e eu despencar de lá. Minhas pernas tremiam e fraquejaram, se não fosse pelo abraço dele, eu teria despencado no chão.
— Vamos para casa? - Perguntou ele.
— Vamos. - Concordei trêmula.
Dante estava indo em direção ao estacionamento e foi quando me recuperei percebendo que ele não se despediu de ninguém.
— Dante, você não irá se despedir de ninguém? - Perguntei parando com ar de confusão.
— Não há necessidade, o fiz antes de te encontrar aqui.
— Você já despediu de todos? Nossa. - Eu disse surpresa.
— Sim, só não me despedi do Dominic e da Diana, no qual eu não quero quebrar o clima. Eles levaram 10 anos para ficarem juntos, eles tem mais é que aproveitar. - Falou piscando para mim e sorrindo.
— Ok. - Concordei e o segui até o carro.
Entramos no carro, comecei a olhar as estrelas no céu pensando em como era lindo, eu amava a natureza e também estava utilizando isso para fugir da cena do beijo. Preferi ficar quieta, aquela situação já estava sendo bem constrangedora e Dante era o motivo. Naquela altura eu já sabia que estava me apaixonando por ele e não tinha mais como negar, meu coração parecia uma escola de samba de tanto que batia em meu peito. Eu não sabia como reagir a tudo isso, tentei ignorar o máximo que pude, mas não foi o suficiente. “Que castigo destino! Sei que vou me machucar e vocês aí de cima me sacaneando? O que vou fazer quando ele for embora? - Eu pensei ainda olhando para o céu.
— Eu sou o motivo dos seus pensamentos? - Perguntou Dante olhando para a entrada.
— O silêncio o incomoda? - Retruquei a pergunta.
— Você é excelente em desviar de respostas que não quer responder.
— Uau, como você me lê direitinho. - Eu disse sarcástica.
— Se sentiu incomodada com a situação anterior? - Disse ele com um pequeno sorriso nos lábios.
— Sim, eu conheci a acompanhante que o Dominic levou e vou te contar, era uma cópia da Lola. - Eu desviei o assunto que ele estava querendo saber (beijo).
— Veronica? - Questionou ele.
— Exato.
— Ela não foi cordial com você né?
— Nenhum pouco. - Eu fiz careta.
— Como que você foi acabar conversando com ela? - Perguntou Dante confuso.
— Então, Eu queria enrolar ela no banheiro enquanto Diana tentava se declarar para Dominic. - Eu disse envergonhada.
— Presumo que o plano foi seu, certo?
— Sim, eu precisava ganhar tempo.
— O que ela te disse?
— Que o Dominic não era para ela e sim você. A princípio comemorei por saber que ela não era namorada do Dominic e que Diana teria chance.
— Porém?
— Ela disse que você era bonitão, que veio na festa só para te fisgar e que eu não era bonita. Não entendia o motivo de você estar com uma estudante igual eu, bom, que eu não sabia sobre cosméticos caros e perguntou o que eu fiz para te fisgar.
— O que você respondeu? - Ele curioso.
— Eu perguntei o nome dela porque até então, eu não sabia.
— Ela se apresentou, presumo.
— Sim, aí eu só me apresentei. - Eu levantei meus ombros e mãos em sinal de não saber.
Dante começou a rir. Eu não entendi o motivo, aquilo veio do nada.
— Qual a graça? - Eu perguntei sem entender nada.
— Ela veio falar comigo após ter falado com você no banheiro.
— Ah sim, ela não perde tempo mesmo. - Eu falei com os olhos fechados irritada.
— Não perdeu mesmo, chegou cheia de sí, eu já a conhecia de alguns outros eventos, mas nunca liguei para a sua presença.
— Ela não lhe chama atenção? - Eu perguntei com o cenho franzido.
— Não, na verdade estou farto de mulheres fúteis que só querem ganhar status e bens de mim. Eu já tive a Lola como exemplo e não quero mais isso na minha vida.
— Mas ela é bem bonita. - Eu disse suspirando.
— Concordo que ela é bem mais madura que você por ser mais velha e experiênte, porém não é mais bonita, como te disse outro dia, você me fez ver o mundo de outra forma.
Eu corei na hora. “Kyraaaaa, acordaaaa, isso vai te machucar”. - Minha mente ficava tentando chamar o meu bom senso de volta.
Eu nem vi o percurso acabar e já estávamos em frente ao apartamento de Dante.
— Kyra, você se importaria de passar a noite aqui hoje? Estou cansado para te levar em casa, amanhã te levo para a faculdade.
Olhei para Dante em busca de sinceridade, realmente o seu semblante era de cansaço e não parecia estar mentindo. “Bom, como eu vim direto para cá, estou com a mochila, apostilas e todo o material para amanhã”.
— Tudo bem. Assim você descansa, não quero te prejudicar.
— Que bom, sou grato por isso. - Disse ele estacionando o carro. - Vamos subir então.
Eu saí do carro, o acompanhei até o elevador. Estava bem tensa porque não sabia como ele iria se comportar e também eu não sabia o que fazer, então apenas permaneci em silêncio. O elevador parou no andar correto, caminhamos pelo corredor até chegar no apartamento. Ele abriu a porta, jogou o blazer em cima do sofá, mal esperou eu sair da porta e a fechou. Parecia que estava querendo me provocar, porém saiu e foi em direção do seu quarto tirando a gravata. Eu me encostei na porta, deixando a tensão sair aos poucos e respirando. Ele retornou novamente a sala e me viu encostada na porta.
— Você está bem? - Ele perguntou preocupado.
Eu olhei para ele, notando que sua camisa estava quase toda aberta e que mostrava o seu peitoral. Engoli em seco, que visão linda.