Capítulo 119
1548palavras
2023-06-22 00:01
(Ponto de vista de Ashley)
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No carro em alta velocidade, pedi a Frankie que virasse o carro para a esquerda, conforme mostrava o mapa localizador. "Depressa! Por que você tá dirigindo tão devagar!?", exclamei.
Dei uma olhada em Frankie, que estava olhando apenas para a estrada. Suas mãos tremiam no volante. Ele estava com medo de mim? Ele nem olhou para mim depois que o forcei a me levar até o ponto indicado no mapa.
"Alguém levou meu filho, Frankie. Nikolai sabe disso?", eu perguntei a ele quando entramos no que parecia ser uma estrada subindo a colina, "Me pediram pra ir lá sozinha. Você pode ficar no carro. Eu chego até lá a pé daqui."
"Não, senhorita Winters. Não é seguro pra você lá. Eu vou te vigiar de longe. A pessoa com quem você vai se encontrar não vai notar a minha presença", disse ele enquanto estacionava o carro na sinalização que dizia: 'Propriedade privada.'
"Esse é um beco sem saída. Andar até lá só te levaria a um penhasco. Isso não me parece bom, Srta. Winters. É melhor ligarmos para o Alfa Nikolai", ele se virou para me olhar com muita preocupação.
"Você já falou pra ele, não é? Usando aquilo que vocês chamam de conexão mental. Por favor, diga pra ele não vir", eu segurei a mão trêmula dele e a acalmei, "Eu sei me defender. Eu vou salvar o meu filho."
"Senhorita Winters, a conexão mental não funciona dessa forma. Você precisa estar muito mais próximo da pessoa com quem tem um vínculo. E você precisa obter permissão dela pra se comunicar. Você não pode simplesmente invadir a mente de alguém. E, definitivamente, não com pessoas poderosas como nosso Alfa Nikolai", Frankie me explicou algo de que eu nunca soube antes.
Nikolai não me forneceu um manual sobre o que esperar depois de ser marcada. Eu tinha que ir aprendendo sozinha ao longo do caminho. Nikolai tinha que obter minha permissão antes de entrar na minha cabeça?
"Você sabe onde Nikolai tá?", eu perguntei enquanto estudava o mapa para chegar aonde o ponto vermelho brilhante estava apontando. Não estávamos tão longe do local para o qual eu tinha que ir.
De repente, me senti nervosa e solitária.
"Da última vez que ouvi alguma coisa, ele estava procurando por você. E, então, ele bloqueou a comunicação de todos nós. Crystal, a filha de Ivan, tá com o Teddy", engoli em seco quando ouvi isso e virei-me para olhar para Frankie.
Eu balancei minha cabeça sem saber o que estava acontecendo: "Como, onde, quando... por que a Crystal?"
Frankie deu de ombros e tirou algo do bolso. Parecia ser uma faca pequena e afiada. "Você talvez não use isso, mas pode vir a calhar", ele exotou.
Eu assenti com a cabeça e peguei a faca: "Obrigada, Frankie. Preciso ir agora. Meu filho tá por aí, sozinho e com medo. Se alguma coisa acontecer comigo, por favor, fale para o Nikolai que eu o amo."
Frankie assentiu com a cabeça e com um sorriso: "Você vai ficar bem. E, então, você vai poder falar isso com ele por si mesma. Eu vou te esperar aqui, senhorita Winters."
Em seguida, desci do carro para ir até o local onde eu encontraria o sequestrador. Era definitivamente uma bruxa. Era a Helen?
Ela não era a única bruxa que gostaria de me destruir. No passado, na minha antiga vida de Princesa, tive vários inimigos que me odiavam, algumas eram bruxas. Eu tinha certeza de que elas me matariam se tivessem a chance. Eu não era uma pessoa legal naquela época.
Ser mãe mudou-me. Eu não era mais aquela princesa mesquinha, arrogante, controladora, egoísta e vaidosa que tratava os amigos como se fossem inferiores.
Eu me perguntei como Philip havia aguentado o meu comportamento. Ele não se importava com o tratamento ruim que recebeu de mim no passado. Ele sempre me aceitou do jeito que eu era.
Ele me amava, e eu sabia que ele ficaria magoado quando descobrisse que Nikolai já havia me marcado.
Parei de andar quando percebi que já estava parada na beira de um penhasco. Porém, cadê as crianças?
Não havia sinal deles em lugar algum. Nenhuma casa, nenhuma cabana, nenhum lugar em que as crianças poderiam ficar escondidas. Eu me virei e gritei: "Venha cá! Quem quer que seja, deixe as crianças em paz. Lute comigo, solte-os. Eu vou te matar se você os machucar."
Silêncio.
Contudo, eu podia sentir que alguém estava por perto, observando-me de pé na beira do penhasco. Abaixo de onde eu estava, havia uma cachoeira com uma corrente de água rápida.
Eu não era uma boa nadadora, isso era verdade. E só uma pessoa sabia disso: Helen.
Percebendo por que me pediram para ir à beira do penhasco, soltei uma gargalhada: "Ah, saia agora, Helen! Eu sei isso é tudo parte do seu plano. O que você quer de mim? Você já não perdeu? Erique foi derrotado, Helen. Você tá sozinha. Você perdeu!"
"Perdi?", Helen saiu de seu esconderijo enquanto sorria para mim. Ela estava até vestindo roupas minhas. Essa v*dia!
"Cadê o meu filho, Helen?", eu perguntei e olhei em volta, mas vi que não havia mais ninguém com ela, "Helen, qualquer que seja a razão pela qual você me odeia, apenas diga logo. Podemos resolver as coisas agora. Só deixe as crianças fora disso."
"Eu não tô com seu filho, sua idi*ta", Helen andou na minha direção com um sorriso enquanto cantarolava uma música que costumávamos cantar juntas quando éramos amigas. Essa aberração!
"O que você quer de mim, Helen?", levantei minhas mãos em modo de defesa conforme meus olhos observavam cada passo que ela dava, esperando o que ela faria em seguida, "Você quer lutar comigo? Então vamos, Helen! Lute comigo. Deixe as crianças em paz!"
"Elas estão com a Pamela. Pareço alguém que gosta de crianças, Ashley? Bem, Philip queria uma família grande depois que nos casássemos, com muitos filhos... blá... blá... blá... Você sabia que ele chama pelo seu nome quando fazíamos amor?", Helen riu como uma desvairada. Suas palavras não me incomodavam muito.
No passado, elas podiam até ter me magoado, mas, agora, eu segui em frente com Nikolai, e tudo que eu queria naquele instante era salvar meu filho. "Nikolai não vai deixar você se safar, Helen. Ele vai vir me procurar", avisei.
"Por quê? Porque ele já te marcou como a companheira dele?", Helen disse com um tom debochado e riu de mim com desgosto, "Como você pôde ir tão baixo com uma espécie dessas? Você pode ter o homem que quiser, Ashley. Você não sabe o quão poderosa e bonita você é? E, mesmo assim, você escolheu o Alfa Sombrio pra construir uma vida juntos."
"Eu o amo. Você, ao menos, sabe o que amar significa, Helen? Philip era só um peão nesse seu jogo que você começou com o Erique? Você amou o Philip alguma vez? Por quê, Helen? Por que você destruiu a minha vida?", lutei muito para não chorar enquanto falava come ela, mas a lembrança da época em que sofri quando Helen roubou a minha vida apareceu na minha mente. E me machucou lembrar daquela vida dolorosa e solitária.
"O plano era te quebrar. Te tornar vulnerável. Porém, tudo mudou quando você engravidou. Você ficou mais forte", eu sobressaltei quando a ouvi. Ela sabia que eu estava grávida?
"Agora, Erique quer que seu filho seja o prodígio dele. O menino vai ser muito importante no futuro. Um filho do futuro Rei Alfa dos lobisomens e, seu destino é realmente muito brilhante. Você não sabe o que o futuro reserva pra você?", minha mente estava focada no que Erique queria com o Teddy. Eu congelei enquanto meu coração batia muito rápido.
"Você deveria liderar o exército de Erique, mudando esse mundo pra ver o que o Erique estava disposto a oferecer: Liberdade e poder. A liberação do verdadeiro potencial de uma pessoa", Helen continuou dissertando sobre o plano de Erique, o qual não me interessava.
"Erique se foi. O que você quer de mim, Helen? Já acabou", eu dei alguns passos para trás quando a vi se aproximando de mim.
"Você destruiu o plano, Ashley. Esperamos tanto tempo nos preparando pra sua volta. Procuramos por você, mas Loraine te escondeu bem!... Ele vai voltar, Ashley. Erique vai encontrar um caminho de volta pra cá, e seu filho pode ser exatamente o que precisamos!", ela parou e sorriu para mim de uma forma estranha.
"Cale a boca! Deixe-o em paz. Leve-me. Sou eu quem você quer. Deixe meu filho em paz", eu estava dizendo o que todas as mães diriam para proteger seus filhos. De jeito nenhum, eu deixaria que a Helen tirasse meu filho de mim. "Me diga o que você quer?", perguntei enfim.
"Eu quero que você se ajoelhe perante o Erique, entregue-se a ele de bom grado", Helen então tirou um colar que continha uma pedra vermelha nele, "Coloque isso e repita as palavras que eu vou te falar. Essa é a única forma de salvar seu filho. Ajoelhe-se diante de mim e invoque o Erique pra cá."
Eu balancei a cabeça e estava prestes a me ajoelhar quando ouvi o som de um lobo rosnando. Levantei-me e olhei para trás de Helen. "Nikolai?", perguntei.