Capítulo 104
1489palavras
2023-06-08 00:02
(Ponto de vista de Nikolai)
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"Eu não me importo, Gloria. Saia da minha frente. Você não me causou nada além de dor", eu falei, apontei uma arma para ela e soltei um rosnado alto de frustração. Ela não fazia ideia de como eu estava com raiva. Ela tirou minha felicidade, e eu queria muito matá-la.
"Nikolai, tô do seu lado. Por favor, me deixe explicar", Gloria levantou as duas mãos em um gesto de rendição. Ela olhou para mim com os olhos marejados, mas eu não ia cair nos truques dela. "Eu posso ajudar. Eu sei o que tá acontecendo com você. Seu lobo tá fraco. Nikolai, você precisa de uma companheira. Me aceite, por favor", ela implorou.
Eu debochei dela e balancei a cabeça. Cuspi no chão e fechei minha mão em um punho. Eu não podia acreditar que ela estava tentando se oferecer para ser minha companheira. Só sobre o meu cadáver! Eu preferiria morrer.
"E por que eu iria querer uma p*ta mentirosa de m*rda como minha companheira? Você é desprezível, indigna de confiança e louca!", em seguida, apontei a arma e, com força, a coloquei na testa dela, "Última chance, ou eu vou explodir seus miolos. Desapareça!"
"Niko, por favor, não", ela murmurou suas palavras enquanto chorava. Não fiquei nem um pouco emocionado com seu rosto triste ou suas lágrimas falsas. Eu tinha certeza de que ela estava mentindo. Eu nunca deveria ter confiado nela. "Nikolai, eu te amo. Eu sempre amei. Eu faria qualquer coisa por você. Eu mudaria por você", Gloria afirmou.
"Me ama? Você não sabe nada sobre o amor. Você acha que eu não sei que você estava me espionando para os Regalia? Sua família sempre será minha inimiga, sua p*ta maluca! Você acha que eu não descobriria sobre seu acordo com seu pai para que te aceitassem de volta à alcateia? Me manipulando?", gritei com toda a raiva que havia acumulada em meu peito, "Saia da minha frente, Gloria! Você arruinou a minha vida. Você tirou a Ashley de mim. Você acha que eu não descobriria? Eu sei que você planejou tudo. Então, DESAPAREÇA!"
"Niko, por favor", para minha surpresa, Gloria falou isso e caiu de joelhos enquanto olhava para cima com lágrimas pesadas molhando suas bochechas. "Eu tive que fazer aquilo. Ele me fez fazer aquilo. Ele tem provas pra me colocar na prisão pelo resto da minha vida. Ele sabe que eu matei meu irmão. Você não sabia que eu matei meu irmão por você? Porque meu irmão ia te matar!" 
Abaixei minha arma e dei alguns passos para trás. "O quê?", murmurei.
"Me desculpe, Niko. Eu sei que estraguei tudo. Por favor, me dê uma chance de recomeçar. Eu sei que você ainda me ama, Niko. Você teria puxado o gatilho pra atirar se realmente me odiasse. Eu te conheço", Gloria estava certa. Entretanto, não era amor que eu sentia.
Era culpa pelo que aconteceu entre Gloria e eu. E também era culpa por eu ter causado o fim do meu relacionamento com Ashley. E era tudo culpa de Gloria.
"Eu nunca pedi pra você matar seu irmão. Aquela luta era entre seu irmão e eu. Não me culpe pela m*rda que você causou a si mesma", falei e dei alguns passos para trás, e foi quando vi que havia outros vindo em minha direção. Drake era um deles.
"Fiquem de fora!", gritei para eles. Eu queria ouvir a verdade de Gloria. Eu queria saber quem a havia chantageado para me machucar.
"A quem você tá se referindo?", suspirei e apontei minha arma de volta para Gloria, "FALE! Pare de desperdiçar meu tempo, Gloria."
Ela fechou os olhos e estremeceu quando me viu segurando a arma apontada para sua cabeça. Eu estava tão perto de puxar o gatilho. Minha mente estava nublada pela raiva de ter perdido a Ashley por conta da minha burr*da de ter confiado na Gloria.
"Philip... foi o Philip. Fizemos um acordo. Eu fico com você, e ele fica com a sua namorada. Por favor, acredite em mim", Gloria levantou-se lentamente e olhou para mim com tristeza.
"Você precisa de uma companheira agora. Marque-me, Niko. Você não vai sobreviver a essa guerra. Eu vou fazer qualquer coisa por você. Por favor, não quero que você morra", ela estendeu a mão para tocar no meu braço. Isso só me fez empurrá-la para trás com força, pois eu sentia nojo de seu toque.
"Nunca mais me toque. Prefiro morrer do que te marcar, mesmo que você seja a última mulher viva nesse mundo", eu disse, com lágrimas de raiva, e eu sabia que minhas palavras haviam partido o coração dela em pedaços, "Foi você quem causou a guerra entre os Regalia e a minha família. Sua família pensa que fui eu quem matou seu irmão, e isso levou a guerra que estamos travando e à morte do meu pai."
"Eu sinto muito. Eu só... eu fiz por você, Niko", Gloria aproximou-se de mim e, por reflexo, eu atirei no chão, pois não queria que ela se aproximasse, "Niko, me diga o que devo fazer para que você me perdoe."
"Eu quero que você morra", eu então me virei e a deixei sem olhar para trás. Eu a ignorei enquanto ela chamava pelo meu nome várias vezes.
"Drake, atire nela se ela se aproximar do nosso acampamento", eu ordenou a Drake, o qual estava por perto, garantindo que eu estivesse seguro. Eu sabia que ele havia ouvido tudo e sabia que ele estava me olhando como se não concordasse com a minha decisão.
"Talvez possamos usá-la como isca pra chegar aos Regalia, Alfa", Drake sugeriu e deu uma olhada em Gloria, "Ela pode ser útil. Ela pode voltar pra família dela e mentir, dizendo que você tá morto. Isso nos daria algum tempo para que planejássemos o próximo ataque."
"Não quero ter nada a ver com ela. Ela não é confiável. Você pode fazer o que quiser com ela. Só tire-a da minha frente", falei com raiva, e então mudei para minha forma de lobo e corri até a floresta para me acalmar.
Na minha cabeça, eu queria acabar com essa guerra para poder encontrar a minha Ashley e torná-la minha para sempre.
*****
(Ponto de vista de Philip)
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Eu estava andando em direção à suíte do hospital, onde meus homens me informaram que Ashley foi vista nos últimos dias. Eu queria saber por quê.
Quem era esse Antonio Laurent Junior? Um lobisomem?
Eu me perguntei se aquele Antonio tinha alguma ligação com Nikolai. Eu me esforcei tanto para garantir que Ashley ficasse longe de Nikolai. Estava dando certo, e eu tinha certeza de que eu estava a um passo mais perto de conquistar o coração dela novamente.
Parado na porta, vi dois guarda-costas bloqueando meu caminho: "Tô aqui pra ver a Ashley."
A mulher semicerrou os olhos para mim e disse: "Não tem nenhuma Ashley aqui. Cai fora, Humano."
"Você não sabe quem eu sou?", eu perguntei com os dentes cerrados e dei uma olhada nos meus dois guarda-costas que me seguiam. Ambos estalaram os punhos e estavam prontos para atacar.
"Eu deveria ter medo dos seus homens?", ela zombou. A mulher estava claramente testando minha paciência com seu tom e suas palavras. Olhei para o colega dela, e ele estava me olhando da cabeça aos pés.
"Eu te conheço. Ele é aquele príncipe bonitão. Mas esqueci o nome dele", o homem disse e limpou a garganta, "Você não é bem-vindo aqui. Só familiares e amigos de Antonio Laurent podem entrar."
Em primeiro lugar, ambos foram rudes. Em segundo lugar, como eles poderiam não me conhecer!?
"Me deixe entrar, ou você vai sofrer", eu disse com os dentes cerrados e mostrei a eles um vislumbre da arma que estava guardada dentro do meu blazer.
Em seguida, a mulher riu de novo, ainda mais alto e disse: "Você quer atirar em nós, bonitinho? Você pode tentar, mas depois eu te mordo."
"Philip?", eu me virei e vi Ashley caminhando em direção ao quarto enquanto carregava uma sacola com o que eu pensei que deveria ser um pouco de comida. Ela chegou bem a tempo, antes que uma briga acontecesse entre mim e aquela guarda-costas rude e bizarramente alta de Antonio Laurent. Eu lidaria com ela mais tarde.
"Ashley, aonde você estava?", eu andei até ela e a puxei gentilmente para um abraço, "Eu estava tão preocupado com você. Você não atendia as minhas ligações."
"Philip, eu tô bem. Tô aqui pra ajudar um amigo", eu conseguia sentir que ela estava escondendo algo de mim, e eu iria descobrir o que era. Mas, antes, eu precisava contar para ela uma notícia que acabei de ouvir de uma amiga minha que morava em Xevia.
"Ashley, tenho uma coisa pra te contar. Nikolai morreu", assim que falei, ela ficou congelada e deixou cair o saco de comida que estava segurando.
E, então, ela desmaiou nos meus braços.