Capítulo 91
1242palavras
2023-06-01 00:02
(Ponto de vista de Ashley)
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Já se passaram cinco dias desde que voltamos para casa em Amberose. Muito precisava ser feito para que eu concluísse a inscrição e entrasse no concurso de design. Cindy estava passando um tempo na minha casa para que pudéssemos terminar os rascunhos a tempo de cumprir o prazo.
Meu apartamento estava ficando um pouco lotado, com Drake e Frankie também dormindo no sofá da sala. Eles se revezavam para vigiar os arredores da casa à noite. Nikolai não se sentia confortável com a segurança do prédio.
"Querida, que tal eu levar o Teddy pra escola para que você possa se concentrar no trabalho?", Nikolai andou atrás de mim e colocou as mãos em volta da minha cintura enquanto eu fritava algumas panquecas para todos.
"Isso seria bom, mas você sabe que os professores da escola não gostam muito do tipo de você, não sabe? Eu posso levá-lo, não é tão longe", após falar isso, coloquei as panquecas em um prato e beijei os lábios dele, "E você não tem trabalho pra fazer? Eu te ouvi no celular ontem à noite, falando sobre uma reunião para a qual você precisa de ir mais tarde?"
Ele apertou os olhos e bloqueou meu caminho para falar: "Escutando de novo, querida?"
Eu ri baixinho e balancei a cabeça antes de avisá-lo: "Não é um apartamento grande. Acho que até os vizinhos conseguem ouvir você e o Teddy roncando à noite."
Passei por ele e coloquei pratos de café da manhã na mesa. Teddy e Frankie eram fãs das minhas panquecas, as quais eram de um receita do Finley. "Comam. Você tá pronto pra escola, Teddy?", perguntei.
Meu filho fez beicinho e lançou-me um olhar de cachorrinho fofo: "Eu tenho mesmo que ir? Eu não tenho nenhum amigo lá."
"Então, faça novos amigos. A escola é divertida, só espere mais algumas semanas que você vai adorar", eu beijei a testa dele e andei em direção ao meu quarto para me trocar. Eu podia ouvir o Nikolai sussurrando com o Teddy, e os dois riram de algo que não consegui escutar.
"Mamãe, Nikolai pode me levar pra escola?", eu me virei e olhei do Teddy para o Nikolai. Ambos fizeram beicinho e fingiram estar implorando. Frankie fez o mesmo em seguida.
"Tudo bem, mas não se atrase. Eu pego você mais tarde depois da escola, tudo bem?", eu andei em direção ao meu filho e beijei sua testa e, em seguida, fui beijar os lábios de Nikolai.
"Nenhum beijinho pra mim, senhorita Winters?", Frankie perguntou, mas Nikolai bateu imediatamente em sua cabeça.
"Cuidem-se, rapazes. Eu preciso de trabalhar. Você vai jantar conosco?", perguntei para Nikolai antes de entrar no meu escritório. Ele piscou para mim e assentiu com a cabeça.
Eu sorri para ele e pisquei de volta. As coisas estavam indo muito bem entre nós dois. Já vivíamos como um casal que tinha um filho.
Ainda não contei a ele sobre o Teddy. Talvez eu deva conta. Talvez eu pudesse fazer isso durante o jantar, ou algo assim. Porém, isso deve ser feito logo após eu enviar meus desenhos para o concurso.
"E aí, Cindy, tudo em ordem?", perguntei para Cindy, que estava consertando um protótipo de vestido que havíamos colocado em um manequim pela metade. Olhei para o nosso desenho e suspirei: "Alguma coisa tá faltando. Precisamos daquele materia dourado de seda."
"É difícil de encontrar e, mesmo que o encontremos, vai sair caro", Cindy disse enquanto costurava alguns diamantes no nosso vestido, "E gastamos muito dinheiro no concurso anterior."
Suspirei e sentei em uma cadeira de frente para Cindy antes de argumentar: "Posso tentar conseguir um empréstimo."
"Ou você pode começar a usar o cartão de crédito que Nikolai te deu ontem", Cindy sorriu para mim, esperando que eu concordasse com essa ideia.
Eu balancei minha cabeça negativamente e protestei contra isso. Eu não usaria o dinheiro do Nikolai, pois já lhe devia tantos favores. "Não, eu tenho um dinheiro poupado. Vamos procurar o material", concluí a discussão.
*****
(Ponto de vista de Nikolai)
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As coisas estavam indo de vento em popa entre mim e Ashley. Nunca pensei que criar um filho fosse tão bom. Ter que cuidar do Teddy enquanto a Ashley se concentrava em seu trabalho era prazeroso. Ele era um garoto esperto no fato.
Se ele fosse meu filho, eu teria a certeza de que seus genes inteligentes teriam vindo da sua mãe, Ashley. Os resultados do teste de DNA acabaram de chegar, mas não tive coragem de abri-los. Eu estava com medo de ficar desapontado ao saber que o Teddy não era meu filho. Eu estava passando de gostar dele para amá-lo.
"Eu tenho mesmo que ir pra escola?", Teddy perguntou enquanto atravessávamos a rua, e eu segurava sua mão. Frankie e Drake estavam seguindo-me por trás para observar qualquer sinal dos meus inimigos nos mirando. Estávamos planejando ir a uma reunião com outra alcateia assim que eu deixasse o pequeno Teddy em sua escolinha idi*ta de feiticeiros e bruxas.
"Sim, sua mamãe quer que você vá pra escola. Você precisa de ouvi-la", eu disse enquanto olhava em volta, pois eu não estava gostando de um bando de bruxas que estavam me lançando olhares frios. Eu podia vê-las sussurrando uma com as outras enquanto olhavam para mim com ódio em seus olhos.
Claro que elas não gostavam de mim, pois eu era visto como um lobisomem em um relacionamento com uma bruxa a qual tinha um filho que diziam não ser meu. Isso não me incomodava em nada. Por mim, elas podiam ir se f*der.
"Por que não posso ir pra escola onde a Crystal estuda, Nikolai?", ele olhou para cima e fez beicinho durante a pergunta. Ah, esse olhar de cachorro pidão!
"Você gosta mesmo dessa Crystal, hein? Você sabe que ela é dois anos mais velha que você, não sabe?", comentei. Paramos no portão da prestigiada escola feita para as famílias ricas de feiticeiros e bruxas. Eu bufei, vendo algumas das crianças mimadas que passaram por mim, logo em seguida mostrei um olhar de desgosto para o Teddy.
"Eu sei, eu gosto dela", ele ficou vermelho enquanto olhava para mim. Ótimo! Eu me perguntei como o Ivan ficaria quando soubesse disso. Ele era bem protetor quando se tratava da sua única filha, a Crystal.
Beijei a cabeça do pequeno Teddy e fiz um gesto para que ele entrasse. "Vejo você na hora da janta hoje à noite", despedi-me.
Ele fez beicinho mais uma vez e andou devagarinho e com a cabeça baixa até entrar na escola. Eu mal podia esperar para tirar o Teddy dessa escola de crianças mimadas. Teddy pertencia a sua espécie: os lobisomens.
Quem quer que fosse seu pai, com certeza eu iria querer socar a cara dele por não se importar em criar seu próprio filho. Teddy era um garoto incrível.
Eu então me virei e esbarrei em uma mulher. "Ei, olhe por onde anda!", falei. Deveria ser uma bruxa idi*ta e descuidada que estava andando sem olhar por onde ia.
"Olhe você!", sua voz era familiar, o que me fez olhar para ela novamente.
Meus olhos se arregalaram, porque nunca pensei que a veria de novo depois de tantos anos. "Gloria?", falei surpreso.
"Nikolai? Que surpresa te ver por aqui. O que você tá fazendo por essas bandas? Aquele era seu filho?", ela perguntou e apontou para Teddy, que havia acabadio de entrar no prédio da escola.