(Ponto de vista de Ashley)
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Saí da sala sentindo o oposto de quando entrei pela primeira vez. Antes, eu estava confiante de que queria cortar todos os laços com a minha família e seguir em frente com minha nova vida como Tiana Winters.
Entretanto, fiquei comovida com a demonstração exclusiva de amor por mim que meu pai havia feito. Ele me mostrou um lado que eu amava e respeitava antes. Além disso, parecia que ele me entendia melhor do que antes.
Eu não tinha certeza do que o mudou. Será que o Erique, meu avô, fez algo para que meu pai mudasse de ideia? Algo parecia fora do lugar.
De qualquer forma, eu amava a nova versão do meu pai que me ouvia e tentava melhorar nosso relacionamento. No passado, foi tudo o que eu desejei que acontecesse.
Quanto ao Philip, ele implorou pelo meu perdão e queria um recomeço. Eu não poderia fazer isso, obviamente. A lembrança de vê-lo na cama com a Helen ainda estava fresca na minha mente, embora tenha sido há cinco anos atrás. Não era fácil superar disso.
Não foi fácil aceitar o fato de ter perdido o Philip para alguém abaixo de mim como a Helen. Foi degradante. Helen não era nada sem mim, mas ela acabou levando tudo que eu mais amava.
"Querida, você tá bem?", olhei para cima e vi Nikolai olhando para mim. Eu tinha certeza de que ele estava esperando o que eu queria fazer a seguir.
Parei na porta, com Philip ao meu lado. Eu estava relembrando as coisas sobre as quais Philip e eu havíamos conversado em particular anteriormente na sala.
Philip mencionou que parecia que havia sido ontem que tudo deu errado conosco. Desembuchou que seu amor por mim nunca desapareceu, só ficou mais forte. Desembuchou que o que a Helen fez com ele era imperdoável, e ele buscaria justiça para garantir que a Helen fosse pega e colocada em uma prisão.
Fiquei triste ao vê-lo chorando por mim quando estávamos sozinhos na sala. Eu sabia que ele estava sendo sincero comigo. Ele estava disposto a deixar tudo para trás e ir morar em Averna por mim, então ficaríamos juntos novamente para consertar nosso relacionamento quebrado.
Ele não se importava se eu tinha dormido com Nikolai. Ele nem queria saber por quanto tempo Nikolai e eu ficamos juntos. O que me surpreendeu foi ele dizer que ainda me aceitaria mesmo se eu estivesse grávida de Nikolai.
O que o fez pensar que eu estava grávida? Eu parecia grávida? Olhei para a minha cintura e parecia bem reta para mim.
"E agora?", Philip sussurrou perto dos meus ouvidos, o que obviamente não deixou Nikolai contente com a cena. Eu podia ouvi-lo soltando um rosnado baixinho.
O desejo de Philip era que recomeçássemos, e ele jurou ser uma pessoa melhor. Ele conseguiria ser uma pessoa melhor mesmo?
Partiu meu coração ver a determinação que ele colocou em cada palavra que disse. Eu sabia muito bem que Philip cumpria sua palavra.
Entretanto, descobri uma coisa sobre o feitiço que a Helen lançou sobre ele. Não era um feitiço de amor, como Philip pensava. Eu descobri que era um feitiço feito para aumentar um pouco o ódio ou medo que uma pessoa sentia por outra pessoa.
O feitiço apenas aumentou a intensidade do ódio ou medo que o Philip sentia por alguma característica minha, o que acabou deixando sua mente confusa até que o ódio superou seu amor por mim. Um feitiço antigo que foi criado para espalhar o caos. Era magia proibida, e eu me perguntei como a Helen conseguiu pôr suas mãos nesse conhecimento.
"Querida, o que você gostaria de fazer agora?", meu pai foi ficar diante de mim e segurou minhas mãos. Olhei para ele e senti-me triste por precisar deixar meu pai novamente.
Olhando para Nikolai, sorri e assenti com a cabeça para ele: "Nikolai, já acabei de fazer o que eu tinha de fazer aqui, vamos pra casa."
Minhas palavras fizeram com que ele sorrisse de orelha a orelha. Ele assentiu com a cabeça e ofereceu a mão para que eu a pegasse, o que eu fiz.
"Pai, isso não é um adeus. Eu vou visitar você e a mãe um dia. Mas, por enquanto, quero me concentrar em conseguir uma vaga no concurso internacional de estilistas que vai acontecer em breve em Paris. Se você se lembra, era meu sonho participar desse concurso. Eu vou dar o meu melhor pra vencer", suspirei e beijei suas bochechas antes de continuar, "O concurso vai começar daqui dois meses. Nikolai vai estar do meu lado. Espero que você me dê sua bênção para que Nikolai e eu tentemos fazer nosso relacionamento dar certo."
"Não, você não pode fazer isso", ouvi Philip protestar contra minha decisão. Ele andou até mim e olhou para o meu pai enquanto falava, "Ashton, o que tá acontecendo aqui? Nós tínhamos um acordo."
Meu pai suspirou e balançou a cabeça antes de falar: "Minha filha fez a escolha dela, Philip."
"Claro, meu amor. Você sabe que vou sempre apoiar as suas decisões. Nós vamos dar um jeito em tudo. Mantenha contato. Ligue pra sua mãe com frequência. Ela vai ficar feliz em ter ver de novo", meu pai então olhou para Nikolai e disse, "Cuide da minha filha. Se ela estiver com problemas, você sabe onde me encontrar."
"Com certeza, amar a Ashley é minha prioridade", Nikolai uniu os dedos dele com os meus e aproximou-se para beijar meus lábios gentilmente, "Melhor irmos agora?"
Eu assenti com a cabeça e andei com ele para fora do local, em direção ao seu carro, sem olhar para trás, pois não queria ver como devia ter sido difícil para o Philip. Eu sabia que havia magoado o Philip e esperava que, um dia, ele pudesse encontrar paz em seu coração para me deixar ir.
Nikolai parecia feliz e, várias vezes, olhou para mim com um sorriso que poderia fazer qualquer mulher desmaiar, ainda mais com seu rosto lindo.
"Eu te amo", ele disse antes de abrir a porta do carro para que eu entrasse. Eu adorava quando ele me enchia de palavras amorosas.
Parecia que ele queria dirigir o carro para que fôssemos apenas nós dois. Sozinhos.
"Aonde você pretende me levar?", perguntei já dentro do carro. Ele se aproximou de mim, levantou meu queixo para que eu o encarasse e disse: "Vamos levar o Teddy para o parque de diversões. Já faz um tempo que ele tem pedido para que o levássemos lá."
Eu assenti com a cabeça e respondi ao seu beijo do qual eu senti muita saudade.
Se ele houvesse tido conhecimento de que o Philip beijou-me na Sala de Espera 3, com certeza, não teríamos nos sentado em seu carro com tanta tranquilidade. Pelo contrário, provavelmente, uma briga teria acontecido entre eles, na qual alguém se machucaria.
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(Ponto de vista de Nikolai)
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Eu não queria saber o que a Ashley e o Philip discutiram. O importante era que a Ashley havia escolhido ficar comigo. Era tudo o que importava.
Olhando para ela, percebi que ela estava olhando para a janela, com a mente focada em algo ou em alguém. Eu esperava muito que essa pessoa não fosse o Philip, então peguntei: "No que você tá pensando, querida?"
"Tem certeza de que quer ir comigo pra Amberose, Nikolai? Minha casa não é muito grande pra acomodar você e seus homens. É um apartamento de dois quartos, um é o meu quarto, onde durmo junto com o Teddy, e o outro é o meu escritório", ela mordeu os lábios e olhou para mim com uma expressão triste.
"Não precisa se preocupar com nada. Drake pode dormir no sofá. Outros homens vão estar vigiando o seu apartamento do lado de fora. E podemos dividir a cama com o Teddy", eu disse com confiança e levei a mão dela aos meus lábios, "Eu não vou pra lugar nenhum, querida."
Ela riu e beliscou meu braço antes de falar: "O que te faz pensar que vamos dormir na mesma cama? Teddy faria você dormir no chão, Nikolai."
Eu ri disso e balancei a cabeça para falar: "Eu que vou fazer com que ele durma no chão."
Conversamos mais enquanto eu ocasionalmente a provocava e a beijava quando o semáforo ficava vermelho. Era lindo demais vê-la sorrir feliz novamente.
Algo não saía da minha cabeça e eu precisava que ela soubesse: "Querida, seu pai me contou sobre seu primeiro desmaio quando você tinha seis anos. Você já descobriu quem eram aqueles lobisomens?"
Ela balançou a cabeça e franziu a testa antes de me perguntar: "Foi há muito tempo e essa, definitivamente, não é uma boa lembrança. Podemos não falar sobre isso?"
Eu assenti com a cabeça e ri quando a vi fazendo beicinho. "Querida, eu era um dos dois lobisomens que você encontrou. E você sabia que seu pai me disse que a amiga da sua mãe previu que você encontraria sua alma gêmea lá também? Eu estava lá. Você não acha que foi coincidência demais ou, talvez, o destino nos enviando uma mensagem?"
Ela deu um sobressalto e olhou para mim enquanto piscava os olhos sem parar antes de perguntar: "Você estava lá?"
Eu assenti com a cabeça e belisquei as bochechas dela levemente: "Então, se isso não é destino, não sei o que é."
Houve alguns segundos de silêncio antes que ela respondesse com um sussurro: "Philip também estava naquela festa."