Capítulo 61
1464palavras
2023-05-15 00:02
(Ponto de vista de Ashley)
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"O quê? C-como cheguei aqui?", eu me virei e percebi que a porta pela qual eu havia entrado não estava mais lá, "Que pegadinha é essa?"
Dando alguns passos para trás, levantei minha mão e sussurrei um feitiço de proteção.
"Seus poderes não funcionam aqui, querida", Erique se levantou e caminhou na minha direção lentamente.
"Fique pra trás! O que você quer de mim?", eu levantei minha mão e tentei acertá-lo intensamente com meus poderes, mas nenhum parecia funcionar. Olhei em volta para ver se havia alguma coisa que eu pudesse usar para bater nele.
"Eu sei no que você tá pensando. Você não pode me machucar aqui. Esse é o meu mundo. E vai ser seu se você se juntar a mim", ele levantou a mão, oferecendo-me para que eu a pegasse, "Eu não vou te machucar, só quero te ajudar a fazer com que tudo desapareça. Eu posso acabar com a sua tristeza."
"Do que você tá falando? Eu não preciso de você na minha vida. Eu não preciso de ninguém. Por que tô aqui? O que você realmente quer? Onde diabos eu tô?", eu estava tentando distraí-lo com perguntas bobas para as quais eu sabia as respostas.
Eu estava no mundo dele - O Mundo Demônio.
Ele queria que eu me juntasse a ele para destruir o meu mundo - O mundo dos Vivos.
Eu não deixaria isso acontecer! Ele deveria estar louco por pensar que eu me aliaria a ele.
Enquanto meus olhos procuravam uma saída, gritei com raiva para ele: "Vá direto ao ponto!"
Ele riu alto e balançou a cabeça ao falar: "Você é como meu filho, o seu pai. Uma cria patética minha que falhou em viver a altura do seu potencial. Tudo pelo que ele chamava de amor. Eu deveria ter matado sua mãezinha bruxa quando tive a chance. Ela arruinou muitos dos meus planos."
Bem, isso chamou minha atenção: "Ótimo! Eu faria o mesmo. Eu arruinaria seus planos idi*tas também. Então, se afaste!"
Ele riu de novo, como se eu estivesse contado uma piada. Ele suspirou e olhou para mim com um sorriso que se parecia tanto com o do meu pai e disse: "Você não faz ideia de que tipo de pessoa seu pai era. Ele nunca foi um santo. Veja como foi fácil fazer com que ele se voltasse contra você. Ele adora a sensação de estar no controle. Ele ama a sensação da escuridão crescendo dentro dele."
Engoli em seco e olhei para Erique, que parecia ser quem havia virado meu pai contra mim. Eu sabia que havia algo de estranho com meu pai quando o encontrei pela última vez. Ele parecia diferente. "O que você fez com o meu pai?", perguntei gritando.
"Ele deveria ser meu sucessor pra esse lugar. Eu dei tudo a ele. O tornei poderoso", Erique balançou a cabeça com uma risada curta, "Amor, que o deixou fraco. Então, tirei do coração dele o que o amor significava para ele. Eu tirei você do coração dele."
Eu exalei e funguei, enquanto as lágrimas que eu havia guardado em mim por tanto tempo começaram a cair. Então, meu pai realmente me amava? Foi tudo culpa do Erique que o cegou para que ele não enxergasse quem eu era de verdade?
"Me diga como acabar com isso! O que você quer?! Diga logo. Chega de joguinhos. Sem mais enigmas", eu gritei com a raiva contida na minha mente. Eu estava perdendo o controle, e isso me deixou com medo de mim mesma.
"Ai está. Agora, sim, consigo ver a minha pequena Ashley. Solte toda essa raiva. Sinta o poder. Você foi feita pra grandes coisas, minha bruxinha. Bem, eu ficaria feliz em trocar seu pai patético e fraco pela sua aliança comigo", ele disse e, em seguida, ofereceu sua mão novamente, "Confie em mim, Ashley. Um dia você vai voltar implorando pela minha ajuda. Você precisa de mim. Junte-se a mim."
"Eu não preciso da sua ajuda. Não quero fazer parte do seu plano idi*ta de dominação mundial. Só me deixe em paz", eu disse e não demonstrei o sentimento de contentamento que senti quando vi uma porta branca surgindo atrás da cadeira do trono.
"Você faz parte da minha linhagem", ele pausou e pareceu que estava esperando que eu dissesse algo. Eu não fazia ideia do que era.
Eu só sabia que ele era um homem louco. Bem que meu pai, certa vez, me disse para ficar longe do meu vô. Erique só me traria dor em vez de felicidade. Eu nunca poderia confiar nele.
Ele então se aproximou para sussurrar perto de mim: "Quanto tempo você planeja esconder o seu precioso filhinho? Theodore? Teddy? Você contou para o menino quem é o pai dele? Ah, Ashley, minha pequenina e querida Ashley. Você gostaria que eu contasse a verdade pra ele?"
Suas palavras chamaram minha atenção, então eu me virei para olhar para ele e xinguei: "Vá se f*der!"
Eu senti como se meu mundo fosse desmoronar. Ele sabia sobre o meu filho. Isso não era uma boa notícia.
Não! Precisava de proteger meu filho do Erique.
"É você ou ele, foi sua escolha. Eu vou ter um de vocês dois. Alguém precisa de se sentar naquele trono um dia. Imagine os poderes que você terá. O tipo de poder com o qual você poderia governar tanto os vivos, quanto os mortos. Você poderia trazer à vida e causar a morte. Todo seu. Vou te dar o conhecimento pra controlar os dois mundos. Junte-se a mim", eu não percebi que ele já estava parado bem perto de mim.
Tão perto que eu podia sentir seu hálito quente nas minhas bochechas.
Por um instante, pensei em visualizar o futuro no qual eu me sentaria no trono e governaria os dois mundos. Eu estava caindo na escuridão dele. Eu me senti poderosa. Invencível. Livre!
Todos os seres vivos dobravam os joelhos para mim. Adoravam a mim. Eu era a rainha deles.
E, então, ouvi a voz fraca dele.
Uma voz fraca e familiar chamando-me para que eu voltasse: "Mamãe."
*****
(Ponto de vista de Nikolai)
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Ouvi a Ashley chamando o nome do filho. Talvez, ajudaria a aliviar a dor dela se o menino estivesse ao seu lado. Então, decidi ligar para o número do qual o Teddy havia me ligado antes.
O homem chamado Finley atendeu minha ligação. Eu me senti estranho ao falar com o homem que roubou o amor da Ashley de mim. Era ciúme?
Tava bom! Eu estava mesmo com ciúmes daquele homem.
Meu lobo, Blake, ainda estava zombando de mim por eu não ter tido a coragem de tirar a Ashley do Finley. Eu simplesmente não consegui.
Eu queria que a Ashley me amasse pela conexão que tínhamos. Eu queria que ela me amasse tanto quanto eu a amava. Ela precisava de me aceitar de bom grado, não através de força bruta.
Segurando a mão da Ashley com força, eu a beijei enquanto olhava para a bruxa, Daisy, que estava aplicando uma mistura, feita com uma poção queimada, na cabeça da mulher que eu amava.
"Isso fede", eu disse para Daisy, a qual estava sussurrando algum feitiço em uma língua que eu nunca havia ouvido antes.
"Tenho certeza de que cheira melhor do que lobisomens suados", ela me respondeu na lata. Eu não gostava dessa v*ca!
Antes que eu pudesse abrir a boca para dizer coisas desagradáveis para ela, ouvi a voz do menino.
"Mamãe! Mamãe!", Teddy veio correndo até a cama e subiu nela a fim de abraçar sua mãe.
"Como ela tá?", Finley estava ao lado de Ashley e parecia preocupado.
"Que interessante. Um Regalia e um Wulfgard ficam no mesmo quarto? Se planejam matar um ao outro, por favor, façam isso lá fora. Acabei de reformar esse lugar", Daisy disse e tocou o nariz de Teddy, "Você cresceu tanto, rapazinho."
Teddy olhou para Daisy com as sobrancelhas franzidas. Certamente, ele não reconheceu a Daisy.
De repente, Ashley começou a ofegar. Finley sentou-se ao lado dela e segurou sua outra mão. Isso me deixou com um pouco de ciúme.
"Mamãe! Eu tô aqui. Mamãe, olhe pra mim. Eu vim te salvar", Teddy abraçou a Ashley com força e descansou a cabeça em seu peito, "Por favor, mamãe, acorde."
Era uma visão de tocar o coração. Eu definitivamente não iria chorar, pois seria embaraçoso.
Pensei que a família poderia querer um tempo sozinhos com ela, então soltei a mão dela e me levantei.
Mas, então, eu a senti segurando minha mão com força.
Para minha alegria, ela não fez o mesmo com a mão do Finley que estava segurando a outra mão dela.
Eu sorri. Era um sorriso de vitória enquanto eu olhava para a cara idi*ta de Finley.