Capítulo 59
1236palavras
2023-05-13 00:02
(Ponto de vista de Nikolai)
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Chegamos a um lugar onde Drake havia dado um jeito para que conseguíssemos ajuda para Ashley. Ela já estava inconsciente, mas falava baixinho em uma língua que eu não entendia. Eu segurei seu corpo perto do meu peito e o envolvi com minha jaqueta.
De repente, seu corpo ficou frio e começou a tremer. Eu não entendia o que estava acontecendo com ela.
Pela primeira vez, ela parecia frágil e pálida. Eu estava com medo de perdê-la.
Eu não poderia enfrentar meu futuro sem ela. "Fique comigo, querida", sussurrei perto de seus ouvidos enquanto envolvia seu corpo mais perto do meu para aquecê-la.
"Alfa Wulfgard, chegamos", meu motorista disse enquanto estacionava o carro perto de um bangalô de arquitetura moderna. "Eu pensei que os xamãs da idade dela moravam longe, como na floresta ou em algum lugar como Mystic Town. Pensei que preferissem ficar longe das pessoas. Essa casa amarela parece chique e cara e, ainda por cima, fica em uma cidade movimentada como Averna. Isso é bem impressionante", ele comentou casualmente.
"Vivemos tempos diferentes. Cale a boca e abra a porta. Depressa!", eu disse ao meu motorista intrometido e movi meu corpo para sair pela porta enquanto carregava Ashley nos braços.
Enquanto andávamos até a porta da casa, meu motorista me ajudou a tocar a campainha, mas a porta foi aberta antes mesmo de que ele apertasse o botão.
"Típico de bruxas e feiticeiros. Eles gostam de assustar, não é, Alfa? Eu suponho que essa xamã seja velha e feia. Drake disse que ela tem quase um século de idade", meu novo motorista era do tipo que gostava de falar bastante. Eu me perguntei onde Drake o havia encontrado. Os dois me irritavam igualzinho.
"Entre em contato com o Drake. Quero que ele proteja esse lugar até que minha mulher acorde", eu disse e entrei na casa sem me preocupar em esperar que o Feiticeiro viesse até mim.
"Bem, olá, Alfa Wulfgard. Hmm, você deve ser o filho. Você se parece tanto com ele. Com seu pai, quero dizer", ouvi a voz de uma mulher. Olhei em volta e vi alguém com um traje esportivo andando na nossa direção. Ela parecia estar na casa dos quarenta. Eu me perguntei quem ela era.
"Cadê a Daisy, a xamã? Preciso dela agora. Ela não tá bem. Eu preciso da Daisy pra dar um jeito nela", eu disse enquanto olhava em volta para ver se a velha xamã estava em casa.
Limpando a garganta, a mulher de traje esportivo rosa sorriu para mim e disse: "Sou a Daisy. Você não se lembra de mim, jovem Alfa Wulfgard? Você veio aqui uma vez quando era mais jovem. Com aquele seu lindo pai, é claro. Eu dei um jeito em você também."
Eu não sabia do que essa mulher estava falando, mas não queria começar uma briga com ela. Eu só precisava que a Ashley melhorasse, então eu disse: "Onde eu a coloco? Ela tá sentindo dor, não tá vendo?! Se apresse e faça o que você faz."
"O que eu faço? Ah, meu caro Alfa, você não precisa de ser tão rude. Você sabe que sua família ainda me deve pelo que fiz pra tirar a sua dor, não sabe?", Daisy estava sorrindo e pude vê-la olhar para mim da cabeça aos pés.
Ela estava flertando comigo? Essa bruxa velha e nojenta!
"Essa é a minha companheira. A salve, agora!", eu disse com os dentes cerrados. Eu não sabia quanto tempo mais eu poderia suportar a Daisy brincando comigo.
"Companheira?", ela olhou mais de perto para Ashley e torceu o nariz, "Você não a marcou. Essa aqui é até que bonita. No entanto, ela me parece familiar. Eu me pergunto onde eu já a vi."
"Alfa Wulfgard, você não me disse que essa bruxa era bonita", meu motorista chato sussurrou na ponta dos pés. Ele estava fazendo meu sangue ferver de raiva.
Ambos estavam testando a minha paciência.
"Mais uma palavra sua e eu quebro seus ossos e dou para os cachorros comerem", eu disse lentamente para o meu motorista, palavra por palavra, com os dentes cerrados, "Ligue para o Drake, ou eu vou te sacrificar pra essa bruxa como parte das nossas oferendas."
Ele assentiu com a cabeça desesperadamente e deu alguns passos para trás para finalmente ligar para meu assistente Drake.
"Seu motorista é fofo", Daisy disse e apontou para que eu entrasse em um quarto. Seus olhos estavam observando meu motorista.
Era doloroso ver os dois flertando um com o outro.
"Vocês dois podem ir para um quarto e trans*r, mas só depois de salvar a minha mulher", após eu falar isso, coloquei Ashley gentilmente em uma cama.
Daisy riu e começou a caminhar em direção a uma mesa longa, na qual havia uma fileira de poções. "Você não é como seu pai. Você é chato, jovem alfa", ela fez beicinho.
Antes que eu pudesse gritar com a Daisy pelo deboche dela, ouvi Ashley falar meu nome.
"Nikolai, me ajude", Ashley sussurrou sem fôlego o meu nome. Segurei sua mão e sentei ao seu lado.
"Fique comigo, querida. Tô arranjando ajuda pra você", beijei a testa dela e me movi para cobrir seu corpo com um cobertor, "Daisy, quanto tempo mais pra conseguir a cura pra ela?"
"Cura? Eu não posso curá-la do que ela tem. Ninguém pode", as palavras de Daisy fizeram com que eu virasse a cabeça e olhasse para ela. Apertei os olhos e rosnei.
"O que você disse, sua bruxa d*sgr*çada?", tentei controlar a minha raiva, pois eu não queria machucar a Ashley. Ela estava segurando minha mão com força enquanto sua própria mão tremia. Algo estava incomodando a mente dela.
Eu podia sentir que ela estava entre a realidade e, talvez, um sonho. Um sonho do qual eu esperava que ela acordasse.
"Se você vai continuar sendo rude desse jeito, sugiro que encontre outro xamã. Boa sorte. Tenho certeza de que nenhuma bruxa gostaria de tentar ajudar a neta da Rainha de Averna", Daisy falou debochadamente e começou a misturar suas poções em uma tigela, na qual ela também misturou um pó branco.
Ótimo! Ela reconheceu a Ashley. Eu esperava que ela não fosse expô-la.
"Não se preocupe, eu sou profissional. Entretanto, tudo isso... vai ter um custo", enquanto me explicava tudo isso, ela foi para outra mesa e esquentou a mistura, colocando-a em uma panelinha, "Isso é magia negra que alguém colocou nela. Ela tá no mundo dos sonhos. Entre a vida e a morte. Minha poção pode ajudar a aliviar a dor, mas você precisa encontrar uma maneira de trazê-la de volta, quero dizer, acordá-la. Não temos muito tempo."
Eu assenti com a cabeça e disse de uma forma mais gentil: "Se apresse com o que você tá fazendo. Ela tá com dor", eu suspirei e me virei para encarar a Ashley. Seu corpo voltou a ficar quente. Ela estava pegando fogo de tão quente que estava.
"Teddy", eu podia ouvir os sussurros fracos dela, com os quais ela chamava pelo filho, falando seu nome. Lembrando do que a Daisy disse antes, pensei que talvez o filho dela pudesse ajudar a acordá-la.
Eu não tinha certeza se deveria chamar o filho dela.
Porque eu não tinha certeza se queria ver o tal do Finley ficar perto da Ashley.
Mas eu precisava de tentar de tudo para trazer meu amor de volta à vida.