Capítulo 24
1417palavras
2023-04-21 13:07
(Ponto de vista de Ashley)
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Por que eu senti que ele não estava com pressa para ganhar esse jogo? Qualquer que fosse esse jogo de cartas.
Parecia que eles faziam suas próprias regras que eu nunca havia ouvido antes. Um número sorteado foi definido para obter a entrada no leilão privado de produtos exclusivos.
Todos olhavam para Nikolai sempre que ele dobrava seu cartão como um sinal, ele não iria apostar. Em outras palavras, ele disse que havia perdido. Que estranho. Eu conseguia ver que ele era bom nesse jogo.
Ele estava perdendo de propósito?
"Por que você tá demorando tanto pra ganhar o jogo? Você é tão incompetente a ponto de não conseguir ganhar esse jogo?", eu disse com os dentes cerrados enquanto fingia sorrir. Havia olhos me observando.
Alguns sorriam, alguns me olhavam fixamente. Eu não precisava ser vidente para saber que todos na sala pensavam que, talvez, eu fosse uma das amantes de Nikolai. Eu tinha certeza de que eles se perguntavam onde estava a suposta namorada dele, Pamela peitões.
Eu também me perguntava. Ele não amava a Pamela?
Um dia, eu ia descobrir a verdade. Entretanto, por enquanto, precisava que ele vencesse!
"Nikolai, tá chegando a hora do leilão. Você pode se apressar e vencer logo?", suspirei e quis sair do colo dele, então pensei por um instante que eu poderia encontrar outra pessoa na sala para me ajudar a conseguir um convite.
Meus olhos percorreram a sala, esperando reconhecer um rosto amigo disposto a me ajudar.
"Nem pense nisso. Ninguém, além de mim, poderia fazer você entrar", Nikolai disse com um sorriso surgindo no seu belo rosto, o qual eu gostaria muito de socar agora.
Antes que eu abrisse a boca para repreendê-lo, ele virou a cabeça para me olhar e disse: "Você não me mostrou que queria agradecer sinceramente pelos favores que lhe concedi. Sabe como é que é, nada é de graça na vida."
Nossos rostos estavam a apenas alguns centímetros de distância. Eu podia ver seus olhos abaixados enquanto olhava para meus lábios. Eu sabia o que aconteceria a seguir e não ia me deixar levar por ele: "Não entendo o que você estava falando. Se você não consegue vencer o jogo, me deixe vencê-lo então."
De alguma forma, minhas palavras o fizeram rir. Que grosseria!
Por acaso, ele não sabia que eu aprendo rápido?! Eu iria mostrar a ele que eu poderia vencer esse jogo idi*ta e conseguir o convite para mim.
"Tudo bem", ele disse sem me deixar sair do colo dele. Urggh! Este homem era tão irritante.
Eu estava pronta para mostrar que não preciso dele.
*****
(Ponto de vista de Nikolai)
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Eu tentei muito não rir. Entretanto, ver seu rosto carrancudo com seus lábios carnudos, fazendo com que ela parecesse uma garotinha que havia perdido sua bala, era hilário.
Eu poderia ter vencido o jogo há muito tempo. E, sim, eu estava enrolando.
Tudo isso para fazê-la implorar para que eu ganhasse logo. Isso era algo o qual eu senti de que ela não era capaz. Eu me perguntei por que me sentia tão atraído por sua arrogância e gestos bobos.
Tê-la sentada no meu colo fazia meu coração bater fora do ritmo. Eu queria tanto beijar seus lábios doces mais uma vez.
Contudo, eu não queria apressar as coisas. Eu queria que ela me aceitasse como sua alma gêmea de bom grado. Pois eu, Nikolai Wulfgard, estava pronto para aceitar seus defeitos.
"Do que você tá rindo?", ela semicerrou os olhos para mim ao perguntar isso e estava tentando sussurrar um feitiço.
"Sua magia não funciona aqui. É como se tivesse um vácuo pairando a nossa volta. Este é um jogo que deve ser jogado de forma justa entre as espécies antes de que seja permitida a entrada de qualquer pessoa", eu tentei beijar seus lábios de novo após minha explicação.
"Pare com isso. Você não vê que tô perdendo? Acho que essa mesa tá adulterada. Talvez o croupier esteja tentando nos enganar", ela sussurrou um pouco alto demais, o que fez com que minha amiga Moon me encarasse.
Eu balancei a cabeça para Moon como um sinal para que ela se acalmasse. Uma lobisomem de baixo escalão como Moon obedeceria ao meu comando. "Você tá me fazendo perder quase todo o dinheiro que coloquei em jogo, querida. Você já terminou com sua sequência de derrotas?", eu falei.
Minhas palavras chamaram a atenção dela. O olhar que ela me lançou fez com que eu pensasse que ela estava perto de estrangular meu pescoço até a morte, o que fez arrepios passarem pela minha espinha.
"Você não tem alguma coisa melhor pra fazer além de zombar de mim?", Ashley suspirou e balançou a cabeça depois de olhar para a hora, "Nikolai, tá perto de acabar o tempo que temos pra jogar esse jogo. Você poderia por favor me ajudar?"
"Me beije primeiro", eu disse, aproximando-me e apertando sua cintura com força.
"Você é um idi*ta", ela se levantou imediatamente e foi embora após dizer isso.
Os homens que se sentaram a minha mesa para jogar estavam assobiando e rindo de mim: "Ah, qual é! Você não vai deixá-la ir embora, vai?"
"Mulheres. Não dá pra entendê-las."
"Vai ter que jogar pra valer se quiser conseguir as graças daquela ali."
"Vá buscá-la, Jupiter. Uma jovem bonita como essa é difícil de se conseguir. Seu mal-humorado!"
Eu rosnei para eles e me levantei: "Cuidem das suas vidas. Eu vou ensinar uma lição a ela."
Andei em direção a Ashley, a qual estava indo até a porta para sair da sala. Eu peguei a mão dela e a virei. "Nikolai, o que você tá fazendo?", ela perguntou.
"Me beije se você quiser pegar suas preciosas joias no leilão", eu disse enquanto apertava mais a mão dela.
Pude ver, naquele instante, que ela queria muito aquelas joias. Eu me perguntei por quê.
Ela então ficou na ponta dos pés e beijou meus lábios. Em seguida, ela disse: "Pronto. Agora você pode ganhar o jogo?"
"Você chama isso de beijo? Tenho certeza de que você pode fazer melhor do que isso, minha querida", abaixei minha cabeça para sussurrar novamente, "Me beije de verdade."
Quando nossos lábios se tocaram, eu sabia que estava um passo mais perto de torná-la minha.
O beijo foi lento e cheio de paixão. A sensação de seus lábios macios deslizando nos meus era eletrizante. Eu estava tentando não apressar o beijo, embora minha mente estivesse pensando em carregá-la para um quarto e terminar o que tínhamos começado há algumas noites atrás.
Eu a queria muito. Eu queria mais do que apenas beijos.
Mas eu sabia que ela precisava de tempo para me aceitar. E eu esperaria o máximo que pudesse.
Assim que nossos lábios separaram-se, ela soltou um gemido leve e colocou a mão no meu rosto. A sensação de sua pele na minha me excitava. Isso fez com que faíscas vibrassem de novo.
Por um momento, senti-me como um menino virgem que havia acabado de beijar a pessoa de quem gostava. Eu estava nervoso.
O que di*bos havia de errado comigo?
Eu tive que encerrar o beijo, relutantemente, pois faltavam apenas alguns minutos para o término do leilão, então eu afirmei: "Eu vou ganhar esse jogo pra você, querida."
Eu beijei seus lábios e segurei sua mão com o intuito de caminhar de volta até a mesa de jogo.
Ela sentou-se no meu colo de novo e, dessa vez, não protestou.
Um bom progresso. Isso me deixou com um sorriso radiante, o qual não pude evitar.
Percebendo que ela estava estranhamente quieta, concentrei-me no som que eu estava escutando. Era seu coração batendo rápido, e eu conseguia sentir seu calor em mim.
"Por que você não joga o jogo? Eu te guio", sussurrei perto de seus ouvidos e acariciei seu braço para acalmá-la. Ela assentiu com a cabeça e sorriu para mim.
Esse sorriso poderia me matar.
Sob minha orientação, ela finalmente venceu no jogo e finalmente recebemos o convite.
Por um instante, ficamos olhando um para o outro, sorridentes, felizes e em sincronia.
"Obrigada, Nikolai", ela sussurrou e beijou meu rosto.
Mais uma vez, corei como um menino virgem.
"Senhoras e senhores, sigam-me até a sala privada de leilões", uma mulher nos conduziu a uma sala escura, onde luzes estavam piscando em um palco.
Segurei sua mão com força e sussurrei: "Você tá pronta, minha querida?"
Mal sabia ela que, dali em diante, eu daria qualquer coisa para que ela me aceitasse.