Capítulo 12
1176palavras
2023-04-18 10:29
(Ponto de vista de Ashley)
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"Aquele idi*ta!", eu gritei sozinha enquanto ele fechava a porta, deixando-me para consertar o erro no qual, claramente, eu não tinha tido culpa, "Homem-lobo idi*ta."
Ele era cego? Ele não viu que eu tinha acabado de provar com as impressões digitais diferentes?
Eu não tinha certeza se estava com raiva da ignorância dele com relação ao que eu tinha lhe mostrado ou se era pelo fato de ele não me reconhecer. Eu não signifiquei nada para ele há cinco anos atrás?
Em seguida, suspirei e pensei: 'Claro que ele já seguiu em frente com aquela mulher chamada Pamela, essa mulher sexy com peitões.'
Olhei para o meu peito. Meus seios não eram tão ruins.
Urgh! Aquele Lobo. Por que ele tinha que ser tão bonito? Isso só me fez odiá-lo ainda mais.
Eu o estava xingando em vários idiomas, mas meus poderes pararam de funcionar desde o momento em que ele saiu da sala. Sujeito irritante! Queria poder transformá-lo em sapo e jogá-lo da janela desse prédio!
Percebendo que eu tinha só até meia-noite para dar um jeito nessa bagunça, fiquei vários minutos lá e pensei em verificar a câmera de vigilância. Ela deveria ter gravado algo que ajudaria a provar minha inocência.
Depois de meia hora olhando as gravações de vídeo na sala de segurança, vi uma mulher de aparência familiar que tinha entrado na sala para deixar seus projetos depois que eu saí do local. "Helen?", desembuchei.
Ah, que v*dia! Senti que ela não era coisa boa.
Procurei mais evidências para ver se tinha algo mais forte a fim de provar que foi ela quem plantou aquelas camisinhas na minha pasta. Mas foi tudo em vão. Que m*rda!
"Onde ela poderia estar?", sentei-me na cadeira, desapontada, enquanto olhava para o monitor em que a gravação de vigilância estava sendo reproduzida.
"Talvez no baile de máscaras que vai ser realizado hoje à noite. Todos os participantes adorariam ir pra uma festa organizada pela família real de Averna", disse-me o segurança enquanto comia uma bandeja de doces com a qual eu o tinha subornado.
Sorri para ele e disse: "Obrigada. Você me ajudou demais."
"Não há de que, Vossa Alteza", suas palavras me fizeram virar e olhar para ele. O que ele acabou de falar?
Olhando para mim cheio de nervosismo e com a boca cheia de bolo, ele engoliu tudo de uma só vez e suplicou: "Você não é tão ruim como falam por aí. Prometi que não contaria a ninguém que te vi, princesa. Por favor, não me transforme em cinzas. Tenho dois filhos pequenos."
Que tipo de monstro ele achava que eu era?
Balancei a cabeça e suspirei: "Você se confundiu. Meu nome é Tiana Winters. Não sou a princesa Ashley Knight. Um erro comum que as pessoas cometem aqui em Averna. Boa noite."
Saí confiantemente, sem olhar para o homem atrás de mim que tinha me reconhecido. Eu precisava fazer algo a fim de que ninguém me reconhecesse como a Ashley, eu precisava mudar a minha aparência. Não queria que ninguém me fizesse ter que voltar a minha velha vida infeliz.
Saindo do hotel, liguei para Gina com a intenção de pedir um convite para o baile de máscaras. Lembrei que ela tinha guardado um para mim.
"Ande logo, Gina. Atende a chamada", sussurrei para mim mesma enquanto ligava para ela pela terceira vez, sem receber uma resposta. Ela já deve ter ido para o baile e suposto que eu não queria acompanhá-la. Ou talvez ela poderia estar transando com alguém.
"Sem sorte?", a voz me deu um susto, o que me fez dar um pulinho para o lado.
Com uma mão no meu peito, encarei aquele homem irritante que se recusava a acreditar na minha inocência: "Você tá me seguindo?"
"Eu? Por que di*bos eu faria isso?", ele disse com o cenho franzido.
"Você tá gostando disso, não tá?", eu perguntei e apertei meus olhos na direção dele. Sem sombra de dúvida, ele estava mentindo, no que ele era definitivamente ruim.
"Tô com cara de quem tá gostando de ter que te ver?", essas palavras meio que me machucaram, um pouco. Eu esperava que ele fosse gostar de me ver de novo depois de cinco anos.
Bem, eu estava claramente delirando quando pensei isso.
Limpando a garganta mais uma vez, olhei para ele com a cabeça erguida: "Preciso da sua ajuda."
Ele abaixou a cabeça e perguntou: "Você poderia falar mais alto? Não te escutei."
Sério? Eu tinha certeza de que ele tinha me ouvido da primeira vez.
Exalando alto, aproximei-me dele e sussurrei: "Preciso de um convite pro baile que vai acontecer hoje à noite."
"Que baile? O único baile de que sei é o Baile de Máscaras, feito especificamente para aqueles qualificados a entrar no concurso e, claro, para a família real e amigos da Rainha de Averna", ele se aproximou e sussurrou para mim, "Você não faz parte de nenhum dos dois grupos."
Urgh! Esse homem era irritante. Por que ele estava brincando comigo desse jeito? Ele realmente não conseguia me reconhecer?
O segurança conseguiu em poucos minutos comigo. Como o Nikolai poderia não ter descoberto quem eu era depois do que passamos há cinco anos atrás?
Minha mente estava girando em um turbilhão de confusão, e eu sabia que ele estava gostando de me torturar.
"Bem, então, senhor Wulfgard. Vou procurar ajuda em outro lugar", eu disse com firmeza, antes de me afastar dele.
Dois convites dourados foram lançados na frente do meu rosto. "Me chame de Nikolai. Tenho certeza de que sabe quem eu sou", ele disse.
"Não, não sei", respondi rapidamente e fiz uma careta para ele, "Só te conheço como o juiz que se recusou a acreditar em mim. Talvez tenha sido você quem me sabotou e fez com que meus desenhos fossem desclassificados."
"E por que eu faria isso?", seu rosto diabolicamente bonito estava tão perto do meu que eu conseguia até sentir seu hálito quente de menta nas minhas bochechas.
"Porque você é um lobisomem. E, por séculos, sua espécie odiou a minha", eu o empurrei gentilmente para trás com meus dedos e continuei a me afastar depois de falar.
Em seguida, senti uma mão puxando meus braços. Isso me fez virar para encará-lo novamente com minhas mãos frias caídas sobre seu peito largo e forte.
Por um instante, nos olhamos mais uma vez. Meu Deus! Eu amava os olhos dele. Eles eram profundos e brilhantes. Eu senti que ele estava escondendo algo. Ele realmente era apenas um lobisomem?
Seus olhos estavam muito mais calmos do que antes na sala. O que aconteceu? Eu disse algo de errado?
"Vou te ajudar. Entretanto, você vai ter que me retribuir com um favor no futuro. Vista algo bonito. Você tem meia hora pra se vestir. Vou te esperar aqui", ele então me soltou e se virou para me deixar sozinha no frio.
Observei-o entrar no hotel novamente. Fiquei esperando que ele se virasse para me olhar mais uma vez.
Mas ele não olhou.
O que acabou de acontecer?