Capítulo 11
1106palavras
2023-04-18 10:29
(Ponto de vista de Nikolai)
Quando a vi novamente, foi como se o tempo se transformasse em uma pequena partícula de poeira e estivesse esperando para se explodir na velocidade da luz. Foi o que senti dentro do peito. Foi como se, por um momento, eu tivesse me esquecido de como respirar.
Meu coração batia mais rápido a cada segundo, erraticamente fora de controle, conforme me aproximava dela.
Olhando profundamente em seus olhos azuis hipnotizantes, eu exalei. Ela era linda, de fato. Mesmo tentando mudar sua aparência, eu sabia que era ela. Minha Ashley. Minha Bruxinha.
Tão próximos como estávamos, eu conseguia ouvir seu coração batendo rápido mesmo quando ela tentava esconder o medo que sentia de mim. Eu conseguia sentir nossa conexão ficando mais forte. Ela sentia isso também?
Foi magnético. Foi mágico.
Como quando a pele das costas da minha mão tocou suas bochechas macias, senti faíscas se formarem no ar. Era um contato eletrizante. Vendo seus olhos se contraírem um pouco, eu sabia que ela sentia isso também.
Ela se esforçou tanto para ficar calma. Talvez, ela tivesse se esquecido de quem era eu.
Eu não era apenas um lobisomem. Eu era mais do que isso.
Seu coração me queria. Seu corpo estava calorento. Contudo, eu senti que algo a estava segurando. Eu me pergunto o que era. E eu vou descobrir.
Ela não se lembra de mim? Ela estava tentando me evitar? Por quê?
Ela poderia correr para sempre, esconder-se de todos, que eu a procuraria todas as vezes, mas, no final, eu sabia que todos os caminhos me levariam de volta a ela.
Eu nunca soube o que era o amor antes de conhecê-la. Isso era amor?
Naquele momento de fraqueza minha, senti a mão dela no meu peito, empurrando-me lentamente para trás no instante me que meus lábios estavam a apenas alguns centímetros dos dela.
"Não."
As palavras que ela sussurrava eram doces para os meus ouvidos. Entretanto, isso me incomodava ao mesmo tempo. Nenhuma mulher jamais rejeitou que eu ficasse perto. Ela não me queria?
"Senhor...", ela engoliu a saliva e abriu bem os olhos para olhar nos meus, "vou provar minha inocência. Alguém fez isso. Vou descobrir a verdade."
"Me chame de Nikolai", respirei fundo ao falar e me afastei um pouco dela, "Como você planeja provar sua inocência... Tiana?"
Com a menção de seu nome falso, ela soltou a respiração. Ela ficou aliviada por eu fingir que não a reconhecia? Ou ela não se lembrava de quem eu era?
Ah, minha querida Ashley. Que mulher misteriosa!
"Que tal um teste de impressão digital? Me permita usar um pouco dos meus poderes e vou provar pra você. Tenho certeza de que as digitais não serão minhas", suas palavras faziam sentido. Eu balancei a cabeça positivamente para isso e me movi até a minha mesa para apertar um botão embaixo dela.
"Só por cinco minutos. Se você usar seus poderes pra outras coisas, mandarei homens pra te pegar e trancar em uma cela por violar o tratado de paz."
Isso chamou a atenção dela.
Claro que, como a princesa de Averna, eles a soltariam imediatamente. Por que a Rainha puniria ou acorrentaria sua própria neta?
Para minha surpresa, ela assentiu com a cabeça e caminhou em direção à mesa. Ela colocou as duas mãos em cima dos desenhos e dos preservativos que estavam na mesa. Quando ela fechou os olhos, pude ouvi-la sussurrar um feitiço.
Ela recitou um feitiço antigo em uma língua não falada há muitos anos. 'Que tipo de bruxa você é, Ashley?', eu me perguntei.
Na minha cabeça, eu já estava me imaginando empurrando seu rosto contra a mesa e fazendo amor com seu corpo. Ela não sabia o quanto eu sofria por não poder acasalar com ela?
"Pronto, consegue ver?", ela abriu os olhos e perguntou enquanto olhava para as impressões digitais visíveis nos desenhos.
"As cores diferentes mostram que pessoas diferentes tocaram nos objetos. A minha digital é azul, a sua é vermelha. A verde é de outra pessoa. Você pode chamar outra bruxa pra verificar isso."
Ela estava certa. Eu já tinha visto esse tipo de magia ser usada antes. Alguém queria que ela fosse desclassificada do concurso. Eu me perguntei quem seria essa pessoa.
"Acho que você já pode se desculpar comigo, senhor Wulfgard", ela disse de forma arrogante com os braços cruzados sobre o peito. Ela era fofa, mas eu não faria tal coisa.
Espere um pouquinho. Então, ela sabia quem eu era. Ela se lembrava do nosso tempo juntos há cinco anos atrás? M*ldita seja, mulher.
"Isso não prova nada", eu debochei dela e balancei a cabeça antes de falar novamente, "O que você fez agora pode ter sido um truque para que as impressões digitais não combinassem e, assim, você conseguisse me enganar. Além disso, você acabou de provar outra coisa!"
Deixei escapar um pouco da minha frustração. Não tinha nada a ver com os m*lditos desenhos. Eu só estava com raiva por ela estar fingindo que não se lembrava de nós.
"E o que seria isso, senhor Wulfgard? Vá direto ao ponto!", como essa bruxinha ousa levantar a voz comigo.
"Se você é uma designer qualificada, devia saber como proteger seus próprios designs. Claramente, você não tem experiência, e isso me faz questionar se você é digna de participar desse concurso de prestígio", eu não sei o que deu em mim, eu não queria falar essas coisas para ela.
Eu gostaria de poder retirar minhas palavras.
"Como você ousa falar essas coisas pra mim!", ela falou bufando e colocou as duas mãos em cada lado de sua cinturinha. Ah, ela estava com raiva.
Mesmo assim, gostei do que vi.
"Bem, eu vou descobrir a verdade. E, quando o fizer, você ainda vai ficar me devendo um pedido de desculpas, senhor Wulfgard", as palavras dela me fizeram rir. Em seguida, fiquei esfregando meu queixo enquanto olhava para ela.
Talvez eu pudesse lhe dar uma lição pelo que ela fez comigo nos últimos cinco anos. Cinco anos de agonia e dor. Eu ia fazer com que ela implorasse por mim. Então, vou fazer com que ela se submeta as minhas exigências.
"Você tem até meia-noite de hoje", concluindo, afastei-me como se ela não significasse nada para mim, "Nem um segundo a mais. Sem provas, sem admissão. Eu mesmo te desqualificarei."
Antes de fechar a porta do quarto, pude ouvi-la me xingando em sua própria língua. Por algum motivo, amo esse sentimento que ela me faz sentir. Ela era diferente das outras mulheres que conheci no passado.
Sorri atrás da porta fechada, pois eu sabia que o jogo tinha apenas começado.