Capítulo 100
963palavras
2023-07-07 00:02
Ponto de vista de Xavier:
"Sabe uma coisa que eu desprezo? A mentira. Não me incomoda o fato de você ser um covarde espertalhão e traidor, mas mentir faz de você um tipo diferente de escória."
"Uau, então, com você são dois pesos e duas medidas, não é? Ela mente sobre algo tão sagrado quanto o vínculo entre companheiros e nos coloca um contra o outro, mas você prefere distorcer tudo e me bombardear com palavras difíceis..." O espertalhão retrucou.
"Ela nunca mentiu para mim, seu tolo. Não há motivo para isso quando eu posso simplesmente ver suas memórias."
"Ver... Ver as memórias dela? O que... o que... você... quer dizer?" Ele gaguejou.
"Exatamente o que eu disse. Eu vi cada coisa deturpada que você fez com ela e ah... pode acreditar que eu vi tudo, seu psicopata! Como teve coragem de tirar proveito de uma mulher indefesa? Da minha mulher?" Eu rugi prestes a perder a cabeça.
"Xavier... Acalme-se", a maga murmurou ao ver meus olhos girando depressa. Por um momento, pensei que ela fosse mesmo minha companheira, mas esse sentimento desapareceu tão rápido quanto surgiu.
"Não... Não... Tem que haver algum engano. O blodsvreden dela deve ter criado memórias falsas para que você viesse resgatá-la!"
"A blodsvreden dela?" Perguntei, um pouco confuso.
"Ele se refere à Moira", a maga se intrometeu.
"Quem é Moira?" Armand indagou com um vinco profundo entre suas sobrancelhas.
"Você a quer tanto, mas nem sabe a droga do nome dela? Qual é o seu problema em querer mulheres que não conhece? Primeiro, minha companheira e agora minha mãe!"
"Não... não... As coisas não são desse jeito que está tentando insinuar.
"Eu preciso de Inara por causa do seu blodsvreden e dos herdeiros que ela pode me dar, nada mais. Com sua mãe é diferente. Acho que podemos ser algo maior juntos, sem falar que eu tenho muito a oferecê-la."
"Você só pode estar de brincadeira! Ponha uma coisa na sua cabeça, você não vai mais precisar de Inara porque vou levá-la embora comigo. Quanto a minha mãe, vê se acorda, caramba! Você não tem absolutamente nada a oferecê-la. Vocês dois não serão nada juntos!"
"Você ainda não entendeu que eu vou ser rei um dia? Eu poderia colocar esse reino inteiro aos pés dela."
"Tenho uma má notícia para você, garoto. Eu já tenho este e todos os outros reinos aos meus pés!" Minha mãe respondeu ao caminhar casualmente pelo ambiente.
Ela deve ter entrado enquanto estava ocupado, discutindo com esse idiota.
"Disso eu tenho certeza, minha futura rainha", o babaca respondeu sem pensar duas vezes.
Ele claramente não entendeu nada do que minha mãe havia acabado de dizer.
"Você realmente não sabe quem somos, não é?" Minha mãe perguntou, inclinando a cabeça de leve para o lado. Ela tinha um sorriso largo no rosto que a fazia parecer ainda mais assustadora junto do seu cabelo branco, mas acho que era esse o objetivo dela.
"Quem são vocês?"
"Já era hora de você perguntar!" A maga interveio novamente.
"Eu sou a alfa Chaos, a primeira entre dois e três irmãos, filha do rei Chaos e da rainha-alfa Celeste. Meu pai é o rei dos reis da fonte e senhor dos senhores deste reino e de todos os outros. Eu era a herdeira de seu trono até que meus filhos nasceram. Então, como pode ver, eu já tenho o mundo aos meus pés", ela afirmou em um tom tão gelado que fez Santiago se contorcer sob minha pele.
"Não... Não... Não é possível! A família Chaos é um mito! Minha mãe disse que eles vivem na fonte e não entre os homens, muito menos acasalam e têm filhos com eles. Seja lá quem você for, essa piada não tem graça!" Armand respondeu, agitado. Dava para sentir o cheiro do seu medo no ar.
"Essa palhaçada já durou tempo demais! Acabem com eles, meninos." Minha mãe piscou para nós antes de se aproximar da maga.
Imediatamente, um portal se abriu e, antes que Armand pudesse fazer qualquer coisa, ambas desapareceram através dele.
"Que tipo de feitiçaria é essa? Para onde elas foram? Para onde você levou o meu filho?" Armand gritou com o rosto corando de raiva. Eu quase podia ver a fumaça imaginária saindo pelos seus ouvidos.
"Eu os levei para um lugar seguro, onde você jamais os encontrará."
"Como você ousa?" Ele questionou entre dentes.
"Eu faço o que eu quero", respondi com uma risada. No momento seguinte, Armand disparou na minha direção com sangue nos olhos.
Ótimo. Era hora de levar isso a sério e acertar as contas o mais rápido possível.
Ele não parou um minuto antes de entrar em modo de ataque e diminuir a distância entre nós, mas caramba! Eu estava pronto para ele.
Estava ansioso por uma luta desde que descobri a verdade. Agora, finalmente poderia fazê-lo pagar.
Agarrei-o ante que pudesse me alcançar e o joguei contra a parede mais próxima. Então, parti para cima dele, desferindo um soco após o outro sem deixar que ele se recuperasse do primeiro arremesso.
No entanto, não gostei tanto de bater nele quanto pensei que iria. Talvez fosse porque ele não representava um desafio de verdade, já que eu era dez vezes mais forte do que ele, além de ter sido forjado para a guerra.
Já Armand parecia nunca ter estado em um campo de batalha antes. Mesmo assim, aqui estava ele tentando começar uma guerra.
Todavia, eu deveria saber que o que lhe faltava em força, ele tinha de sobra em golpes sujos e sorrateiros. No segundo que me distraí um pouco, o covarde já havia começado a mudar de forma. A força da sua mudança completa me jogou para o outro lado da sala.
Enfim, a luta havia começado de verdade!