Capítulo 8
1499palavras
2023-04-11 10:15
Assim que caminhei em direção aos três culpados, os demais membros da alcateia recuaram, formando um círculo largo ao nosso redor para que todos pudessem ver o que estava para acontecer.
Ao parar na frente de Cindy, avaliei-a de cima a baixo e decidi que lutaria com ela por último, então, pedi que ela esperasse ao lado de Matthews, que não perdeu tempo ao estender a mão para tirá-la dali.
Em seguida, observei os dois homens parados diante de mim.
"Quais são os nomes de vocês?" Perguntei a eles.
"Eu sou Luke e ele é Alex", respondeu o primeiro.
"Tá, e qual de vocês gostaria de ir primeiro?" Mantive meu tom de voz monótono.
Depois de um momento de silêncio, nenhum deles se moveu, mas, enfim, Alex se pronunciou.
"Eu! Gostaria de ir primeiro."
"Ótimo. Luke, por favor, espere com Matthews enquanto eu termino aqui."
Quando ele se afastou, virei-me para Alex, que tinha um sorriso presunçoso no rosto. Sorri de volta para ele antes de começar a circundá-lo. Eu o estudei enquanto ele deixava seu ego e sua tolice guiarem seus movimentos no lugar do seu cérebro. Então, depois de desviar de seus golpes e levá-lo para onde eu queria, posicionei-me e foi aí que a verdadeira luta começou.
Embora ele lutasse bem, de tanto se deixar levar pelo seu ego, ele se tornou descuidado e desleixado. Não queria me gabar, mas dei uma bela surra nele sem que ele sequer conseguisse encostar um dedo em mim. Ao todo, a luta durou cerca de uma hora até ele me mostrar o pescoço em submissão quando finalmente caiu no chão.
Dei um passo para trás e me abaixei para colocá-lo de pé outra vez, o que acabou sendo uma tarefa um pouco árdua, pois eu realmente tinha feito um estrago nele.
Conforme eu o analisava, alguns homens vieram para tirá-lo do ringue improvisado e, ao notar o sangue espalhado por quase todo seu corpo, percebi que talvez tivesse pegado pesado demais com ele. Com um suspiro, caminhei em sua direção e, depois de morder meu pulso, abri sua boca e permiti que ele tomasse um pouco do meu sangue.
Em alguns instantes suas feridas começaram a cicatrizar e pude ver o brilho de gratidão em seus olhos. Passei a mão em seu cabelo, bagunçando-o, então, pedi aos homens que o levassem para a enfermaria antes de me virar para Luke, que parecia que iria cagar nas calças de tanto medo.
Eu sinalizei para que ele se aproximasse e não fiquei nada surpresa quando ele correu para se ajoelhar à minha frente antes de me mostrar seu pescoço em submissão já aos prantos. Ao ver isso, agachei-me para ficar no mesmo nível que ele e apoiei sua cabeça em meu ombro, deixando-chorar. Não demorou muito para que ele começasse a fungar. Neste momento, puxei-o para que ficasse de pé comigo.
Então, ergui sua cabeça com uma mão e disse de forma mais suave: "Você está assustado o suficiente e parece que aprendeu sua lição, mas não posso deixá-lo sair impune.
"Eu posso até não lutar com você hoje, mas terá que me compensar por isso de um jeito ou de outro. Eu sei que sempre há trabalho por aqui que eu possa pedir para você fazer.
"Mas não se engane. Se desrespeitar um idoso que seja desta alcateia outra vez, eu vou te encontrar e quebrar suas pernas. Estamos entendidos?"
"Perfeitamente. Sinto muito", sussurrou ele, trêmulo.
"É bom que sinta mesmo. Agora vá se limpar, coma alguma coisa e descanse. Vou ver como você está mais tarde", ordenei, empurrando-o para fora do campo de treinamento.
Em seguida, virei apenas para encontrar Cindy já caminhando em minha direção com um olhar corajoso no rosto, ou assim ela pensava.
"Eu não vou implorar à senhorita divina e poderosa por misericórdia. Aqueles rapazes podem ser uns fracos, mas eu não sou e irei provar a todos aqui que você não está à altura de ser companheira do alfa, muito menos luna desta alcateia."
Com uma risada amarga, retruquei: "É assim que eu gosto."
Então, a luta começou. Eu esperei algo diferente, até mesmo extraordinário dela, mas Cindy não entregou nada. Talvez ela achasse que essa seria uma simples briga de mulheres. No entanto, ela estava muito enganada. Embora ela fosse rápida e, com o treinamento certo, isso poderia vir a ser útil, ela se movia como uma barata tonta, o que estava tirando a mim e Havoc do sério.
Portanto, tratei de acabar logo com aquilo ao entrar em total modo de ataque. Depois de espancá-la à submissão, virei-me em direção ao beta apenas para encontrar o olhar orgulhoso do meu companheiro, de sua mãe, do próprio Matthews, Jeremiah e Stephanie, sem falar nos guerreiros atrás deles.
Sorri suavemente ao caminhar até os braços estendidos do meu companheiro. Assim que minha adrenalina abaixou, ouvi os aplausos à minha volta. Eu ri baixinho antes de me afastar e voltar para a plataforma improvisada, onde ergui minhas mãos para que todos soubessem que podiam parar de aplaudir.
Quando o lugar ficou em silêncio, eu discursei: "Hoje foi um pouco agitado e nosso treino já está chegando ao fim, mas acredito que todos aprendemos uma lição importante aqui. Espero que ninguém cometa os mesmos erros outra vez.
"Eu vi uma ou duas coisas que gostaria de corrigir depois de discutir a respeito com meu companheiro e nosso beta e delta, bem como os demais guerreiros desta alcateia. Então, isso é tudo por hoje. Vejo vocês amanhã."
Assim que me juntei ao Alfa River e sua equipe, ele me provocou:
"Estou excitado e assustado."
Eu ri baixinho. "Acho bom que esteja. Eu não sou a v*dia de ninguém. Se você me f*der, eu pego você. Simples."
"Acontece que eu quero te pegar e te f*der com força", sussurrou ele com uma voz rouca no meu ouvido. Eu fingi não ouvi-lo, o que o fez cair na gargalhada.
"Já gosto de você", comentou Jeremiah, referindo-se a mim.
"Eu também!" Os outros guerreiros disseram em uníssono conforme Matthews assentia com um leve sorriso no rosto.
Ao me virar para Felecia, puxei-a para um abraço que surpreendeu a ela e a todos presentes.
Depois de lhe pedir desculpas pela noite passada, caminhei em direção à casa antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. Então, ela, meu companheiro, Matthews, Jeremiah, Stephanie e algum outro homem atrás deles também me seguiram.
Eu podia parecer indecisa.
Mas sabia que meu gesto deixaria Felecia emocionada e eu não era dada à demonstrações de afeto, especialmente em público. Eu só sabia ser carinhosa com minha família e, agora, com meu companheiro, mas apenas na privacidade do nosso quarto.
Ao subir as escadas até o quarto que dividia com Alfa River, tirei minhas roupas rapidamente e fui tomar banho.
Quando senti a água fria cair sobre o meu corpo, meus músculos tensos imediatamente relaxaram.
Apesar de não ter demonstrado nenhuma emoção durante o treino, não gostei do que aconteceu lá.
Odiava ser desrespeitada. Ninguém tinha o direito de mexer comigo só porque eu era uma mulher. Como detestava confrontos, eu tentava ao máximo evitá-los.
Todavia, eu era a luna desta alcateia, portanto, eles precisavam me respeitar. Em outra situação, eu poderia ter sido mais tolerante.
Deixando esses pensamentos de lado, foquei em clarear minha mente. Minha loba estava inquieta e eu sabia que essa situação havia lhe estressado tanto quanto a mim.
Eu sabia que a mudança para uma nova casa junto com o desgaste de conhecer novas pessoas, poderia fazê-la sair ao primeiro probleminha que aparecesse.
Fiquei debaixo do chuveiro até minha pele começar a enrugar, então, desliguei a água.
Após pegar uma toalha, sequei-me rapidamente antes de envolver meu corpo nela. Em seguida, usei outra para enxugar meu cabelo e saí com ela enrolada na cabeça.
Ao dar uma rápida olhada ao redor do quarto, percebi que as roupas que havia jogado no chão tinham sido colocadas no cesto de roupa suja.
Erguendo o nariz, respirei fundo e estremeci quando senti o cheiro do meu companheiro invadir meus pulmões.
Com um aceno de cabeça, entrei no closet e peguei a primeira blusa que encontrei, uma calça jeans preta rasgada e um conjunto de roupas íntimas. Deixei tudo em cima da penteadeira e passei um hidratante corporal antes de começar a me vestir.
Quando faltava só colocar a blusa, peguei-a para ver o que havia escolhido e sorri, satisfeita, ao perceber que se tratava da minha regata esportiva marrom favorita. As mangas haviam sido rasgadas para deixar minhas tatuagens à mostra e as laterais davam um estilo mais despojado. Dando de ombros, puxei meu cabelo em um rabo de cavalo apertado e, por fim, chequei minha aparência no espelho.
Satisfeita com meu visual, fui até onde estavam meus sapatos e coloquei uma uma bota preta, cujo salto era de quinze centímetros. Depois de amarrá-las, voltei para o quarto e peguei meu celular na mesa de cabeceira. Em seguida, saí pela porta enquanto respondia algumas mensagens.