Capítulo 2
891palavras
2023-04-10 13:50
"Bem-vindo à minha alcateia. Eu sou a Alfa Celeste Chaos", minha mãe se apresentou, estendendo uma das mãos para cumprimentar o outro alfa e depois o seu beta.
"Sou o Alfa River", respondeu ele.
"Beta Matthews", apresentou o homem ao lado dele.
"Bom, agora vou deixar os outros se apresentarem, então, podemos entrar."
"Sou Luke Chaos e este é meu irmão Lucien", meu irmão mais velho apresentou a si mesmo e seu gêmeo, apertando as mãos do alfa e do beta recém-chegados.
Com o rosto em branco, também estendi a mão para apertar a do alfa e imediatamente senti minha palma formigar. Ao erguer o olhar para encará-lo, minha loba, Havoc, gritou a única palavra que eu sabia que acabaria com minha vida pacífica: "Companheiro."
Fiquei chocada ao perceber que não havia detectado nenhum cheiro diferente antes. Então, tentei sentir sua fragrância naquele momento, apenas para me deparar com nada. Não pude deixar de ficar desconfiada do motivo de ele ter camuflado seu odor.
Meu choque foi tão grande que minha fachada austera vacilou por um momento antes de eu me recuperar às pressas. Parei um instante para observar seu porte físico e estaria mentindo se dissesse que não fiquei impressionada e estranhamente excitada com o que vi. Este homem tinha músculos muito bem definidos nos lugares certos.
O Alfa River, porém, permaneceu parado à minha frente enquanto ainda segurava minha mão e me observava em silêncio.
Ele não demonstrou nenhuma reação ao fato de eu ser sua companheira. Caramba, seus olhos só brilharam por um segundo para mostrar a presença de seu lobo antes de desaparecer rapidamente.
Ao limpar minha garganta suavemente, removi qualquer emoção da minha voz antes de me pronunciar.
"Meu nome é K.D Chaos, mas me chame apenas de Chaos", informei, puxando minha mão da dele para apertar a de seu beta, que continuava a me encarar atentamente.
Uma vez que todos terminaram de se apresentar, seguimos para a sala de conferências para discutir o propósito da visita da alcateia River de Prata.
Sentada de frente para o alfa da alcateia visitante, percebi que nem ele, nem seu beta esquisito tiravam os olhos de mim, o que estava começando a me irritar. Ao me virar para minha mãe na cabeceira da mesa, meneei minha cabeça de forma brusca e ela foi direto ao ponto.
Podia jurar que esta mulher era incapaz de ser gentil com quer que fosse ou se rastejar para conseguir algo. Ela não hesitou em mandar o alfa e seu beta pararem de me encarar como se eu fosse um pedaço de carne. Em situações como essa, eu sempre apreciava sua franqueza.
O que aconteceu a seguir foi uma sucessão de eventos que desencadeou em uma exibição típica do comportamento de um alfa que, depois de soltar um grunhido arrepiante, arremessou seu beta na parede mais próxima.
Algumas pessoas se levantaram de seus assentos enquanto minha mãe assistia a cena, entediada, até que, de repente, ela pareceu juntar as peças ao se virar para mim com os olhos estreitos.
Evitei seu olhar, fazendo com que ela gritasse e exigisse uma explicação minha através do nosso vínculo mental. Ao ver que eu me recusava a responder, ela se virou para o Alfa River imediatamente.
"Alfa River, há algum motivo pelo qual minha sala de conferências esteja sendo usada como uma arena de boxe ou esse tipo de jogo é algo comum entre você e seu beta? Neste caso, posso lhe mostrar onde ficam nossos campos de treinamento para que continuem lá", minha mãe disse sem rodeios.
Quando ouviu isso, Alfa River saiu de seu transe conforme seus lábios se erguiam em um sorriso envergonhado que desapareceu tão rápido quanto surgiu. Ao mesmo tempo, o restante da sala precisou abafar uma risada. A franqueza de minha mãe não conhecia limites.
Depois de limpar a garganta, ele se virou para mim e riu baixinho, provavelmente se dando conta de que eu estava tentando fugir de seu olhar. Então, ele voltou a encarar minha mãe antes de revelar o que eu tanto temia.
"Veja bem, Alfa Celeste, eu enfim encontrei minha companheira, mas não consigo entender porque ela está agindo como se eu não estivesse aqui."
Eu tinha uma resposta afiada bem na ponta da minha língua, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, minha mãe já estava se intrometendo.
Ela riu baixinho junto dos meus irmãos idiotas enquanto me provocava através do nosso vínculo mental. Em seguida, ela abriu a boca para falar.
"Perdoe minha filha. Ela é estranha assim mesmo, o que me faz pensar se não a deixei cair de cabeça quando era pequena ou se foi seu pai que fez isso enquanto não estava olhando, mas ela irá cair em si. Ela sempre faz isso", explicou minha mãe, sem papas na língua, o que me fez encará-la e gritar com ela através do nosso vínculo mental. Ela apenas me respondeu com mais uma risada. No momento seguinte, meus irmãos se juntaram a ela.
As outras pessoas na sala tentaram esconder suas risadas por atrás de tosses e pigarros conforme o alfa da outra alcateia sorria presunçosamente e seu beta gargalhava. Revirando os meus olhos, levantei-me da minha cadeira e deixei a sala para fazer minhas malas, sabendo que teria que partir com meu companheiro agora que ele me encontrou, quer eu gostasse ou não.