Capítulo 61
1659palavras
2023-03-31 19:09
CAPÍTULO 61
Igor Smith
Até que não demorou muito para eu voltar para o carro com muitas sacolas, comprei coisas para a Luana e para o nosso bebê. Quando voltei na sala do advogado, o documento já estava pronto, peguei o original e fui direto para a casa da Luana.
Logo que cheguei, percebi que ela não estava. Fiquei um pouco desanimado pois queria conversar com ela pessoalmente sobre isso, explicar a ela que todas essas coisas são de direito dela, e poder ter certeza que num futuro muito próximo, ela não terá problemas nenhum com dinheiro, e nem muito menos o nosso. Mas, pelo visto isso não seria possível.
— Edineide, aonde está a Luana? — perguntei.
— Ela não me diz quais são “todos” os lugares que vai... mas ultimamente ela adora sair com o bonitão do cabelo bagunçado! — essa Edineide não perde uma, para me aterrorizar!
— Credo Edineide! Achei que a gente havia dado uma trégua! Estou com boas intenções...
— De boas intenções o inferno tá cheio... — resmungou, mas eu ouvi.
— Eu ouvi, hein Edineide? Já vi que com você como aliada, não preciso nem de inimigo! — falei de cara feia.
— Eu não fiz nada! Eu nem minto! — falou, e continuou fazendo comida.
Eu fui na mesa da copa, e deixei o envelope lá, e junto coloquei a caneta que a Elisa me deu de presente de aniversário junto, para que a Luana aceitasse o novo acordo, e todos os meus presentes que pedi para tirarem do carro.
— Eu já volto, Edineide! Vou buscar as minhas coisas! — ela se virou do nada me olhando.
— Ué? E a lambisgoia? — perguntou paralisada.
— Quem? — Franzi o cenho.
— Deixa baixo, se voltou é porque levou outro pé! — Bateu com a mão na testa, que mulher atrevida!
— Não chame assim a Elisa! Mas, para sua informação, fui eu que terminei, agora me dê licença! — falei e saí de uma vez.
Fui até o apartamento buscar umas coisas, e como demorei, decidi ligar para a Luana...
Ligação onn...
— Igor? — atendeu a Luana como uma voz um pouco chorosa.
— Oi Luana! Tudo bem? — perguntei, pois ela não parecia.
— Só me responde uma coisa, Igor...
— Sim, linda! Pode perguntar!
— Você quer que eu assine esse acordo? — ela estava chorando, e fiquei com o coração partido, mas era o melhor.
— Sim, querida! Acho que é a melhor solução! Eu fiz tudo o que podia, aceita por favor! Assine por nós! — falei, mas ela agora chorou alto, e não entendi nada. Será que eu me enganei e ela não quer o divórcio? Melhor eu falar com ela pessoalmente, vou me apressar aqui...
— Você não disse que não me forçaria? Eu já assinei o acordo de divórcio...
— Esta é a melhor solução que tenho agora. Você deve assiná-lo. — certamente ela está falando da casa, pois quer voltar para a dela, ou para a ilha, e não acho certo! — eu também vou... (desligou a ligação?)
Ué, que estranho! A Luana estava muito estranha, vou até lá!
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Luana Davis
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Eu não consigo acreditar em tudo que aconteceu agora! Embora eu tenha desligado o celular, ainda não consegui nem fixar os meus olhos para olhar de novo naquele papel terrível. Eu acho que eu nunca vou conseguir entender o Igor, agora além de tudo ainda terei que fugir com o meu filho, pois eu jamais deixaria que algo assim como o que ele quer, acontecesse!
Se alguém tivesse me dito eu realmente não teria acreditado, de certa forma não acreditei ainda quando li o papel, eu nunca pensei que ele fosse capaz disso, por causa do amor da bailarina, pois antes ainda, com todos os problemas e dificuldades, ele nunca desistiu do do bebê, e agora ele simplesmente não quer mais? E, tudo para poder viver o seu amor com a bailarina, isso é muito patético!
Olhe para frente e vejo a Elisa ainda me encarando, tentando entender provavelmente, o motivo de eu chorar tanto.
— Parece que ele já fez a sua escolha! — eu disse ainda chorando.
— Do que está falando? — perguntou.
— Embora ele seja gentil, ele escolheu
machucar o bebê dele, pelo seu amor. Eu simplesmente não posso acreditar. Achei que ele gostava do nosso bebê, eu não entendo! — Falei chorando.
— O que diz esse papel? Eu não li! — ela perguntou, e eu entreguei a ela.
— Veja você mesma! Coloquei a minha cabeça entre os meus braços, na mesa.
— Será que não é algum mal-entendido? Ele não me falou nada sobre isso! Talvez não seja bem assim! Eu nunca o vi rejeitar criança! — falou ela me devolvendo o papel.
— Ele realmente não quer o bebê! Ele foi claro, mais claro impossível! — falei.
— Puxa! Então te aconselho a se afastar, ou fugir dele! Se não quer fazer o que ele pediu, fuja! Se precisar de ajuda, posso te levar, estou com o carro e o motorista do Igor aqui fora! — falou ela, mas eu não confio nela! Jamais deixaria a minha segurança e a do meu filho nas mãos dela, preciso ficar longe até dela!
— Eu agradeço, mas eu prefiro ir sozinha! Não quero encontrar com ele nunca mais! — falei, e rasguei o acordo de aborto.
— Tá bom, então! Boa sorte! — disse, e
eu nem respondi, não gosto dela, parece não dizer a verdade.
Saí apressada e entrei no primeiro ônibus que vi, eu nem sabia para onde me levaria, e era melhor assim! Dessa forma o Igor não me encontra e não machuca essa criança, tão inocente que cresce dentro de mim. Desliguei o celular, vai que ele consegue me rastrear, então preciso ter cautela.
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Louis
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Já passou do meio dia, e não encontro a Luana em lugar nenhum... já liguei muitas vezes, e o celular está constando desligado, procurei na avenida, e me disseram que estava em um dos restaurantes, mas que já saiu tem um tempo, mas é estranho, pois combinou comigo de me ligar e não dá notícias, e eu não confio na mulher que iria se encontrar com ela.
— O senhor não reparou em nada diferente? Não viu se alguém estava com ela? — Perguntei para o homem do balcão.
— Sim, eram duas, uma foi antes, e a outra fez uma ligação e saiu em seguida... mas eu acho que a de óculos estava chorando! — respondeu.
— Tá ok, obrigada! Eu vou continuar procurando, então! — respondi, e saí pegando sentido a casa dela.
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Elisa (a bailarina)
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Foi fácil demais enganar aquela tola! Ela nem se deu ao trabalho de perguntar para o Igor sobre o que era o acordo, ficou tão impressionada sobre o que leu, que perdeu ainda um pouco mais do juízo, e isso foi muito bom, parece que o universo conspira a meu favor.
Foi divertido de ver a cara de desamparada e triste que ficou, mas eu quero mais é que se lasque, e de preferência bem longe de mim e do Igor.
Agora o meu plano ficou perfeito, ela caiu na minha, vai ficar bem longe dele, ele nunca vai descobrir a verdade, e eu ainda vou ficar com aquela casa para mim, pois para lá ela não volta que eu sei, e o Igor Já falou que iria para lá, então agora eu vou atrás para consolá-lo porque a sua feinha de óculos, o deixou a ver navios e ficará tudo certo.
E isso tudo porque eu nem imaginava que o Igor tinha feito um outro acordo, tudo se encaixou perfeitamente, só preciso ficar uns dias longe do Fred e ficará tudo certo, logo estarei com todo o dinheiro e os cartões dele na minha mão, e ele vai ficar preso na minha cama.
O motorista do Igor que eu falei que estava ali fora, na verdade era o Fred, com o carro dele, ele agiu dessa forma me levando para cima e para baixo como se fosse um carro de aplicativo, e o Igor nunca desconfiou, nem se dá ao trabalho de ver se eu tenho um aplicativo desses e quem é a pessoa que está dirigindo, pensa em um homem tapado!
— E, aí? O plano deu certo? — perguntou ele.
— Sim! Caiu como uma pata! Agora vou direto para a casa dele, e daqui alguns dias a gente se encontra, de novo! — falei pra ele que piscou pra mim.
Entrei no banco de trás para ficar menos suspeito, e logo a gente já estava naquela casa que eu gosto tanto, aquele Jardim é magnífico e ainda tem o Thor, que estou com saudades, eu já estava agoniada demais com aquela ridícula morando lá, é um completo desperdício! Vou ter que tirar todas as coisas do bebê do local, certamente ela deixou tudo, e vai ser um tédio tem que ficar olhando para um quarto de um possível filho do Igor, embora nem sei se realmente vai ficar por muito tempo na barriga dela, quem sabe ela acaba mudando de ideia e não faz o que dizia naquele papel... quem sabe não é?
— Chegamos, odalisca! Vai ter que andar um pouquinho, pois assim é mais seguro! E vê se arruma dinheiro logo, que o meu já acabou, só tenho duzentos! — falou o Fred, e suspirei.
— Só posso te dar, cem! — Peguei da carteira, e entreguei.
— Aí sim, odalisca! Vem me dar um beijo, que vai ficar vários dias sem me ver! — disse, mas não gostei.
— Não é uma boa ideia, Fred! E tem um carro parado do outro lado da rua! — eu disse.
— Nada, é só um velhote fazendo corridas pagas! Vem aqui, vem? — bateu com a mão no seu colo, e eu fui...