Capítulo 25
2482palavras
2023-04-11 17:00
Zidane fitou o corpo da mulher latina, que estava com a vida por um fio, ele tinha vontade de rasgá-la em pedaços, no entanto, ela lhe fora bastante útil ao injetar o acônito em Scarlett. Com um sorriso frio, ele colocou o pé na cabeça dela, um pequeno gemido saiu de seus lábio e ele a pressionou com mais força.
“Por você ter conseguido fazer o que eu te pedi... vou deixá-la viver mais um pouco.” Assim que disse isso, ele a usou como apoio ao passar por cima dela, a dor se espalhou pelo seu corpo sob o peso dele.
Os lobos que pretendiam perseguir Scarlett e aquele Alfa miserável, se acovardaram e se ajoelharam formando uma linha. Apesar do sangue respingado na roupa de Zidane e os arranhões profundos, feitos por Scarlett, ainda o deixavam com uma aparência calma e composta, mas todos sabiam que aquela calmaria era sinal de perigo.
“Nenhum de vocês foi capaz de impedir duas crianças... duas mald*tas crianças..” Ele vociferou com um tom ácido, enquanto se aproximava dos lobos. Cade também se ajoelhou diante dele, apesar dos ferimentos.
“Alfa, eles tiveram ajuda...” O homem que começou a falar não viveu o suficiente para terminar a frase, pois Zidane arrancou a cabeça de seu corpo.
“Não preciso de lobos imprestáveis como meus servos!” Ele cuspiu, então seguindo para o próximo homem da linha, com as garras de Zidane arrancou seu coração.
“Eu preciso de lobos fortes... que façam o trabalho direito!” Enquanto falava, ele continuava a caminhar pela fila, arrancando os olhos de um, os intestinos de outro, até que um dos homens perdeu os braços e as pernas. Alguns dos lobos morreram instantaneamente, no entanto, vários se contorceram em agonia até serem abraçados pela morte.
Cade foi o único que restou, depois de Zidane matar onze homens, vários já tinham sido abatidos pelos homens de Rafael e agora mais onze se foram. Cade olhou para o salão que mais parecia um mar de sangue, um odor de cobre encobriu o cheiro de medo que pairava no ar. As coisas só pioravam cada vez mais...
“Tolos, todos vocês.” Zidane disse encarando Cade. “Descubra o nome do Alfa que os ajudou.”
“Sim, Alfa.” Cade falou fazendo uma reverência, antes de se levantar e sair cambaleando do salão. Então, Zidane voltou-se para a mulher.
“Maya... limpe este lugar.” Ele ordenou para a mulher que lutava pela vida. “Se você não fizer isso imediatamente, vai se juntar a eles.”
Ela lutou para se levantar, pois Elijah a ferira brutalmente e seus ossos levariam um certo tempo até se curarem por completo.
“S-sim Alfa...” Ela falou com dificuldade. Ele não olhou para trás enquanto ia em direção às escadas, que levavam até seu escritório. Atrás dele podia-se um rastro de pegadas ensanguentadas...
Ao entrar no escritório, ele sentou-se em sua cadeira sem se importar em acender as luzes, então colocou os pés sobre a mesa, cruzando os tornozelo. Em seguida, pegou um cigarro e o acendeu, havia apenas a luz da brasa flamejante, no breu da sala escura.
Como ele não tinha visto as habilidades de Scarlett quando ela era criança, os sinais estavam bem na frente dele...
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RETROSPECTIVA – 10 ANOS ANTES – BANDO DESERT STORM
Scarlett caminhava pela mansão do Alfa o mais silenciosamente possível. Já era tarde da noite e tudo estava escuro, trovões e relâmpagos iluminavam o céu lá fora. Ela não tinha ideia de horas eram. Seu coração batia forte por causa do medo, seu pai estava viajando a negócios naqueles dias, então ele não deveria voltar pelas próximas duas noites. Porém, ela estava ali, quebrando as regras, pois Indigo estava faminta. Elas passaram as duas últimas noites sem comer, pois seu pai achou que mereciam ser punidas.
Scarlett se esgueirou pela cozinha com destreza, pegou um pouco de pão e depois correu de volta para o sótão. A mãe delas estava na cama de novo – o pai a punira por ser desrespeitosa. Sempre que sofria uma punição, ficava acamada por vários dias, Scarlett sabia disso, pois ela também era punida com frequência. Esse era um segredo que ela não podia contar a ninguém. Se ela o fizesse, seu pai ameaçara fazer o mesmo com Indigo, portanto, ela se sentia no dever de proteger sua irmãzinha.
A pequena criança de oito anos não sabia, mas o Alfa que ela tanto temia estava sentado na sala escura, fumando um cigarro. Ele tinha decidido retornar mais cedo de sua viagem.
Ele ouviu os passos ligeiros na escada. Seus olhos faiscaram, oh, como ele odiava ser desobedecido. Ele sabia quem era, mesmo antes de ver a cabecinha de cabelo loiro morango. Ela nem sequer examinou a sala, apenas caminhou sorrateiramente, na ponta dos pés, até a cozinha. A surrada camisola de algodão era muito fina para aquele clima frio.
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*Aviso de gatilho: o conteúdo a seguir é de abuso físico extremo, não sexual. Você pode pular o restante do capítulo, pois serão descritas as violências que Scarlett passou nas mãos de seu pai.*
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Zidane se levantou, apesar de sua inexpressividade, um sorriso frio apareceu em seu rosto. Ele estava um pouco entediado... além disso, não queria brincar com a mulher... mas aquilo sim, seria muito mais divertido. Ele caminhou em direção à cozinha, onde a garotinha de oito anos estava na ponta dos pés para conseguir abrir o armário.
“Ora, ora, ora... parece quem temos um ratinho à solta.” Ele disse com um tom de voz grave. Scarlett congelou, mas seu coração pulsava tão alto que Zidane podia escutá-lo de onde estava, oh, e como isso o excitou.
Ela se virou lentamente, a cozinha carregada com o cheiro de medo. O longo cabelo na altura da cintura caiu sobre seus ombros, a sua pele que normalmente era pálida, assumiu um tom fantasmagórico ao ver o homem alto encostado na porta da cozinha.
“Papai...” Ela sussurrou, seus lábios tremiam e os olhos ardiam por causa das lágrimas. “Me desculpe! Eu estava com fome.” Ela caiu de joelhos implorando para seu pai, ela não ousaria mencionar o nome de Indigo.
“Bom, nós dois sabemos que essa desculpa não é boa o bastante, você não concorda minha princesinha?” Ele disse avançando na direção da pequena Scarlett. Ele se agachou, acariciando sua cabecinha antes de suas mãos torcerem dolorosamente seus cabelos. “Um pio e pode ter certeza que sua mãe e irmã vão sofrer o mesmo.” Ele sussurrou. Então, ela apertou a boca para mantê-la fechada, as lágrimas escorriam pelo rosto, ela não ousava emitir nenhum som.
Em seguida, ele a puxou pelos cabelos e se levantou, sem se importar que a criança ficasse pendurada. Ela tentou agarrar seus pulsos, na esperança de aliviar a dor, enquanto ele a levava para fora da mansão, ruma a garagem.
“Por favor, papai, aí não.” Ela implorou aterrorizada.
“Eu disse para ficar calada!” Ele vociferou, entrando na garagem. Ele a conduziu passando pelos carros, até parar de frente para uma porta, na parede dos fundos, que ficava trancada. Scarlett sabia o que estava por vir, ele chamava aquela lugar de sala especial de punição.
Ela chorou em silêncio implorando para que ele a perdoasse, prometendo que não faria de novo. Então, ele destrancou o porta, o sorriso maligno se alargou, assim que entrou na sala à prova de som, ele jogou a criança no chão, batendo a porta atrás de si. Instantaneamente a porta ativou o bloqueio automático.
“Agora... o que nós vamos jogar hoje.” Ele perguntou, tirando o cigarro da boca e caminhando na direção dela. Por sua vez, Scarlett ficou de joelhos e gritou quando a ponta do cigarro aceso foi pressionada contra sua nuca. O cheiro de carne queimada inundou o ar da sala e Zidane soltou uma risada sádica.
“Fascinante...” Ele murmurou, pois adorava torturá-la e ver como ela se curava incrivelmente rápido, até mais rápido do que ele. Ao mesmo tempo que odiava, ele gostava porque ela seria capaz de resistir mais do que os outros. Ela estremeceu de medo quando ele pegou alguns parafusos.
“Nós nunca devemos roubar, você não concorda?” Ele sussurrou. Agarrando-a pelos cabelos, ele a arrastou até uma mesa de madeira maciça, a qual estava toda manchada, uma mesa reservada especialmente para Scarlett. Então, ele a jogou em cima do tampo de madeira, sem se importar se batesse o rosto ou que o sangue escorresse pelo nariz. “Essas suas mãozinhas precisam aprender a não roubar!”
Então, ele pegou o primeiro prego de 3 polegadas, brincando com ele em seus dedos antes de enfiá-lo na mão dela. Scarlett urrou de agonia, mas Zidane não parou, não até que cada dedo estivesse pregado. Ela soluçava de dor, suas mãos estavam empaladas com 14 pregos.
“Por favor, papai, eu prometo que não vou roubar de novo!” Ela disse entre os soluços e o choro.
“Por acaso eu disse que você podia falar?!” Zidane esbravejou, seus olhos exibiam a chama da raiva. Novamente, ele a agarrou pelos cabelos, então bateu o rosto dela contra a mesa, onde suas mãos estavam pregadas. O tampo da mesa que já era manchado de sangue ganhou uma nova camada de vermelho.
“D-desculpa...” Ela choramingou, quando ele bateu seu rosto nas mãos dela, sem parar. As unhas de Zidane perfuraram as bochechas, a testa e os lábios de Scarlett, que fazia o possível para proteger os olhos, mas a dor de cada batida a deixava tonta.
“Você nasceu para isso! Entendeu?! A única razão pela qual você nasceu foi para me entreter! Eu deveria ter recebido um herdeiro! Um Alfa!” Zidane gritava com ela. Scarlett não disse nada, pois sabia que quando ele ficava naquele estado não havia mais nada a ser dito, ele só pararia quando estivesse satisfeito.
A dor era crescente. Ele empurrou o corpo dela até o outro lado da sala, arrancando suas mãos pregadas da mesa. O urro de agonia que saiu de sua garganta, apenas o deixou mais empolgado, então ele pegou um martelo ao se aproximar dela.
“Sua p*tinha inútil, acho que eu vou dizer para a sua mãe que você precisou viajar algumas semanas para treinar, o que acha da ideia?” Ele falou entre dentes, batendo o martelo no joelho de Scarlett. O som horrendo dos ossos sendo esmagados ecoou em seus ouvidos. Ela soluçou em silencio, mas seu corpo inteiro gritava de dor. Seu coração doía, a dor era vertiginosa, ela mal conseguia respirar.
Mas ele não parou, mesmo quando ela se encolheu em posição e ficava repetindo para si mesma que tudo estava bem, que aquilo não era nada. Apesar dos olhos bem fechados, ela ainda escutava os gritos de Zidane.
“Vamos ver o quanto você aguenta! Talvez isso seja melhor do que estar morta!” A cada batida do martelo, em seus tornozelos, cotovelos e mãos, ela apenas cravava ainda mais as unhas na pele. Ele parecia ficar excitado, assim, nunca batia na cabeça dela, pois queria tê-la consciente enquanto a torturava.
Então, o corpo de Scarlett começou a ficar dormente, era muita dor para suportar. Ele não parava, nunca lhe dava uma trégua, porque ela se curaria com rapidez. Nesses momentos, ela se perguntava se a Deusa da Lua a odiava. Ela era uma criança má? Seria que ela tinha feito algo para merecer esses castigos?
Suas lágrimas cessaram e Zidane ficou entediado com o martelo. Ele respirava com dificuldade, seu cabelo estava no meio rosto coberto de suor. Ele odiava ver a maneira com a qual ela parecia lidar com a situação, odiava a determinação que nunca desaparecia de seus repugnantes olhos verdes.
“Você é só mais uma aberração!” Ele cuspiu. Um sorriso se espalhou em seu rosto, quando ao examinar a sala ele viu uma faca, a qual ele mantinha revestida de acônito. Pelo menos com aquilo, ela levava mais tempo para se curar.
Ele se aproximou de Scarlett, segurou firme seu pulso e começou a entalhar cortes longos e profundos em seus braços e pernas. Por vezes, ele lhe desfira socos na cabeça, fazendo-a ver manchas pretas, por fim, ele fez vários cortes em suas costas antes de jogar a faca no chão. Ele podia ver as feridas se fechando, mas ele queria algo para mantê-la agonizando por mais algum tempo.
“Você estava com fome, não é?” Ele falou, agora erguendo-a para que pudesse encará-lo, Zidane acariciava o cabelo da filha, que tinha um tom de vermelho mais escuro, por estar coberto com o próprio sangue dela. Sua pele estava cheia de hematomas, feridas e sangue, o que a deixou com uma aparência irreconhecível.
Seus grandes olhos verdes tomados pelo medo, nem piscavam quando ele acariciou seu cabelo, aquilo significava que algo muito ruim iria acontecer.
“Eu vou buscar comida para você.” Ele sussurrou, dando um beijo suave na testa de Scarlett. Seu lábio tremeu quando ele saiu da sala por um instante, seu corpo agonizava e ela desejou poder morrer. O inferno não pareceria ser tão ruim, não é? Ela preferia que Selene a deixasse ir para o inferno e pagar seus pecado. Se ao menos ela soubesse quais eram seus pecados, ela prometeria nunca mais cometê-los.
Ela ouviu a porta se abrir e lá estava Zidane, com um sorriso cruel.
“Veja, eu trouxe comida para você, minha princesa.” Ele disse. Scarlett olhou para cima e constatou que ele realmente tinha um pote na mão, embora a iluminação fosse precária e sua visão estivesse embaçada, ela conseguiu vê-lo abrir o recipiente. Seria que ela tinha sido uma boa menina? Ele realmente ia lhe dar comida?
“Diga obrigada.” Ele ordenou olhando para ela, seus olhos mudaram para o verde escuro mais uma vez.
“O-obrigada, papai.” Ela sussurrou, um sorriso frio cruzou os lábios dele.
“Aqui.” Ele falou virando o pote sobre a filha. Ela berrou quando a substância em pó a tingiu, podendo inalar um forte cheiro de pimenta, que entrou em suas feridas, causando-lhe uma dor aguda. A pimenta incrustou nos cortes, ela não esperava por isso, portanto, seus olhos estavam bem abertos, no momento em que seu pai jogou o conteúdo do pote sobre ela.
Scarlett se contorcia e gritava de dor, coçando os olhos e os braços tentando se livrar daquilo que causava a dor. Zidane assistia a filha se debater e ria em seu interior.
“Durma bem princesa.” Ele disse com um tom frio, antes de se virar e sair da sala, deixando a pequena garota de oito anos chorando e gritando, ao mesmo tempo que convulsionava de dor no chão frio e duro...
FIM DA RETROSPECTIVA
Zidane encarou a escuridão ao seu redor, como ele ignorou algo tão óbvio? A capacidade de cura de Scarlett não era normal. Se não fosse por causa daquela bruxa, a qual profetizou que seu primogênito seria especial, que ela seria abençoada pela deusa da lua, ele nem saberia que ela ainda estava viva. Jessica havia forjado suas mortes muito bem... Quando ele a encontrasse, também a despedaçaria...