Como se seu dia anterior já não tivesse sido um desastre, na manhã seguinte Lauren recebeu uma visita inesperada logo cedo pela manhã.
_ Srta. Hawking, acho que já podemos conversar sobre a tutela de sua sobrinha Sophia...? _ uma senhora a abordou no momento em que Lauren saia para levar Sophia para a casa de Holly na manhã seguinte.
Lauren olhou para a mulher antes de olhar para o relógio em seu pulso.

Ela chegaria atrasada no trabalho, mas não poderia dispensar a representante do conselho tutelar, pensou suspirando conformada.
Duas horas mais tarde Lauren entrava em sua sala e jogava a bolsa sobre a mesa, completamente tensa.
E como se adivinhasse que tinha acabado de chegar na empresa, Stephan entrou sem bater, parecendo irritado.
Lauren suspirou enquanto apertava as pontas dos dedos no alto do nariz, entre os olhos, na esperança de aliviar a tensão que crescia cada vez mais.
_Onde você estava? _ ele quis saber. _ Sabe que Pete não tolera atrasos e preciso manter as coisas como devem ser...
_ Sinto muito pelo atraso Stephan... _ ela começou, mas ele a interrompeu:

_ Sente muito?! _ ele debochou. _Por conta do seu atraso agora estamos atrasados também com nosso cliente!
Lauren sentiu a pressão em sua cabeça aumentando à medida que respirava fundo para se acalmar.
_ Eu recebi uma visita da representante do conselho tutelar! _ ela contou, e no mesmo instante a expressão de Stephan se alterou de furioso para preocupado. _ Esse foi o motivo do meu atraso.
_ E o que ela disse? _ ele quis saber, se aproximando de Lauren, mas ela deu um passo atrás, receosa de que o que houvera na tarde do dia anterior se repetisse.

_ Eu não tenho um lar estável para assumir a tutela de Sophia. Moro de aluguel, necessito de outra pessoa para cuidar dela enquanto fico boa parte do dia fora de casa... _ Lauren podia sentir seus olhos ardendo de vontade de chorar por todo o estresse e pressão que estava enfrentando.
_ Você pode se mudar... _ Stephan sugeriu. _ Para um apartamento maior ou...
_ Sem chance! _ ela respondeu. _ Mal tenho condições de arcar com o aluguel do apartamento em que moro. Eles vão considerar incluí-la no sistema de adoção...
Lauren se deixou cair na cadeira, completamente exausta, mas não pretendia ficar ali contando seus problemas para Stephan, caso contrário se acabaria em lágrimas na sua frente.
Por certo ele já estava com problemas o suficiente para ter de se preocupar com os seus.
_ Eu vou terminar o trabalho o mais rápido possível para não trazer nenhum prejuízo a empresa por conta do meu atraso. _ avisou ligando o computador, mas pensou se teria mesmo capacidade de trabalhar aquele dia já que a ideia de perder Sophia após ter perdido a irmã também não lhe saia da cabeça
Stephan ficou em silencio por um momento antes de se voltar para a porta.
_ Não tenha pressa, eu consigo enrolá-los um pouco mais. _disse ele antes de sair, fazendo Lauren olhar para ele, surpresa.
Se ele podia enrolar o cliente um pouco mais, então qual o motivo de ter entrado em sua sala como um furacão Mackenzie? Perguntou-se antes de iniciar seu trabalho e tentar deixar de lado seus problemas pessoais.
Precisava compensar o atraso e já possuía muito trabalho acumulado.
Ela pensaria em alguma alternativa quando voltasse para casa.
Stephan voltou para sua sala, arrependido de ter tratado Lauren tão mal quando ela já enfrentava coisas demais sozinha.
Estava furioso com ela porque não conseguia deixar de pensar nela nem por um momento sequer e ficara preocupado com sua demora em chegar na empresa.
Havia tentado ligar mas sua chamada caia sempre na caixa postal.
Ele precisava tirá-la da cabeça, caso contrário ficaria louco.
Mas como o faria agora que sabia que ela estava com problemas quanto a tutela de Sophia?
Ela não suportaria passar por mais aquela perda em um espaço de tempo tão curto...
Então teve uma ideia.
Sabia que Pete talvez não aprovasse logo de inicio, mas ele gostaria de saber que estava realmente tentando fazer parte dos negócios da família.
Precisava falar com o irmão a respeito, mas não queria ligar e atrapalhar alguma coisa quando estavam em lua- de -mel, por isso optou por enviar uma mensagem.
Quando ele tivesse tempo lhe responderia. Só esperava que Pete não se demorasse muito caso contrário teria de agir sozinho pois Sophia não podia esperar, pensou ele colocando em sua cabeça que fazia aquilo pela menina e não pela tia feiticeira dela .
_ Querido, acho que seu irmão finalmente está demonstrando interesse na empresa . _ Cassandra disse ao ler a mensagem de Stephan no celular do marido.
Pete saiu do banheiro secando os cabelos com uma toalha enquanto a outra estava enrolada em sua cintura, observando a esposa deitada confortavelmente de barriga para baixo na cama e mexendo em seu telefone.
_ Duvido muito! _ respondeu com um sorriso de escárnio. _ Mesmo sabendo que tem jeito para a coisa, Stephan prefere ficar de fora .
Cassandra entregou o aparelho para o marido com um sorriso maroto no canto dos lábios.
_ Então porque é que ele resolveu criar uma ala para crianças na empresa?
Pete parou o que estava fazendo e pegou o telefone das mãos dela com receio.
_ Mas que porra é essa...! _ ele exclamou e quando já ia ligar para Stephan, Cassandra tomou o telefone das mãos dele.
_ Nem pensar! _ ela disse sob o olhar confuso do marido e então o puxou novamente para a cama.
_ Eu preciso descobrir porque ele tomou essa iniciativa agora...
_ Querido, estamos em lua de mel e viajamos justamente para que você ficasse longe do trabalho. _ ela explicou sentando-se sobre em seu colo e passando os braços em volta de seu pescoço.
A irritação de Pete passou de imediato e logo ele passava os braços em volta da esposa, puxando-a para mais junto de si.
_ Apenas dê uma chance para Stephan tomar certas decisões sozinho. _ ela pediu rebolando sobre o seu sexo, provocando-o e Pete já não conseguia mais se concentrar na conversa.
_ Você tem toda a razão... _ ele disse afastando-lhe o cabelo da nuca para beijá-la ali.
_ Eu sei que eu tenho... _ ela sorriu, satisfeita antes de buscar os lábios do marido e beijá-lo profundamente.