Capítulo 133
1724palavras
2023-05-16 20:22
Cateline Fire
— Não consigo Zebeu… está doendo demais!
Cateline falava entre gemidos de dor.
Thedeu se aproximava, o maldito rastreava a humana pelo cheiro, enquanto Zebeu tentava ajudar Cateline a se levantar, alguem o acertava na cabeça, o velho caia desmaiado. Cateline começava a gritar desesperada, e uma mordaça era colocada em sua boca, logo depois seus braços são amarrados.
— Levem a humana para a carruagem!
Thedeu gritava para alguns dos homens que estavam com ele.
— E enquanto os outros?
Um dos homens perguntava.
— A loba não vai conseguir se levantar por um tempo… já o outro…deixe morrer, o veneno terminará de fazer efeito logo, apenas leve esse humano velho, ele irá servir quando a humana for dar a luz..
Um dos homens pegava Cateline nos braços, a levando até os fundos do castelo, ela era transportada com uma carruagem, a mulher estava tonta por conta da dor, ela mal conseguia ficar de olhos abertos.
Se passa um tempo, Cateline acordava sem saber oque acontecia, ela estava em um lugar escuro e fétido, ela não se lembrava como havia parado ali, e nem quanto tempo fazia.
Ela estava sem sua mordaça e desamarrada, assim como Zebeu, o velho sangrava na cabeça, o curandeiro levava a mão na ferida sentindo o sangue ainda quente, ele escorria um pouco até a sua testa, o velho fazia uma careta sem entender como aquilo havia acontecido, ele via Cateline acordando e logo em seguida ela fazia caretas de dor.
Cateline sentia dores fortes, o bebê estava passando da hora de nascer, ela precisava fazer força e continuar com o parto.
— Cateline…
Zebeu se aproximava da mulher, já era hora da bebe nascer, o curandeiro olhava ao redor e via que ali não era um bom lugar para a criança vir ao mundo, mas eles não tinham opção, o lugar era repleto de grades e parecia abandonado, era uma cela de prisão.
— Cateline, preciso que seja forte… o bebê precisa nascer…
O curandeiro falava e Cateline assentia, ela começava a fazer força segurando a mão do velho amigo.
Zebeu verificava ao redor e percebia alguém olhando atrás das grades, um homem alto, sem camisa, usando apenas um casaco de pele, ele os observava com um sorriso no rosto.
— Muito bem Thedeu… você fez um ótimo trabalho… e melhor um mestiço do que nada…
Ele dizia, o curandeiro lobo estava a seu lado, e não falava nada.
Cateline tentava focar, e gritava de dor cada vez mais. As contrações estavam vindo a cada dois minutos, o bebê estava a caminho, Zebeu ajudava a mulher a abrir mais as pernas, ela agora se segurava nas grades da prisão, fazendo mais forças quando Zebeu pedia.
— Força Cateline, apenas um pouco mais!
O curandeiro via algo, era a cabeça da criança, ele ajudava Cateline do jeito que podia, infelizmente ele estava sem sua bolsa, e não tinha nada para usar no momento.
Depois de gritos e gemidos de dor, Cateline se sentia exausta, mas fazia força mais uma vez, ela se segurava forte nas grades, ficando vermelha de tanto gritar e finalmente se ouvia um som de choro. Ela havia conseguido, havia sentido toda dor sumir quando seu bebê saiu por completo.
Cateline respirava aliviada, e mal esperava Zebeu lhe entregar o seu filho, ela o puxava para cima de si e o abraçava, era um garoto, um lindo e forte menino.
Cateline o abraçava forte, sentindo os seus corações conectarem, ela nunca havia sentido tal coisa antes, uma ligação entre mãe e filho, era um laço intenso. A humana estava cansada e suada, ainda escorria sangue entre suas pernas, pelo menos agora ela tinha o seu bebê em seus braços.
Ela olhava nos olhos do bebê que parava de chorar no mesmo instante, olhando de volta para sua mãe, como se ele a reconhecesse, e Cateline chorava de emoção, assim como Zebeu, que não conseguia se conter, seu bebê iria se chamar Fênix, seu marido e ela que escolheram, ela dizia bem baixinho para ele ouvir…
— Meu Fênix… Mamãe te ama, tá bem?
Ela olhava sorrindo para o bebê, que também olhava para a humana…
De repente, os dois ouvem uma risada feminina que vinha de trás das grades, e a porta se abre.
— Meu bebê…. eu estava com muitas saudades..
Era Amanda, ela estava bem vestida, e com cabelos arrumados, se aproximando de Cateline, assim que a humana a via, começava a se arrastar tentando ficar distante, mas não tinha para onde fugir.
Zebeu entrou na frente de Cateline os protegendo.
— Não se aproxime!
Ele gritava, fazendo os lobos darem gargalhadas.
Amanda continua a avançar, chegando até Cateline que estava fadigada, tentando se levantar para sair dali, mas ela estava fraca demais e não conseguia, ela apertava os olhos com tristeza, e segurava seu bebê contra seu peito, ela não queria perder o seu bebê.
— Entregue o meu bebê!
Amanda dizia estendendo a mão.
Cateline puxava o seu filho para mais próximo de seu corpo, e Zebeu tentava a proteger, ele havia prometido ao pai da garota e também ao Alfa.
Amanda rosnava irada, e dois homens entravam na cela, indo para cima de Cateline, tentando tomar o seu bebê, mas Zebeu entrava na frente.
Ele tentava empurrar os lobos, mas eles eram fortes demais.
O curandeiro tentava acertar um deles, mas é golpeado, o sangue começava a jorrar, Cateline não sabia o'que fazer, ela tentava ajudar o velho, ainda com o bebê em seus braços, mas os homens avançam sobre ela, a segurando, ela tentava se defender mas eles eram fortes demais, a humana estava sem forças para revidar, eles pegam uma adaga e cortam o cordão que ligava mãe e filho.
Novamente, Cateline sente uma dor insuportável em seu ventre, assim que o cordão é cortado, a mulher é jogada no chão, ela mal conseguia ficar de pé por conta da dor que havia retornado.
— Devolva o meu filho sua desgraçada!
Cateline gritava ofegante, vendo seu filho sendo entregue a Amanda, ela tentava se levantar mas a dor se intensificava, ela olha para Zebeu desesperada, e vê que o velho já estava sem vida, em volta do curandeiro, havia uma enorme poça de sangue no chão, a mulher agora estava sozinha, sem ninguém para a ajudar.
Cateline não conseguia mais chorar, ela estava transbordando de ódio, tudo que ela queria era matar aquela loba com suas próprias mãos.
— Meu bebê! até que enfim.. eles tentaram tirar você de mim, mas eu nunca iria permitir!
Amanda falava emocionada enquanto chorava, abraçando o bebê fortemente, o menino começava a chorar e Amanda rapidamente o enrolava com um tecido.
— Ele é meu filho! sua humana Imunda, meu bebê com meu amor Felix…
Amanda dizia saindo pela porta da Prisão a deixando aberta, o homem enorme que estava ali sai andando ao lado de Amanda sorrindo, deixando Cateline ao chão junto ao corpo de Zebeu.
— E enquanto a humana?
Um dos homens que havia pego o bebê perguntou.
— Deixem ai…daqui a pouco o efeito das pedras devem acabar, e o local irá ficar rastreável novamente… aposto que Diego deve estar chegando…
Eles saiam da cela e Cateline ficava desesperada, ela precisava pegar o seu bebê de volta, ela começava a gritar aflita, tentando se levantar mais a dor voltava, e ela caia se escorando na parede.
Cateline começava andar se apoiando, seu vestido estava todo molhado e sujo, seus pés congelavam de frio, mas ela precisava prosseguir.
A mulher olhava para o seu amigo antes de sair dali, e dava um último adeus com os olhos cheios de lágrimas, mas ela precisava ir.
Ela ouvia o eco do choro de seu bebê sumindo no corredor da prisão abandonada, ela tentava seguir o mais rápido que conseguia, mas algo ainda mexia em seu ventre, havia mais alguém ali.
Cateline segurava forte a sua barriga e se curvava, chorando.
— Me perdoe… eles levaram o seu irmão… eu tentei, mais o pegaram… eu vou recuperá-lo… eu prometo..
Cateline chorava, se encolhendo no canto da parede, ela precisava sair dali, como o homem havia falado, Félix só a encontraria se ela saísse daquele lugar.
A mulher se arrastava se escorando, até finalmente chegar do lado de fora, a neve caia e a mulher andava fraca cambaleando, pisando lentamente, deixando marcas vermelhas de sangue por onde andava, ela continuava até adentrar na floresta congelada.
Assim que que ela chegava próximo às árvores a floresta se tornava mais densa, escura e gelada, Cateline acabava por perder as forças e deitava no chão coberto de neve, ela não conseguia mais andar e sentia que era hora do segundo bebê nascer, sim, ela teria dois filhos, não sabia como, mas após sentir a vibração na barriga estava confirmado que tinha mais um ali. Ela sentia as contrações vindo novamente, ela segurava sua barriga com as duas mãos e abria mais as pernas, ela estava cansada e não sabia se iria conseguir sozinha… Ela se sentava com as pernas abertas e segurava firme em sua barriga e começava a fazer forças...
Mesmo achando que não iria conseguir ela tentava a todo custo prosseguir, Cate chorava ao fazer força, ela empurrava mais forte o seu bebê para fora, ela colocava a mão abaixo das suas pernas para sentir o bebê, ela sentia o sangue escorrer mais, e gritava ao sentir uma intensa contração, ela fazia força se sentindo esgotada, ao se concentrar ela sentia o bebe começar a escorregar pela sua mão, Cateline deixava um sorriso fraco aparecer, ela estava cansada, não sabia como, mas havia conseguido sozinha, ela deitava na neve e colocava o bebê sobre seu seio, ela olhava por um longo tempo para o bebê, era uma menina, tinha os olhos claros como os seus, sua filha parava de chorar assim que olhava em seus olhos, como o seu Fênix tinha feito, Cateline acabava por chorar, ela havia perdido seu amigo Zebeu, morto a sua frente, seu filho havia sido roubado de seus braços e agora sua filha estava ali, sobre seu corpo enquanto a neve caía, a sua Crystal, nome que Félix e ela escolheram se caso viesse uma menina.
Sua filha era a única coisa boa que lhe restava agora, Cateline apertava a sua filha em seu colo, chorando desconsolada.