Capítulo 123
1474palavras
2023-04-29 00:36
Reino de Wisdy
Cateline Fire e o Alfa
Cristina andava com Cateline pelo corredor, a humana percebia a presença do guarda atrás de si novamente, mas tentava ignorar. Ela achava aquilo estranho, mas não queria levar a sério demais, ela pensava que nada de mal lhe aconteceria.
Ao chegar no salão, ela percebia que não havia ninguém ali além de Diego, ele já estava sentado à mesa aguardando a aguardando, na enorme janela entrava uma luz fraca do sol que se ia, a claridade misturava com a luz das velas que estavam à mesa e nos castiçais ao redor.
— Sente-se.
Diego falava firme, olhando a humana.
Ela retribui o olhar ainda sem entender o porquê dele ter a chamado, ela reparava na linda mesa à sua frente, estava repleta de carnes e frutas, haviam pães e caldos, tudo parecia delicioso.
Cateline se sentava devagar e se ajeitava na cadeira, ainda confusa.
A humana olhava de canto de olho e percebia o mesmo guarda próximo a ela, em pé na entrada da sala, aquilo estava quase a irritando. O que ele estava fazendo? A seguindo? Cateline queria tirar satisfações com ele, mas ela se controlava por um tempo. Ela ouvia o Alfa dizer...
— Gostaria que você me acompanhasse no jantar… me disseram que não anda comendo direito…
O Alfa falava olhando friamente para sua nora, mesmo tentando demonstrar que se importava, ainda não conseguia tirar aquele temperamento gelado e sua expressão.
Cateline sentia nas palavras do homem à sua frente que ele se referia a ela como alguém irresponsável, pelo menos foi o que ela entendeu com o tom rude que ele falou.
Cateline preferia não responder, apenas começava a comer para evitar qualquer discussão.
Diego, percebia a chateação da moça, ele queria dizer algo para a relaxar, mas ele não conseguia passar seus sentimentos por palavras. Ele sentia as batidas do coração dela, estavam rápidos, sua face estava estressada, ela evitava fazer contato visual com ele, o Alfa suspirava e continuava a comer.
Ele olhava para o guarda e para a criada de Cateline que estavam ali, eram os únicos na sala além dele e a sua nora.
O homem estava indeciso se falava sobre as informações que havia recebido de seu filho, após ver o quanto a humana estava triste e pra baixo, ele decidiu contar.
O Alfa dava algumas garfadas no bife, e levava até a boca, logo em seguida antes de falar, se limpava com um lenço.
— Recebi notícias de Félix hoje…
Diego soltava as palavras no ar, e assim que Cateline ouvia o nome de seu amado, seus olhos brilhavam em direção a seu sogro, que percebia a atenção que a moça lhe dava agora.
— Ele está bem?
Cateline pergunta preocupada, quase se levantando da mesa.
Diego dá um sorriso de canto ao ver a reação da humana.
— Sim…sim.. logo ele deve retornar..
Ao ouvir isso, um grande alívio tomava conta do coração de Cate, ela sabia que Félix havia conseguido, e que todos estavam a salvo.
A mulher sorria finalmente, Diego sabia que tinha feito o certo.
— Agora coma… não vai querer recebê-lo doente, não é?
Diego falava voltando a comer, olhando para o prato, evitando contato visual com a humana.
Cateline se debruçava sobre o prato e comia de tudo um pouco, fazia tempo que ela não se alimentava tão bem.
Diego se sentia alegre, ele não se lembrava qual foi a última vez que ele se sentou com alguém para comer.
Depois de alguns minutos degustando os pratos, um som ensurdecedor abalava tudo na mesa.
Era o sino de alerta do castelo, alguma coisa acontecia.
Os olhos de Diego que estavam calmos e alegres se enraivecem no mesmo instante que ouvia o som, o homem não podia ter um segundo de paz.
Ele se levantava furiosamente, e logo um de seus subordinados chegava correndo aos gritos.
— Senhor!... Senhor! A prisão!
Algo acontecia na prisão, Diego mal esperava o homem terminar de gritar e ordenava, olhando para a criada e o guarda na porta.
— Não tirem os olhos de Cateline, levem-na para um local seguro, quero os soldados ao lado dela, me entenderam??
Ele dizia a todos com raiva, eles assentiram e Cateline parava de comer na hora, ela estava assustada sem saber o que estava acontecendo, ela temia que algo terrível estivesse acontecendo.
Diego saia correndo da sala e ia até o local ver o que acontecia, enquanto o sino tocava, um uivo forte era ouvido, um convite de seu inimigo.
Era a tribo ICE.
Diego rosnou ferozmente, ele não suportava a implicância vinda do Alfa inimigo, o homem corria como uma fera rumo a prisão.
O Alfa corria e sentia seus olhos mudarem de cor, estavam vermelhos de ódio, ele estava com sede de sangue, a tribo ICE iria pagar por aparecer assim..
Cateline tentava se levantar, mas uma dor aguda e forte atravessava a sua barriga, ela sentia uma enorme tontura.
Algo escorria entre as suas pernas, Cristina percebia na mesma hora o que acontecia, assim como o guarda, eles sentiam o cheiro no ar e corriam até a mulher para segurá-la.
— Mestra?! Você está bem?
Cristina perguntava desesperada, mas Cateline só sabia gemer de dor.
— Chame o curandeiro, agora!
Ela gritava para o subordinado que estava ali parado sem reação, o que estava acontecendo, será que Cateline teria o bebê agora?
— Vamos levá-la para o quarto!
Cristina falava para o guarda que estava sempre por perto, ele se aproximava dela e a pegava com cuidado, a segurando em seu colo, Cateline colocava suas mãos ao redor da cabeça do guarda e mordia o lábio sentindo as fortes dores na barriga, ela urrava de dor.
Cateline sabia que algo não estava certo ali, o guarda preocupado, corria com ela em direção ao quarto e Cristina seguia apavorada, ela queria que sua mestra e o bebe ficassem bem.
Ao passarem pelo corredor, eles viam soldados para todos, eles corriam desesperados, haviam alguns na frente do portão com armas, outros já transformados fazendo uma barreira, outros com a meia transformação correndo até a prisão do castelo, eles gritavam e uivavam alto, fazendo Cateline fechar os olhos com força por causa do som, seus ouvidos doíam e as dores aumentavam....
— Como está doendo....
O guarda olhava para ela, a segurando firme, e dizia...
— Já vamos chegar lá, aguente.
Ele olhava para aquela cena louca a sua frente, o guarda também não entendia como a tribo ICE havia entrado, o castelo era bem protegido, os rosnados dos lobos eram amedrontadores, Cristina ficava olhando para aquela cena e para sua senhora, que já estava suada por conta da dor...
Cristina via ao longe soldados da tribo Fire lutando com os da tribo ICE, ela jamais pensou que veria aquela cena de novo, os lobos mordendo uns aos outros, os uivos de dor ecoando pelos corredores…eles pulavam em cima um dos outros, os uivos não paravam e Cateline gritava de dor.
— Esses malditos!
Cristina urrava de raiva, ela queria estar lá para acabar com a tribo ICE, mas sua prioridade era sua senhora, Cristina chamava alguns soldados que estavam passando pelo corredor para se juntarem a eles, ela dizia.
— Ordens do Alfa, ele quer vários soldados protegendo a esposa de Félix, então, volte com mais soldados, estaremos com Thedeu.
— Certo, já voltamos.
O soldado corria em busca de reforço e Cristina ficava ao lado de sua senhora.
Cateline sentia cada vez mais dor, ela segurava forte sua barriga, até chegar em seu limite, ela perdia a consciência, desmaiando.
Cristina colocava a mão no rosto de sua senhora a chamando, ficando histérica.
— Senhora??? Minha Senhora?? Por favor aguente...
A criada pedia para que o soldado fosse mais rápido para que eles chegassem até Thedeu, ela tinha certeza que sua senhora ficaria bem logo.
Assim ele faz, a segurando forte e correndo mais rápido.
Chegando no quarto da mulher, Cristina abria a porta apressada e Sir Fredy a colocava na cama.
— Agora pode ir ficar de guarda.. peça para que chamem Thedeu depressa, ele não pode demorar mais.
Ele assentia e cumpria a ordem, ficando de guarda logo após chamar Thedeu.
Cristina segurava as suas lágrimas e dizia baixinho a sua senhora...
— Por favor, senhora, acorde logo, você tem que ser forte, pelo seu bebê…
Cristina corria até o banheiro e voltava com um balde e um pano molhado, ela passava na testa da mulher e tentava tirar o suor, ela cobria Cateline com um lençol e acariciava os cabelos longos dela...
Ela continuava ali sentada perto da sua mestra... esperando ela acordar.
— Porque o curandeiro demora tanto?? Chame ele outra vez...
Cristina dizia com raiva, Cateline precisava de cuidados rápidos.
A loba tentava se acalmar e rezava para que Thedeu chegasse logo.