Capítulo 115
1667palavras
2023-04-29 00:26
Batalha de Aftermoon
Joaquim Brown e Félix Fire.
Joaquim, Félix e os recrutas entraram vagarosamente pela porta, o lobo não sabia detalhadamente como seria o plano, mas estava seguindo confiante todos os passos do Lorde.
Assim que andaram alguns metros, Tomás, que sempre foi muito desconfiado, chamava Félix baixinho, ele estava estranhando o lugar estar com tão pouca segurança, afinal de contas haviam poucos dias que Helton havia recuado do castelo de Joaquim, eles esperavam encontrar o local repleto de soldados, aquilo estava estranho.
— Félix… não estou sentindo presença humana por perto… eles nunca deixariam o lugar aberto assim, sem soldados, acho que tem algo errado…
Tomás dizia e Fabrício concordava logo em seguida colocando a mão no braço de Félix, que olhava para os dois e concordava somente com o seu olhar, de fato era estranho, sem nenhum movimento de humanos, de passos, o cheiro deles não circulavam por ali, Félix pensava que podia ser uma armadilha, ele respirava fundo e seguia andando atrás de Joaquim alerta.
— Tem alguma coisa errada aqui irmão…
Tomás continuava a insistir.
Félix ficava atento a qualquer som que pudesse ouvir, ou até cheiro, mas continuava seguindo Joaquim, ele percebia que o humano diminuía os passos.
— Eu sei, todos vocês fiquem alertas, podemos ser pegos de surpresa.
À medida que Joaquim avançava, ele percebia que Dirce não estava ali, desconfiado, ele decide parar por um momento e verificar.
— Era pra minha criada estar aqui…
Ele dizia se virando e olhando para Félix, Joaquim estava confuso, não sabia o porquê de Dirce não estar ali, ele pensava em muita coisa que poderiam ter acontecido, o rosto dele era de preocupação, ele passava as mãos no cabelo e cerrava os olhos, já o lobo, fechava os olhos se concentrando, ele sentia alguém se aproximando pelo corredor, o coração do humano estava batendo forte, a pessoa parecia saber de algo, estava assustada.. ele sentia cheiro de sangue humano… ele estava ferido??
Félix e os outros lobos, se posicionam assim que sentem a presença, Joaquim fica sem entender o motivo, ele não sentia a presença da pessoa se aproximando como os lobos, mas ele os imitava, ele aguardava os próximos movimentos.
— Tem alguém vindo, fiquem alertas…
Félix dizia com o semblante sério, olhando a frente, ele estava em posição de combate, juntos aos demais, Joaquim ficava a sua frente, esperando a pessoa aparecer…
À medida que a pessoa se aproximava, Joaquim finalmente conseguia ouvir os passos, ele segurava firme em sua espada, e aguardava o momento para atacar.
A pessoa virava o corredor assustada, e quase gritava ao ver todos aqueles homens ali.
— Dirce?!
Joaquim gritava segundos antes de acertá-la com sua espada, a mulher estava apavorada, tremendo. Ele abaixava a sua espada, olhando para ela espantado.
— Senhor ... você quase me matou de susto!
Ela dizia meio encolhida usando uma enorme capa que a cobria quase por completo, parecia amedrontada com algo, se escondendo próxima a parede, Joaquim percebia que ela havia emagrecido, nas mãos da mulher ele via que havia cicatrizes. Ele ficava preocupado com ela, o que de fato havia acontecido com a mulher??
— Dirce?! Vire-se para mim…
Joaquim dizia guardando sua espada já se enraivecendo, ele estava começando a entender o que acontecia ali.
Felix, sentia o cheiro de sangue ficando mais forte, era um cheiro intenso, os outros ainda se incomodavam e faziam caretas, mas Félix já havia se acostumado com os humanos, ela estava ferida e parecia ser sério, o lobo olhava para Joaquim, como se lesse a mente do homem.
— Senhor… temos que ir.. Os… Os soldados já irão chegar…
Dirce tentava mudar de assunto enquanto se virava para andar, sua voz estava chorosa e ela escondia seu rosto com o capuz, ela parecia estranha, Joaquim conseguia sentir isso.
Félix não sentia a presença de ninguém ali além dela, para onde a mulher queria os levar? Ele achava estranho a atitude dela, ele arqueava a sobrancelha e olhava para seus amigos, que já entendiam o que ele pensava, ele retornava a olhar para a mulher e Joaquim.
O Lorde andava até a mulher a puxando pelo braço, se apavorando ao ver como ela estava. Ela via os braços machucados e com cicatrizes, ao tirar o capuz dela, ele se assusta ao ver de perto.
O rosto da mulher estava inchado e roxo, alguém havia batido nela, assim como os braços, repletos de cicatrizes de cortes e queimaduras.
— Dirce ... o que fizeram…
Joaquim falava dando passos para trás, o que ele temia havia acontecido, a mulher estava sofrendo por ajudá-lo.
— Me desculpe senhor, por favor... nunca havia sido eu… as cartas que o senhor mandava para mim eram confiscadas por Helton que as respondiam, ele havia ameaçado matar meus familiares, eles estão reféns na prisão, eu tive que ajudá-lo… Eu não quis fazer, mas fiz por conta da ameaça, Senhor, me perdoe. Eu nunca irei me perdoar se o Senhor não me der uma chance meu Lorde.
A mulher chorava despedaçada e continuava, enquanto todos ouviam, a raiva crescia dentro de seus corações.
— A alguns dias, quando ele retornou do cerco em seu castelo com os soldados… ele me jogou na masmorra, me acusando de ter escondido as cartas que você enviava sobre os reforços que chegaram…. eu expliquei a ele que eu não havia recebido nenhuma carta sobre esses tais reforços, mas ele não quis me ouvir, eu estava presa a dias, e ele somente me libertou para que levasse vocês até o pátio do castelo…
Felix rosnava de ódio, ele não sabia que sua chegada surpresa traria tanta dor a uma humana inocente, os olhos deles estavam cerrados e ele fechava sua mão bem forte querendo acabar com esses humanos traidores, seus amigos faziam o mesmo, Helton era o verdadeiro monstro ali, e precisava pagar.
Dirce estava sendo feita de refém e torturada todo aquele tempo…. Não tinha como o lobo saber daquilo, de qualquer forma, ele teve que ter agido naquele momento em que chegou ao castelo, caso contrário, Lucinda já teria sido sequestrada, infelizmente não dava para salvar a todos.
Joaquim, estava furioso, assim como todos os recrutas ali, naquele momento todos já sabiam que aquilo era uma armadilha, mas para eles, já não importava mais… eles iriam matar todos, nenhum homem que fizesse aquilo com uma mulher, deveria merecer viver.
— Por favor… voltem o mais rápido… eles estão aguardando vocês ... irão atacar e matá-los, eu nunca me perdoaria se algo assim acontecesse, é culpa minha por ser tão fraca... Me perdoem.
A mulher estava desconsolada, sua família estava presa e ela não sabia o que aconteceria a seguir, ela queria apenas que tudo voltasse ao normal.
— Não se preocupe Dirce, eu perdoo você, você não tem culpa, e sim meu irmão, não entendo como ele pode ser assim, egoísta, mal e louco… nós iremos libertar a sua família… apenas se esconda por hora, retornaremos assim que tudo estiver resolvido. Ok?
Joaquim falava sério, seus olhos estavam repletos de ódio, ele queria matar todos ali, na tentativa de amenizar um pouco aquele clima tenso no ar, Joaquim sorri para Dirce tentando lhe passar calma, ele precisava manter tudo sob controle.
— Prometa que irão voltar, por favor… se vocês perderem essa batalha… ele matará a todos da minha família..
A mulher se ajoelhava implorando, ela estava cansada de tudo aquilo, seu corpo não aguentaria mais passar pelas torturas novamente, ainda mais se eles descobrissem que ela havia contado tudo, seria seu fim, ela já estava cansada, ela queria que toda aquela dor fosse embora, que aquela guerra acabasse, as lágrimas rolavam em sua face.
Joaquim se aproximou da mulher a ajudando a se levantar, ele a abraçava a consolando e ele prometia a ela.
— Eu prometo… iremos vencer e libertá-los..
Joaquim reforçava.
Félix e os outros estavam prontos para atacar, Dirce abaixava a sua cabeça enquanto andava procurando um quarto para se esconder, ela orava baixinho, enquanto chorava desolada.
Joaquim não entendia como seu próprio irmão estava fazendo isso, tudo porque cobiçava Lucinda, ele tinha inveja por Joaquim se tornar pai e ele não, Joaquim não acreditava que seu irmão pudesse chegar a tal nível, seu pai ainda por cima não fazia nada para impedir, Joaquim nem os conhecia mais... não aparentavam ser da mesma família...
Ele então, parava de pensar por um momento e dizia aos outros sorrindo de leve...
— Estão prontos para encararem a morte ?
Joaquim perguntava com um sorriso no rosto tentando encorajar os recrutas que davam uma risada.
— Eu a conheço, e durmo com ela todas as noites em casa..
O lobo mais velho dizia sorrindo, seu nome era Arantes, ele se referia a sua mulher, que era conhecida por seu temperamento arrogante e agressivo, aqueles que a conheciam davam gargalhadas.
— Nossa, não sei como consegue meu caro, acredito que essa batalha será mais fácil do que ficar a sós com ela.
Dizia seu amigo Greyn. Arantes batia no braço do amigo dizendo...
— Sua mulher também não é uma das melhores.. não ria só de mim..
Os outros riam da conversa e os dois amigos acabam não ligando para a brincadeira, somente se divertem rindo um pouco antes da batalha acontecer... Fabrício e Tomás entravam no meio com um sorriso enorme no rosto.
— Ainda bem que não somos casados…
Os dois piscavam para os outros que eram casados, somente os dois ali não tinham esposas.
Os outros gargalham mais e até Félix entrava no meio, Joaquim olhava para todos e dizia aproximando seu rosto do lobo.
— Ao contrário das esposas de seus amigos, nossas mulheres são uns anjos, devido a beleza, o caráter, personalidade forte, são decididas, companheiras e amorosas, vamos acabar com isso e voltar para nossas amadas..
Félix colocava a mão no braço do humano concordando…
— Você disse tudo meu amigo.. vamos terminar com isso logo..
Joaquim sorria para Félix.
— Vamos voltar vitoriosos.