Capítulo 106
1117palavras
2023-04-29 00:13
Reino de Wisdy
Haviam se passado dois meses desde a prisão de Amanda, a mulher ainda estava sendo interrogada e se negava a dizer quem era o vendedor da droga, o Alfa estava ficando cada vez mais sem paciência e já planejava a execução da loba traiçoeira.
Cateline estava mais feliz que nunca, agora com Diego deixando seu casamento livre, ela passava mais tempo com seu amado, compartilhando todos os momentos possíveis, eles dormiam juntos e tomavam seu café da manhã todos os dias. Ela estava contente com sua nova vida, finalmente eles podiam viver como um casal normal, ter contato e conversas durante o dia, dormir juntos e demonstrar seu amor.
A barriga de Cateline já estava grande, ela seguia tomando suas medicações e usando as joias indicadas por Thedeu, seu corpo ficava cansado mas Cate permanecia forte, não demoraria muito para que seu bebê nascesse, era isso que todos pensavam.
O curandeiro Thedeu, sempre ia fazer visitas a jovem, ele verificava como estavam seus amuletos e as medicações diariamente, as ervas ajudavam bastante a humana, mas mesmo assim havia dias que ela sentia muita dor e desconforto.
Cateline andava todos os dias no pátio congelado com Cristina, a cada dia a amizade das duas ficava mais forte, a loba tinha criado um laço muito forte com sua mestra, e estava sempre perto para a ajudar em tudo.
— Está tudo bem? Você tem parecido meio triste esses dias..
Cristina perguntava enquanto acompanhava Cateline em uma de suas caminhadas, era cedo e Cateline havia acabado de tomar seu café da manhã com Félix.
Cate suspirava tristonha.
— Bem… como você sabe eu e minha irmã sempre trocamos cartas, fazem muitas semanas que não tenho notícias dela… estou preocupada..
Era possível ver sua inquietação ao falar, ela sempre foi muito apegada a sua irmã.
— Não fique preocupada, tente falar com o Senhor Félix sobre isso, acredito que ele possa mandar alguém verificar o que está acontecendo, infelizmente aqui em Wisdy não é permitido notícias e coisas dos reinos human..
Cristina falava normalmente como sempre, mas ao chegar na parte sobre humanos ela faz uma pausa, olhando para Cateline, muitas das vezes ela esquecia que sua mestra era de outro lugar.
— Pode continuar Cristina… eu não me ofendo quando falam de humanos..
Cateline dava permissão para a loba continuar, ainda cabisbaixa.
Cristina dava um sorriso sem graça, e continuava a falar.
— Aqui em Wisdy temos uma regra.. não é permitido coisas vindas de outros reinos, apenas é liberado caso o reino seja aliado..
A criada falava andando vagarosamente de braço dado a sua mestra, ela se sentia mal por vê-la daquela forma, e queria fazer algo para ajudar.
— Não acho que seja isso Cristina.. algo deve estar acontecendo… já recebi cartas dela antes, mas agora ela simplesmente parou de me retornar..
Cateline falava levando o dedo a boca, roendo a unha nervosa, a criada percebe que sua mestra estava séria.
— Não é bom a senhora ficar tão preocupada assim, pode fazer ao bebê… tente não pensar nisso por hora..
Cristina falava com um sorriso meigo.
Cateline percebia que estava saindo do controle, ela não podia ficar tão tensa, já estava sendo difícil gerar a criança meio lobisomem, seria ruim se ela se desgastasse tanto.
As duas andam calmamente e todos as comprimentam pelo caminho, uma grande parte dos moradores do castelo já haviam aceitado a humana como alguém da família, eles estavam ansiosos para ver a criança logo, queriam proteger a humana e o seu bebê.
Após a caminhada, Cateline procurava por Félix no castelo, agora ela andava despreocupada pelo lugar, todos se conheciam e se davam bem.
De longe ela vê Tomás, o homem que sempre andava com Félix, ela decide ir até ele e perguntar onde seu amado estava, nos últimos dias Cateline havia percebido que seu marido andava passando muito tempo em reuniões, ela sabia que algo estava acontecendo.
— Bom dia… você viu Felix?
Cateline chegava andando devagar, com a mão em sua enorme barriga, ela estava linda com sua pele pálida, seu longo cabelo castanho solto, a luz que batia na neve branca reluzia em seu rosto, mostrando seus olhos verdes escuros, ela usava um vestido esverdeado e estava coberta por um casaco de pele felpudo.
Tomás observa a beleza da mulher por alguns segundos enquanto ela se aproximava, mesmo ela estando grávida estava maravilhosa, ele via o porquê de Félix ter se apaixonado por ela.
— Olá… Cateline…
Ele começava a falar, mas o cheiro de Cateline o distrai por um momento, ele não estava acostumado a sentir cheiro humano tão de perto.
— Tomás?
Cateline chamava a atenção do homem que a olhava.
— Ah sim.. Félix está resolvendo alguns detalhes sobre os povoados vizinhos, estão fazendo reuniões sobre as mercadorias e impostos.. coisas do tipo..
Tomás tentava disfarçar, olhando para suas unhas .
— Diga a ele que preciso falar com ele quando desocupar.. por favor..
Cateline falava séria e o lobo sentia a preocupação em suas palavras.
— Claro.. pode deixar!
A mulher saia, voltando para seu quarto, ela precisava relaxar um pouco, o avanço na gravidez estava a deixando muito estressada, ela nunca havia sentido tanta ansiedade em sua vida.
Cristina preparava um banho quente para Cateline, para que a mulher relaxasse um pouco, a água era aquecida e levada até a banheira, como o cômodo era bem fechado e havia lareira ali, a água demorava para esfriar.
Com o tempo que havia passado ali em Wisdy, Cateline já não sentia tanta vergonha em estar nua perto de Cristina, a criada ajudava a humana a lavar seus longos cabelos e esfregar suas costas, Cate relaxava um pouco e quase adormecia na banheira.
— É bom a senhora permanecer no quarto até o cabelo secar.. .está muito frio lá fora e pode acabar pegando algum resfriado.
Cristina falava preocupada enquanto escovava o cabelo de Cate, que assentia com a cabeça concordando.
Depois de ter tomado banho e relaxado um pouco, Cristina saiu para buscar o almoço para a humana, que geralmente comia no quarto.
Ao abrir a porta a criada se depara com Félix, ele havia acabado de chegar e parecia meio nervoso com algo.
— Senhor?..
Cristina perguntava amedrontada vendo a expressão que o homem fazia, ela sabia que algo não estava certo. Os olhos dele estavam cerrados, as sobrancelhas franzidas e a face séria que assustava a loba, Félix suspirava fundo e levava as mãos nos cabelos grandes, ele dizia olhando para Cristina.
— Preciso que saia por agora… tenho que falar a sós com Cateline..
Felix dizia sério, e a loba acatava a ordem rapidamente, deixando o casal sozinho no quarto.