Reino de Aftermoon
Lucinda e Joaquim Brown
Lucinda acordava assustada em sua cama, ela olhava ao redor e parecia estar tudo bem, ela estava em seu quarto no castelo de Joaquim.
A mulher esfregava os olhos enquanto acordava e ficava confusa torcendo para que tudo aquilo que se lembrava fosse apenas um pesadelo.
Ela reparou que seu amado não estava ali, e decidiu procurar por ele, ela se levantava da cama colocando um casaco por cima do vestido e saia de seu quarto, ela reparava que o clima no local estava estranho, ela via os criados e serviçais correndo para todos os lados com papéis embaixo de seus braços.
— Josefa… onde está Joaquim?
Lucinda percebia a velha criada andando lentamente carregando uma bandeja, com chá e alguns biscoitos .
A senhora se virava aliviada ao ver que a lady havia acordado, todos haviam ficado preocupados na noite passada, quando Joaquim chegou correndo em sua carruagem, com Lucinda desmaiada.
— Minha lady… seu marido está no escritório resolvendo algumas coisas, estou indo lá agora levar um pouco de chá, ele passou a noite toda acordado escrevendo e enviando cartas.
Josefa parecia cansada também, Lucinda percebeu que a velha estava com olheiras, provavelmente tinha passado a noite acordada assim como Joaquim e a maioria dos serviçais.
Lucinda suspirava, tudo que ela se lembrava era real.
Ela acompanhava a criada até o escritório de seu amado, e ao chegar percebe o quanto ele estava agitado, sua mesa estava uma verdadeira bagunça, repleta de papéis e pergaminhos, ele estava com a mesma roupa do dia anterior.
O homem estava tão focado que nem havia percebido a presença de sua esposa ali.
— Querido..?
Lucinda perguntava baixinho se aproximando lentamente, ela vê que ele ainda estava energizado depois do alvoroço que havia passado.
Joaquim se assustou, mas ao ver que era apenas sua amada, ele se levantou e a abraçou fortemente.
— Meu amor… que bom que acordou..
Ele dizia apertando sua amada em seus braços, a mulher se aconchegou sentindo o calor do corpo do amado.
— Ontem a noite..
Lucinda para de falar antes de concluir a frase, se lembrando de tudo que passou, o medo que sentiu de ser sequestrada.
— Fique tranquila, eu já estou resolvendo tudo.. eles não irão tocar em nenhum fio de cabelo seu, muito menos de nosso filho..
Joaquim falava sério, ele não iria permitir que ninguém fizesse mal a sua família.
Lucinda focava na mesa, e conseguia ler de relance alguns dos papéis, se tratavam de cartas de contratos e pedidos de reforços, Joaquim havia passado a noite em busca de aliados para que pudesse se defender ou atacar, caso necessário.
Agora que a gravidez de sua esposa seria anunciada a todos os Reinos, Helton faria de tudo para começar uma guerra, na tentativa de tirar Lucinda de Joaquim, o homem sabia que seu irmão era capaz de tudo para tê-la.
Temendo isso, ele escrevia e mandava cartas procurando alianças em locais distantes, além do grande mar, ele sabia que seu pai e irmão não tinham contato com tais pessoas, e que seria uma grande oportunidade para ele se unir ao povo.
— Você acha mesmo que eles irão tentar algo?
Lucinda perguntava preocupada.
— Precisamos ficar atentos e preparados..
Joaquim falava apoiando sua testa no de sua amada, ele precisava ser forte por todos ali. Lucinda estica seus pés e se aproxima para beijar o canto da boca do seu marido, que olhava para ela com seus olhos cansados, ele dava um sorriso e um selinho na sua amada, eles se abraçaram por um momento, ela queria mostrar que estava ali, com ele, que passariam por isso juntos.
Joaquim acariciava o rosto de sua mulher mostrando que a amava muito e que sempre iria a proteger, ela sorria sentindo o carinho dele e decidia deixar ele ali, tomar o seu café e continuar seu trabalho. A criada entrava e deixava a bandeja em um canto da mesa que não estava tão bagunçada para colocar o item, Joaquim agradecia e ela se retirava.
Ela seguia até a cozinha para comer algo, ela estava faminta e precisava colocar a cabeça no lugar.
Na cozinha, Milenna ajudava na preparação do almoço, mesmo sendo a mãe da lady ela sempre ajudava em tudo no castelo, assim como Martin, que vivia correndo e brincando com todos, pareciam uma enorme família, uns ajudando os outros.
Lucinda conversava com sua mãe e a explicava tudo que havia acontecido na noite anterior, ela perguntava sobre Zebeu, ela não o encontrava em lugar nenhum do castelo, Milenna explicava a Lucinda que o curandeiro havia ido para o povoado bem cedo, para resolver algumas coisas, mas que voltaria depois. Após a conversa das duas, Lucinda, com a fome que sentia por conta da gravidez, comia alguns pedaços de bolo, alguns pães fresquinhos que tinham sido feitos pela manhã e morangos com mel, se deixasse Lucinda comeria mais, ela estava faminta, e agradecia ao seu bebê por não ficar enjoada ao comer as guloseimas maravilhosas. Ela sorria lambendo os lábios, limpando sua boca logo a seguir, sua mãe ficou contente, mesmo após tudo que sua filha passou, ela havia pelo menos comido, Milenna iria garantir que sua filha ficasse bem.
Se passam algumas horas e o almoço é servido.
Joaquim estava exausto, Lucinda via enquanto ele se sentava na grande mesa do salão, sua aparência estava triste e abatida, mas ele não parava, ele precisava ganhar poder rapidamente.
Todos evitavam de falar durante a refeição ou em tocar em assuntos delicados, era o único momento calmo que todos tinham ali.
Um dos criados entra pela porta, ele estava agitado e suava frio, parecia nervoso com algo.
— Lorde Joaquim…
Ele falava se aproximando cabisbaixo.
— Sim..
Joaquim dava garfadas no prato e levava até a boca com pressa, ele parecia querer terminar logo de almoçar e retornar para seu trabalho.
— Acabou de chegar duas cartas… do castelo de seu pai..
Quando o serviçal falava tal coisa, Joaquim parava de comer na mesma hora, ele pegava o guardanapo e limpava a sua boca, dava para ver que ele se controlava para manter a classe.
— As traga para mim.
Joaquim jogava o guardanapo que usava na mesa, colocando sua mão na cabeça, ele estava pensativo.
O serviçal corria para fora da sala e voltava rapidamente com as duas cartas e um buquê de flores.
— Bem… como posso dizer… o buquê junto a uma das cartas está destinado a Lucinda…
O homem dizia sem jeito andando até a Lady.
Lucinda olhava para Joaquim sem entender e pegava a carta.
— Pode ficar com as flores, senhor, eu não as quero..
Lucinda dizia olhando os detalhes da carta.
O criado vai até Joaquim e entrega a outra carta, os dois abriam ali mesmo a mesa.
Lucinda começava a ler a carta e ficava indignada à medida que a lia, ela não acreditava que Helton teria tal audácia.
"Querida Lucinda, desculpe por assustá-los ontem daquela forma.
Espero sinceramente que entendam que tudo é para o bem de nosso reino, sei que é complicado para seu raciocínio por ser uma plebeia, mas logo você compreenderá, darei um mês para que venha até o castelo por vontade própria, caso contrário, após o tempo se esgotar, sinto dizer que terei que ir pessoalmente fazê-la minha.
Com carinho, Helton Brown, Futuro e único sucessor de Aftermoon."