Capítulo 91
1587palavras
2023-04-28 23:46
Cateline fire
Tribo Fire
Cateline havia vestido alguns dos casacos que Cristina havia trazido, a pedido de Félix.
— Minha Senhora, seu marido pediu que usasse hoje.
Cateline sorria feliz, por seu marido ter pedido que ela usasse tais coisas, ela pensava que ele estava preocupado com sua saúde, por isso, os colocou sem pensar duas vezes.
Ela se olhava no espelho, e esboçava um sorriso, ela de fato estava muito feliz, por trás do casaco, ela usava um vestido comprido, ela havia se trocado para ficar mais avontade, seu vestido era de cor rosa, cheio de detalhes.
— Está linda, minha senhora
— Obrigada..
Cateline agradecia envergonhada e continuava.
— Eu gostaria de andar um pouco… esticar as pernas..
Cateline falava com Cristina, que parecia ficar desconfortável com a ideia, ninguém havia falado com a humana sobre os detalhes do evento que aconteceria, seria muito perigoso ficar do lado de fora do quarto naquela noite.
— Senhora.. acho que não é uma boa ideia… já está ficando noite, e irá esfriar muito…
Cristina tentava dar uma desculpa, mas Cateline logo respondia.
— Não tem problema, estou com muitos casacos… será rápido… quero ver como ficou a decoração do local pelo menos..
Cateline dizia já indo em direção a porta, Cristina andava logo atrás, ela estava preocupada, sem saber o que fazer para evitar que a humana saísse dali.
Ao abrir a porta, Cristina vê que não haviam guardas ali, deviam estar reforçando a segurança na sala de reuniões ou na vigia do lado de fora do castelo, a loba suspirava fundo.
— Irei ficar próxima da senhora… para caso precise de algo..
A criada dizia olhando ao redor, Cristina sabia que todo cuidado era pouco, Cateline estava sob sua responsabilidade no final de contas.
Cateline assentiu, ela sabia que não podia ficar perto de seu marido, mas ela iria dar uma espiada para ver o que estava acontecendo, ela conseguia ouvir a música tocando em alguma parte do castelo e queria pelo menos ver como estava a “festa”, Cristina disse que ficaria próxima também, não deveria ter problemas caminhar um pouco por ali.
Cateline colocava o capuz para cobrir seu rosto, o vento frio batia em sua pele pálida e a mulher sentia seu rosto ficar gelado, o casaco estava com cheiro de Félix, o cheiro dele era maravilhoso, algo que jamais a enjoaria, ela sorria apertando o capuz para mais perto do seu rosto e respirava fundo para sentir o cheiro de seu amado, ela prestava atenção por onde andava e passava em frente a grande porta do salão, pelo o que ela via a festa já havia começado a um tempo, alguém anunciava algo e os convidados permaneciam calados, prestando atenção nas falas, os guardas estavam do lado de dentro, também ouvindo a pessoa que falava.
Cateline tenta ficar distante, apenas observando de longe, ela não iria chegar para não atrapalhar nada, depois de alguns minutos o velho terminava de falar, e todos começavam a beber e dançar com as dançarinas, a humana revirava os olhos não querendo ver, as mulheres usavam roupas curtas e chamativas, mesmo estando frio elas pareciam não sentir nada, Cateline decide então seguir pelo canto do salão, para não ser vista, ela tinha medo de causar problemas, ela queria ver Félix, ver se ele estava ali no meio de todos.
Cristina havia desaparecido por um momento, Cateline decide seguir de qualquer forma, ela iria andar pelo canto e apenas observar um pouco, assim que visse Félix, retornaria para seu quarto.
Dentro do grande salão, Cateline vê várias pessoas com vestimentas estranhas, diferente de tudo que ela já havia visto, os familiares de Félix usavam roupas sociais, já os outros vestiam roupas coloridas demais, bem amarelas e chamativas, outros pareciam selvagens, como homens primitivos, ela achava aquilo tudo estranho, afinal, quem eles eram mesmo?? Não pareciam ser dali, ela achava que tinha algo errado com tudo aquilo, mas ela ignorava por hora, talvez fosse apenas uma reunião de reencontro ou algo do tipo.
Ela apreciava a música que era até boa e olhava de canto para uma mesa que lhe chamava atenção, Félix estava ali, nada contente, parecia triste, ela sorria ao olhar para ele, mas ela mudava o seu semblante na mesma hora que Amanda aparecia, a humana cerrava o punho nervosa, um homem já bem velho começava a fazer um discurso, Cateline não entendia bem, após terminar as falas todos ergueram suas taças ao alto e bebiam, Cateline olhava para Félix, olhava nervoso para Amanda e bebia o líquido, ela queria tirar aquela loira dali, ela estava passando dos limites, Cateline fica alguns segundos observando os dois, permanecendo no canto da sala sem ser vista pelos demais, ela percebia que tinha algo estranho, Félix ficava meio tonto e seus olhos mal ficavam abertos, quando ele ia até o pai cambaleando, Amanda ia até ele segurando sua mão, e dizia que ia o levar para o quarto, Cateline franzia as sobrancelhas não acreditando na bruxa, ela havia visto Amanda com o copo de Félix momentos antes, ela tinha certeza que aquilo tinha algo haver com ela.
Ela seguia discretamente os dois e ouvia ele gemer e andar estranho, parecia mesmo um tonto...
Assim que Amanda abria a porta de um dos quartos do corredor, dizia para Félix segurar-se para não cair, ela entrava no quarto deixando Félix do lado de fora, ela parecia estar tramando algo do lado de dentro, Cateline olhava ao redor, e não via ninguém no corredor, todos estavam no salão festejando e bebendo, Cate aproveitava para correr até seu amado, ela segurava suas mãos, as deixando entrelaçadas, ele perguntava baixinho não conseguindo enxergar Cateline.
— Cateline, meu amor??
Ela respondia...
— Sou eu, Félix, o que houve com você? Porque está assim? Está tudo bem?
Ela perguntava segurando no rosto do homem, vendo seus olhos se fecharem, ele parecia fora de si, Cateline o abraçava forte, prestando atenção para ver se ouvia algo do lado de dentro do quarto.
— Me fale o que foi meu amor, que te ajudarei...
Ela suplicava preocupada com seu amado...
Ele suspirava bem baixo, e tentava responder.
— Eu não sei Cate... eu estou tonto, não me sinto bem.
Cateline ligava os pontos e sabia que a maldita da Amanda tinha feito algo, ela queria dar uma lição naquela mulher, enquanto Cateline tentava ajudar Félix a andar e sair dali, Amanda aparece, ela empurra Cateline que quase cai ao chão, felizmente ela conseguiu se firmar.
— Você pode ir, eu cuido dele agora… se não ir, eu chamo os guardas, eu sei que Diego não quer te ver perto do filho dele… seu contrato será desfeito e você e a criança, serão expulsos, é isso que quer??
Ela olhava com fúria para Cateline, que não tinha opção, ela nem mesmo devia estar ali, se Diego descobrisse com toda certeza iria querer puni-la de alguma forma e ela não queria ser expulsa dali.
— Eu vi você dando o copo de bebida para Félix… o 'que você deu pra ele sua bruxa?
Cateline dizia raivosa, mas a mulher a ignorava, como se não a tivesse ouvido.
Amanda sorria enquanto abraçava Felix, ela olhava para Cateline, que rangia os dentes de raiva, a humana não tinha opção, a loba adentrava puxando o homem para dentro do quarto, trancando a porta logo a seguir.
Cateline segurava suas lágrimas, ela não acreditava que Amanda estava fazendo aquilo de propósito, ela não podia permitir, Cate olha ao redor, com esperanças de ver Cristina e pedir ajuda, mas a criada não estava por ali, não havia ninguém para que Cateline pudesse pedir ajuda, ela sabia que tinha algo de errado com a bebida de Félix.
— Vou cuidar de você meu querido, não se preocupe…
Amanda dizia para Félix, ela falava alto para que Cateline pudesse ouvir do lado de fora, ela queria implicar com a humana e deixá-la cada vez mais acabada.
Cate decidiu tentar abrir a porta e dar um jeito em Amanda, mas escutava algo que ela não queria.
— Nossa Felix…parece que está bem animado hoje… pensei que você estava cansado… não acredito que está tão duro assim..
Ela ria e continuava...
— Eu estava com saudades desses nossos momentos... tenho certeza que dessa vez iremos conseguir um lindo filhote…
Amanda falava cada vez mais alto, Cateline não acreditava, ela se forçava a pensar que tudo não passava de implicâncias vindas de Amanda para lhe entristecer, até que, Amanda começa a gemer, a mulher parecia realmente estar fazendo algo, Cate não queria ouvir tais coisas, ainda mais sem saber o'que acontecia de verdade ali dentro.
A humana deixava suas lágrimas rolarem em seu rosto e não suportava, ela corria saindo dali, sem olhar para trás, ela ia em direção ao jardim congelado, estava repleto de neve.
Cate apertava o capuz do casaco de Félix em seu rosto e chorava desconsolada, ela não aguentava mais, aquilo estava sendo um verdadeiro inferno, ela nunca imaginou que aquilo chegaria a tal nível, ela queria ir embora, sumir dali , ela não suportaria passar por aquelas coisas novamente, Cateline tinha chegado em seu limite.
Ela não podia ficar com o homem que amava, e ainda era obrigada a conviver com aquela mulher implicante, ela não queria aquilo para sua vida, nem para seu filho, então Cate se decidiu, ela iria embora dali, e nunca mais voltaria.
Enquanto a neve caia, Cateline chorava decidida, ela iria arrumar suas coisas e ir embora antes do sol nascer.