Capítulo 90
1353palavras
2023-04-28 23:45
Reino de Wisdy
Tribo Fire
Os superiores se sentaram nas cadeiras mais altas e permaneciam calados, aguardando todos se organizarem.
No total haviam quatro Alfas, Diego que representava o reino de Wisdy com suas terras congeladas, era o único reino de lobisomens que fazia divisa com reino humano, por isso eles tinham mais contato e experiência, assim como mais confrontos também.
Havia Harry que era o Alfa do reino de Egiths, lá era diferente de Wisdy, era quente e quase não havia água, eles reinavam no deserto, ele era o Alfa que havia visto Félix mais cedo, ele conhecia Diego a muito tempo, os dois se davam muito bem, eram mais chegados do que os outros, os castelos de Harry, ficavam nos grandes oásis e a coloração da pelagem ao se transformar era diferente, na cor alaranjada, chegando quase a um dourado, dando nome ao apelido pelo qual eram conhecidos, os cães ouro selvagem, seus tamanhos eram menores, mas seu reino ganhava em quantidade.
O outro Alfa se chamava Tronty, o homem mais velho ali, era o alfa de Centyh, lá era um local cercado de água, uma enorme ilha tropical, cheia de diversos alimentos exóticos, eles eram muito familiarizados com a água, chegando muito das vezes se alimentarem apenas de peixes por conta da falta de carne na ilha, a coloração da pelagem era mesclada entre marrom escuro e cinza. Suas vestes eram coloridas, e seus penteados variados.
O outro, que parecia ser o mais jovem se chamava Dremetis, ele era o que estava com o rosto mais fechado entre todos, seu reino se chamava Arths, era um local terrivelmente selvagem, diferente dos outros, lá haviam vários seres mortíferos gigantes soltos pelas matas, enormes árvores e vegetação densa, todos lutavam para sobreviver a todo momento. Suas pelagens eram de cores marrom avermelhado, e suas vestes tinham um tom mais amarelado.
Após todos convidados se calarem, o homem mais velho, Tronty começava a falar.
— É um prazer estar nessa reunião, e uma honra conhecer a todos, espero que nossa aliança permaneça forte, pois os inimigos são muitos, e precisamos ficar unidos… antes de vir ao banquete, nós Alfas tivemos uma pequena conversa, deixarei os detalhes com Diego..
" Thirksd agrugos wolfss... " ( Continuem fortes, lobos.)
Ele encerrava com essa frase e todos gritavam levantando os seus punhos.
Os outros dois Alfas se apresentam a seguir, falando sobre as dificuldades que viviam passando, e sobre as guerras e os seus inimigos, e por fim, Diego falava.
Diego dizia com seu semblante sério.
— Amanhã será repassado a todos vocês os detalhes sobre os próximos passos, por conta das longas viagens que fizeram, decidimos que hoje vocês poderão descansar, aproveitem bem a noite e estejam preparados para amanhã quando o sol nascer.
Diego levantava a mão e a música voltava a tocar... todos começavam a dançar junto as dançarinas e aproveitar a noite... os copos eram cheios novamente e a festa continuava, Félix se sentia livre finalmente para voltar para o seu quarto, já que a “reunião” já havia acabado, ele olhava ao redor procurando por Cateline, mas ele não a via por ali, ele ficava aliviado, sabendo que ela estava segura em seu quarto.
Félix se levantava, apoiando na cadeira e seu pai chegava próximo a ele.
— Obrigado por ter vindo filho.. sei que está sendo difícil, mas tudo irá melhorar..
Diego falava esperançoso, mas seu filho Félix não queria saber de suas palavras, ele estava desapontado por conta da proibição sem sentido, pela distância que o Alfa o fez ficar de sua amada.
Félix não dizia nada e apenas o ignorava.
Ele sentia alguém se aproximando de seu rosto, e virava rapidamente, se assustando.
Era Amanda, ela estava ali, Félix sentia uma intensa raiva ao olhar para o rosto daquela maldita mulher, ela havia mentido sobre a gravidez e ainda tinha a audácia de ir até ele como se nada tivesse acontecido.
—Oi querido.. estava com saudades….
Ela falava se aproximando do lobo, que se afastava imediatamente, seu pai via tudo.
— O que você quer? não dá pra me deixar em paz um minuto?
Félix falava tentando não aumentar o tom para que seu pai não ouvisse, ele precisava respeitar a última ordem que havia recebido, ele havia prometido ser a última.
— Porque está assim? Nos dávamos tão bem…. antes daquela humana nojenta..
O lobo olhava para a loira assim que ela falava de Cateline, e ela percebia que não deveria continuar falando.
Antes que Félix respondesse, o Alfa mais velho chamava a atenção de todos, ele tinha algo para anunciar, o velho segurava a taça alto e falava, abençoando a bebida.
— Que essa noite, seja a primeira de muitas para o nosso povo, que todos aqui prosperem e tenham uma longa vida…Vamos brindar esse momento maravilhoso entre nós, para abençoar nossos desejos..
O velho ancião levantava a sua taça, e todos repetiam, quando Félix se virava para pegar a sua taça sobre a mesa, Amanda a segurava, olhando nervosa para ele, sem entender nada Felix toma a taça da mão da mulher, ele não podia deixar de tomar o vinho abençoado pelo ancião, poderia ser interpretado mal, o lobo então repetia a frase como todos os outros e virava a taça de uma vez, ele sente um gosto amargo em sua boca, algo que não era normal.
Félix olhava rapidamente para Amanda, ela aparecia ansiosa com algo, ele via que ela suava, ele olhava firme para ela, a pressionando, mas ela não dizia nada, desviando o olhar do lobo.
Confuso, ele decide sair e andar um pouco, ele queria apenas ficar longe dali por alguns instantes.
O filho do Alfa vai até a enorme mesa onde estava a comida, haviam todos tipos de guloseimas, ele pega algumas e experimenta, o gosto era bom, mas por alguma razão o gosto amargo ainda não havia saido de sua boca.
Ele decidia ir até seu pai, e dizer sobre a bebida, ele temia que alguém estivesse tentando a adulterar ou até mesmo envenenar a todos, já que era uma reunião importante e haviam vários Alfas ali, no caminho ele sente uma tontura inexplicável, que abalava o seu corpo por completo.
Ele se segurava em uma das cadeiras que estavam no caminho, e tentava andar até o Alfa, preocupado, a cada passo que ele dava mais as coisas pareciam distorcidas, sua visão ficava turva e ele não conseguia reconhecer aqueles à sua frente, seu corpo esquentava e o suor começava a correr em sua testa, ele tentava segurar a sua cabeça e a balançava para voltar ao normal, mas nada acontecia.
— Alguém…? Eu não estou bem… alguém por favor?
Félix começava a falar baixo, sua voz estava fraca, ele não conseguia sequer caminhar sozinho, ou falar direito.
Alguém segurava o seu braço, ele não conseguia reconhecer quem era, ele estava tonto demais, uma risada soa perto de seu ouvido.
— Cateline..? meu amor?
Felix sussurrava baixo, era tudo que ele queria naquele momento, estar nos braços de sua amada.
A mão que segurava seu braço o puxava, e ele andava trombando nas coisas, sem entender o que acontecia em volta, as luzes se misturavam e tudo rodava.
— Félix…? Você está bem?
O lobo ouvia uma voz masculina, mas não sabia de onde vinha, ele segurava firme seu rosto cobrindo sua testa com a mão.
— Ele bebeu um pouco acima da conta… irei levá-lo para o quarto…
A voz feminina falava, e voltava a puxar Félix, que tentava se manter firme no local, mas sua consciência estava se esvaindo e aos poucos seu corpo começava a seguir os passos da pessoa a sua frente.
Ele andava sem saber para onde, até que chegava a um corredor escuro, nesse momento ele perdia completamente sua consciência, tudo que se lembrava era de se deitar e alguém o acariciar durante a noite.
— Cateline? ….. querida?
Ele perguntava repetidas vezes enquanto sentia a presença, ele não conseguia sentir o seu cheiro, e nem a textura de sua pele, ele estava adormecido.
Tudo fica escuro, e um apagão vem à sua mente.