Félix e Cateline Fire
Reino de Wisdy
Tribo Fire
Félix voltou para o castelo logo após ter deixado a caça com Tomas, ele estava estressado com toda aquela situação, logo os convidados iriam chegar e a reunião aconteceria, eram muitas as coisas que Félix precisava resolver.
Entrando no castelo, Félix consegue ver Cateline, ela caminhava cabisbaixa pelo jardim próximo ao pátio, ele suspirava fundo olhando ao redor, havia muitos guardas, eles faziam os preparativos e observavam tudo, o lobo decide ir para o quarto e se preparar, mesmo querendo ir até Cateline, era melhor que eles ficassem distantes por enquanto, pelo menos até que a questão com Amanda fosse resolvida, Felix queria desfazer o contrato com a loba e tornar Cateline sua parceira definitiva, ele já pensava em uma forma de fazer tal coisa.
Ele subia as escadas correndo, indo até seu quarto, ele estranhou o sumiço de Amanda depois da discussão, ele não a via em lugar nenhum, ela havia desaparecido, Félix torcia para que ela tivesse feito suas malas e ido embora sem falar nada
Em seu quarto, ele vestia uma de suas roupas formais para a apresentação aos aliados de seu pai, ele achava aquilo chato, mas era tradição, com a guerra , o Alfa precisava mostrar controle e força, haviam muitas coisas em jogo.
Ele experimentava algumas peças de roupas, mas nada lhe agradava, no espelho ele via seu reflexo, com os treinos que fazia diariamente seu corpo havia ficado maior do que já era, ele estava mais forte.
Depois de um tempo experimentando algumas roupas, Félix suspira fundo irritado, e pega uma camisa preta que estava à mostra.
— Que seja!
Ele falava sem paciência, tudo que ele queria era que aquele dia acabasse logo.
Após se trocar e ficar pronto, Félix vai até a cozinha para ver como estavam os preparativos para o grande banquete, enquanto caminhava pelo corredor ele olhava ao redor a procura de Cateline, esperançoso, mas ele não a encontrava.
Ao chegar na cozinha ele se assustava com a movimentação, haviam muitos serviçais e criados, eles estavam andando perdidos, uma verdadeira bagunça, mas pelo menos parecia que tudo estava correndo bem.
Após conferir todos os detalhes ele decide ir ao salão onde ocorreria a reunião, para se certificar que tudo daria certo.
Pelo caminho ele percebe uma movimentação no final do corredor, parecia que alguns dos convidados já haviam chegado, bem mais cedo que o esperado, Félix ia até eles para cumprimentá-los e percebendo que seu pai já estava lá, ele ainda estava enfurecido com o Alfa por conta da conversa que tiveram pela manhã, mas ele precisava fazer seu papel e ser respeitoso com os estrangeiros que haviam chegado.
— É um prazer recebê-los em Wisdy.
Félix falava a todos com um sorriso no rosto, enquanto os cumprimentava estendendo a sua mão, eles olharam surpresos para o homem, que antes era apenas um garoto, ele havia crescido desde a última vez que eles estiveram ali. Os homens ali eram todos bem bronzeados por conta do local de onde vieram, lá o sol era ardente, enquanto os lobos de Wisdy eram mais brancos e fortes, somente Félix que tinha uma cor menos clara do que os seus outros amigos lobisomens.
Os lobos de Egiths eram bem diferentes dos da tribo Fire, suas vestes não eram tão elegantes, e sim simples, de cores alaranjadas e beges, usavam um cinturão, e ouro nos braços e pescoço, usavam sandálias nos pés e seus cabelos eram curtos, não eram compridos como os da tribo Fire. O homem que reconhecia Félix era Alfa a vários anos, se chamava Harry, ele tinha cerca de 40 anos, mas seu físico ainda parecia com o de um homem bem jovem, os lobisomens demoravam a envelhecer, e sempre tinham um físico impecável.
Félix ficava olhando os antigos amigos e aliados enquanto sorria, Harry o cumprimentava.
— Félix?! Como você cresceu, já é um homem!
O homem falava com um enorme sorriso, ignorando o aperto de mão e dando um grande abraço em Félix, que ficava surpreso, mas correspondia da mesma forma.
Todos se cumprimentaram e por um momento o clima estranho entre pai e filho parecia se dissipar.
Como ainda era cedo, Félix decidiu mostrar os quartos onde os convidados ficariam, pelo caminho contavam as novidades e histórias sobre os locais de onde vieram.
Enquanto caminhavam, um dos convidados estrangeiros simplesmente para no meio do caminho, ele parecia sentir algo no ar que não lhe agradava.
— Vocês estão sentindo isso?
Ele falava fungando o ar, procurando a origem do cheiro.
Félix olhava para seu pai, franzindo a sobrancelha sem entender, e o olhar de Diego dizia tudo, o Alfa andava até o estrangeiro parado, colocando a mão de seu ombro, tentando tirar a atenção do homem.
— Não deve ser nada, acredito que seja apenas um viajante ou animal qualquer.
O homem parecia ficar cada vez mais inquieto, para ele aquele cheiro era algo incomum, para os moradores do reino de Wisdy era normal que houvessem viajantes humanos e de outras raças passando pelo reino, mas para o estrangeiro que vinha de um lugar distante longe da presença de humanos, aquele era um cheiro insuportável.
Félix entendia imediatamente que o cheiro que o homem sentia era de Cateline, ela era a única humana ali, ele sabia que ela correria perigo na reunião se não agisse rápido.
— Eu preciso ir por hora, espero que vocês aproveitem o dia.
Félix saia acenando para todos, caminhando com passos largos.
Ele saia a procura de Cateline, ele precisava encontrá-la e dar um jeito em seu cheiro, ele havia imaginado que chamaria tanta atenção.
O lobo procurava pela sua amada por todos os cantos, mas nada de encontrá-la, ele sabia que os guardas que estavam a vigiando iriam a proteger caso acontecesse algo, mas para ele não era o suficiente.
Ele decidiu subir até o quarto da moça, sem que fosse visto, ele nunca havia tentado ou feito tal coisa, ele iria até o teto, e desceria os andares pelas janelas, evitando os guardas que ficavam na porta do quarto de sua esposa.
E assim ele fazia, foi mais difícil do que ele imaginava, ele não tinha certeza se Cateline estava ali, mas ele precisava arriscar.
Ao chegar na janela de Cateline, ele empurrava vagarosamente a vidraça para entrar, estava aberta, ele consegue entrar junto a brisa gélida que vinha do lado de fora.
Cateline estava deitada na cama descansando, parecia dormir profundamente.
A brisa tocava a pele pálida da mulher, que abria os seus olhos piscando diversas vezes.
— Felix?!
Ela perguntava ao ver que era seu amado marido, ela não acreditava que ele estava ali, seria um sonho?
Ele sorria e andava até a moça, colocando seu dedo sobre os lábios dela, sinalizando para que ela fizesse silêncio, os guardas estavam do lado de fora e não podiam descobrir que ele estava ali.
A mulher se levantava e o abraçando fortemente, ela estava com saudades, havia tempos que ela não o via.
— Como você está?
Felix perguntava sorrindo enquanto sussurrava, acariciando o cabelo de Cateline, que estava sobre o rosto, o colocando atrás da sua orelha.
— Estamos bem…. estava com saudades..
Cateline falava apertando seu rosto forte no peito do homem, sua vontade era de nunca mais soltá-lo, mas ela sabia que não teria como.
— Olhe… preciso que você tome cuidado… a muitos estrangeiros aqui hoje… é difícil explicar..
Félix não sabia como falar, Cateline não sabia sobre os Lobisomens, não era a hora certa para lhe contar.
Cateline olhava confusa para seu marido, aguardando sua fala.
Felix suspirava e continuava a sussurrar.
— Vou pedir para a serviçal trazer alguns casacos para você, quero que os use, é muito importante, tá bom?
Felix queria que o cheiro de sua amada fosse coberto a todo custo, ele temia pela segurança dela e de seu filho, para ele o cheiro da mulher era perfeito, o atraia, mas para os outros lobisomens, era algo que poderia causar sua morte, eles eram sanguinários quando se tratavam de humanos, eles os odiavam mais que tudo.
Cateline apenas assentiu com a cabeça, concordando.
Félix se virava para ir até a janela novamente, mas Cateline segurava sua mão, e sem falar nada, ela se aproxima repentinamente, dando um beijo em Félix, que ficou paralisado com a atitude da mulher.
Ela o beijava por alguns segundos, e ele a correspondia, cheio de ternura e desejo, ele queria ela, poder sentir seu corpo, mas era proibido, e ele não queria a perder, por um breve momento, ele não responde por si, e se deixa levar, a beijando mais intensamente, puxando seus lábios, o mordendo levemente, Cateline gemia ao sentir as carícias do homem, puxando a cintura dela, colocando seus corpos juntos, o calor que ambos sentiam era intenso, a chama estava acesa e não queria de apagar, ele chupava a língua da mulher, sentindo o gosto de sua amada, por um momento ele via que estava indo longe demais e volta a si, ele lembrava que precisa voltar antes que dessem falta de sua presença.
— Cateline…
Ele falava o nome da mulher soltando seus lábios, ela se aproximava mais do homem o abraçando, não o deixando afastar de si.
— Prometo que irei dar um jeito… nem que tenhamos que fugir de tudo isso…
Ele falava olhando nos olhos da mulher, que sorria para ele, seu coração batia mais rápido e ele sentia os sentimentos dela.
Os dois se beijam novamente por mais alguns instantes, e logo quando afastaram os lábios mais uma vez, Félix ia embora, saindo pela janela por onde entrou, Cateline permanecia calada, ela queria apenas que ficassem juntos mais um pouco.
Seus olhos enchiam de lágrimas, e mais uma vez ela via seu amado partir, a deixando só no quarto, aquilo estava a despedaçando por dentro, estava sendo demais para ela, ao ponto de ser quase insuportável, a cada momento ela cogitava voltar para sua terra natal e abandonar tudo, mas sempre que via seu amado, e sentia sua pele, ela só conseguia pensar nos dois juntos com seu filho.