A humana entra em seu quarto e sua criada vem logo atrás, Cristina permanecia calada a todo momento, era visível o quanto Cateline estava transtornada, a humana tentava segurar o choro mas era difícil, ao perceber que havia deixado algumas lágrimas rolarem Cateline limpa seu rosto com a costa da mão.
— A senhora está bem?
Cristina pergunta inquieta, sem saber o que fazer.
— Sim estou… eu preciso de um tempo agora… quero responder a carta que minha irmã mandou… pode esperar lá fora um pouco?
Cateline fala tentando manter a voz firme, indo até a pequena mesa que ficava próxima a sua cama, ela procurava por papel e tinha, Cristina respeita o pedido de sua mestra e apenas sai, ficando do lado de fora até segunda ordem.
Cateline encontra o papel mas a tinta havia acabado, ela olha pela estante e armário e não encontra nada, a jovem suspira tentando manter a calma, ela decide pedir para Cristina buscar o'que faltava.
Ao abrir a porta para falar com sua criada, de longe Cate vê Amanda seguindo Félix pelo corredor, a humana tenta não fazer contato visual para não dar atenção a loira, mas ela olhava para Cateline com um sorriso medonho no rosto, Félix estava ocupado, caminhando enquanto lia um enorme pergaminho sem dar muita atenção a sua volta.
—Cristina.. eu preciso de tinta..
Cateline fala desviando seu olhar, o direcionando para a criada, que rapidamente repara no rosto vermelho de sua mestra, era visível que Cate estava chorando, por isso Amanda sorria.
— Está tudo bem? precisa de algo mais?
Cristina pergunta preocupada e Cateline acena com a cabeça, sinalizando que não.
— Apenas a tinta por favor…
Cateline fala cabisbaixo, a humana se vira para poder entrar em seu quarto novamente e no momento que ia fechar a porta pode ver Amanda, avançando em direção de Felix, roubando um beijo do homem.
Imediatamente Cateline bate a porta, ela não acreditava que Amanda estava tendo a audácia de a provocar de tal forma, ali em frente seu quarto, a loira estava fazendo de tudo para tornar a vida de Cateline no castelo um verdadeiro inferno, a humana sente seu corpo ferver de raiva e ao mesmo tempo, as lágrimas que ela tanto seguravam começam rolar, Cristina fica do lado de fora, sem entender oque estava acontecendo, até que ouve Félix falando alto, ele estava estressado.
— O'Que você pensa que está fazendo?
Felix grita, Cateline permanece escorada a porta, tentando se acalmar, ela conseguia ouvir a conversa do lado de fora perfeitamente.
— Eu quero falar com você! Todos os dias você me dá as mesmas desculpas ... agora vive me ignorando durante o dia também… dessa forma eu vou ter que falar com o Alfa… nós nunca vamos conseguir procriar assim…
Amanda falava com a voz manhosa, como se tentasse se fazer de vítima, ela falava aquilo de propósito para deixar Cateline ainda mais chateada, ela sabia que a humana gostava do lobo, e queria fazê-la desistir, ela faria qualquer coisa para que isso acontecesse.
Cristina entende na mesma hora o porque de Cateline estar tão chateada, ela vinha vendo as implicâncias de Amanda a um tempo, mas infelizmente nao tinha nada que ela pudesse fazer, ela era apenas a criada no final de contas, ela decide ir logo pegar a tinta, e deixar os assuntos de seus mestres de lado, seria melhor assim.
— Amanda… eu não vou falar de novo..
Félix fala com a voz séria, ele demonstrava o quanto a presença da loira ali o incomodava, Amanda cerrava os dentes de raiva, mas não dizia nada, ela sabia que Félix não ficaria do seu lado, mas ela já tinha conseguido o'que queria, atormentar Cate.
A loira apenas se vira e sai, deixando o lobo de lado, ela tinha outros planos e iria colocá-los em prática, a cada dia a loba estava mais fora de si e mais destinada a ter um filho de Félix, ela faria qualquer coisa para isso.
Cateline permanece chorosa do outro lado da porta, ela conseguia sentir que Félix não queria contato com Amanda, mas aquilo não era suficiente, ela estava cansada de ser a “estrangeira”, todos a olhavam com estranheza e ela sabia que seria difícil ser aceita, ela queria apenas viver um casamento normal, onde não tivesse que chorar escondida ou sentir raiva por ter de dividir seu homem.
Não demora muito e Cristina bate na porta, ela havia conseguido a tinta, Cateline abre uma pequena fresta e pega o pequeno pote pelo espaço estreito, ela não queria que Cristina a visse daquela forma.
—Obrigada… quando terminar a carta lhe chamo para que possa entrar.
Cateline dizia fechando a porta novamente, a criada via o quanto estava sendo difícil.
Cateline respira fundo e tenta se acalmar, ela anda até a mesa e começa a escrever.
" Querida irmã, sou eu, Cateline, fiquei muito feliz em receber sua carta, estou com muitas saudades.
Ainda não acredito na incrível notícia que compartilhou comigo, sei que você será uma ótima mãe, estarei orando por você daqui, tenho certeza que tudo irá dar certo. Gostaria muito de te ver, vou conversar com meu marido sobre fazer uma visita ao seu castelo, espero que mamãe e Martin estejam bem, não vejo a hora de vê-los novamente.
Como está o seu casamento? Me conte tudo, eu queria muito ver vocês, abraçar e conversar, tem tanta coisa acontecendo irmã, eu preciso conversar, ouvir alguns dos seus loucos conselhos, sinto falta das suas brincadeiras, tem horas que acho que... não sou forte o suficiente, mas estou tentando de tudo, quero falar sobre isso pessoalmente… eu te amo irmã, diga que sinto a falta de todos por aí, de dona Ellen também, um beijo, me mande mais cartas, com amor... Cateline Fire. "
Cateline terminava de escrever, e em seu rosto, havia uma mistura de tristeza e saudades, a humana não segurava mais as lágrimas, tudo que ela queria era um abraço de sua amada família, ela pensava em como falar com seu marido sobre a viagem, e rezava para que ele concordasse com tudo, ela sabia que a situação política estava complicada, ela havia ouvido de alguns guardas sobre um tal intruso e uma possível guerra, ela temia que aquilo atrapalhasse mais ainda as coisas.