Capítulo 79
1139palavras
2023-04-19 18:30
Lucinda e Joaquim Brown
Reino de Aftermoon
Lucinda organizava alguns detalhes do novo castelo onde iria morar com seu marido, mãe e irmão, ela não via a hora de todos finalmente chegarem e se acomodarem em sua nova casa.
O tempo passava e já era quase noite, Lucinda ficava preocupada com a demora de sua família, mas tentava permanecer animada, indo a cozinha ver como estavam os preparativos para o jantar, ao chegar no local ela via os serviçais trabalhando e percebe que eles não tinham nenhuma experiência , estavam desajeitados e confusos, ela não se estressou nem nada, muito pelo contrário, ela via que eles estavam se esforçando para dar o melhor de si, e isso a deixou feliz, era a primeira vez que alguém sem ser de sua família se empenhava tanto para fazer algo bom para ela.
A jovem lady entra na cozinha com um sorriso no rosto, e assim que todos percebem sua presença, curvam ansiosos.
— Não é necessário tanta formalidade… podem continuar..
Ela fala cumprimentando a todos, que ficam surpresos com a simplicidade e humildade da dama.
Lucinda olha nas panelas e tigelas, vendo o que eles preparavam, eram pratos comuns do dia a dia do povoado, ensopados, batatas assadas, pães e etc.
— É do seu agrado, minha Lady?
Um dos cozinheiros pergunta, era possível ver sua aflição ao aguardar a resposta.
Lucinda sorri, e o responde com serenidade, ela iria ensiná-los com o tempo.
— Sim, está perfeito por hora..
Todos suspiram aliviados.
A senhora que Lucinda havia conhecido ao chegar, Josefa, aparece andando vagarosamente pela porta.
— Minha Lady, algumas carruagens chegaram..
Josefa falava trêmula, já estava cansada do trabalho durante o dia.
— Muito obrigada, irei recebê-las… pode descansar, já fez mais que o necessário por hoje.
Lucinda sentia empatia pela senhora, sabia que era uma boa pessoa.
Josefa sorri, e a jovem Lady anda animada até a entrada do castelo, finalmente seu marido, mãe e irmão haviam chegado.
Joaquim havia aguardado para vir junto a família da jovem esposa, ele sabia que o lugar seria novo para eles, e queria fazer companhia.
Todos saem, e Martin olha maravilhado a seu redor, ele moraria ali a partir daquele dia, algo que ele nunca imaginava que iria acontecer.
Lucinda abraça Joaquim, e ele a beija apaixonadamente, era algo que ele não cansava de fazer, Milenna, assim como Martin, estava perdida enquanto admirava o local, haviam muitas coisas a serem feitas ainda, mas com toda certeza, ali se tornaria um dos mais lindos castelos.
— Venham! O jantar está quase pronto..
A lady fala para sua mãe e irmão, que a seguem, Joaquim já conhecia o lugar, pois havia ido lá várias vezes enquanto estava sendo reformado.
Eles seguem até o salão onde já havia sido arrumada a enorme mesa de refeição, ela era linda, estava coberta com um enorme forro vermelho cornalina, que era uma das cores preferidas de Lucinda.
Eles se sentam, e não demora muito para que os serviçais os servissem, era tudo muito simples, mas o gosto estava incrivelmente bom, assim como a jovem lady imaginava.
Todos comem e conversam um pouco sobre como foi a viagem, no próximo dia teriam muitas coisas para organizar, agora com a ajuda da mãe de Lucinda, seria mais fácil.
A lady fica receosa em falar sobre o atraso em seu ciclo, ela tenta tomar coragem algumas vezes durante a conversa, mas acaba deixando de lado, ela havia decidido ir ao templo de Zebeu na manhã seguinte, e tirar suas dúvidas de uma vez só, ela sabia que poderia contar com a ajuda do curandeiro.
Milenna iria deixar a fazenda sob os cuidados de seus vizinhos, eles sempre ajudavam, principalmente Gilberto.
Depois de comerem, era hora de descansar, Lucinda vai para o quarto com seu amado, e sua mãe e irmão para o quarto de hóspedes, como tinham chegado tarde, não havia dado tempo de preparar seus quartos definitivos, aquela seria a primeira noite de todos em sua nova casa.
Todos dormem cedo, e acordam assim que o sol nasce, haviam muitas coisas a serem feitas.
Joaquim é o primeiro a sair, ele precisava fazer alguns relatórios sobre a economia local, onde havia pegado a responsabilidade de administrar, Milenna e Martin, já começam o dia limpando e ajudando na organização, mesmo com os criados dizendo que não precisavam de ajuda, Milenna fez questão de pôr a mão na massa, ela era como eles, uma mulher humilde do campo, e para ela, ajudar não era nada demais.
Lucinda, decide sair para o templo, ela quase não havia dormido, pensando no tal momento.
Ela se despede, pedindo para que um dos cocheiros a levasse, ela diz a todos que iria apenas comprar alguns ingredientes novos para seus cozinheiros, tentando não chamar muita atenção, e então parte para Springdale.
Lucinda fica pensativa a viagem toda, ela queria muito que sua dúvida fosse real, e que finalmente outro de seus sonhos se concretizasse.
Depois de algumas horas, ela chegava ao povoado, indo diretamente para o templo Santo que Zebeu residia .
Ela chega sem avisar, batendo a porta, aguardando esperançosamente que o curandeiro estivesse ali para recebê-la.
Sua carruagem chamava atenção de todos que moravam na região, eles sabiam que era de algum nobre, Lucinda ficava desconfortável com tanta atenção mas ela precisava falar com Zebeu ,era muito importante.
Não demora muito e o curandeiro aparece, ele estava surpreso com toda aquela desordem do lado de fora, ele se assusta ao ver que era Lucinda.
— Minha jovem… você aqui?! Está tudo bem?
O senhor falava olhando bem para a moça preocupada, ele temia que algo de ruim tivesse acontecido.
— Sim… não precisa se preocupar, queria falar algo com você, mas tem que ser a sós..
Lucinda fala olhando ao redor, fazendo com que Zebeu entendesse.
Eles então andam até a carroça, a jovem Lady pede para que o cocheiro dê uma volta para que pudessem conversar.
— Está tudo bem com sua mãe?... sua irmã?
Sem entender o motivo da moça estar ali, Zebeu começa a questioná-la preocupado.
— Estão todos bem… pelo menos minha mãe eu sei que sim, já minha irmã…. faz algumas semanas que não tenho notícias dela.
Zebeu estava inquieto com a situação que Cateline se encontrava, mas ele sabia que ela estava lá por vontade própria, ele deveria respeitar as escolhas feitas pela jovem.
— Eu estou aqui para falar sobre mim..
Lucinda fala meio sem jeito, ela não sabia como falar, estava com vergonha e tinha medo de ser apenas um alarme falso, já que era comum que o ciclo das moças atrasasse.
— Você está com alguma dor? Ou problema?
Zebeu perguntou sério, ele queria ajudar no que fosse preciso.
— Bem… não sei bem como falar, mas meu ciclo está atrasado há quase duas semanas.