Capítulo 78
1246palavras
2023-04-17 10:10
Reino de Aftermoon
Lucinda e Joaquim Brown
Haviam se passado algumas semanas após Cateline ter partido para o reino de Félix.
Lucinda estava feliz com seu casamento, mesmo sendo difícil a aceitação entre os nobres, eles a evitavam e faziam piadas pelas suas costas, mas ela não se permitia ser abalada por isso, o importante era que ela estava finalmente feliz, realizando seu sonho.
O castelo tinha finalmente ficado pronto, e Lucinda podia levar sua mãe e irmão para morarem juntos, o lugar era grande e lindo, a jovem lady não via a hora de encher o jardim abandonado de flores.
Ainda faltavam muitas coisas para serem organizadas, mas com o tempo, ali seria um dos castelos mais lindos já visto por todo o reino.
As carruagens com roupas e móveis estavam sendo preparadas por ela e seu marido, os dois pareciam dois pombos apaixonados, sempre de braços dados e fazendo carícias, contando os minutos para finalmente serem apenas eles, longe de toda aquela implicância de Helton e sua esposa, eles sempre inventavam algo para atormentar Lucinda.
— Não vejo a hora de morarmos longe daqui..
Lucinda fala baixinho para Joaquim, que dá uma risada, os dois faziam um casal perfeito.
— Sua mãe… está melhor? Será que ela precisa de ajuda para fazer os transportes de suas coisas para o castelo?
Joaquim perguntava preocupado, ele não se importava com a classe social da família de Lucinda, para ele, todos eram iguais independente de títulos ou fortunas.
— Bem… depois que ela e Zebeu voltaram da visita do reino onde Cate está, mamãe anda muito tristonha… não sei bem o que aconteceu, mas parece que as coisas lá estão complicadas para Cateline..
Lucinda diz cabisbaixa, ela se preocupava muito com sua irmã, elas haviam crescido juntas e eram muito unidas, tudo que ela queria era sua felicidade.
— Mande uma carta para ela, diga que as portas de nossa casa sempre estarão abertas, se for necessário eu irei pessoalmente com você buscá-la..
Joaquim tentava levantar o ânimo de sua esposa, que sorria assim que ouvia suas palavras, ela sabia que ele era o homem de sua vida, Lucinda não havia contado para ele ainda sobre a gravidez de sua irmã, pois havia jurado segredo, mas ela tinha certeza que se fosse preciso, ele ajudaria a proteger.
Lucinda dá um intenso beijo em Joaquim, que sorria para a mulher, já imaginando detalhes pevertidos, os dois nunca se cansavam de passar as noites entrelaçados, eles contavam os minutos para se verem a noite todos os dias.
— Eu preciso ir por agora, caso precise de algo peça para Dirce me chamar, sei que vai querer ir na frente com as carruagens para organizar os cômodos e as decorações de nossa nova casa.
Lucinda sorria, Joaquim sabia como a alegrar, eles se despedem e a Lady vai terminar de arrumar suas coisas para a viagem, o castelo não era muito longe, mas era distante o suficiente para 3 a 4 horas de viagem, ela queria que tudo ficasse perfeito, já que finalmente teria um lugar só para si.
A jovem Lady aproveita para escrever a carta para sua irmã, ela havia pegado as coordenadas de onde ela estava com Zebeu, o curandeiro.
Ela vai para seu quarto, e pega um pedaço de pergaminho, pena e tinta.
“Querida irmã, quem lhe escreve é Lucinda.
Gostaria de saber como vão as coisas, finalmente eu, Joaquim, mamãe e Martin iremos nos mudar para o castelo novo, gostaria de lhe contar para que não fique preocupada com ela, estamos cuidando uma da outra, sentindo muitas saudades de você.
Joaquim pediu para lhe dizer que caso queira voltar, nós lhe buscaremos, só precisa nos mandar uma carta, iremos te ajudaremos no que for preciso.
O mais importante que gostaria de dizer, meu ciclo está atrasado a mais de uma semana, sei que pode ser normal, mas queria muito que fosse um bebê, sempre foi meu sonho, sei que talvez esteja pensando demais, de qualquer forma, me deseje sorte, sei que a carta irá demorar para chegar, me responda assim que a receber, fico aguardando.
Um abraço de sua irmã, Lucinda Brown.”
A jovem lady escreve a carta com um sorriso no rosto, ela ainda não havia contato a seu amado sobre o atraso, nem mesmo para sua mãe, ela gostaria de ter certeza antes de fazer uma alarme falso, ela tinha certeza que seria uma notícia muito boa para o Reino de Aftermoon, talvez ajudasse até na coroação de seu marido, o colocando como prioridade para se tornar o próximo sucessor.
Lucinda sabia que aquilo iria deixar Helton furioso, mas agora que ela estaria em outro castelo, não teria como ele continuar com suas ameaças, sua mãe e irmã estavam seguras, longe daquele monstro.
A jovem suspira fundo, e enrola a carta, a selando com cera, o sinete usado continha o brasão da família Brown.
Ela desce a escada e leva o papel ao guarda da entrada, para que ele providencie a entrega, junto a carta ela deixa as coordenadas do local de onde deveria ser entregue.
Depois de tudo pronto, Lucinda saiu com as carruagens, eram muitas e faziam fila, os cocheiros eram todos aliados de seu marido, quem ele confiava cegamente .
Eles viajam até o castelo sem fazer pausa, andavam lentamente, quando chegaram já era um pouco depois do almoço.
O local estava sujo, os serviçais contratados por Joaquim, eram moradores locais, que viviam em povoados ao redor do castelo, todos gostavam muito da liderança do jovem lorde, que era muito amigável e justo.
Assim que a Lady desce da carruagem, todos vão até ela, se curvando, eles não se importavam se ela era nobre de berço ou não, eles eram gratos pela ajuda que seu marido dava a eles.
— Lady… como foi a viagem?
Uma senhora já bem de idade vem até ela, mal parecia enxergar, Lucinda fica boquiaberta ao ver uma idosa tão velha trabalhando ainda.
— Senhora… o que faz aqui?
Ela pergunta confusa, a velha mal conseguia ficar de pé, cambaleando enquanto andava.
— Eu irei trabalhar aqui… ajudar com a limpeza..
A velhinha dizia sorrindo, parecia muito feliz com aquilo, mesmo que fosse difícil.
— E a senhora está bem? Em trabalhar com essas coisas pesadas?
Lucinda estava preocupada, porque Joaquim contrataria uma senhora como faxineira?
A velha dá uma risada, e responde alegre, era possível ver que faltavam alguns dentes em sua boca.
— Eu vim aqui a procura de serviço, perdi meu marido na guerra muito cedo, e meus filhos também, acabei ficando sozinha e com o tempo todos conhecidos morreram, já que nenhuma outra criança havia nascido, estava passando fome pelas ruas do povoado próximo, graças a Joaquim, agora tenho uma cama para dormir, e comida para encher minha barriga, eu irei trabalhar enquanto conseguir, eu prometi a ele, mesmo ele dizendo que não era necessário.
A velha falava dando pausas para pegar fôlego, e Lucinda entendia o porquê da felicidade da senhora, ela não estava mais sozinha, aquilo enchia seu coração de ternura, ela sabia que Joaquim era um homem muito bom.
— Qual seu nome, senhora?
Lucinda pergunta se aproximando.
— Me chamo Josefa Cirly minha lady, será uma honra servir-la senhora..
A velha diz trêmula enquanto sorria, Lucinda então começa a decorar o castelo junto aos criados, organizar os móveis e limpar as partes que ainda não haviam sido tocadas, ela não via a hora de sua mãe chegar.