Reino de Aftermoon
Curandeiro Zebeu
Se passaram algumas semanas e Zebeu já estava angustiado aguardando a tão esperada carta de Félix, o curandeiro já duvidava que chegaria.
Enquanto lia alguns de seus livros ainda focado nas descobertas sobre o problema de Cateline, alguém aparecia na porta, montado em um cavalo.
Zebeu vai até o cavaleiro rapidamente, e pega um envelope, marcado com cera, nele havia um brasão que ele nunca havia visto antes.
Ao ler o nome do remetente, ele reconheceu imediatamente que era o suposto esposo de Cateline, Felix Fire, parecia que o mensageiro havia lido sua mente.
O curandeiro rasga o envelope no mesmo momento, abrindo a carta logo em seguida.
Nela havia as coordenadas do reino e do castelo onde Cateline estava, ele nunca havia ouvido falar de tal lugar.
Na carta havia também uma parte escrita por Cateline, onde ela falava que estava bem, ela convidava sua mãe e irmã para que a visitassem, no fim da página escrito com letras grandes, tinha um aviso, onde Cateline dizia que quando fossem a visitar, que levassem agasalhos, pois o local era muito frio.
Zebeu fica contente em ler que a jovem havia melhorado, mas só isso não era suficiente para lhe deixar em paz, ele precisava ver com seus próprios olhos.
Ele pega algumas de suas roupas quentes, como era pedido na carta, e viaja em direção a casa de Milenna, mãe de Cateline.
Chegando lá, ela fica surpresa por ver o curandeiro, de longe ele mostra a carta, e um sorriso se abre na face da senhora, que pula de alegria.
— Ela está bem?!
A mãe de Cateline perguntou animada, percebendo um alívio no rosto do curandeiro que já denunciava a resposta.
— Sim… e há mais…
Ele diz entregando a carta a Milenna, que ao ler fica ansiosa, finalmente ela poderia visitar sua filha e confirmar com seus próprios olhos como estava sua saúde.
Ela avisa Martin sobre sua irmã, e ele fica tão feliz quanto sua ela, Milenna não via a hora de ver sua filha, mas antes, precisava organizar algumas coisas na fazenda e pedir para que um de seus vizinhos cuidassem dos animais, ela temia que fosse perigoso levar seu filho na longa viagem, e decide deixá lo na estalagem com dona Ellen, ela sabia que podia confiar nela.
Milenna pega algumas peças de roupas, as mais quentes que conseguiu encontrar, aproveitando a viagem ela pega também alguns utensílios de Cateline, que não foram levados no momento de sua partida.
Depois de organizar tudo com a ajuda de Zebeu, eles partem para Springdale novamente, dessa vez para informar Lucinda sobre sua irmã.
Quando Cateline partiu, Lucinda não conseguiu fazer nada para a ajudar, e isso deixou a jovem lady arrasada, ela esperava ansiosa um retorno do marido de Cateline com informações sobre sua amada irmã.
Em Springdale, eles chegam ao grande portão do castelo e são recebidos pelo mesmo guarda de sempre, ele já havia se familiarizado com os parentes da jovem Lady Lucinda.
— Senhora Forth… quanto tempo..
Ele fala amigavelmente com Milenna, ela ia ao castelo às vezes para ver sua filha.
— Olha Harold eu preciso falar com Lucinda … é algo muito importante..
O cavaleiro olha meio curioso, e abre o portão respondendo com brincadeira.
— Sempre é importante dona Forth… sempre é…
Milenna, Zebeu e Martin então entram com a carroça indo até a parte principal do jardim, onde geralmente Lucinda se encontrava com sua mãe, ao descer, Milenna avisa uma das criadas, que rapidamente chama sua filha.
As duas se abraçam ao se encontrarem, Martin entra no meio das duas, tentando participar e elas o apertam fortemente, fazendo o garoto dar gargalhadas.
— Sua irmã finalmente mandou uma carta, ela está nos chamando para visitá-la, podemos ir hoje, se quiser!
Milenna fala quase pulando de entusiasmo, mas Lucinda parecia não concordar.
— Hoje?! Assim de repente? Eu estou só aqui, e preciso resolver algumas coisas para Joaquim.. não posso ir desse jeito…
Lucinda que estava animada, se entristece na mesma hora, ela queria muito ver sua irmã, as duas sempre foram unidas, estava sendo muito difícil para ela ficar no castelo só, sem as visitas de sua irmã mais nova.
Milenna conversa com sua filha um pouco, tentando acalmá-la, Lucinda decide escrever uma carta para Cateline, talvez assim elas pudessem sempre ter contato uma com a outra, amigas e irmãs de correspondência.
As duas conversam um pouco, se despedindo após alguns minutos, Zebeu permaneceu na carroça o tempo todo, aguardando para partirem.
Milenna fica um pouco triste por sua filha não poder viajar junto a ela, mas ela entende que agora Lucinda tinha responsabilidades com todo o reino, e ela não poderia pensar só em si mesma.
Eles deixam Martin na estalagem, o garoto chorava querendo ir junto a mãe, deixando o coração de Milenna mais partido ainda, ela precisava deixá-lo lá, era melhor assim, lá ele estaria em casa e seguro.
Depois de tudo organizado, finalmente eles partem, seguindo a rota escrita por Felix, Zebeu não conhecia tal caminho, mas decidiu confiar no esposo estrangeiro de Cateline, eles andam por várias horas e ainda pareciam estar distantes do tal reino de Wisdy.
Pelo caminho, eles decidem perguntar por informações, mas muitos dos moradores locais pareciam não gostar muito de conversar, eles continuam e a noite começa a cair, preocupados com o local desconhecido, eles preferem parar no próximo povoado onde pudessem descansar, a medida que se aproximavam de seu destino, eles sentiam que o clima ficava mais frio, uma sensação que eles nunca haviam experimentado antes na vida.
Eles pararam perto de um local que parecia um bar, e decidiram dormir ali mesmo, dentro da carroça, o local estava bem movimentado e não parecia perigoso, mesmo que diferente.
Enquanto Zebeu arrumava as cobertas no local apertado, Milenna arruma um pouco de água para seu cavalo, em um poço próximo que havia ali, eles haviam andando devagar durante o dia, e o clima estava fresco, chuvisco, o'seu cavalo, não havia cansado muito, mesmo com a idade avançada que tinha.
— Bom garoto!
Milenna acaricia a crina do cavalo enquanto levantava alguns ramos de capim para ele comer.
Depois de alimentar o animal, eles decidem dormir, logo estariam no tão esperado reino, eles não viam a hora de ver Cateline.
A noite passou rápido, pelo menos foi assim que sentiram .
Os dois levantam já espreguiçando, Milenna havia levado alguns petiscos para comer pelo caminho, assim não precisaria ser gasto o tão pouco dinheiro que tinha, eles se alimentam e antes de partir, um homem bêbado que dormia no chão próximo a eles os chamam.
— Via…jantes? ….. onde estão… indo?
O velho fala soluçando, parecia ter passado a noite na bebedeira, sua roupa estava suja e coberta de vômito.
Zebeu pensa em ignorá-lo, mas pensa que talvez ele soubesse de algo sobre o caminho, e assim pudesse ajudá los.
— Estamos indo para o reino de Wisdy…
Antes mesmo do curandeiro terminar de falar,é interrompido pelo bêbado que dá gargalhadas, virando a garrafa novamente, dando um gole na bebida.
— Vocês vão virar comida de cachorro! hahahah não irão durar um dia se quer….
O bêbado fala antes de desmaiar alcoolizado, deixando Zebeu e Milenna aterrorizados com o que ouviram.
— O homem está bêbado, tenho certeza que está delirando..
Zebeu fala tentando amenizar o clima estranho e Milenna concorda assentindo, ela não sabia o que aquilo poderia significar, será que no caminho a frente havia cães raivosos? ou doentes ?
Ela rezava para que o bêbado estivesse apenas delirando, seguindo viagem, eles andavam com atenção, olhando a cada curva temendo ver o tal cachorro mencionado pelo louco.